FESTAS FELIZES

VEDETA DA BOLA deseja a todos os leitores um Feliz Natal, e um excelente 2024.
Regressamos em Janeiro. Este não é tempo para futebol, e a Liga também devia parar. Infelizmente, com tantos bons exemplos de Inglaterra, decidiram seguir apenas o de jogar em alturas impróprias - em que as pessoas estão deslocadas ou dedicadas a outros aspectos da vida familiar e pessoal. 

 

EM FRENTE

Num jogo, diria, engraçado, o Benfica cumpriu o objectivo, venceu tranquilamente e assegurou a final four. Destaque para os golos bonitos, em particular o de Tiago Gouveia, e para mais uma excelente exibição de João Neves.

ONZE PARA O AVS


O Benfica até pode perder por um golo de diferença que garante, ainda assim, o apuramento. O AVS tem de vencer por dois. O Arouca, outra equipa do grupo, está matematicamente eliminado (tal como o FC Porto...).
Aposto numas meias-finais Benfica-Estoril e Sporting-Braga. E nm dérbi na final com vitória benfiquista. Já é tempo de voltar a conquistar este troféu. O último vai para oito anos...

O BENFICA NA TAÇA DA LIGA

7 títulos / 8 finais
48 vit, 6 emp, 12 der
melhor marcador: Jonas

NADA MAU

Bom sorteio, a deixar ao Benfica todas as hipóteses de seguir em frente na Liga Europa. Deslocação ligeira, adversário sem experiência internacional e em crise no campeonato. Obrigação de passar e sonho de pé.
 

A FERROS...E A TRUBIN

O Benfica confirmou no Minho os sinais de clara retoma - que havia dado em Salzburgo e, de certa forma, também frente ao Farense, embora com resultados distintos. A equipa entrou extremamente concentrada, e soube aproveitar a ousadia do SC Braga para criar perigo, marcar logo a abrir, voltar a marcar (desta vez em fora-de-jogo) e acertar por duas vezes nos ferros. Ao intervalo o resultado era justíssimo, e talvez até pecasse por escassez.
A segunda parte começou com uma ocasião flagrante falhada incrivelmente por João Mário diante de Matheus, após lance genial de Rafa. A tónica do jogo parecia ir manter-se. Pura ilusão.
Daí em diante o Braga pegou na partida, e em largos momentos asfixiou o Benfica dentro da sua área. A equipa de Schmidt deixou de conseguir sair em contra-ataque, e a bola manteve-se nas imediações da baliza de Trubin. Mérito do Braga em tentar tudo para marcar, encostando o Benfica às cordas. Mérito do Benfica em saber defender, sem nunca perder o foco, sem perder os posicionamentos, sem pestanejar nem franzir o sobrolho.
O tempo foi passando, e já nos descontos, quando o vigor bracarense parecia murchar, foi o guarda-redes ucraniano a salvar os encarnados  com uma intervenção divinal, daquelas que vale (como valeu) pontos.
Digamos que no balanço final, o Benfica criou as melhores oportunidades e mereceu vencer. Para se ser campeão também é preciso saber sofrer, e a equipa soube fazê-lo diante de um adversário fortíssimo.
O Braga pagou pelo erro cometido logo no início. Jogou muito futebol, proporcionou uma partida electrizante, e enfrentou o Benfica olhos nos olhos como nenhuma outra equipa o fez em Portugal nesta temporada. Nem FC Porto ou Sporting foram tão audazes e afirmativos diante da equipa de Schmidt. Artur Jorge está de parabéns por isso.
Para o Benfica fica uma vitória importantíssima, a segunda da semana, a segunda fora de casa e em terrenos de equipas de Champions. Em ambas com momentos de perfume ofensivo e também de rigor defensivo, sendo capaz de tocar violino e bombo conforme cada momento da partida o foi pedindo. Aconteça o que acontecer no Sporting-FC Porto, podemos passar o Natal descansados.
O melhor em campo? Claramente Trubin, a mostrar que é de facto aquilo que se dizia dele. Outros reforços mostrassem o mesmo rendimento...

ONZE PARA BRAGA


 

SEMÁFORO EUROPEU




 

VALSA EM SALZBURGO

Ouviu-se música em Salzburgo. Não exactamente valsa, mas sim tango, interpretado por um inspiradíssimo Di Maria – enfim a aparecer ao seu melhor nível, mostrando que, além de poder resolver num instante de magia, pode também carregar uma equipa ao colo durante noventa minutos. Marcou, assistiu (vários golos cantados, só um aproveitado), driblou, desequilibrou, encantou. De longe, a sua melhor exibição nesta temporada, e a fazer recordar tempos antigos do craque argentino. Fundamental neste apuramento do Benfica para a Liga Europa.
No fim, a festa foi consumada com um precioso toque de samba, que garantiu o resultado necessário, e permitiu a redenção do improvável Arthur Cabral - que precisava de um momento como este para sair da mediocridade que apresentara até agora. A extensão e a sustentabilidade dessa saída ver-se-ão nas próximas semanas. Mas por agora pode, pelo menos, colocar-se um ponto final no triste episódio da garagem. O brasileiro falhou a chicuelina de Moreira de Cónegos, falhou a bicicleta com o Farense, mas num momento ainda mais importante, também foi capaz de acertar, e de calcanhar, em Salzburgo.
Para além disto, (que já não era pouco) viu-se na Áustria o melhor Benfica da época. Dir-se-ia que só agora, na última jornada, os encarnados jogaram verdadeiramente à Champions. Uma equipa intensa e ambiciosa desde o primeiro minuto, certeira nas triangulações – sobretudo pela meia-direita -, e capaz de chegar com muito perigo à área adversária. As oportunidades de golo foram-se sucedendo. Contei quinze, entre as quais alguns desperdícios quase caricaturais de Rafa, felizmente sem consequências no resultado final. Tivesse sido este o registo exibicional em todos os restantes jogos do grupo, e o apuramento seria para outra prova. Isso já não era possível, e o que estava em cima da mesa foi arrebatado com um valente ponto de exclamação.
O RB Salzburg não é um tubarão, mas é a melhor equipa do seu país, denota enorme frescura atlética, tem jogadores talentosos e pratica um futebol rápido e incisivo. Ganhou em Lisboa, e ainda há pouco tempo empatou em San Sebastian, onde o Benfica havia sido toureado.  
Ganhar 1-3 e criar tantas oportunidades naquele estádio não é fácil (nunca o é numa partida de Champions), pese embora comentadores televisivos desesperadamente agarrados à “crise” do Benfica tentassem, no pós-jogo, e por entre uma azia indisfarçável, desvalorizar este triunfo: exibição “lamentável” do Salzburg, afirmou Maniche (quem achou que um indivíduo sem imagem, sem dicção e com o cérebro tamanho de uma azeitona podia ser comentador televisivo?), que acrescentou que os jogadores do Benfica não podiam estar felizes com o fracasso desta Champions (como se isso estivesse em causa neste jogo); adversário “muito ingénuo” disse Nuno Presume, ao mesmo tempo de tentava demonstrar num vídeo que todos os golos do Benfica tinham sido originados por falhas (como se houvesse golos sem falhas); alguém acrescentou (não me recordo se a mesma criatura) que os encarnados estavam obrigados a golear este RB Salzburg, e que um golo nos últimos segundos significava, mais ou menos, uma derrota, pois a equipa estivera à beira da eliminação (raciocínio que considero absolutamente delirante). Nada a que não estejamos habituados, e que não dê até um certo gozo de assistir.
Eu falo por mim, e digo que este foi, à excepção da qualificação de 2005-06 frente ao Manchester United na Luz, o mais saboroso fim de fase de grupos de que me recordo. Porque era muito importante o Benfica manter-se nas provas internacionais, porque esta edição da Liga Europa me parece particularmente apetecível, e pela forma como aconteceu.
Individualmente, para além de um super-Di Maria, e de um finalmente certeiro Arthur Cabral, tivemos o João Neves habitual (leia-se genial), um Aursnes cada vez mais adaptado ao lugar, e um Rafa que, embora muito perdulário, soube criar ele próprio algumas das situações que desperdiçou, marcando num momento extremamente importante. Creio que a entrada de Musa também se fez sentir, pois Tengstedt esteve bastante infeliz na primeira parte.
Em sentido negativo, além de Tengstedt, destacaria, sobretudo, Kokçu, que tarda em afirmar a sua inegável qualidade. Não faz a diferença que se esperava com bola, e é irritantemente macio sem ela - se se fala de erros nos golos, também o do RB Salzburg teria de encontrar no médio turco bastantes responsabilidades. Continuo a achar que Florentino e João Neves são a dupla de médios que mais garantias dão a esta equipa.
Enfim, foi a primeira noite europeia à Benfica desta temporada. Esperam-se mais, mas agora há que transportar toda esta energia positiva para Braga. O adversário é diferente (sobretudo no plano táctico), mas um Benfica com esta alegria, com esta vivacidade, e com a inspiração das suas principais figuras, dificilmente perderá na cidade dos arcebispos.

UNIÃO! VEREINIGUNG!

Para que não restem dúvidas, digo-o já antes do jogo de Salzburgo: estou com Roger Schmidt, como sempre estive, mesmo quando o critico ou critiquei, por vezes até com dureza. Jamais defendi que o Benfica devesse, ou precisasse de mudar de treinador. Há opções que não entendo, nem tenho que entender. Há decisões com as quais não concordo, mas a responsabilidade é dele. O estilo é-me indiferente, desde que seja campeão. E não vejo nenhuma solução melhor para o comando técnico deste Benfica, a meio desta temporada, neste momento, face a esse propósito.
Não passo cartas brancas a ninguém, e no fim da época terá de se fazer o balanço, conforme os resultados. No fim da época! Agora? Nem pensar! Agora é Schmidt o treinador do Benfica, logo o MEU treinador!
Com Schmidt, com os jogadores e com o presidente. Independentemente do que se passar na Áustria, há que unir toda a família benfiquista na luta por aquele que é o objectivo maior: a revalidação do título nacional.

 

GANHAR POR DOIS

Confesso que senti particular dificuldade em escolher os laterais. Não sei se Bernat pode jogar, nem em que condições. Se puder, deslocaria naturalmente Aursnes para a direita.
Quanto ao ponta-de-lança, nenhuma das hipóteses é boa. Opto por dar ao Arthur Cabral uma última oportunidade para, em campo, e espicaçado pelas circunstâncias, se desculpar perante os benfiquistas. Marque ele dois golos, e está perdoado. Enfim, sonhar é grátis.

INTERVENÇÃO CERTEIRA

É nos momentos maus que os verdadeiros líderes têm de dar a cara.
Foi isso que Rui Costa fez, evitando o dramatismo de uma conferência de imprensa, e aproveitando um jogo da equipa B para enfrentar os jornalistas 
O presidente foi assertivo e pacificador, sereno e determinado, repondendo a tudo o que se impunha.
Claro quanto ao seu apoio ao treinador, e porventura ainda mais importante, ao apoio dos jogadores a Schmidt.
Também na condenação - quase unânime na família benfiquista - aos 10 ou 15 "adeptos" que atiraram objectos contra o banco da própria equipa. Os assobios são outra questão, essa é comum, e naquele caso inteiramente compreensível.
No reparo a Arthur Cabral pela sua atitude inaceitável (enfim, pediu desculpa, e pareceu genuíno ao fazê-lo). E no reconhecimento de que alguns reforços não renderam aquilo que se esperava.
Questionado sobre se o Benfica ia ao mercado, foi claro: "sim, vamos ao mercado".
Muito bem Rui Costa nesta intervenção, que, com a ajuda do Vitória de Guimarães, serenou os adeptos e ajudou-os - pelo menos a mim - a dormir um pouco mais descansados. 

SENSATEZ

O Benfica já ganhou jogos com exibições bem piores do que a desta noite. Lutou, correu, rematou, e além da estrondosa actuação do guarda-redes do Farense, padeceu daquele que é o seu principal problema em jogos desta natureza: a falta de um avançado eficaz.
Escrevi sobre isto há dois posts atrás. E durante o jogo voltei a ter saudades, que mais não fosse, de um Seferoviczinho. 
Na verdade, o Benfica manteve no plantel o seu ponta-de-lança suplente (Musa), e o seu terceiro ponta-de-lança (Tengstedt), um destinado a ser lançado nos últimos minutos de algumas partidas, outro para jogar nas taças e suprir eventuais lesões - e com maior ou menor rigor de análise, não nos podemos queixar muito deles.
O grande problema é que a equipa ficou sem ponta-de-lança titular. Gastou 20 milhões numa anedota, que depois de mostrar total incapacidade e incompetência dentro campo, agora também mostra falta de carácter fora dele.
As contratações de Jurasek e Arthur Cabral foram autênticos crimes desportivos, e depois de ter aqui lançado a pergunta sobre quem eram os responsáveis, na conferência de imprensa pré-jogo, em resposta a um jornalista com idêntica questão, Schmidt deixou a ideia (pelo menos foi o que subentendi) de ter sido ele próprio - enfim, deixando no ar que restrições orçamentais não tinham permitido outras opções.
Foi também ele que, de modo totalmente incompreensível, substituiu João Neves, deixando em campo jogadores com muito menos rendimento. Não foi a primeira substituição de Schmidt a roçar o absurdo. Esta irritou particularmente os adeptos no estádio. 
Porém, nada justifica o que aconteceu depois. Uma coisa é assobiar e mostrar descontentamento nos timings apropriados, e sempre sem acrescentar pressão a quem está a jogar, outra é atirar objectos para o próprio banco do Benfica (algo que não me recordo de alguma vez ter acontecido antes) e obrigar a uma intervenção policial. Não foi a claque. Foi a bancada central, onde pessoas de cabeça perdida deram uma triste imagem de benfiquismo.
Fui dos primeiros a contestar Roger Schmidt, quando muita gente me acusava de excentricidade. Agora, em nome do equilíbrio e da frieza de análise, tenho de o defender. Foi campeão, ganhou a supertaça, venceu três vezes o FC Porto e também o último dérbi. Não é o sumo pontífice dos treinadores, mas não é dele toda a culpa dos últimos resultados.
O plantel do Benfica tem insuficiências graves, quer nas laterais, quer na frente de ataque. Com Gilberto, Ristic e Seferovic (lembrei-me destes três nomes, como poderia ter-me lembrado de outros quaisquer apenas razoáveis) a equipa estaria bem melhor.
Infelizmente Bah está lesionado, e temos Jurasek e Arthur Cabral, ambos a concorrer para o titulo de maior flop da história do clube. Se foi mesmo Schmidt que os indicou, tem graves responsabilidades. Mas escolher outro treinador e manter este plantel, com estas insuficiências e estes desequilíbrios, não servirá para nada.
Nem Guardiola faria de Arthur Cabral um avançado à altura das exigências do Benfica. Portanto, o primeiro problema a resolver é a contratação de um ponta-de-lança que traduza em golos e vitórias o volume de futebol ofensivo que o Benfica, ainda hoje, foi capaz de criar.
Aí sim, se poderá perceber se Roger Schmidt, com as suas virtudes e defeitos, é mesmo o treinador certo para devolver a equipa ao sucesso que, com ele, já atingiu.
Tudo isto com serenidade e sensatez. Sabemos que o futebol mexe com emoções, mas quem quer ajudar o Benfica a dar a volta a esta situação, não pode, nem deve, alimentar o folclore mediático com atitudes como as que alguns tiveram hoje. 

ONZE PARA GANHAR


 

MAIS VALIA O SEFEROVIC...

À 12ª jornada do campeonato, os pontas-de-lança do Benfica somam:
PETAR MUSA 3 golos
CASPER TENGSTEDT 2 golos
ARTHUR CABRAL 0 golos
Já agora, diga-se que apenas Musa é internacional, embora sem qualquer golo pela sua selecção. Ou seja, nenhuma destas almas alguma vez marcou um golo em jogos de selecções, o que também é revelador.
O Benfica teve, em diferentes momentos, Nuno Gomes, Saviola, Cardozo, Lima, Rodrigo, Jonas, Mitroglou, Raul Jimenez, Darwin e Gonçalo Ramos. E até Seferovic e Carlos Vinicius ganharam a "Bola de Prata". A diferença é gritante.
Na liga portuguesa, um bom ponta-de-lança é fundamental. Em qualquer liga, e mais ainda nesta, onde semanalmente se encontram defesas fechadíssimas, e o volume de jogo ofensivo das equipas grandes é bastante acentuado. Um grande avançado faz, por si só, a diferença. Veja-se o caso do Sporting.
Também por isto me custa que o Benfica continue a insistir numa política de investimentos voltada para criativos imberbes, caros e frágeis (Prestianni, Rollheiser, Scjelderup), quando na verdade precisa, como de pão para a boca, de um "panzer" finalizador.
Estou com o Benfica, com a direcção do Benfica, e com os jogadores do Benfica. Apoio todos os que representam, seja a que título for, o meu clube. Mas apoiar também é dizer as verdades nos momentos certos. Aproxima-se a abertura de mercado, e muito gostava de poder saudar o mercado de Inverno como saudei o mercado de Verão do ano passado, quando se contrataram Enzo Fernandez, Aursnes, Bah e Neres, gastando menos dinheiro. 

QUEM TROUXE JURASEK E ARTHUR?

Percebo que a SAD não possa comunicar a questão nestes termos, até para proteger os profissionais (que não têm culpa nenhuma). Mas há formas de fazer saber, através da comunicação social, quem na verdade achou que Jurasek valia 15M e podia substituir Grimaldo, e quem achou que Arthur Cabral valia 20+5M e podia substituir Gonçalo Ramos. Era importante saber se esses nomes foram impostos a Schmidt ou foram escolhas directas dele. E isso faz toda a diferença na avaliação pública do técnico encarnado.
Schmidt tem problemas de leitura de jogo, de teimosia, etc. Mas o maior problema do Benfica é um plantel que não tem um lateral-esquerdo nem um ponta-de-lança (além da lesão de Bah, para o qual também não tem um substituto). E gastou 35M para os ter.
Há opções que correm bem, e outras que correm mal. Jurasek e Arhur Cabral não entram nesse lote. De Arthur Cabral, logo que o vi pela primeira vez, disse a quem estava comigo o mesmo que dissera um dia de Dyego Souza: "não vai marcar um golo no Benfica!". Em termos de campeonato, estamos em Dezembro, e ainda não me enganei. Quanto a Jurasek, acho que a análise foi unânime, pois toda a gente percebeu de imediato tratar-se de um claro erro de casting. 
Em qualquer dos casos estamos perante segundas, terceiras ou quartas escolhas (falharam, pelo menos, Kerkez, Gimenez e Beltrán). Não se percebe é o montante investido. Nem como o Sporting traz um Gyokeres praticamente pelo mesmo valor que o avançado brasileiro contratado à Fiorentina - onde aliás era suplente.
Já tinham chegado Schjelderup e Tengstedt por valores exorbitantes a meio da época passada. E agora fala-se de mais dois extremos argentinos imberbes, frágeis, inúteis e caros (um deles até com fama de mau profissional) - tudo aquilo de que o Benfica não necessita.
Porque não apostar no mercado nacional, muito mais seguro? Porque insistir sempre no mesmo perfil de jogador (criativo mas frágil, impreparado e tacticamente inútil) e não suprir as reais lacunas do plantel?
Confesso que gostava mesmo de saber quem é o responsável por estas escolhas. Só assim se saberá se, em rigor, Roger Schmidt é culpado ou vítima. Haja coragem para o assumir. Toda a gente erra, mas quem tem coragem não se esconde atrás dos erros.
Já agora, recordo o plantel que sugeri em Agosto, muito mais barato, e certamente mais equilibrado, com laterais pelo menos razoáveis, e o grosso do investimento concentrado num ponta-de-lança a sério - absolutamente determinante numa liga como a portuguesa (como se está a ver, e como sempre se viu):
Quatro meses depois, direi que até Di Maria era dispensável. Tiago Gouveia corre mais e ganha (muito) menos.

JAMAIS BRANQUEAR FÁBIO MELO

Espero que a má exibição do Benfica não sirva para branquear mais uma golpada de Fábio Melo.
Este indivíduo, enquanto VAR, ignorou há dois anos, no mesmo estádio, um penálti evidente sobre Weigl, e na época passada, em Braga, um outro sobre Gonçalo Guedes. Agora ignora um lance claro de expulsão aos 50 minutos de jogo. Não me lembro de uma actuação sua que não lesasse gravemente o Benfica.
Mas isto já se sabia antes da partida, e a comunicação encarnada deveria ter prevenido, antes de ter de remediar.
Sempre que Fábio Melo for designada para qualquer jogo do Benfica ou do FC Porto, este passado/presente de obscuridade e aldrabice tem de ser denunciado e relembrado.
Os anos noventa já lá vão. Não se admitem mais vigaristas de nível hóquei em patins.

OS NÚMEROS DA ESPERANÇA

Como se vê no quadro acima, à 12ª jornada dos anos dos últimos oito títulos do Benfica, apenas em duas ocasiões (14-15 e época passada) a equipa tinha mais pontos.
 

ZERO LEITURA DE JOGO

O Moreirense está em 6º lugar e só sofreu um golo nos últimos sete jogos. Joga num relvado pequeno, bem adequado ao seu estilo, tem uma equipa organizada e muito forte no plano atlético.
No VAR, o velho conhecido Fábio Melo, "Dragão de Valongo", poupou uma expulsão óbvia ao central Marcelo (outro velho conhecido), que deixaria a equipa minhota reduzida a dez unidades com muitos minutos para jogar.
Estes são factos atenuantes, que não podem ser ignorados. Agora vamos ao Benfica.
É verdade que o plantel foi mal construído (confesso que não sei de quem é a culpa, ou seja, quem decidiu gastar 35M em Jurasek e Arthur Cabral, e já era altura dos sócios o saberem, até para ilibar inocentes), não tem um lateral-direito B, não tem lateral-esquerdo A (onde estão Gilberto e Ristic?), nem um ponta-de-lança minimamente eficaz. No plano táctico, Di Maria causa mais problemas do que aqueles que resolve. Bah e Neres fazem falta, e Guedes tem estado constantemente lesionado.
Quem visita este espaço, sabe que bati bastante em Roger Schmidt no início da temporada, logo que me apercebi que a matriz da época passada estava a ser posta em causa. Nos últimos tempos fui dando o benefício da dúvida, entre vitórias sobre o FC Porto e o Sporting, e uma roubalheira monumental na Champions frente ao Inter. A verdade é que o Benfica é campeão, ganhou a Supertaça e (ainda) está em primeiro lugar, mantendo em aberto todas as aspirações nas provas domésticas, e algumas esperanças de ainda prosseguir para a Liga Europa. 
Mas neste jogo não há como inocentar Schmidt. É inexplicável tirar João Neves ao intervalo para meter Chiquinho (aceito a troca de Tino por Kokçu), não lançar Musa quando a situação estava mesmo à sua medida, e meter João Victor (?!?) aos 88 minutos, justamente para a posição em que estava Aursnes, o melhor do Benfica (que mal fez Tiago Gouveia para ter zero minutos no campeonato?). Não foram tiros no pé, foram tiros na cabeça de uma equipa que, dentro do campo, também não já sabe bem o que fazer. Aguardei pela conferência de imprensa, mas Schmidt não apareceu, talvez para evitar fazer a figura do automobilista que entra na estrada em contramão e se queixa que todos os outros seguem no sentido contrário. São decisões difíceis de aceitar para quem está de fora, e que até poderiam ser sancionadas caso corressem bem. O problema é que não correm, sendo muito raro o dedo deste treinador alterar favoravelmente o rumo de um jogo.
Schmidt pode até ser um bom líder de grupo (desconfio, e lembro o caso Ody), pode até ser um mago da preparação física (enfim, tem dias), mas não parece estudar muito os adversários e tem a leitura de jogo de uma avestruz. Isso na Liga Portuguesa (repleta de treinadores espertalhões, jogadores duros, campos miseráveis e árbitros manhosos) pode ser fatal.
Seja como for, o Benfica está agarrado a Roger Schmidt. Não faz sentido defender, neste momento, a saída do treinador germânico - a não ser que ele o queira (já vi de tudo...). Além dos milhões de indemnização, acho que um técnico campeão tem, à partida, o direito (e o dever) de terminar a época seguinte. Vamos ver o que isto dá, sendo que os sinais são cada vez mais preocupantes.
Há que seguir de gatas até ao fim deste mês, e corrigir tudo o que se possa no mercado de Inverno (laterais e ponta-de-lança). Depois, confiar que os outros também falhem.