LUZ APAGADA

Enquanto o F.C.Porto prossegue a sua solitária caminhada rumo ao tri-campeonato, Benfica e Sporting continuam apostados em discutir qual deles mais desilude os adeptos, parecendo que, ao contrário de lutarem pelo segundo lugar, ambos desejam é ficar atrás um do outro, numa estranha e triste dança entre parceiros desajeitados.
Nesta óptica o Sporting tem ganho a “dianteira”, pois enquanto o Benfica empata em casa (5º empate caseiro), os leões perdem fora (5ª derrota). Ponto a ponto a equipa de Camacho vai cimentando o segundo lugar (caso vença em Alvalade quase que o garante), o que, diga-se, de justo tem muito pouco face ao futebol desenvolvido pelos encarnados ao longo desta época. Na verdade nem uma nem outra das equipas de segunda circular, juntas na mediocridade, mereceria integrar a elite da Champions League.
Curiosamente o jogo de ontem na Luz até teve bons momentos, designadamente na segunda parte, e pode dizer-se que o empate acaba (desta vez) por saber a injustiça. Não houve muitas oportunidades, mas houve lances bem desenhados e muito pouca sorte, fazendo até lembrar, nalguns momentos, a infelicidade que, frequentemente, na época passada comprometeu a carreira de Fernando Santos no clube. Antes, na primeira parte, o mesmo futebol directo (?!?) e maçador a que o onze de Camacho já nos habituou, sobretudo nos jogos em casa. Casa que aliás parece transformada num verdadeiro Inferno, mas para o próprio Benfica.
A aposta de Camacho voltou a ser num esquema com apenas um homem na frente, se bem que desta vez, com Makukula e Nuno Gomes lesionados (e Mantorras limitado), as alternativas não abundassem. Rui Costa voltou a ser o homem em maior evidência, enquanto que Petit (irreconhecível desde há semanas a esta parte) e Di Maria foram os menos felizes. O Sp.Braga mostrou muito pouco, para além de um ou outro salpico de classe de Matheus, uma defesa acertada e afortunada, e um guarda-redes seguro.
O árbitro, sem interferir directamente no resultado – nos dois lances reclamados nas duas áreas não parece haver motivo para penálti -, teve uma prestação negativa, marcando faltas ao contrário, transformando cantos em pontapés de baliza e vice-versa, e denotando bastante incoerência na gestão disciplinar, com maior prejuízo para o Benfica. Com Jorge Sousa já lá vão sete pontos (!!) perdidos pelo Benfica em três jogos deste campeonato, o que para um “benfiquista” – conforme constou por aí, pelos vistos com consequências - até nem está nada mal...

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