ARREPIANTE !!!!!

Observem a brutal entrada que originou a lesão gravíssima do brasileiro naturalizado croata Eduardo da Silva, no passado fim-de-semana durante o Birmingham-Arsenal.
Verdadeiramente horrível. Doi só de ver...

RANKING DA UEFA

Ainda na linha do post anterior, fica também aqui a actualização do ranking oficial da Uefa para 2008-2009:

HEGEMONIA CLARA, OU NÃO TANTO ASSIM ?

A hegemonia futebolística do F.C.Porto no panorama nacional dos últimos anos é factual e objectiva. Vai a caminho do tri-campeonato, tem melhores jogadores, apresenta um futebol mais bonto e eficaz.
Mas olhando para alguns números, não se pode concluir que esse predomínio seja propriamente avassalador, até porque há alguns indicadores, mais ou menos importantes, mais ou menos interessantes, que colocam Benfica e/ou Sporting na dianteira. Ou seja, o domínio portista é um domínio estatísticamente relativo, e sobretudo centrado numa única competição (o campeonato), na qual a eficácia do Dragão tem sido efectivamente assinalável.
É isso que resulta da observação dos quadros seguintes relativos aos últimos quatro anos, período no qual, juntando provas europeias, liga e taça, o Benfica tem mais jogos disputados, mais vitórias e mais golos marcados que os portistas, sendo que neste último item o Sporting até suplanta os seus rivais. Tanto nas provas europeias como na Taça de Portugal o F.C.Porto figura em último de entre os três,em jogos, vitórias, golos e pontos, tendo sido também o que menos longe chegou na Europa.
É óbvio que qualquer adepto de Benfica ou Sporting trocaria a sua posição pela do F.C.Porto. Não é isso que está em causa. Mas é importante que percebamos que as diferenças nem sempre são tão acentuadas como um olhar superficial pode deixar entender, e que se calhar os clubes de Lisboa nem têm estado assim tão mal como se tem dito por aí.
Eis os números:

...NEM BOM VENTO NEM BOM CASAMENTO

Se o negro panorama estatístico que o Benfica enfrentava na sua deslocação à Alemanha - onde de resto permanece sem vencer - era deveras preocupante, aquele que tem por diante face à próxima eliminatória (com os espanhóis do Getafe) não o é menos.
Nos últimos 25 anos nem por uma vez só o Benfica logrou vencer um jogo que fosse em eliminatórias com equipas do país vizinho, sendo que nas duas últimas épocas foi afastado das provas europeias respectivamente por Barcelona (na Champions) e Espanyol (na Uefa).
Em todo este período - e em toda a historia europeia dos encarnados - o resultado mais humilhante ocorreu também em Espanha, no fatídico dia 25 de Novembro de 1999, frente ao Celta de Vigo (7-0!!).
Mas nem tudo é mau: as duas Taças dos Campeões Europeus conquistadas pelo Benfica foram-no diante dos dois grandes colossos do futebol espanhol (Barcelona e Real Madrid). Outros tempos...
Recordemos então os confrontos do último quarto de século:
91-92 Champions (Apuramento para a final) Barcelona c. 0-0 f. 1-2
99-00 Uefa (1/16 avos) Celta de Vigo f. 0-7 c. 1-1
05-06 Champions (Fase de grupos) Villarreal f. 1-1 c. 0-1
05-06 Champions (Quartos de final) Barcelona c. 0-0 f. 0-2
06-07 Uefa (Quartos de final) Espanyol f. 2-3 c. 0-0
Em cinco jogos na Luz, apenas um golo marcado...

CLASSIFICAÇÃO "REAL"

Houve alguns casos de arbitragem nesta jornada, mas sem qualquer interferência directa na pontuação.
No Dragão, a legalidade do primeiro golo portista deixa dúvidas, se bem que não pude ver ainda todas as repetições. Suponho não terem existido mais casos.
Na Luz, numa disputa de bola, Luisão terá atingido o corpo de um adversário dentro da área, enquanto que Mantorras pode ter sido tocado na área bracarense já nos últimos minutos. No estádio nem me apercebi da primeira, e a segunda – talvez fruto da ansiedade de mais um empate - pareceu-me claramente penálti. Vendo na TV, nenhuma das situações se me afigura afinal passível da marcação de grande penalidade, o que não significa que a arbitragem tenha sido boa, bem pelo contrário.
No Bonfim há um golo mal anulado ao Sporting logo no início, mas ainda na primeira parte há uma grande penalidade cometida por Grimi. Uma situação anula a outra, pelo que nada há a corrigir em termos classificativos.
Eis a actualização:
F.C.PORTO 48
Benfica 42
Sporting 33

VEDETA DA JORNADA

LISANDRO LOPEZ: É o homem deste campeonato. Mais dois golos, mais uma excelente exibição. Pouco restará a acrescentar que não o aplauso, pois as suas virtudes têm sido aqui focadas nas inúmeras vezes em que já recebeu esta distinção.

LUZ APAGADA

Enquanto o F.C.Porto prossegue a sua solitária caminhada rumo ao tri-campeonato, Benfica e Sporting continuam apostados em discutir qual deles mais desilude os adeptos, parecendo que, ao contrário de lutarem pelo segundo lugar, ambos desejam é ficar atrás um do outro, numa estranha e triste dança entre parceiros desajeitados.
Nesta óptica o Sporting tem ganho a “dianteira”, pois enquanto o Benfica empata em casa (5º empate caseiro), os leões perdem fora (5ª derrota). Ponto a ponto a equipa de Camacho vai cimentando o segundo lugar (caso vença em Alvalade quase que o garante), o que, diga-se, de justo tem muito pouco face ao futebol desenvolvido pelos encarnados ao longo desta época. Na verdade nem uma nem outra das equipas de segunda circular, juntas na mediocridade, mereceria integrar a elite da Champions League.
Curiosamente o jogo de ontem na Luz até teve bons momentos, designadamente na segunda parte, e pode dizer-se que o empate acaba (desta vez) por saber a injustiça. Não houve muitas oportunidades, mas houve lances bem desenhados e muito pouca sorte, fazendo até lembrar, nalguns momentos, a infelicidade que, frequentemente, na época passada comprometeu a carreira de Fernando Santos no clube. Antes, na primeira parte, o mesmo futebol directo (?!?) e maçador a que o onze de Camacho já nos habituou, sobretudo nos jogos em casa. Casa que aliás parece transformada num verdadeiro Inferno, mas para o próprio Benfica.
A aposta de Camacho voltou a ser num esquema com apenas um homem na frente, se bem que desta vez, com Makukula e Nuno Gomes lesionados (e Mantorras limitado), as alternativas não abundassem. Rui Costa voltou a ser o homem em maior evidência, enquanto que Petit (irreconhecível desde há semanas a esta parte) e Di Maria foram os menos felizes. O Sp.Braga mostrou muito pouco, para além de um ou outro salpico de classe de Matheus, uma defesa acertada e afortunada, e um guarda-redes seguro.
O árbitro, sem interferir directamente no resultado – nos dois lances reclamados nas duas áreas não parece haver motivo para penálti -, teve uma prestação negativa, marcando faltas ao contrário, transformando cantos em pontapés de baliza e vice-versa, e denotando bastante incoerência na gestão disciplinar, com maior prejuízo para o Benfica. Com Jorge Sousa já lá vão sete pontos (!!) perdidos pelo Benfica em três jogos deste campeonato, o que para um “benfiquista” – conforme constou por aí, pelos vistos com consequências - até nem está nada mal...

SORRISO AMARELO

Uma breve nota sobre o Nuremberga-Benfica da passada quinta-feira:
A euforia final – ultrapassar uma eliminatória europeia no último minuto é sempre saboroso - e a eliminatória passada não podem apagar o mar de equívocos em que laborou a prestação benfiquista nesta partida, na qual se pôs a jeito de uma eliminação, senão humilhante, pelo menos inesperada, diante de uma equipa do fundo da tabela da Bundesliga.
A sorte sorriu aos encarnados, que até aos 89 minutos pouco ou nada fizeram para se manter na Uefa, a começar no treinador (como se deixa Cardozo no banco numa partida como esta ?), e a terminar em quase todos os jogadores. O segundo golo alemão é digno de figurar nos apanhados do ano, tal a displicência com que toda a defesa benfiquista abordou o lance.
Ou me engano muito ou o Benfica será pelo terceiro ano consecutivo eliminado das provas internacionais por uma equipa espanhola. Nas últimas três épocas, em três jogos na Luz com Villarreal, Barcelona e Espanyol, nem um golinho a águia festejou. Este ano, pelo que têm sido as dificuldades do Benfica para marcar em sua casa, está-se a ver o desfecho deste enfrentamento com o Getafe – equipa da primeira metade da tabela da Liga Espanhola. Esperemos ao menos que a arbitragem não assuma o protagonismo que assumiu frente a ambos os rivais da cidade condal.

ATÉ JÁ !

Conforme já havia aqui dito, VEDETA DA BOLA vai estar uns dias ausente. Não será pois possível acompanhar os jogos da Uefa, o que lamento profundamente, até porque são justamente os que mais prazer me dão comentar.
Estarei de volta, se Deus quiser, na próxima segunda-feira.
A melhor sorte do mundo para o Benfica, e já agora também para Sporting e Sp.Braga, são os votos que aqui deixo.

TERRA MALDITA

O historial de visitas do Benfica a terras germânicas dificilmente poderia ser pior, o que não deixa de causar alguma preocupação face ao difícil compromisso de amanhã. Os encarnados nunca venceram na Alemanha, e em quinze jogos disputados para as competições europeias, o melhor que conseguiram foi empatar três deles.
Em termos de golos, o panorama é arrasador. Foi naquele país que o Benfica sofreu algumas das maiores goleadas da sua história europeia, nomeadamente em confrontos com o Bayern de Munique (13 golos sofridos em três jogos !!!), mas também com o Borússia de Dortmund (0-5) em plena fase Eusébio. A única vez que o Benfica festejou uma eliminatória na Alemanha foi em 1993-94, no inesquecível jogo com o Bayer Leverkusen (empate 4-4), partida que aliás poderá ser revista na íntegra amanhã à noite na RTP-Memória.
Outra particularidade muito pouco tranquilizadora para a partida de amanhã é que em oito dos quinze jogos disputados em território alemão (mais de metade), o Benfica sofreu sempre três ou mais golos.
Resta pois acreditar que a história não entre em campo, e deixe a equipa de Camacho ultrapassar esta eliminatória. Mesmo que não ganhe o jogo…
Confira todo o acidentado percurso do Glorioso na Alemanha:

UM BENFICA PARA NUREMBERGA

TUDO EM ABERTO

Um golo nos momentos iniciais do jogo determinou a derrota do F.C.Porto em Gelsenkirchen, obrigando agora a equipa de Jesualdo a recuperar de uma desvantagem, mínima mas significativa, numa segunda mão que se irá revestir provavelmente de algum dramatismo, e onde os portistas terão de apelar a todas as suas forças caso queiram estar nos quartos-de-final da prova rainha de clubes a nível europeu.
O Schalke não é um adversário dócil. Aliás, já ficara provado na passada semana – com a visita do Nuremberga à Luz – que o campeonato alemão está ainda uns bons furos acima do português. Se o penúltimo classificado da Bundesliga se bateu – e em certos momentos até se superiorizou – ao segundo da Liga Portuguesa em casa deste, por maioria de razão, um dos candidatos ao título germânico, jogando perante o seu público, seria sempre um opositor de monta até mesmo para o campeão português.
O F.C.Porto pode agradecer aos deuses não ter saído para intervalo com dois ou mesmo três golos de desvantagem, tal a superioridade evidenciada pela equipa da casa nesse período. Uma exibição para esquecer de Fucile deixou aberta uma verdadeira avenida no lado esquerdo da defesa portista, deveras convidativa às subidas do lateral Rafinha, às entradas dos médios e frequentemente também do possante avançado germano-brasileiro Kuranyi, que foram criando sucessivos lances de perigo para a baliza de Helton. Poucas foram as vezes em que o F.C.Porto se libertou no ataque, não se entendendo muito bem a troca posicional de Lucho e Raul Meireles, que além de em nada auxiliar a tarefa de Fucile, também perturbou fortemente a dinâmica do meio-campo portista, sobretudo ao longo deste penoso primeiro tempo.Na segunda parte o F.C.Porto equilibrou as coisas, conseguiu ter mais bola no meio-campo contrário, e criou até uma flagrante ocasião para marcar, e assim dar uma tonalidade bem mais simpática ao placar. Lisandro falhou aquilo que não costuma falhar, e a ocasião gorou-se. Os contra-ataques do Schalke foram sempre bastante perigosos, mas um imperial Pedro Emanuel – melhor portista em campo e curiosamente, único sobrevivente da brilhante jornada de 2004 – e um acertado Helton foram resolvendo os problemas.
O resultado é mau, mas deixa em aberto a possibilidade de o corrigir na segunda mão. Conforme dissera aqui na semana passada a propósito do Benfica, 1-0 nas provas europeias entre equipas razoavelmente equilibradas, é hoje em dia uma vantagem extraordinária. Se o Schalke marcar no Dragão, o F.C.Porto terá de fazer três golos para seguir em frente, o que nuns oitavos-de-final da Champions é tarefa um tanto ingrata. Mas um grande F.C.Porto, com 2-0 ou 3-1, tem condições para discutir e passar esta eliminatória.

Nos restantes jogos da ronda, a única semi-surpresa veio de Anfield Road, onde um Liverpool recém-eliminado em casa da Taça de Inglaterra por um conjunto da segunda divisão, alcançou diante do Inter de Milão um resultado que o deixa com um pé na fase seguinte. Os dois golos foram marcados nos últimos cinco minutos, por Kuyt e Gerrard, mas a vitória inglesa foi justíssima face ao que se havia passado até aí, para mais levando em conta que Materazzi foi expulso ainda bem cedo, obrigando o Inter a jogar com menos uma unidade. Confirmou-se pois, por um lado a predilecção dos “Reds” pela Liga dos Campeões, e por outro a tradicional pouca sorte do Inter na prova.
Chelsea e Real Madrid – mais aquele do que este – conseguiram, diante de Olympiakos (0-0) e Roma (1-2) respectivamente, resultados que mantêm intacto o seu favoritismo. O jogo de Atenas foi fraco e sem muito que contar, o de Roma foi o único da ronda que não vi na íntegra, numa noite de futebol que me fez passar mais de 260 minutos – entre o golo do Schalke e o primeiro do Liverpool - em frente do televisor sem assistir a qualquer golo…
Hoje disputam-se mais quatro jogos, dos quais sobressai claramente o Arsenal-Milan. Para ver em directo no serviço “Multijogos” da Sport TV, ou então em diferido num dos seus canais a partir das 22.00 h. Esperemos que não acabe a zero, mas o realismo reinante nestas primeiras mãos não augura muitos golos.

AINDA A CLASSIFICAÇÃO "REAL"

Dado que alguns dos habituais frequentadores deste espaço têm manifestado o seu descontentamento face à forma como a rubrica classificação “real” tem sido conduzida e actualizada, importa talvez esclarecer, ou lembrar, como se chegou até aos números que ela neste momento reflecte.
Assim, nesta edição da Liga, falando de erros que objectivamente valeram ou retiraram pontos, temos o seguinte panorama:

F.C.PORTO
– Prejudicado em 1 ponto na Choupana, em virtude de penálti por assinalar a seu favor (resultado 0-1, árbitro: Pedro Henriques de Lisboa)
– Beneficiado em 2 pontos frente ao Sporting no Dragão, por golo resultante de livre inexistente (resultado 1-0, árbitro: Pedro Proença de Lisboa)
- Beneficiado em 1 ponto frente ao Belenenses no Dragão, por golo obtido em fora-de-jogo (resultado 1-1, árbitro: Paulo Baptista de Portalegre)
PONTOS NA LIGA: 47 (+1-2-1) = PONTOS REAIS: 45

BENFICA
- Prejudicado em 2 pontos no Bessa frente ao Leixões, devido a penálti por assinalar cometido sobre Nuno Assis (resultado 1-1, árbitro: Jorge Sousa do Porto)
- Prejudicado em 2 pontos na Luz com o Leixões, devido a golo mal invalidado a Nuno Gomes, e a penáltis sobre Léo e Cardozo por assinalar (resultado 0-0, árbitro: Paulo Costa do Porto)
PONTOS NA LIGA: 37 (+4) = PONTOS REAIS: 41

SPORTING
- Prejudicado em 1 ponto no Dragão, por golo resultante de livre inexistente (resultado 0-1, árbitro: Pedro Proença de Lisboa)
- Beneficiado em 1 ponto em casa diante do V.Setúbal, por penálti sobre Matheus não assinalado (resultado 2-2, árbitro: Paulo Baptista de Portalegre)
PONTOS NA LIGA: 33 (+1-1) = PONTOS REAIS: 33

O F.C.PORTO NA TAÇA/LIGA DOS CAMPEÕES

1956/57
Q1: Athletic Bilbao (ESP), 1-2 & 2-3*
1959/60
Q1: Inter Bratislava (SVK), 1-2* & 0-2
1978/79
R1: AEK Athens (GRE), 1-6* & 4-1
1979/80
R1: AC Milan (ITA), 0-0 & 1-0*
R2: Real Madrid (ESP), 2-1 & 0-1*
1985/86
R1: Ajax Amsterdam (NED), 2-0 & 0-0*
R2: FC Barcelona (ESP), 0-2* & 3-1
1986/87
R1: Rabat Ajax (MLT), 9-0 & 1-0*
R2: TJ Vitkovice (CZE), 0-1* & 3-0
QF: Brøndby IF (DEN), 1-0 & 1-1*
SF: Dynamo Kiev (UKR), 2-1 & 2-1*
FL: Bayern Munich (GER), 2-1**
1987/88
R1: Vardar Skopje (FRM), 3-0 & 3-0*
R2: Real Madrid (ESP), 1-2* & 1-2
1988/89
R1: HJK Helsinki (FIN), 3-0 & 0-2*
R2: PSV Eindhoven (NED), 0-5* & 2-0
1990/91
R1: Portadown FC (NIR), 5-0 & 8-1*
R2: Dynamo Bucharest (ROM), 0-0* & 4-0
QF: Bayern Munich (GER), 1-1* & 0-2
1992/93
R1: US Luxemburg (LUX), 4-1* & 5-0
R2: FC Sion (SUI), 2-2* & 4-0
SF (Grp B): PSV Eindhoven (NED), 2-2 & 1-0*
SF (Grp B): AC Milan (ITA), 0-1 & 0-1*
SF (Grp B): IFK Göteborg (SWE), 0-1* & 2-0
1993/94
R1: Floriana FC (MLT), 2-0 & 0-0*
R2: Feyenoord Rotterdam (NED), 1-0 & 0-0*
QF (Grp B): Anderlecht Brussels (BEL), 0-1* & 2-0
QF (Grp B): Werder Bremen (GER), 3-2 & 5-0*
QF (Grp B): AC Milan (ITA), 0-3* & 0-0
SF: FC Barcelona (ESP), 0-3*
1995/96
R1 (Grp A): Panathinaikos Athens (GRE), 0-1 & 0-0*
R1 (Grp A): FC Nantes-Atlantique (FRA), 0-0* & 2-2
R1 (Grp A): AaB Aalborg (DEN), 2-0 & 2-2*
1996/97
R1 (Grp D): Rosenborg Trondheim (NOR), 1-0* & 3-0
R1 (Grp D): AC Milan (ITA), 3-2* & 1-1
R1 (Grp D): IFK Göteborg (SWE), 2-1 & 1-0*
QF: Manchester United (ENG), 0-4* & 0-0
1997/98
R1 (Grp D): Rosenborg Trondheim (NOR), 0-2* & 1-1
R1 (Grp D): Real Madrid (ESP), 0-2 & 0-4*
R1 (Grp D): Olympiakos Piraeus (GRE), 0-1* & 2-1
1998/99
R1 (Grp A): Olympiakos Piraeus (GRE), 2-2 & 1-2*
R1 (Grp A): Dynamo Zagreb (CRO), 3-0 & 1-3*
R1 (Grp A): Ajax Amsterdam (NED), 1-2* & 3-0
1999/00
R1 (Grp E): Molde FK (NOR), 1-0* & 3-1
R1 (Grp E): Olympiakos Piraeus (GRE), 2-0 & 0-1*
R1 (Grp E): Real Madrid (ESP), 1-3* & 2-1
R2 (Grp A): Sparta Prague (CZE), 2-0* & 2-2
R2 (Grp A): Hertha Berlin (GER), 1-0 & 1-0*
R2 (Grp A): FC Barcelona (ESP), 2-4* & 0-2
QF: Bayern Munich (GER), 1-1 & 1-2*
2000/01
Q3: Anderlecht Brussels (BEL), 0-1* & 0-0
2001/02
Q2: Barry Town (WAL), 8-0 & 1-3*
Q3: Grasshoppers Zurich (SUI), 2-2 & 2-0*
R1 (Grp E): Glasgow Celtic (SCO), 0-1* & 3-0
R1 (Grp E): Rosenborg Trondheim (NOR), 2-1* & 1-0
R1 (Grp E): Juventus Torino (ITA), 0-0 & 1-3*
R2 (Grp C): Real Madrid (ESP), 0-1* & 1-2
R2 (Grp C): Sparta Prague (CZE), 0-1 & 0-2*
R2 (Grp C): Panathinaikos Athens (GRE), 0-0* & 2-1
2003/04
R1 (Grp F): Partizan Belgrade (SRB), 1-1* & 2-1
R1 (Grp F): Olympique Marseille (FRA), 3-2* & 1-0
R1 (Grp F): Real Madrid (ESP), 1-3 & 1-1*
R2: Manchester United (ENG), 2-1 & 1-1*
QF: Olympique Lyon (FRA), 2-0 & 2-2*
SF: Deportivo La Coruna (ESP), 0-0 & 1-0*
FL: AS Monaco (FRA), 3-0**
2004/05
R1 (Grp H): CSKA Moscow (RUS), 0-0 & 1-0*
R1 (Grp H): Chelsea London (ENG), 1-3* & 2-1
R1 (Grp H): Paris St. Germain (FRA), 0-2* & 0-0
R2: Internazionale Milan (ITA), 1-1 & 1-3*
2005/06
R1 (Grp H): Internazionale Milan (ITA), 2-0 & 1-2*
R1 (Grp H): Artmedia Bratislava (SVK), 2-3 & 0-0*
R1 (Grp H): Glasgow Rangers (SCO), 2-3* & 1-1
2006/07
R1 (Grp G): Arsenal London (ENG), 0-2* & 0-0
R1 (Grp G): CSKA Moscow (RUS), 0-0 & 2-0*
R1 (Grp G): SV Hamburg (GER), 4-1 & 3-1*
R2: Chelsea London (ENG), 1-1 & 1-2*
2007/08
R1 (Grp): Liverpool (ENG), 1-1 & 1-4
R1 (Grp): O.Marseille (FRA), 2-1 & 1-1
R1 (Grp): Besiktas Istambul (TUR) 2-0 & 1-0
R2: Schalke 04 (GER)

CLASSIFICAÇÃO "REAL"

Foi uma jornada repleta de casos de arbitragem.
No Funchal ficou por marcar uma grande penalidade a favorecer o F.C.Porto, e ficou por mostrar um cartão vermelho a um verdadeiro golpe de Karaté de Lisandro Lopez sobre um maritimista.
Em Alvalade o penálti – falhado por Polga, mas do qual resultou a expulsão do guarda redes Nelson – não existiu. Já a primeira expulsão resultara de um primeiro cartão amarelo francamente exagerado.
Na Figueira, para além de um festival de apito de todo injustificado face à correcção com que decorreu o jogo, terá ficado eventualmente por assinalar um penálti cometido por Luís Filipe nos instantes finais do jogo. É um lance difícil de avaliar, e muito semelhante ao de Rodriguez na semana anterior com o Paços para a Taça. Aceitar-se-ia que fosse assinalado.
Nota francamente negativa para o fiscal de linha que acompanhou o ataque do Benfica no segundo período, o qual cortou indevidamente pelo menos três lances em que jogadores do Benfica ficariam isolados e com muitas hipóteses de fazer golo. Por muito menos fez José Mota o barulho que fez…
Finalmente importa referir que os lançamentos de Binya são executados há já muito tempo daquela forma, muitos outros jogadores, nomeadamente nos países britânicos, os fazem do mesmo modo, e nunca vi ninguém protestar. Foi necessário um comentador de televisão lembrar-se de os pôr em causa para agora todo o coro do costume gritar “aqui d’el rei”, que o Benfica está a ser “levado ao colo”. Enfim….
Com vitórias por mais do que um golo, nenhum dos jogos sofre qualquer alteração pontual nesta classificação.
F.C.PORTO 45
Benfica 41
Sporting 33

VEDETA DA JORNADA

LISANDRO LOPEZ:Não há já muito a acrescentar sobre a extraordinária temporada deste jogador, eventualmente o melhor a actuar em Portugal neste momento. Lisandro continua imparável, sendo uma verdadeira máquina de fazer golos, absolutamente preponderante na caminhada portista rumo ao tri. E até esquecemos que deveria ter sido expulso neste jogo.

NA FRENTE NADA DE NOVO

A jornada deste fim-de-semana na Liga Portuguesa trouxe poucas surpresas. Na noite de sexta feira o F.C.Porto ultrapassou mais um difícil obstáculo e parece cada vez mais disputar um campeonato à parte. No domingo Sporting e Benfica mantiveram distâncias, os leões em Alvalade frente a um Estrela reduzido a nove jogadores, e os encarnados na Figueira da Foz, onde nunca haviam vencido.
Jogando privado de alguns elementos, o Benfica tinha no Naval - entalado a meio de uma complicada eliminatória europeia - um adversário bem capaz de fazer mossa, sabendo-se da dificuldade que a equipa de Camacho tem sistematicamente sentido diante de opositores retraídos e rigorosos, como são normalmente as equipas comandadas por Ulisses Morais. Foi preciso recuperar a fúria e as ganas que se escondiam desde há meses, para que o Benfica conseguisse alcançar uma importante vitória face ao objectivo que ainda persegue – a qualificação para a Champions.
Foi um jogo fraco, com pouco futebol e muita arbitragem. A vitória benfiquista ajusta-se, se bem que um empate também não fosse inaceitável. Individualmente o destaque vai para Binya, Luisão e Nuno Assis, os melhores ao longo dos noventa minutos.
A arbitragem fica para a “classificação real”.

UM GOLO COM ASAS, UMA VITÓRIA FELIZ, UMA ELIMINATÓRIA EM ABERTO.

Como prometido aqui vai, com algum atraso, um apontamento sobre o Benfica-Nuremberga.
Em primeiro lugar há que dizer que o resultado foi claramente melhor que a exibição. O Benfica repetiu problemas e insuficiências já vistas e revistas nesta época, e pode dar-se por muito feliz em partir para a Alemanha com uma vantagem que, sem ser robusta, nem mesmo confortável, é ainda assim interessante, sobretudo devido ao facto de não ter sofrido qualquer golo.
A primeira parte foi medíocre. O Nurembrega mostrou-se bem mais organizado do que seria de esperar numa equipa que ocupa os últimos lugares da tabela classificativa do seu país – ainda assim uma potência do futebol -, e talvez fruto da recente substituição de treinador, surgiu na Luz claramente empenhado em dar um safanão na crise e alegrar o espírito dos seus impressionantes adeptos que encheram o topo norte do estádio e não se calaram um minuto - devendo com isso causar alguma inveja aos envergonhados benfiquistas presentes e, sobretudo, aos ausentes.
O Benfica nunca se entendeu com as ferozes marcações dos germânicos, sendo uma vez mais obrigado a utilizar um jogo directo que está nos antípodas das características dos seus principais jogadores. O Nuremberga era então uma equipa coesa, com um bloco muito unido, enquanto o Benfica ficava partido entre os que defendiam – onde, diga-se, Luisão se destacou com uma bela exibição - e aqueles que lá na frente esperavam, sem sucesso, a bola para poderem atacar.
O golo caiu do céu, ou melhor, das mãos de um infeliz Blasek que deixou passar por baixo do seu corpo um remate fraco e defensável de Makukula.
Na segunda parte o jogo animou um pouco, pois o Nurembrega abriu ligeiramente as suas linhas, e permitiu ao Benfica, quase desde os pés de Rui Costa, alguns contra-ataques que todavia, por deficiência ou infelicidade no último passe, não se chegaram a traduzir em ocasiões de golo, as quais, diga-se, quase não existiram junto da baliza alemã.
O público assobiou a substituição de Cardozo por Di Maria, mas a verdade é que o Benfica melhorou com ela. O jovem argentino deu profundidade e imaginação ao jogo da equipa, permitindo uma maior ligação entre o meio-campo e o ataque. Foram todavia os forasteiros que terminaram o jogo a tentar mais persistentemente o golo, e então a sorte voltou a bafejar a equipa de Camacho.
O 1-0 é hoje em dia nas provas europeias, entre equipas equilibradas, um bom resultado. 2-0 seria melhor, como diria La Palisse, mas convenhamos que, para aquilo que o Benfica mostrou, esta vitória até soa a lisonjeira. Na Alemanha os encarnados terão uma noite de sofrimento, mas vamos acreditar que a equipa que lá veremos não será a da primeira parte deste jogo, e sim a de Guimarães, Donetsk ou Copenhaga, capaz de comer a relva, de deixar a pele em campo, e trazer, por entre suor e lágrimas, uma eliminatória que, pelo seu palmarés, pelo seu prestígio, e pela qualidade individual dos seus jogadores, tem obrigação de conquistar.
PS: Ainda sobre a jornada europeia, do jogo do Sporting ficou-me a inesperada fragilidade da equipa suiça (afinal a liga suiça não é a liga alemã...) e a sublime exibição daquele que é já, em meu entender, a unidade tecnicamente mais valiosa de entre os leões: Simon Vukcevic.
Acerca do Braga é francamente difícil dizer alguma coisa. Uma equipa que falha dois penáltis num jogo europeu, não tem manifestamente estofo para estas andanças.
Ambos têm o destino mais que definido.

COMUNICADO

VEDETA DA BOLA informa os seus leitores que, por exigências de âmbito profissional do seu único colunista (este vosso amigo LF), não haverá provavelmente possibilidade de efectuar em tempo útil as análises aos jogos da Taça Uefa (primeira e segunda mão), bem como aos quartos-de-final da Taça de Portugal. As jornadas de fim-de-semana da Liga não correm, em princípio, os mesmos riscos, e terão aqui o destaque habitual.
Mais tarde, alguma coisa será dita acerca dos referidos jogos (designadamente o duplo confronto do Benfica com o Nuremberga), eventualmente em conjunto, ou em adenda, aos artigos relativos ao fim-de-semana.
O esforço para manter, sozinho, um espaço desta natureza, sujeito ao calendário das competições, e para o harmonizar com a vida pessoal e profissional própria de uma pessoa com 38 anos, só é possível pelo enorme respeito que merecem todos os que o visitam dia após dia, para além naturalmente do gosto em expressar opiniões e trocar ideias que conduziu à sua criação. Esse esforço, sendo quase sempre tremendamente compensador, nem sempre é contudo suficiente. É o caso desta ocasião.
Fica um pedido de desculpas aos mais fiéis leitores, ciente de que compreenderão a situação.

A HORA DA EUROPA

Sporting e Benfica iniciam esta semana a sua participação na Taça Uefa, juntando-se na prova ao Sp.Braga, proveniente das primeiras rondas. Basileia, Nuremberga e Werder Bremen são os adversários.
Deve dizer-se que, para todos estes três clubes (grandes incluídos), dado o seu momento actual, a Taça Uefa é a competição adequada. Há dois anos que Sporting e Benfica entram juntos na Champions League, e há dois anos que saem logo na primeira fase, após alguns floreados, mas manifestamente sem estofo para ir mais além. Numa prova com adversários de segunda linha europeia (embora nem todos, é certo) as hipóteses de êxito sobem claramente, e sabe-se como são importantes os pontos obtidos, quer para o ranking nacional, quer para o posicionamento dos próprios clubes nos sorteios das temporadas seguintes.
Enquanto ao Sp.Braga ninguém exigirá muito mais do que já fez, já de Benfica e Sporting se espera que possam ir um pouco mais longe. A fasquia deve ser posta, na minha perspectiva, nos quartos-de-final, isto é, caso passem duas eliminatórias poder-se-á falar de uma prestação positiva, caso não o consigam ficará um travo a desilusão. Estando ambos objectivamente afastados da luta pelo título nacional, esta competição pode e deve ser encarada para ambos como uma excelente oportunidade de dar algumas alegrias aos seus apaniguados, e poder reforçar o prestígio internacional dos seus emblemas.
Se o sorteio aparentemente bafejou mais o Sporting – o futebol suíço não é o futebol alemão -, num olhar mais profundo, perspectivando já a eliminatória seguinte, o Benfica terá mais motivos para sorrir. Enquanto leões poderão ter pela frente nos oitavos-de-final Bolton ou Atlético de Madrid, Benfica, caso ultrapasse o Nuremberga, terá que se haver com AEK ou Getafe, manifestamente mais acessíveis.
Quanto ao sonho de um triunfo final, esse parece neste ano bastante difícil de realizar. Caso cheguem aos oitavos-de-final, os rivais lisboetas poderão encontrar no sorteio equipas como Bayern de Munique, Fiorentina, Everton, Tottenham, Villarreal ou PSV, lote digno de uma Champions League. Isso não os deve desmobilizar face a esta prova, pois cada eliminatória passada faz e fará parte do seu historial internacional, dar-lhes-á pontos, prestígio e dinheiro, além de um sorriso nos lábios dos seus ora tão entristecidos associados e adeptos.
Para já, nesta eliminatória, Sporting e Benfica são claramente favoritos.
Vamos pois atacar a Taça Uefa.

QUEM FALA DEMAIS...

O colunista de "A Bola" (e de mais uma infinidade de órgãos de comunicação social) Miguel Sousa Tavares insurge-se hoje contra a sorte do Benfica nos sorteios da Taça de Portugal, dizendo não se lembrar da última vez que os encarnados tiveram de jogar fora da Luz (eu por acaso lembro-me, infelizmente, de ainda na temporada passada ser eliminado na Póvoa de Vazim...). Mal sabia ele que o sorteio de hoje oporia o Benfica, em casa, à equipa teoricamente mais fraca ainda em prova.
Acontece que as pessoas que falam ou escrevem sem saber o que dizem, sem dados objectivos, baseados apenas em estados de alma, obviamente, muito pouco isentos, correm o risco de se enganar, ou mesmo caír no ridículo.
Desconfiei da tese, e dei-me ao trabalho de consultar os dados. Cheguei à conclusão que o Benfica, nas últimas quatro épocas, disputou precisamente tantos jogos da Taça fora de sua casa como o clube de MST, ou seja, um total de quatro jogos.
Os encarnados visitaram a Académica em 2004-05, visitaram o Leixões e o Tourizense em 2005-06, e o Varzim, de má memória, na época passada. Enquanto isso, os portistas deslocaram-se à Figueira da Foz e ao Funchal em 2005-06 para defrontar Naval e Marítimo respectivamente, e já na corrente temporada foram a Chaves, e agora à Sertã. É verdade que em 2004-05 e 2006-07 o F.C.Porto apenas disputou um jogo na prova, sendo desde logo eliminado em casa por V.Guimarães e Atlético, e que o Benfica tem, neste período, bastantes mais eliminatórias . Mas disso mais ninguém tem culpa...
Juntando esta questão à afirmação de que não seria lícito investigar as transferências do F.C.Porto se não se fizer o mesmo com outros clubes - como se por haver um ladrão em liberdade se tivessem de soltar todos os outros - é caso para dizer que MST estava, quando escreveu esta crónica, num dia muito pouco feliz, o que aliás nele até é bastante frequente.

UM SORTEIO À MEDIDA DOS GRANDES

O sorteio da Taça de Portugal deixou Benfica, F.C.Porto e Sporting com um pé nas meias-finais, ao receberem Moreirense, Gil Vicente e E.Amadora respectivamente. Se todos têm motivos para se sentir felizes (mais ainda o Benfica, um pouco menos o Sporting), a verdade é que, perante este cenário, também não é nada provável qualquer deles ver-se livre dos principais rivais e candidatos à vitória final. O assunto fica, por assim dizer, adiado por mais uma eliminatória, onde então será quase certo haver clássico entre grandes, sabendo-se que o factor casa poderá revelar-se decisivo.
O outro jogo dos quartos oporá Naval a Vitória de Setúbal. Afinal, também eles podem sorrir.

FICARÃO ELES IMPUNES ? IRÃO ELES CONTINUAR A RIR-SE DE NÓS ?




TACUARA PERTO DE CUMPRIR PROMESSA

PARA ALIVIAR A CRISE...

Os oitavos-de-final da Taça de Portugal não trouxeram surpresas de maior. Com o F.C.Porto natural e antecipadamente apurado diante de um modestíssimo adversário, a expectativa morava em Alvalade e na Luz, onde os rivais lisboetas tinham por diante equipas da divisão maior. Tanto um como outro responderam bem à pressão colocada, e venceram justamente os jogos, reafirmando candidaturas ao triunfo nesta prova.
No único jogo que vi por inteiro, o Benfica justificou na segunda parte uma vitória que chegou a parecer difícil de alcançar ao longo da primeira, na qual a equipa, depois de se ver precocemente em desvantagem, repetiu os erros e as insuficiências dos seus últimos jogos em casa para a Liga.
Dois penáltis, muito bem convertidos por Óscar Cardozo, acabaram por virar o jogo, a com a equipa pacense reduzida a dez jogadores, o Benfica pôde enfim praticar um futebol um pouco mais condizente com o seu estatuto. Sem brilhantismos, mas com atitude e com Rui Costa e Nuno Assis em bom plano a pautarem o jogo a meio campo, e a marcarem mais dois golos de uma vitória que acabou por se revelar mais tranquila do que seria de supor.
As declarações de José Mota no final, atirando para o árbitro a responsabilidade pelo resultado, não fazem qualquer sentido. Entende-se a frustração de ver desmoronar um sonho que durante quarenta minutos pareceu realizável, mas a arbitragem de Augusto Duarte, com um ou outro erro, esteve muito longe de ser escandalosa. O segundo penálti e respectiva expulsão não oferecem quaisquer dúvidas, e quanto ao primeiro, nenhuma das repetições mostradas pela TV prova cabalmente a sua não existência. Parece haver um toque no pé de Rodriguez, que o jogador naturalmente aproveita para fazer render. Ficam muito mais dúvidas do que certezas, aceitando-se a decisão do juiz.
Coisa bem diferente é a polémica em torno da nomeação deste árbitro para um jogo no Estádio da Luz. Recorde-se que se trata do árbitro acusado de ter estado na casa de Pinto da Costa em vésperas de um jogo importante do F.C.Porto, a comer chocolates e a beber café, saindo depois com um envelope cheio de notas. É um dos principais arguidos do Apito Dourado, e personagem importante do livro de Carolina Salgado.
Num contexto destes, qualquer erro a favor ou contra o Benfica seria – como está a ser - naturalmente explorado até aos limites. Pouca prudência, para não dizer irresponsabilidade, de quem nomeia, escolhê-lo perante tantas opções disponíveis. Lembremos que nem sequer havia jogos das primeiras e segundas ligas, pelo que o número de nomeáveis era alargado.

EIS OS CAMPEÕES AFRICANOS 2008


CAN PARA O EGIPTO

Numa final tristonha, a contrariar a espectacularidade dos jogos anteriores, o Egipto acabou por se fazer valer da sua eficácia, aproveitando um erro do experiente central e capitão camaronês Rigobert Song para fazer o único golo da partida e levar o troféu. Faltavam pouco mais de dez minutos para o fim, e os “leões indomáveis” já não tiveram tempo para esboçar grande reacção.
O triunfo dos “faraós” ajustou-se ao desenrolar da competição, pois revelaram-se efectivamente a equipa colectivamente mais madura e rigorosa. Abu Terika voltou a brilhar, anotando o golo que pôs o país das pirâmides em festa. Recorde-se que já na fase de grupos o Egipto tinha derrotado os Camarões, então por 4-2, o que deixa poucas dúvidas acerca da sua superioridade.
Binya entrou ainda na primeira parte para o lugar de Alexander Song, e realizou (mais) uma boa exibição. Não foi suficiente para regressar a Lisboa como campeão africano, mas toda a sua prestação na CAN valorizou-o substancialmente.

O CARNAVAL DA LUZ

As últimas notícias dão conta das reticências do Benfica em negociar a título definitivo o passe de Cristian Rodriguez, sendo que, com ou sem especulação, o jogador até já é apontado como futuro reforço do F.C.Porto.
A juntar a este caso, a renovação de Léo parece irremediável e inexplicavelmente comprometida, Rui Costa já se sabe que terminará a carreira no final da temporada, Nuno Gomes também parece encontrar grandes dificuldades em satisfazer a vontade de terminar a sua na Luz, e Luisão é apontado como vendável no próximo defeso. Cinco titulares, cinco jogadores com provas dadas, cinco internacionais A, cinco elementos importantíssimos dentro e fora do terreno de jogo, aprestam-se, por diferentes motivos, para deixar de jogar no Benfica.

Se o caso de Rui Costa é, fruto do impiedoso correr do tempo, insanável, já nos restantes a direcção encarnada tem responsabilidades directas que tem de assumir. Como se deixa chegar a este ponto casos como o de Léo, que se arrasta há mais de um ano? Como se desperdiça a possibilidade de adquirir Rodriguez por quatro milhões de euros, para depois ter de o recusar por sete, ou pior, vê-lo partir para o principal rival? Como se empurra porta fora o capitão de equipa, ponta-de-lança titular da selecção nacional, um dos melhores goleadores da história do clube, e que, mesmo com baixo rendimento nos últimos meses, não deixa de constituir opção importantíssima para o ataque da equipa? Como se pensa vender um dos melhores centrais do clube na última década, titular da selecção brasileira, identificado com a camisola e com a sua mística e praticamente insubstituível na sua posição, sem qualquer alternativa no plantel ao mesmo nível?
Veja-se o que tem feito o F.C.Porto, renovando em tempo útil os contratos com os seus principais jogadores, motivando-os, valorizando-os e, simultaneamente, segurando-os ao clube até existirem alternativas (que na rectaguarda vão sendo trabalhadas). Veja-se pelo contrário o que faz o Benfica, arrastando e enlameando os processos de renovação, contratando no dia 31 de Janeiro jogadores que poderia ter contratado em Dezembro (talvez Makukula tivesse valido quatro pontos caso tivesse chegado quando devia), e reconstruindo plantéis de forma arbitrária, amadora, precipitada e em desespero, ano após ano, confundindo depois os sócios com declarações imbecis carregadas de mentira e demagogia. Nem nos piores tempos de Manuel Damásio...
Se estes cinco casos tiverem o desfecho que se anuncia, se estes cinco jogadores (ou mesmo três ou quatro deles) abandonarem o Benfica neste verão, para além dos óbvios sinais de incompetência que há muito se notam, começarei a desconfiar também da seriedade de quem comanda os destinos do clube, e a suspeitar fundadamente de sabotagem desportiva em favor sabe-se lá (ou sabe-se bem?) de quem.
Cada vez mais me parece ser altura de dar um murro na mesa, e gritar bem alto que o rei vai nu. O fim desta época é o limite. Será, no meu ponto de vista, a última oportunidade que esta direcção e este presidente têm para mostrar se querem efectivamente que seja o Benfica a conquistar títulos, ou trabalham antes para as vitórias de outros clubes, a que também estão, estranha e mal explicadamente, associados.

Como se lia numa tarja, muito bem posta, à saida do centro de estágio do Seixal, "Chega de Palhassada" !

PS: E se a intenção é despedir Camacho, espero que não seja concretizada só após a primeira jornada da temporada 2008-2009...

A FESTA AFRICANA

A CAN 2008 tem seguido o seu caminho, e estão já encontrados os dois finalistas, Camarões (de Binya) e Egipto, justamente as duas selecções que contam com mais títulos na prova, quatro e cinco respectivamente, sendo os “faraós” os campeões em título.
As meias-finais culminaram no afastamento, de certa forma surpreendente, daqueles que eram porventura os dois principais favoritos à vitória final: o anfitrião Gana de Essien e Muntari, e a poderosa Costa do Marfim de Drogba, Touré, Keita, Kalou e Kone.
No primeiro jogo, a maior experiência dos Camarões sobrepôs-se a um Gana empenhado, alegre, mas pouco eficaz. A selecção ganesa tem um meio-campo fortíssimo mas falta-lhe alguma profundidade ofensiva, enquanto os camaroneses dispõem, por exemplo, de Samuel Eto’o, que acabou por fazer o (fabuloso) passe para o golo solitário. Na segunda meia-final o Egipto deu uma verdadeira lição de contra-ataque, frieza e eficácia, ao golear por 4-1 uma Costa do Marfim que dispôs de muito maior posse de bola e de inúmeras oportunidades não concretizadas, fruto da noite infeliz de Didier Drogba, mas sobretudo da espantosa exibição do guardião egípcio El-Haddari. Zaki, autor de dois golos, e o chefe de orquestra Abou-Terika foram outras das figuras de uma partida de enorme espectacularidade.
A final está marcada para domingo às 20.30h, sensivelmente à hora do Benfica-Paços de Ferreira. A qualidade dos jogos desta CAN faz antever mais um bom jogo, e portanto vale bem uma gravação em vídeo.
As duas equipas já se defrontaram na primeira fase, com vitória do Egipto por 4-2, o que confere à selecção norte-africana algum favoritismo. Mas os Camarões, mesmo sem o central Bikey - estupidamente expulso por agressão a um maqueiro -, têm uma palavra a dizer e já mostraram que são capazes de surpreender.

TAÇA DE PORTUGAL: UMA COISA SÉRIA

Neste fim-de-semana voltamos a ter Taça de Portugal, mais concretamente os jogos dos oitavos-de-final.
Mal amada por uns, esta é no entanto uma competição bastante apreciada por outros, entre os quais me incluo, não só pelas possibilidades que abre aos clubes mais modestos de desfrutarem do seu dia de fama, mas também, e sobretudo, pelo sumptuoso momento da final, disputada num dos mais belos palcos da Europa.
A Taça representa também, para os principais clubes, uma excelente oportunidade de fechar a temporada em festa, e em muitos casos esquecer eventuais frustrações decorrentes de vários meses menos conseguidos. Nesta época em particular, com o título nacional praticamente decidido, Benfica e Sporting têm na Taça de Portugal uma oportunidade para a qual devem olhar com toda a sua atenção e ambição - sobretudo os encarnados que, ao contrário dos leões, não conquistaram a Supertaça, nem estão na final da recém-nascida Taça da Liga.
Até pelo momento interno dos dois rivais lisboetas, os jogos de Alvalade e da Luz assumem pois significado acrescido. Benfica e Sporting vêm-se obrigados a vencer, e tendo pela frente equipas do principal escalão, não podem nem devem esperar facilidades, para mais numa prova que, conferindo apuramento para a Taça Uefa, constituirá seguramente um firme objectivo para clubes como Marítimo e Paços de Ferreira.
É verdade que a meio da semana se joga para a Taça Uefa, mas, sejamos lúcidos, as possibilidades de conquistar um troféu europeu, quer para este Benfica, quer para este Sporting, são pouco menos que remotas, pelo que, não desprezando o prestígio e a pontuação que oferece uma Taça Uefa bem conseguida - uns quartos-de-final, por exemplo -, ela não deve, de modo algum, perturbar aquele que me parece ser neste momento o objectivo principal de ambos – sobretudo do Benfica -, que é a conquista de um troféu. Todos sabemos que o segundo lugar é importante em termos financeiros, mas na verdade também o terceiro permite chegar à Champions, e entre um difuso segundo lugar, pouco ou nada comemorado, ou terminar a época numa tarde de festa no Jamor com um troféu nas mãos, a escolha afigura-se-me óbvia.
Por tudo isto, os jogos da Taça parecem-me, a partir deste momento, absolutamente primordiais, e até me arrepio quando oiço falar em poupanças de jogadores e de esforços, trocas de guarda-redes, menor aplicação ou coisas afins. Se é para poupar, que se poupe no campeonato, que está decidido.
Por muito que o dinheiro comande a vida moderna, no meu ponto de vista a força do futebol continua a ser medida por troféus. E para o Benfica, objectivamente, resta apenas um.

BENFICA NA TAÇA DE PORTUGAL
460 jogos, 346 vitórias, 39 empates e 75 derrotas. 1513 golos marcados e 474 golos sofridos.

VITÓRIAS NA COMPETIÇÃO (inclui antigo Campeonato de Portugal):
BENFICA 26, Sporting 18, F.C.Porto 17, Belenenses 6, Boavista 5, V.Setúbal 3, Sp.Braga, Académica, E.Amadora, Leixões, Marítimo, Beira-Mar, Atlético e Olhanense 1.

JOGOS DESTA ELIMINATÓRIA
:
Sertanense-F.C.Porto
Sporting-Marítimo
V.Setúbal-V.Guimarães
Benfica-P.Ferreira
Naval-Rio Ave
Gil Vicente-Leixões
Valdevez-Moreirense
Isento-E.Amadora

TRADIÇÃO IMPLACÁVEL

A tradição manteve-se, e a Itália voltou a vencer Portugal.
É de facto impressionante a dificuldade que o futebol português, de selecção e de clubes, tem sempre que defronta adversários transalpinos. Trata-se de um interessante exercício analítico perceber porque é que isso invariavelmente acontece, até para expor e entender algumas fragilidades do nosso futebol e assim procurar contrariá-las, nomeadamente a nível de formação. Grosso modo, o jogador português é espontâneo, criativo, intuitivo, mas não consegue ser rigoroso, calculista nem friamente eficaz como seria necessário diante deste tipo de adversário. Não adianta pensar que isto advém das características genéricas dos portugueses enquanto povo, pois se há povo com idiossincrasia semelhante à nossa esse é justamente o italiano.
Como seria e que força teria o futebol português que conseguisse aliar frieza e eficácia a toda a sua fantasia, aplicando em doses cirúrgicas uma e outra receita de acordo com os adversários ? Certamente imparável, e ainda mais forte candidato a títulos mundiais e europeus do que de certo modo já é.
Talvez fosse altura de reflectir sobre isso e actuar sobre os nossos jovens no sentido de os dotar daquilo que tantas derrotas nos poderia evitar, quer diante de italianos, quer de outras equipas.
Passando à selecção e ao jogo, parece-me que, além de um teste útil para perceber fragilidades, foi também ocasião para começar a desenhar a equipa. Por muito mediatismo que exista em redor de Makukula, não me parece ser, para já, e pelo seu perfil, jogador para assegurar o ataque da equipa nacional frente a equipas com a força defensiva dos campeões do mundo. Um ponta de lança mais móvel, com capacidade de recuar e abrir espaço à entrada de Deco e, sobretudo, Cristiano Ronaldo, afigura-se-me claramente mais aconselhável, podendo quer Nuno Gomes, quer Hélder Postiga desempenhar esse papel, por maior que seja a crise de forma que de momento atravessem – na verdade é o que temos… Por outro lado, resultou evidente que, na ausência de Jorge Andrade, Pepe é indispensável ao centro da defesa nacional, sobretudo pela capacidade que lhe confere a nível de jogo aéreo.
No meio campo não parece haver grandes alterações a fazer, a menos que Miguel Veloso ressurja com a força e a qualidade que evidenciou no início desta temporada, podendo nesse caso tomar o lugar de um Petit em momento de forma irreconhecível, e com menor capacidade de transição ofensiva. Resta-nos esperar também que Maniche e Deco possam aparecer em Junho bem melhor do que têm estado nos últimos meses, e a avaliar pela experiência das últimas grandes competições internacionais, temos motivos para acreditar que sim.
Ontem, em face da luta por um lugar no onze, Quaresma e Nani ganharam pontos, enquanto Bruno Alves, Caneira, Makukula, Petit e Maniche perderam-nos.
De resto não envergonha ninguém perder por 3-1 com os campeões do mundo, num jogo em que durante largos períodos Portugal até pareceu a melhor equipa no terreno – já se sabe que com italianos isso quase sempre acontece… -, embora a dificuldade de entrosamento que a nossa selecção aparenta, quando apenas faltam dois jogos de preparação antes do Europeu, deixe no ar alguma apreensão. Recordemos todavia o percurso da equipa de Scolari na antecâmara do Euro 2004, carregado de exibições e resultados decepcionantes, que não impediram a realização de uma grande campanha.E eu compraria desde já a presença em nova final, mesmo perdendo-a…
Nota positiva da jornada internacional de ontem foi que nenhum dos nossos adversários directos venceu. A Suiça perdeu em Wembley por 2-1, a Turquia empatou a zero em casa com a Suécia, e a República Checa fez ainda pior, sendo derrotada em casa por uma nossa bem conhecida Polónia por 0-2. Os checos passam por uma transição entre os tempos de Nedved, Koller (que ontem falhou um penálti), Poborsky etc, e uma nova geração vice-campeã do mundo de sub-20. Talvez seja uma boa altura para os defrontar, sabendo-se que, tal como frente a italianos, também não temos, nas últimas décadas, um historial muito feliz com eles.

PARTICULAR...OU TALVEZ NÃO

A quatro meses do início do Euro 2008, a selecção nacional tem hoje o seu mais duro teste antes da competição. Pela frente tem, nem mais nem menos, a selecção campeã do mundo, a poderosa Squadra Azzurra.
Sendo um jogo particular - e estes jogos de preparação para as grandes competições são normalmente bem a sério -, não deixa todavia de ser importante garantir um bom resultado, quer como forma de preservar o prestígio alcançado enquanto vice-campeão europeu e quarto classificado no último Mundial, quer sobretudo para afastar os fantasmas causados por uma qualificação difícil e acidentada, facto com o qual já estávamos pouco habituados a lidar. Diga-se que uma selecção como a Itália é a adversária ideal para isso.
Nesta fase importa também afinar estratégias, ganhar coesão, e começar a fazer escolhas. Neste último aspecto será pacífico esperar que todos os 19 convocados para este jogo possam ter boas hipóteses de fazer parte da lista final, tal como um lote de ausentes onde eu englobaria os lesionados Pepe, Simão Sabrosa e Nuno Gomes, e ainda Miguel, Tiago, João Moutinho e Miguel Veloso. Resumindo, teremos então um conjunto de 26 jogadores de onde deverá muito provavelmente sair a lista final de 23.
Na expectativa, embora com menores chances de fazer parte da escolha final estão nomes como os guarda-redes Eduardo, Paulo Santos, Beto, Daniel Fernandes, Ricardo Baptista e Hilário, os defesas Tonel, Abel, Nelson, Ricardo Rocha, Manuel da Costa, Nuno Valente e Antunes, para além do gravemente lesionado Jorge Andrade, os médios Manuel Fernandes, Pedro Mendes, Carlos Martins, Hugo Viana e Pele e os avançados Duda, João Paulo, João Tomás, Boa Morte, Vaz Tê e Hélder Postiga, este vítima do acréscimo de opções resultante do aparecimento de Makukula ao mais alto nível. Temos portanto um total de mais de meia centena de jogadores com capacidades para entrar na selecção, o que tem de nos deixar tranquilos quanto ao presente e quanto ao futuro.
Quanto ao sistema de jogo a apresentar, hoje e no Europeu, ele obviamente não deverá fugir do 4-2-3-1 que Scolari sempre tem utilizado, praticamente desde que chegou a Portugal. Com extremos como Cristiano Ronaldo, Quaresma, Simão e Nani, e com poucas alternativas para a posição de ponta-de-lança, nem poderia ser de outro modo.
Muito embora a opção táctica esteja definida, bem se pode dizer que na equipa titular para Junho próximo apenas Ricardo, Ricardo Carvalho, Deco e Cristiano Ronaldo têm, para já, lugar garantido. Isto se – que o diabo seja cego… – nenhum deles se lesionar até lá. A grande esperança dos portugueses reside precisamente na possibilidade de Ronaldo (indiscutivelmente o melhor jogador europeu da actualidade) manter a super-forma que tem evidenciado no seu clube, e se assim for, tudo se pode esperar de Portugal. Até mesmo um título!
Recordemos que no caminho para a final, a equipa nacional não terá que enfrentar França, Itália, Holanda ou Espanha, selecções que constam de outro alinhamento, sendo a Alemanha o nosso mais perigoso adversário até às meias-finais.
Já que estamos em tempo de selecção, e como forma de abrir a discussão que sempre acontece nestas ocasiões, VEDETA DA BOLA deixa desde já a sua lista de 23 para o Europeu de Junho próximo, naturalmente conjuntural e sujeita a reavaliação nos próximos meses. Ei-la:
GUARDA-REDES: Ricardo, Quim e Rui Patrício
DEFESAS: Bosingwa, Miguel, Fernando Meira, Pepe, Ricardo Carvalho, Bruno Alves, Marco Caneira e Paulo Ferreira
MÉDIOS: Petit, Maniche, Deco, Raul Meireles e Tiago
AVANÇADOS: Cristiano Ronaldo, Nuno Gomes, Simão Sabrosa, Ricardo Quaresma, Makukula, Nani e Hugo Almeida

MEIA CENTENA !!

Em três anos e meio o Benfica contratou 50 jogadores (!!!). Se não se lembra de todos, eis os seus nomes:
Yannick, Amoreirinha, Everson, Paulo Almeida, Karadas, Dos Santos, Alcides, Carlitos, André Luíz, Delibasic, Nuno Assis, Alex, Léo, Nelson, Anderson, Beto, Karyaka, Karagounis, Miccoli, Moretto, Marcel, Manduca, Marco Ferreira, José Fonte, Laurent Robert, Diego Souza, Rui Costa, Miguelito, Katsouranis, Paulo Jorge, Manu, Derlei, David Luíz, Kikin Fonseca, Butt, Sretenovic, Marc Zoro, Andrés Diaz, Freddy Adu, Óscar Cardozo, Fábio Coentrão, Bergessio, Di Maria, Cristian Rodriguez, Edcarlos, Maxi Pereira, Binya, Halliche, Sepsi e Makukula.
Dividindo os 50 por 3,5, chegamos a uma bonita média superior a 14 jogadores contratados por ano. E se juntarmos emprestados, ex-juniores e afins, temos um total de 70 jogadores entrados no plantel encarnado no mesmo período, o que dá, mais coisa menos coisa, um plantel novo de ano a ano.

OBSERVAÇÃO

Com a contratação de Makukula o Benfica voltou a fechar o mercado de transferências como o clube português mais gastador. Só para esta temporada, entre verão e inverno, o clube da Luz gastou mais de 36 milhões de euros (!!) em contratações. À grande, portanto.
Eis a lista:
Óscar Cardozo 9,1 milhões de euros (80% do passe), Di Maria 6 milhões (80 % do passe), Makukula 4 milhões (incluindo o valor pago ao Marítimo), Maxi Pereira 3 milhões, Sepsi 2,5 milhões, Freddy Adu 2 milhões, Edcarlos 1,8 milhões, Marc Zoro 1,8 milhões (prémio de assinatura diluído pelo salário), Butt 1,8 milhões (prémio de assinatura diluído pelo salário), Bergessio 1,5 milhões, Fábio Coentrão 1 milhão, Binya 500 mil euros, Luís Filipe 500 mil euros, Fellipe Bastos 500 mil euros e Halliche 300 mil euros.
Por outro lado, com as vendas de Simão e Anderson o clube da Luz encaixou 24 milhões de euros. Saíram também, entre outros, Miccoli e Karagounis, mas sem qualquer contrapartida para o clube. Ou seja, do plantel da época passada para o desta, o Benfica investiu em termos líquidos um montante de 12,3 milhões de euros.
Seria natural que a equipa estivesse mais forte, mas... à 18ª jornada, tem menos 5 pontos do que tinha na temporada passada.
Por exemplo o F.C.Porto, que melhorou a sua performance desportiva e está à beira de mais um título, gastou para esta época menos de 13 milhões de euros nas aquisições de Stepanov, Bolatti, Leandro Lima, Kazmierczak, Mariano, Farias e Edgar, e, vendendo Anderson, Pepe, Hugo Almeida e Ricardo Costa, embolsou 63,5 milhões de euros (!!!), ou seja, uma mais valia de mais de 50 milhões de euros, que lhe permitiu amortizar o passivo para niveis já pouco comparáveis com os dos rivais lisboetas.

REVEJA O GRANDE GOLO DE JOSÉ PEDRO

VEDETA DA JORNADA

ERNESTO FARIAS: Depois de ter sido contratado por mais de 4 milhões de euros, foi durante toda a primeira volta um dos enigmas do campeonato e do plantel portista. Pouca ou nenhuma utilização parecia anunciar estarmos perante um flop, apesar de todo o prestígio (e golos) que trazia do seu país, e que aqui referi assim que foi adquirido ao River Plate.
Nos últimos jogos eis que finalmente o verdadeiro Farias mostrou as suas capacidades no nosso país. Golos, assistências, excelentes pormenores, deixam a certeza de estarmos perante um jogador a ter em conta no que falta de campeonato, e de Liga dos Campeões.
Frente ao União de Leiria marcou dois e meio, e ainda viu um outro anulado. Uma grande exibição, a justificar ser pela primeira vez distinguido.

CLASSIFICAÇÃO "REAL"

No Restelo e na Luz pouco ou nada há que assinalar. No Dragão, o primeiro golo do F.C.Porto foi obtido com Farias em fora-de-jogo e com clara interferência no lance. Todavia, o resultado de 4-0 não deixa margem a correcções.
F.C.PORTO 42
Benfica 38
Sporting 30

DESENHOS ANIMADOS

Uma caricatura de equipa, uma lástima, um desastre. É o que me ocorre pensar e dizer na sequência de mais um mau resultado e uma péssima exibição daquele que foi anunciado como “o melhor Benfica dos últimos dez anos”. Pela sétima vez neste campeonato o clube da Luz termina um jogo sem marcar qualquer golo - em nove jogos disputados em casa, ficou em branco em cinco, ou seja em mais de metade !! -, liquidando, se dúvidas havia, quaisquer hipótese que ainda poderia ter de se aproximar do F.C.Porto e assim animar o campeonato.
Faz pena ver um conjunto de onze futebolistas - uns razoáveis outros mais para o fraco - correrem e lutarem sem qualquer critério, sem qualquer organização, sem qualquer sentido colectivo, lutando contra as suas próprias limitações e acabando em completo desespero à procura de um milagre que não aparece.
Ao Benfica faltou tudo. No início faltou velocidade (e vontade ?), no final faltou clarividência, e a falta de classe foi uma constante ao longo dos tristes noventa minutos. O que se passa com jogadores como Luisão, Petit ou Nuno Gomes ?
Tenho defendido Camacho, hoje não o posso fazer. Não consigo perceber as suas estapafúrdias substituições, e creio que, mesmo com estes jogadores, o Benfica estaria obrigado a apresentar nesta fase da época bastante mais coesão, bastante mais fio de jogo. Os encarnados não foram mais que uma amálgama de onze jogadores em campo, e não fizeram emergir um único lance com princípio, meio e fim. O desaproveitamento das bolas paradas foi uma vez mais gritante.
Do naufrágio da Luz quase ninguém se salvou. Talvez apenas Quim, mais pelo pouco trabalho que teve do que por qualquer intervenção decisiva.
O título é uma miragem. O segundo lugar, continuando a jogar assim, irá voar em breve. Quo Vadis Benfica ?
Vale aos encarnados a também desastrada campanha do Sporting, que no Restelo deixou mais três pontos, vendo-se assim agora no quarto lugar e dependente de terceiros para alcançar a presença directa na Liga dos Campeões.

FRUTA DO TEMPO

Uma cruel e devastadora gripe ditou a ausência de VEDETA DA BOLA do seu convívio nos últimos dias. Assim que possível, este espaço voltará à normalidade editorial.