VENHA DAÍ UMA NOITE DE GLÓRIA !

É difícil, mas não impossível. Vamos pois alimentar o sonho e acreditar numa grande conquista.
1-0 seria fantástico, mas penso que um 0-0 também não seria mau de todo. Uma coisa está garantida: um grande espectáculo, dentro e fora do relvado, uma vez mais com lotação esgotada.
Com arbitragem sueca, as equipas deverão alinhar do seguinte modo:
BENFICA - Júlio César, Maxi Pereira, Luisão, David Luíz, Fábio Coentrão, Javi Garcia, Ramires, Aimar, Di Maria, Saviola e Cardozo
LIVERPOOL - Reina, Johnson, Agger, Carragher, Insúa, Mascherano, Lucas, Benayoun, Gerrard, Kuyt e Torres

NOITE DE ENTREVISTAS

LUÍS FILIPE VIEIRA – Com a tranquilidade que as circunstâncias oferecem, o presidente do Benfica teve uma excelente prestação. Esteve particularmente bem ao lembrar que não perdeu nem ganhou nada com o Apito Dourado, bem como ao explicar que os riscos financeiros recentemente assumidos não podem ser desligados do termo dos contratos televisivos em 2013. Sendo Luisão o capitão de equipa, também não lhe ficou mal distinguí-lo publicamente.
Podia ter protegido melhor a figura de Rui Costa (que tem tido grande mérito, por exemplo, na união e blindagem do balneário), mas globalmente esteve muito bem.

PINTO DA COSTA – Está em tão má forma como a sua equipa, fazendo, a espaços, lembrar a senilidade de Pôncio Monteiro. Não disfarçou a profunda azia que sente com a carreira do Benfica, e passou o tempo todo a dar alfinetadas ao rival, sempre com os olhos carregados de ódio – e que bom é vê-lo assim…
Foi demagógico com Hulk e com o Apito Dourado (fugindo às questões com um contorcionismo que a entrevistadora não deveria ter permitido), mentiu ao dizer que lhe era indiferente ser o Benfica ou o Sporting a vencer o campeonato, engasgou-se quando falou de Jesus, de Jesualdo e da Câmara de Lisboa, e ao usar as antigas dificuldades de expressão de Luís Filipe Vieira confirmou que já lhe restam poucos argumentos sólidos.
Falou para os fanáticos do seu clube, e decerto mais ninguém, além deles, ficou convencido com a sua retórica de mesa de café.

RICARDO COSTA – Descontando alguma vaidade pessoal (expressa, por exemplo, quando diz que os membros do Conselho de Justiça vão passando e ele ainda lá está), deu uma excelente imagem da sua competência e imparcialidade. Explicou muito bem todas as decisões, justificou-as, e convenceu-me inteiramente da sua boa fé.
A decisão tomada no caso de Hulk é fácil de defender até por um leigo. Só quem queira criar cortinas de fumo em redor do tema não compreende o que levou à punição de três meses, que é a que, queira-se ou não, figura nos regulamentos. Esteve muito bem ao expor o que é entendido por “recinto desportivo”, e que faz perceber toda a lógica do seu raciocínio interpretativo.
Só o timing do castigo a Vandinho ficou mal explicado. Mas a verdade é que, se a intenção fosse prejudicar o Sp.Braga, bastaria ter decidido uma ou duas semanas mais tarde que ninguém levantava o problema.

De realçar que todas as entrevistas foram efectuadas por portistas, o que, sem desmerecer o seu profissionalismo (são três dos melhores na área), não deixa de ser curioso.

OS MORTOS-VIVOS E OS VIVOS-MORTOS

Que me perdoem os mortos e os vivos, mas não resisto a publicar esta fabulosa fotografia de vez em quando.
Mais do que o túnel, este sim, é o grande momento da temporada. E hoje, que o presidente do FC Porto dá uma entrevista televisiva que quase ninguém vai ver, parece-me apropriado lembrar mais uma vez esta sua magnífica- chamar-lhe-ia - sessão espírita.
Bendito seja quem nos proporciona momentos inesquecíveis como este.

AINDA O TÚNEL

1 - Imaginemos que a decisão da Comissão Disciplinar da Liga tinha sido absolutamente igual à tomada pelo Conselho de Justiça em sede de recurso, ou seja, que Hulk tinha sido punido na primeira instância com 3 jogos e não 4 meses. A polémica seria diminuta, mas será que Hulk tinha jogado todos estes jogos? A resposta é não.
Como aqui se recorda, a maior fatia dos jogos em que o brasileiro esteve ausente deveu-se, não ao castigo em si, mas antes à suspensão preventiva pré-conclusão do processo, e essa aconteceu, como se sabe, em virtude de uma proposta antiga do FC Porto.

Qualquer que tivesse sido a decisão do Dr. Ricardo Costa, Hulk teria estado de fora até ao dia 19 de Fevereiro, pelo que não estão em causa os 20, 15 ou 10 jogos que se diz que ele falhou, mas sim, e em termos de campeonato, apenas 4 partidas (Braga e Olhanense em casa; Sporting e Académica fora). Eram somente estes os jogos que Hulk tinha feito a mais caso a CD Liga tivesse aplicado a mesmíssima punição agora decidida pelo CJ da FPF.
Com o Sp.Braga o FC Porto fez possivelmente a melhor exibição da época, em Coimbra também venceu. Com Hulk teriam ganho ao Olhanense? Talvez. Com Hulk teriam ganho em Alvalade? Duvido. Com Hulk, o FC Porto estaria mais próximo do Benfica? Talvez estivesse a 9 pontos. Estaria a lutar pelo título? Claramente que não!
Não passa pois de um embuste pretender colar o provável desfecho do campeonato a este caso.
Pode servir como cortina de fumo para tapar incompetências próprias, mas não vai seguramente perturbar estados de alma alheios.

2- Continuo sem entender o argumento do Conselho de Justiça, expresso no acórdão, segundo o qual a opção pelo enquadramento dos Stewards na alínea correspondente aos espectadores, e não como agentes desportivos - e entre as duas, parece-me óbvio que esta segunda faria muito mais sentido, pelo que concordo com a decisão de Ricardo Costa – se deveu fundamentalmente à dureza das respectivas penalizações. Não consigo conceber que o direito, neste e noutros casos, funcione deste modo (poupar sistematicamente os culpados como se fossem vítimas), e além do mais, esse alegado excesso já estava consumado.
Este último aspecto prova, aliás, que a alteração do castigo não foi, ela própria, inocente. Mas desta gente eu espero tudo. Como sempre disse, não acredito na justiça. Em nenhuma delas. Nem na do Dr.Ricardo Costa, que há algum tempo atrás enviou, e bem, o Boavista para a segunda divisão, mas, sem se perceber porquê, ficou-se por uma penalizaçãozeca de 6 pontos ao FC Porto com o campeonato já decidido.

3- Sejam os Stewards agentes desportivos ou não, o que também releva deste caso é mais uma novela jurídica proporcionada pelo FC Porto, seus dirigentes, jogadores e adeptos. Visite-se qualquer fórum de opinião portista, atente-se aos comentadores afectos ao clube, e em vez de golos só se ouve falar de leis, jurisprudência, recursos, acórdãos, prazos e afins. Desde de que emergiu o processo Apito Dourado, o FC Porto mais não faz do que explorar desesperadamente os artifícios jurídicos que o sistema assegura aos criminosos para escapar às respectivas punições, procurando garantir, por portas e travessas, a sua impunidade. Tem sido assim a história recente do FC Porto. E à falta de outras vitórias, lá se vão consolando com estas.

E não direi mais uma palavra sobre o caso Hulk - que agora até parece que não agrediu ninguém, tal como parece que Pinto da Costa não recebia árbitros em casa, nem os presenteava com prostitutas.

CLASSIFICAÇÃO REAL

Não há muito mais para dizer sobre uma jornada em cujos erros não influenciaram os vencedores das principais partidas. Só nos Barreiros o Sporting poderia ter conseguido um inconsequente ponto. Vejamo-los rapidamente:

MARÍTIMO-SPORTING:
Primeiro golo do Marítimo irregular, por fora-de-jogo do avançado madeirense.
Resultado Real: 2-2

BENFICA-SP.BRAGA:
Já disse o essencial sobre a arbitragem de Pedro Proença, que na dúvida favoreceu sempre o clube treinado pelo seu grande amigo Domingos - sobretudo em diversos livres a meio-campo com que foi empurrando a equipa minhota para a frente -, deixou um penálti por assinalar que nas contas finais pode valer um ponto, e perdoou a expulsão a Renteria, que agrediu Di Maria com um pontapé junto à linha lateral.
É verdade que Di Maria simulou no lance com Filipe Oliveira, mas naquele, foi mesmo agredido pelo colombiano.
Resultado Real: 2-0

BELENENSES-FC PORTO:
O primeiro golo do FC Porto foi marcado em fora-de-jogo, mas como houve depois um outro mal anulado, a coisa ficou em casa.
Resultado Real: 0-3

CLASSIFICAÇÃO REAL
BENFICA 66
Sp.Braga 48
FC Porto 47
Sporting 40

…e com 18 pontos de avanço, com vantagem no confronto directo, o Benfica seria neste momento campeão nacional.
Recorde-se que estão em causa o golo anulado a Luisão em Braga, a mão de Evaldo no mesmo jogo, os dois penáltis do Bonfim (tudo isto com Jorge Sousa), e mais um penálti contra o Marítimo na primeira jornada (corte com a mão nos últimos instantes do jogo), para além de vários benefícios ao Sp.Braga nas primeira jornadas, nomeadamente no Funchal, em Alvalade, e em casa contra o Belenenses.

CAMINHO ABERTO

Manda a prudência dizer que nada está decidido, que o campeonato não acabou, que futebol é futebol, que faltam seis jornadas, e estão dezoito pontos em disputa. Mas, honestamente, temos de admitir que, depois da vitória do Benfica sobre o seu mais directo adversário, seria verdadeiramente insólito que o título 2009-10 viesse a fugir aos encarnados. Só uma hecatombe levaria uma equipa que apenas perdeu dois pontos nos últimos onze jogos a desperdiçar seis nos encontros que faltam (embora dois deles sejam contra Sporting e FC Porto), e mais extraordinário ainda seria vermos o Sp.Braga vencer todos esses jogos e chegar-se novamente à liderança.
Estou certo que, tanto Jorge Jesus, como toda a sua equipa, sabem que não podem facilitar, e essa é mais uma garantia que esta equipa nos dá quanto ao seu destino ganhador. Não há espaço para festividades, nem sequer para euforias injustificadas, mas cresce em todos os benfiquistas a certeza de que muito dificilmente as coisas poderão falhar.
Contudo...nada está decidido, o campeonato não acabou, futebol é futebol, faltam seis jornadas e estão dezoito pontos em disputa.
O duelo da Luz cumpriu as expectativas. Não foi brilhante sob o ponto de vista plástico, mas teve a intensidade competitiva e dramática que a ocasião justificava, e teve também um vencedor merecido.
Poderiamos dividir a partida em duas fases distintas, cuja fronteira seria definida por volta dos 60 minutos, momento em que Domingos Paciência fez a dupla substituição. A partir de então, sobretudo com a entrada de Matheus, o jogo deu uma cambalhota táctica, pondo termo a um domínio claro do Benfica (ainda que não esmagador) que durava desde o apito inicial de Pedro Proença. Durante toda a primeira parte o Sp.Braga limitou-se a defender, e o Benfica foi procurando formas de ultrapassar a densa barreira que encontrava à entrada do meio-campo contrário. A pressão bracarense na sua zona intermediária era forte e agressiva, o espaço diminuto, e o Benfica encontrava dificuldades para conseguir libertar os seus artistas. Todavia, se em 45 minutos houve três oportunidades de golo, todas elas foram para a equipa da casa – designadamente em lances protagonizados por Saviola, Cardozo e, por fim, no golo de Luisão. O empate aceitava-se, mas a vantagem benfiquista, conseguida in-extremis (seis segundos depois do minuto de compensação, e não quinze como diz Domingos) não podia chocar ninguém.
Apesar do golo, nos primeiros minutos da segunda parte o jogo continuou virado para a baliza do Sp.Braga, mas um quarto de hora depois, com as substituições, e com algum cansaço benfiquista, as coisas mudaram de feição. Viu-se então o melhor Sp.Braga desta temporada, com audácia na atitude, segurança no passe, e muita velocidade (e veneno) nas transições ofensivas. A Luz gelou por momentos (ai aquele cabeceamento de Moisés...), e o sofrimento tomou conta dos corações encarnados. Este Benfica, que só tem baliza nos olhos, parecia hesitar entre o risco de procurar o conforto do segundo golo, e o pragmatismo de manter a preciosa vantagem. Podia ter corrido mal, mas o que é certo é que os minutos foram passando, e o resultado não mais se alterou.
É pena que o Benfica não tenha conseguido o 2-0 - por exemplo num penálti que ficou por assinalar, por mão de Rodriguez na área -, que na prática valeria mais um ponto, correspondente ao eventual desempate pelo confronto directo. Mas o bom é inimigo do óptimo, e esta vitória é mesmo muito (muitíssimo!) boa. Foi valorizada por um adversário personalizado, que se falasse menos e se limitasse apenas a jogar (como tão bem sabe), colheria certamente muito mais simpatias do país desportivo.
Individualmente creio que Fábio Coentrão fez o seu primeiro grande jogo como lateral-esquerdo. Não me recordo de uma falha a defender (mesmo apanhando pela frente o irrequieto Alan), e teve ainda tempo para participar em muitos dos lances de ataque da equipa. Trata-se de uma boa notícia para o Benfica e para...a Selecção Nacional, assim Carlos Queiroz tenha estado na Luz de olhos abertos.
Pedro Proença esteve mal no lance que referi (mão de Rodriguez), e também ao perdoar a expulsão a Renteria por agressão a Di Maria. Pareceu-me também equivocado nalgumas faltas assinaladas a favor do Sp.Braga. Ressalvo no entanto que só vi um curtíssimo resumo televisivo, pelo que o equívoco até pode ter sido meu.
E siga o campeonato. A próxima "final" é na Figueira da Foz, diante de uma equipa que criu grandes dificuldades ao Benfica na primeira volta. Antes ainda há um ...Sp.Braga-V.Guimarães. Mais uma jornada que pode deixar marcas.
O caminho está agora mais aberto, mas há que o percorrer.

O PAI DE TODOS OS JOGOS

O Benfica joga em casa e o estádio vai estar cheio de fervor clubista; está isolado em primeiro lugar; tem melhor equipa, melhores jogadores e melhor treinador; está mais motivado; criou uma dinâmica de vitória que parece imparável; tem o ritmo de duas semanas muito intensas; se Saviola recuperar, joga na sua máxima força. Tudo parece compor-se para uma estrondosa vitória, e para o desbravar de grande parte do caminho do título. Nenhum adepto do Benfica duvida do triunfo, e suponho que, lá bem fundo, nem os do Sp.Braga prevejam outra coisa. Paradoxalmente, é tudo isto que me preocupa.
Sempre olhei de lado os combates de qualquer David contra qualquer Golias. Há muitos exemplos na história do futebol, desde o célebre “Maracanazzo” até à final do Euro 2004, de favoritos derrotados em casa de forma dramática. Creio que o triunfalismo é o principal inimigo dos campeões, e neste caso particular estou a ver a família benfiquista demasiado tomada por ele – na verdade, nem eu próprio tenho conseguido resistir-lhe…
Acredito nos jogadores do Benfica, acredito em Jorge Jesus, e espero que não se deixem adormecer por esta espécie de demência colectiva, em que nenhum adepto, ou mesmo comentador (até de quadrantes adversários), parece admitir sequer a mais remota hipótese do Benfica não vir a ser campeão este ano.
Com uma vitória sobre o Sp.Braga (sobretudo se consumada por mais de dois golos de diferença), aceito que seja lícito pensar-se que o título fique ao virar da esquina. Mas para tal é necessário vencer o Sp.Braga, que em todo o campeonato só perdeu dois jogos – e, se descontarmos a atípica partida do Dragão, apenas sofreu mais nove golos nos restantes 22 jogos. É preciso não esquecer também que, saindo derrotado deste jogo, mesmo com toda a beleza do seu futebol, mesmo com toda a qualidade da sua equipa, mesmo com todo o entusiasmo dos seus adeptos, mesmo com todo o seu peso social, o Benfica veria fugir-lhe, já amanhã, a liderança, e ficaria dependente de terceiros (neste caso do Sp.Braga) para poder ser campeão. Olhando para o calendário das últimas jornadas, é caso para susto.
Favoritismo sim, vitória antecipada, nem pouco mais ou menos. Este é um jogo tremendamente difícil, que deve ser encarado como uma final, ou mesmo como a final. Ganhando-a, o Benfica ficará perto do título. Não a ganhando, ficará mais longe do que, por agora, possa parecer.Creio também que os adeptos que vão encher as bancadas irão ter um papel particularmente importante no desfecho da partida. Por muito que tentem aliviar a pressão, os jogadores do Sp.Braga (ao contrário de FC Porto, Sporting ou grandes equipas europeias) não estão habituados a estes momentos, nem têm, na sua maioria, a experiência de jogar com 65 mil pessoas contra eles. Não querendo ser confundido com um qualquer Salema Garção, não propondo, nem aceitando, qualquer tipo de violência, devo dizer contudo que um clima de grande pressão (falo sobretudo de barulho) vindo das bancadas pode, nesta ocasião em particular, revelar-se decisivo.Mesmo que o jogo não esteja a correr bem, é imprescindível que o apoio seja incessante até ao último minuto dos descontos. Uma falha, ou até um golo sofrido, não podem fazer calar o Inferno da Luz, que tem aqui, porventura, a sua mais importante tarefa dos últimos anos.
É também indispensável que, dentro do relvado, a equipa entre com total agressividade e sentido ofensivo. Os primeiros minutos serão extremamente importantes, e poderão atemorizar (ou até atarantar) o Sp.Braga. Há que explorar a ansiedade de uma equipa pouco tarimbada em jogos decisivos, e uma entrada de grande afirmação benfiquista pode descontrolá-la definitivamente, fazendo-a sentir que não é destas lides – como, de certa forma, aconteceu no Estádio do Dragão.
Se o Benfica marcar primeiro, terá metade do caminho percorrido. Um grande Benfica, um Benfica ao seu melhor nível, contando com um ambiente infernal em seu redor, vencerá seguramente a partida. É preciso que o espírito seja esse, o qual não permite qualquer espécie de triunfalismo.
Este é o jogo que vai ajudar a escrever a história do campeonato, e o Benfica tem de o ganhar. Com confiança mas sem triunfalismo, com humildade mas sem temor. Com fúria de vencer, e com a chama imensa do benfiquismo.
A festa fica para depois.
Equipas prováveis:
BENFICA - Quim, Maxi Pereira, Luisão, David Luíz, Fábio Coentrão, Javi Garcia, Ramires, Aimar, Di Maria, Saviola e Cardozo.
SP.BRAGA - Eduardo, Filipe Oliveira, Moisés, Rodriguez, Evaldo, Andrés Madrid, Hugo Viana, Mossoró, Alan, Meyong e Paulo César.

BRILHANTINA

Peças de uma história negra, sobre um homem que um dia se tornou sócio do Benfica (manobra de distracção?), mas jogou no Sporting, e enquanto árbitro não fez outra coisa que não beneficiar o FC Porto:

2001-02 BOAVISTA-BENFICA (1-0): Estávamos em Janeiro de 2002. Uma jornada depois de Duarte Gomes ter impedido que o Benfica assumisse a liderança do campeonato no célebre derby lisboeta que ficou para a eternidade como “o do penálti de Jardel”, Pedro Proença encarregou-se de empurrar os encarnados ainda mais para baixo, com uma arbitragem a todos os títulos revoltante no Estádio do Bessa.
Neste jogo, ficaram por assinalar dois penáltis claríssimos sobre Mantorras e Simão Sabrosa respectivamente, e o Benfica acabou por perder - resultado que viria a estar na origem da demissão de Toni do comando técnico da equipa, sendo então substituído pelo adjunto Jesualdo Ferreira

2003-04 BENFICA-SPORTING (1-3): Depois de uma Benfica-Beira Mar sem história, Proença voltou a dirigir o clube da Luz em Janeiro de 2004. E voltou a fazer das suas.
Começou logo nos primeiros minutos com um penálti inexistente assinalado a favor do Sporting, num lance em que Silva simulou falta de Moreira, e em vez de ver o cartão amarelo foi premiado com a grande penalidade.
Ao longo do jogo expulsaria Miguel e Ricardo Rocha, este na sequência de outro penálti inexistente (embora mais duvidoso), assinalado nos últimos minutos, e que selou a vitória sportinguista.
Foi pois um jogo totalmente subvertido pelo juiz lisboeta, que ajudou o FC Porto a isolar-se mais na tabela classificativa, no ano das escutas do Apito Dourado.

2004-05 PENAFIEL-BENFICA (1-0): Os roubos foram muitos, antes e depois de Maio de 2005. Mas foi nesta altura que Pedro Proença deixou definitivamente cair a mascara, e mostrou quais os seus verdadeiros intentos.
Estávamos a apenas três jornadas do fim de um campeonato que podia permitir ao Benfica (de Trappatoni) regressar aos títulos, onze anos depois da última conquista. Os encarnados comandavam a classificação com três pontos de vantagem sobre o Sporting e quatro sobre o FC Porto, e tinham de receber a equipa de José Peseiro na ronda seguinte (o Benfica viria a ganhar esse jogo por 1-0, com o célebre golo de Luisão). O jogo de Penafiel era pois tremendamente importante, e podia mesmo vir a ser decisivo.
Não foi um, não foram dois, nem mesmo três. Foram quatro (!!!!) os penáltis escamoteados por Pedro Proença ao Benfica na partida de Penafiel, o que para além da total falta de carácter do árbitro, deixa perceber que os próprios jogadores do Penafiel estariam eventualmente instruídos sobre o que podiam ou não fazer.
A última das grandes penalidades por marcar foi perfeitamente escandalosa, e ocorreu já no tempo de descontos, num lance em que Simão foi rasteirado junto da linha final.
Além dos penáltis, Proença ainda perdoou a expulsão a Wesley, na época o melhor jogador penafidelense.
Com a derrota, o Benfica perdeu a liderança para o Sporting (com os mesmos pontos), mas ficou à mercê do FC Porto (um empate no derby, e os dragões passariam para o comando). Felizmente, no dia seguinte o FC Porto empatou em Moreira de Cónegos, e deixou as decisões para os rivais lisboetas. O resto da história é conhecido.

2005-06 BENFICA-BELENENSES (0-0): Alguns meses depois, Pedro Proença voltou a apitar o Benfica, desta vez na Luz. Era Ronald Koeman o treinador, e em finais da primeira volta a equipa encarnada estava em pleno na luta pelo título.
Neste jogo, ficaram mais duas grandes penalidades por assinalar a favor do Benfica. Primeiro uma rasteira a Nuno Assis ainda na primeira parte, depois, já na ponta final do desafio, por mão na bola de um defesa azul dentro da área.
Resultado: um comprometedor empate, que dava mais folga ao FC Porto de Adriaanse na liderança da prova.

2008-09 FC PORTO-BENFICA (1-1): Ainda está bem fresco na memória de todos o atentado à verdade desportiva que constituiu a marcação de um penálti fantasma a uma simulação de Lisandro Lopez junto de Yebda, que até viria a valer um castigo ao jogador portista. O Benfica vencia no Dragão, e o jogo aproximava-se do final. Estávamos já na segunda volta, e em caso de vitória os encarnados assumiam a liderança do campeonato. Proença não deixou, vendo aquilo que ninguém viu, e oferecendo ao FC Porto o empate. Com este resultado os azuis-e-brancos embalaram para o título, e o Benfica entrou em quebra anímica que o levaria a cair para o terceiro lugar.

2009-10 BENFICA-SP.BRAGA (?-?) : ?

CURIOSIDADES

Há já quem diga que o Benfica de Jorge Jesus é o melhor Benfica do pós-Eusébio.
Eu, por enquanto, não iria tão longe. Falta, acima de tudo, ganhar o campeonato, e tenho ainda na memória equipas como aquela que, com Eriksson no banco, chegou à final da Taça Uefa em 1983. A verdade porém é que, olhando aos números do campeonato, e tomando como referência a 23ª jornada, este Benfica, com 58 pontos já alcançados, aparece de facto em plano de destaque. Desde 1974, se contabilizarmos sempre três pontos por vitória, só em duas ocasiões os encarnados tinham por esta altura melhor pontuação: justamente com Eriksson em 1983-84 (62 pontos), e com Baroti em 1980-81 (60).

Diga-se também que em Portugal, nos últimos 14 anos, e também à 23ª ronda, só o FC Porto de Mourinho fez mais pontos (60 e 59, em 2002-03 e 2003-04 respectivamente). Mas a presença do FC Porto em duas finais europeias consecutivas viria a implicar algum desperdício nas derradeiras semanas, pelo que até final estes números podem perfeitamente ser ultrapassados.
Outro dado curioso que resulta desta análise é que, desde 1970, comandando a classificação à 23ª jornada, só por uma vez o Benfica não viria a conquistar o título. Aconteceu com John Mortimore, em 1985-86, quando na penúltima jornada o Sporting foi à Luz vencer por 1-2, retirando o pão da boca dos encarnados - jogo que guardo com grande mágoa, até porque foi o primeiro “derby” a que assisti ao vivo.
À excepção daquele ano, sempre que o Benfica comandava a classificação à 23ª jornada foi campeão, e sempre que foi campeão já era líder à 23ª jornada. Isto desde 1970, como disse.

INSENSATEZ

Já aqui falei de impunidade a propósito do problema das claques. Poderia fazê-lo a propósito de muitas outras coisas, e a redução da pena de Hulk e Sapunaru, decidida hoje pelo Conselho de Justiça da FPF, é mais um bom exemplo.
Não me faz a mínima diferença que Hulk jogue ou não jogue, sobretudo se for para fazer o que fez em Londres. Nem sequer o acho tão bom como dizem, e não trocava um pé do Di Maria por ele todo. E o ponto central deste processo é, para mim, a agressão em si, e essa está provadíssima.
Acontece que há uma guerra latente entre os órgãos jurisdicionais da Liga e da Federação, que já se tinha revelado no caso Apito Final/Champions. Como frequentemente sucede no nosso país, quem julga fá-lo em função das guerras de comadres, dos interesses das partes, e raramente em nome da verdade. É por isso que não acredito na Justiça, nem na da FPF, nem da da Liga, nem na comum - que é uma instituição que em Portugal há muito tempo deixou de se dar ao respeito. Exemplos não faltam, e nem é preciso perder tempo a contá-los.
Neste caso, toda a gente sabia que a decisão iria ser esta, quer como forma de atingir o Dr.Ricardo Costa, quer para proteger os interesses do FC Porto – o que, diga-se, a FPF sempre fez zelosamente. O problema é que isto, aproveitando pouco ao FC Porto no plano desportivo, apenas vai servir para criar polémica, controvérsia, e lançar mais achas para uma fogueira que as dispensava bem. Os Lourenços Pintos e os Guilhermes Aguiares deste mundo já afiam o dente, e não irão falar de mais nada durante os próximos meses, até como forma de desculpabilizar a péssima época do seu clube.
Para além da impunidade de um acto que todos vimos na televisão, o que daqui se infere é a total insensatez deste esclerosado Conselho de Justiça, desta esclerosada FPF, que bem precisava de uma boa varridela. Se a sua missão é pugnar pelo futebol português, pois não têm feito outra coisa que não desacreditá-lo. Muito mais grave do que esta decisão, foi aquela que retirou o título de Juniores ao Benfica, tomada sem qualquer sustentáculo que não fosse a sua própria vontade.
Em tese, nada há de mais natural do que uma segunda instância alterar aquilo que diz uma primeira. É para isso que existem recursos, e em Portugal, quanto a mim, até existem demais. Mas enquanto o Benfica continuar a ganhar dentro do campo, pouco ou nada me preocupam as manigâncias jurídicas com que o FC Porto se entretém desde há algum tempo, sempre como forma de salvar a pele de actos de corrupção, de violência, e afins.
Ah, e o Vandinho não joga na Luz.

TAÇA SIM, TAÇA NÃO

FC Porto, Rio Ave, Naval e Desp.Chaves são os semi-finalistas da Taça de Portugal.
A prova tem tradições, tem história, é bonita, mas tem estado, nestas últimas duas épocas, ferida de morte. O motivo é só um: a ausência do Benfica, e do seu peso social, das suas fases mais adiantadas.
Por muito que isto desagrade a alguns, sem o Benfica, as competições perdem mediatismo, perdem interesse, perdem dinheiro, e acabam por definhar longe dos holofotes da ribalta. E se o clube da Luz não salvar a Taça de Portugal nas próximas épocas (vencendo-a, ou chegando ao menos à final), temo que esta se torne, a breve trecho, uma competição totalmente menor, apenas destinada aos clubes mais pequenos.
Em sentido inverso tem caminhado a Taça da Liga, que, por felicidade sua, e mesmo com regulamentos absurdos, tem contado com o Benfica nos momentos de decisão. Bate recordes de audiência (a última final foi o programa televisivo mais visto do ano), esgota estádios, domina as atenções dos adeptos, as conversas de café e os artigos de jornal. Nenhum patrocinador a desdenharia, e creio que a Carlsberg (que parece inclinada para renovar a parceria) tem tantos motivos para festejar como o Benfica e a própria Liga. Também a SIC teve sorte ao adquirir os seus direitos de transmissão, por antagonismo com a infeliz TVI, que optou pela Taça de Portugal - o que, sem Benfica desde cedo, equivaleu a optar pelo nada.
Entalada entre a última jornada do campeonato, e o início dos trabalhos do Mundial, a meio de uma tarde provavelmente soalheira e a convidar à praia, sem atribuir qualquer lugar nas provas europeias, estou certo que a outrora bela final do Jamor vai este ano (à semelhança do anterior) dar lugar a uma triste formalidade federativa, sem alma, sem cor, sem vida, e sem que a maior parte dos portugueses dê sequer por ela.
Esta reflexão faz-nos perceber a importância que o Benfica tem no contexto desportivo nacional, do qual é simultaneamente coração, sangue e pulmão, não havendo sinais de vida sem ele, nem para além dele.
Qual o último grande jogo de Taça? Pois, foi o 5-3 de Alvalade, há dois anos atrás. Exactamente a última vez que o Benfica chegou às meias-finais.
Qual será o próximo grande jogo de Taça? A próxima vez que o Benfica chegar a uma final. Até lá… o vazio.
Que a Taça de Portugal consiga sobreviver a mais um ano de apagamento, é o meu desejo.

FOTOCÓPIAS E ORIGINAIS

Desde que José Eduardo Bettencourt chegou à presidência do Sporting, que o seu clube não pára de tentar imitar o rival da Luz. Sem sucesso, diga-se.
Por um lado, é reconfortante verificar como o presidente do Sporting aprecia a gestão benfiquista. Por outro, a forma desastrada como tira as suas fotocópias deve preocupar seriamente os adeptos leoninos. A questão do director-desportivo é sintomática.
O objectivo é encontrar, à viva força, um Rui Costa verde e branco. Acontece que a única pessoa que poderia fazer esse papel em Alvalade, chama-se Luís Figo, e está-se totalmente nas tintas para o Sporting. Vai daí, experimentem-se vários a ver o que dá.
Sá Pinto acabou ao murro com Liedson, seguiu-se o interino Salema Garção, em cujo consolado de sete jogos o Sporting não conseguiu uma única vitória, e veio então um novo salvador da pátria, chamado Costinha, e sem qualquer currículo que o aconselhasse. Mais uma aposta no escuro, portanto.
A entrada não podia ser pior. O caso Izmailov revela incompetência, ligeireza, fanfarronice e irresponsabilidade. É natural em alguém que nunca tinha trabalhado no clube – e logo, não o conhecia -, e que, enquanto futebolista, nunca ficou conhecido pela sua correcção ou disciplina. Pelo contrário, teve problemas no FC Porto, na selecção, na Rússia e em Itália. Terá sido um profissional empenhado, mas sempre foi conflituoso.
Não sei quais serão as próximas consequências deste caso (a eliminação europeia está consumada, e um dos melhores jogadores do Sporting desvalorizado e às portas da saída), mas não aposto caroço de pêro podre em Costinha, como director de um Sporting alguma vez campeão.
Tal como Pongolle não passa de um Saviola de feira de Carcavelos (apesar de mais caro), também Costinha não é mais do que um Rui Costa de contrafacção. Só não sei em que momento irão as altas instâncias de Alvalade aperceber-se disso.

ULTRA-IMPUNIDADE

Conheço razoavelmente o fenómeno ultra – pelo menos no que diz respeito ao Benfica - e ninguém me vai apanhar a confundir o trigo com o joio, ou seja, a defender a extinção das claques, que considero fundamentais na ideia que tenho do espectáculo desportivo, quer pela fantástica banda sonora que conferem aos jogos, quer pelo colorido que sempre dão às bancadas.
Sou um esteta, também no futebol, e acho que sem claques o espectáculo dos estádios resultava empobrecido, sobretudo num país onde a maioria dos adeptos – ao contrário, por exemplo, do que acontece em Inglaterra – tem algum pudor em manifestar-se, em cantar, em gritar, e só apoia a equipa quando ela está em vantagem.
Não aceito que as claques possam alguma vez participar de forma privilegiada na vida institucional do meu clube (como acontece no FC Porto e no Sporting), mas não as dispenso das bancadas da Luz, nem dos estádios que o Benfica visita.
Também me parece óbvio que muitos dos incidentes ocorridos em redor do futebol são largamente empolados pela comunicação social, sempre ávida de sangue e de conflito. Fui ao futebol centenas de vezes, já vi jogos em quase todos os principais estádios portugueses, vi jogos de grandes competições internacionais em Portugal e no estrangeiro, vi muitos clássicos, derbys, jogos com equipas britânicas (e da própria selecção inglesa), gregas, turcas, italianas, alemãs, etc. E à excepção de uma ou outra ocasião pontual em que estive em camarotes resguardados à entrada e à saída, vi-os quase sempre no meio da multidão, e alguns deles (sobretudo do Benfica, fora de casa) até entre a claque. Pessoalmente nunca tive o mínimo problema, e em nome da verdade devo dizer também que foram poucas as ocasiões em que presenciei actos de violência de alguma gravidade (um Benfica-FC Porto de há uns anos atrás e pouco mais).
Também a ideia segundo a qual é a violência que retira adeptos aos estádios me parece ter pouco fundamento. O que afecta drasticamente as assistências é a televisão, e foi desde que a Sport Tv nasceu, e passamos a dispor de doze ou quinze grandes jogos durante o fim-de-semana na nossa sala de estar, que muitas pessoas abandonaram o antigo hábito dos domingos à tarde.
Dito isto, parece-me que há, ainda assim, muito a fazer no domínio da segurança, de modo a prevenir que a situação possa sair fora de controlo, e evitar que pessoas como eu (que por vezes ainda enchem estádios), possam mudar de ideias.
Não era preciso ser muito perspicaz para perceber que, num contexto de grande hostilidade entre os clubes, um Benfica-FC Porto disputado em terreno neutro, no meio de um descampado cheio de pedras, iria dar que fazer a forças de autoridade pouco habituadas a semelhantes eventos. Nos dias que antecederam a final, comentei com amigos que se estava perante a forte possibilidade de ocorrer uma sangrenta batalha entre as claques. Tinha até escrito aqui que, em vez de uma festa, com a presença do FC Porto a final seria transformada numa guerra. Levo o meu filho a muitos jogos, nunca o levaria para ali.
Esperava-se um contingente policial mais numeroso e mais capacitado. Mas a verdadeira questão prende-se com as (in)consequências que resultam dos actos violentos. As claques são constituídas por vários milhares de jovens, e estou certo que apenas algumas dezenas deles está a mais, e é efectivamente responsável pelos desacatos, arrastando porventura alguns dos restantes. Mas ninguém mexe uma palha para os retirar dali, isto é, para os deter.
Como é possível que os incidentes do Algarve fiquem por uma simbólica multa, ainda por cima direccionada para quem não tem qualquer culpa (os clubes)? Como é possível que nenhum membro das claques (designadamente dos Super Dragões) tenha sido condenado a coisa nenhuma?
Aqui, como no fenómeno da corrupção, como nas escolas, como na sociedade portuguesa em geral, o problema é só um: chama-se impunidade.
Não sei se tem a ver com a incapacidade dos polícias, se com o código penal, se com a sua aplicação, se com a incompetência dos juízes, se com o orçamento de estado. Mas em Portugal, salvo pequenos traficantes de rua, mais ninguém é preso, mais ninguém é penalizado, e os problemas mais graves ficam invariavelmente por solucionar.
Quando vemos, em directo, o líder da Juventude Leonina apelar às suas tropas para não pouparem nem mulheres nem crianças com símbolos do Atlético de Madrid, quando vemos o inqualificável Salema Garção a clamar por um ambiente extremamente difícil para com o adversário (e tudo isto no clube “inocente” e “ofendido” dos acontecimentos de Alcochete), quando vemos garrafas enviadas desde um auto-carro dos Super Dragões a atingirem a cara de agentes da GNR, quando um lider da mesma claque escreve um livro a confessar todo um conjunto de crimes de diferentes naturezas cometidos pelo seu bando, e depois ninguém é responsabilizado, ninguém é punido, ninguém é preso, resta-nos apenas a certeza de que, à próxima oportunidade, tudo se vai repetir, com estes ou outros protagonistas.

FRASES

Para aplaudir:
“Tenho a noção como foi o golo. A minha sorte vem do azar de um adversário, mas o futebol é assim” Ruben Amorim após a final da Taça da Liga
Para rir:
“A diferença entre mim e si é que eu analiso os lances com objectividade, independentemente da cor das camisolas” Guilherme Aguiar dirigindo-se a Sílvio Cervan, depois do jantar, na SIC Notícias.

LIMPAR PORTUGAL

A Selecção Nacional de Futebol é uma representação do país ao mais alto nível que, até pelo seu mediatismo, exige especial cuidado. Não pode aceitar qualquer um, e o critério não deve ser apenas desportivo, mas também humano e cívico.
O comportamento de Bruno Alves durante toda a final da Taça da Liga (não se tratou de um simples momento de desnorte, mas uma atitude reiterada de provocação e violência) não é compatível com aquilo que se pretende de uma representação nacional. Um indivíduo assim não pode representar o país, que mais não seja porque a maior parte desse país não se sente representada por ele.
A menos que seja feito um pedido de desculpas público, não creio que Bruno Alves tenha condições para voltar a ser convocado para a Selecção. É verdade que Pepe está ainda a recuperar, que as alternativas não são muitas, mas não podemos prostituir a nossa dignidade. Nem que tenha de jogar o Daniel Carriço ou o Miguel Vítor, parece-me que os valores do desportivismo, da competição leal, do respeito pelos colegas, pelos adversários e pelo público, é muito mais importante - sobretudo numa equipa que é o rosto do país perante o mundo - do que um simples defesa-central.
Se aparecer pois por aí uma petição para tirar este indivíduo da "equipa de todos nós", eu assino!

O VERDADEIRO BALANÇO

Quaisquer que sejam os critérios, o Benfica é o clube português com mais títulos conquistados, e vai continuar a sê-lo por muito tempo (para sempre?).
Mas o critério que melhor define a diferença real entre os dois clubes é o que considera as competições disputadas em mais que um simples jogo, subtraindo assim Supertaças, Taças Toyotas, Taças Eusébio e afins. O resultado é o que se segue:

SOMOS BENFICA, E VAMOS CONTINUAR A GANHAR !

Esta podia ser uma frase dita por um dos guarda-redes do clube da Luz, numa qualquer conferência de imprensa tão inflamada quanto saloia. Não o foi.
O Benfica 2009-2010 tem falado sobretudo dentro do campo, e foi aí que voltou a fazer ouvir bem alto a voz do seu espírito de conquista. Desta vez, um misto de titulares e suplentes foi suficiente para golear o FC Porto, e conquistar a segunda Taça da Liga consecutiva.
A superioridade encarnada foi absoluta, e manifestou-se em todos os capítulos do jogo. A vitória acabou por se tornar bastante fácil e tranquila, podendo até ter sido mais expressiva, o que revela bem a gritante diferença de qualidade entre os dois conjuntos – sobretudo se olharmos à globalidade dos respectivos plantéis. Airton foi dos melhores em campo, e ninguém deu pela falta de Javi Garcia; Alan Kardec fez um excelente jogo, ocupando com qualidade a posição de Óscar Cardozo; Ruben Amorim e Carlos Martins só não são titulares absolutos porque fazem parte de um plantel vasto e brilhante, onde figuras de renome mundial como Ramires ou Pablo Aimar os remetem frequentemente para o banco. Um luxo!
Mas não é só de nomes sonantes que se faz esta maravilhosa equipa do Benfica. A organização colectiva implementada por Jorge Jesus é notável, a pressão do meio-campo encarnado asfixia completamente os adversários, e a criatividade dos seus movimentos ofensivos reduz à vulgaridade qualquer defesa. Os resultados são pois o espelho fidedigno de um super-futebol, que encanta os espectadores, prestigia a modalidade e perturba os adversários.Todavia, nem tudo foi festa nesta final. Árbitro, jogadores e adeptos do FC Porto deixaram a sua marca, representando afinal de contas, cada qual à sua maneira, aquilo que o futebol português tem de pior.
A arbitragem foi altamente tendenciosa, deixando cair a máscara a um juiz medíocre e ferozmente anti-benfiquista. Jorge Sousa inclinou o campo, tudo fazendo para empurrar a bola para as imediações da baliza de Quim, com faltas mal assinaladas e outras por assinalar, cujo critério parecia ser apenas a cor das camisolas dos protagonistas. Mesmo sem penáltis ou golos anulados (não houve ocasiões para tal), mostrou porque é que com ele a apitar o Benfica encontra sempre tantas dificuldades para vencer os jogos. Desta vez não conseguiu os seus intentos, mas penso que deixou matéria suficiente para os dirigentes do Benfica ponderarem uma tomada de posição sobre o assunto.
Os adeptos do FC Porto fizeram aquilo que deles sempre se espera: ódio, provocação, violência, destruição e banditismo. A mim não me surpreenderam as ocorrências verificadas durante a tarde, e logo que a equipa azul-e-branca se apurou para esta final escrevi aqui, como se recordam, que ela ficaria, com isso, transformada numa guerra. Aquela gente não sabe viver de outra forma, e quando o futebol serve de instrumento para descarregar complexos de inferioridade regionalistas, o resultado dificilmente pode ser outro. Culpados? Sobretudo um: o homem que trouxe o ódio para o futebol português, e que se chama Jorge Nuno Pinto da Costa.
É importante, aliás, que esta temporada, e o que dela resultar, possa fazer finalmente perder o medo a uma comunicação social dócil, politicamente correcta, e que compactua, por omissão, com esta realidade. Este FC Porto, o FC Porto de Pinto da Costa, tem definitivamente de passar a ser tratado conforme merece, e como aquilo que verdadeiramente é: um cancro a banir do desporto português, na mesma medida em que, salvaguardando as óbvias distâncias, a pedofilia ou a droga o são para a sociedade em geral. Chamar-me-ão radical, mas creio que um dia mais tarde, talvez com o desaparecimento do actual presidente portista, a história conduzirá necessariamente a conclusões como esta. Pena que com trinta anos de atraso.
Alguns jogadores reflectem em campo tudo o que acabei de escrever. Depois de Hulk, Sapunaru e Fernando na Luz, o comportamento deplorável de Bruno Alves (e também, num dado momento, de Cristian Rodriguez) ao longo de todo este jogo, demonstra o nervosismo de um clube à deriva, o mau perder tradicional naquele emblema, levanta suspeitas sobre as origens biológicas (ou farmacéuticas) de tanta agressividade, e revela uma cultura que é preciso combater de forma impiedosa. Já que árbitros como Jorge Sousa não actuam, só uma atitude firme como o afastamento do defesa-central da selecção nacional poderia servir de exemplo, e fechar a porta a maneiras de estar que nada têm a ver com o desporto. Como é possível esperar que o povo português se una no próximo mês de Junho em torno de figuras como aquela? Não será melhor prescindir do valor desportivo do atleta, para com isso conquistar o valor cívico de uma representação nacional prestigiante e digna do apoio de todos os portugueses? Fica a reflexão, sabendo no entanto que com Carlos Queiroz a porcaria dificilmente será alguma vez varrida.
Mas, enfim, a hora é de festejar. O primeiro título oficial da temporada faz justiça à melhor equipa portuguesa. A saga benfiquista continua, em nome do clube, em nome do futebol, em nome do país.
Sábado há mais, e, cansaço à parte, subscrevo a opinião de Sílvio Cervan: começo também eu a ter pena é do Benfica não jogar todos os dias.

UM CLÁSSICO EUROPEU

PIOR ERA IMPOSSÍVEL

Terrível! Desde o adversário ao caminho para a final, passando pela ordenação dos jogos, tudo neste sorteio parece ter sido encomendado pelo diabo. Provavelmente trata-se do pontapé definitivo no sonho benfiquista de voltar a uma final europeia.
Mais uma vez um sorteio virou as costas aos encarnados (ainda me lembro do Barcelona em 2006...), colocando-lhe na frente o mais forte adversário em prova, e para o qual a Liga Europa constitui a hipótese de salvação da época.
Veja-se a sorte do Hamburgo (primeiro Standard de Liége, depois o vencedor do Fulham-Wolfsburgo), e percebam-se as reais possibilidades que havia de chegar à final, caso o sorteio de hoje não tivesse sido tão adverso.
Assim…salva-se a receita, e a possibilidade de assistir a um jogo digno de uma Champions League.
Hipóteses? Olhando a todas as circunstâncias da época, do calendário e das equipas, não mais de 10%.
JOGOS (1 e 8 de Abril):
Hamburgo-St.Liége
Fulham-Wolfsburgo
Valencia-At.Madrid
Benfica-Liverpool

PARA A HISTÓRIA !

O Benfica escreveu esta noite uma das mais belas páginas da sua história europeia recente. O categórico triunfo em Marselha, conseguido dramaticamente no último minuto, entra para o galarim das grandes jornadas internacionais do clube nos últimos anos, a par de Londres em 1991, Leverkusen em 1994 ou Liverpool em 2006. Como cereja em cima do bolo, foi selado com o 100º golo da temporada - marca deveras impressionante, e que revela bem o poder ofensivo desta extraordinária equipa de Jorge Jesus.
Os encarnados tiveram tudo contra si. Desde logo o resultado da primeira mão, que conferia vantagem aos franceses. Mas também tiveram bastante infelicidade em várias das oportunidades desperdiçadas, e, sobretudo, na inqualificável arbitragem de um esloveno do qual não quero nem recordar o nome.
É pouco usual, depois de uma importante vitória europeia, lembrarmo-nos, com revolta, do desempenho do árbitro. Pois este senhor tudo fez para colocar o Benfica fora da Liga Europa, com dois penáltis por assinalar, e uma série de equívocos tecnicos e disciplinares, sempre em desfavor da equipa portuguesa. Não conseguiu os seus intentos, pois os encarnados mostraram uma força mental (e já agora, também física) difícil de destronar, afirmando-se preparados para ultrapassar até o mais desaforado dos infortúnios.Jorge Jesus sabia que a sua equipa tinha de marcar golos. Quantos mais golos o jogo tivesse (2-2, 3-3...), melhor para o Benfica, pelo que valia a pena arriscar num futebol totalmente aberto. Foi isso que se viu desde o primeiro instante.
Só por infelicidade o Benfica não chegou ao intervalo a vencer. Além dos penáltis por marcar, destaque ainda para um remate ao poste de Óscar Cardozo, e para uma perdida infantil de Di Maria, só com Mandanda pela frente. Sentia-se que o golo encarnado podia surgir a qualquer momento, mas o zero a zero continuava teimosamente a figurar no placard, e com ele, o perigo de uma eliminação injusta.
Na segunda parte o Benfica intensificou a pressão...e o risco. A equipa balanceou-se por completo sobre a área adversária, criando lances de ataque sucessivos, e desperdiçando-os irritantemente um após outro. A ansiedade crescia, mas sabia-se que um golo encarnado faria toda a diferença, mesmo que o Marselha também marcasse – o que, de resto, veio a acontecer.
Quando Niang pôs a equipa gaulesa a vencer, temeu-se contudo que o Benfica pudesse sentir algum abalo anímico, embora um só golo na outra baliza continuasse a chegar para alterar o rumo da eliminatória (neste caso empatando-a). Foi aqui que se viu um grande Benfica. Um enorme Benfica, cheio de classe, raça e auto-confiança. Reagindo de forma extremamente afirmativa, o conjunto encarnado demonstrou querer mesmo seguir em frente na prova, e confirmou a ideia que tinha já deixado nos primeiros 75 minutos da partida: a de ser claramente superior ao seu adversário, quer sob o ponto de vista colectivo, quer quanto ao brilhantismo das suas individualidades.
Maxi Pereira voltou a assumir-se como protagonista, marcando um excelente golo, e empatando, enfim, a eliminatória. Depois de uma semana de sofrimento, o Benfica anulava finalmente a vantagem francesa, e tudo voltava ao início.
Era expectável que o jogo assumisse então uma feição mais pausada, com as equipas pouco dispostas a arriscar, esperando cautelosamente pelo prolongamento. Qual quê? O Benfica continuou na mesma toada, procurando sofregamente o golo que lhe garantisse a qualificação, e evitasse os inconvenientes trinta minutos de tempo-extra.
Nem sempre o futebol é justo, e muitas vezes as grandes equipas, as que mais procuram a fortuna, acabam vergadas à crueldade própria de um desporto de incertezas. Desta vez não foi isso que sucedeu, e o golo salvador de Alan Kardec deu à eliminatória a dose de justiça que ela até aí não quisera aceitar.
Foi um momento extraordinário para todos os benfiquistas. Depois de tanto penar, a equipa colocava-se enfim nos quartos-de-final, dando sequência e alimento ao sonho europeu. E logo pelos pés de um improvável herói, que certamente não vai esquecer depressa esta belíssima noite.
O calendário fica apertado? Fica, mas isso é coisa para analisar mais tarde. Agora há que dar largas à imensa alegria (e que grande alegria, caramba!) de ver o Benfica caminhar a passos largos para o reencontro com o seu passado de grande clube europeu.
Venham os quartos-de-final. Viva o Benfica !
PS: Olhando às equipas apuradas, escolheria desde já duas possiblidades preferenciais: Fulham e Standard de Liége. De evitar são claramente Valencia e Liverpool.

COM TUDO!


...e venha de lá uma jornada histórica. Que tal 2-2?

FRASES

"(...) Ou então, é como se, por hipótese absurda, alguém se lembrasse de enfiar uma gravata no gargalo de um garrafão imbecil e lhe atribuísse o cargo de Secretário de Estado, mas lhe retirasse toda a responsabilidade e deveres inerentes ao cargo. Seria apenas um inútil a ser comandado por aqueles que deveria comandar. Seria um títere sem autoridade, sem utilidade pública, mas muito útil aos interesses privados." Do meu amigo Pedro F.Ferreira na Tertúlia Benfiquista
"Ó Póncio, você não teme deixar de ser levado a sério?" Do insuspeito Eduardo Barroso para Póncio Monteiro na TVI24, quando se falava sobre o Benfica e a arbitragem

A SAGA CONTINUA...

Atente-se ao impressionante currículo de Jorge Sousa em jogos do Benfica: (clique na figura para aumentar)
E confira agora os pontos perdidos pelo Benfica neste campeonato:
Se nos lembrarmos da mão impune de um defesa do Marítimo no tempo de descontos; do golo anulado a Luisão em Braga, e da mão de Evaldo no mesmo jogo; dos dois golos irregulares do Olhanense (livre inexistente, e fora-de-jogo); dos dois penáltis por assinalar no Bonfim, chegamos à conclusão que as coincidências nem sempre existem.
Com Jorge Sousa nomeado para a final da Taça da Liga, creio que Jorge Jesus faz bem em desvalorizá-la. O Benfica entrará em campo a perder.

DUAS HISTÓRIAS DE ENCANTAR

Nos últimos vinte anos, só por duas vezes o Benfica empatou 1-1 em sua casa na primeira-mão de uma eliminatória europeia. Em ambas foi buscar a eliminatória ao terreno do adversário, realizando exibições fabulosas - seguramente ao nível das mais belas da história do clube.
Em 1991, no play-off de acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões, o então campeão inglês Arsenal arrancou um empate a um golo no Estádio da Luz (e eu estive lá) que parecia valer-lhe o apuramento. Porém, com uma portentosa exibição, o Benfica triunfaria por 1-3 (depois de estar a perder 1-0) no mítico Highbury Park, deixando o forte opositor fora de prova.

Creio que se tratou do primeiro jogo internacional de Rui Costa como titular da equipa encarnada. Actuavam também Neno, Veloso, Schwarz, Vítor Paneira, Isaías (o melhor em campo com dois golos apontados), Thern, e os russos Kulkov e Yuran. Era Eriksson o treinador, e o Benfica disputaria em Nou Camp (no último jogo do grupo) o acesso à final da prova, perdendo então com o Barcelona por 2-1.

Três anos depois, com Toni ao leme, nos quartos-de-final da Taça das Taças, os encarnados cederam novo empate a uma bola na recepção aos alemães de Bayer Leverkusen (onde jogava, por exemplo Bernd Schuster). Depois de estar a perder, o Benfica chegaria ao golo por Isaías, num lance confuso nos últimos instantes da partida. Eu também estive lá.

A segunda-mão foi um dos jogos de futebol mais vibrantes que alguma vez me lembro de ter visto. O Benfica chegou a estar a perder por 2-0 já em plena segunda-parte, virou para 2-3, o Bayer voltou a inverter o resultado com dois golos de rajada já nos últimos dez minutos (fazendo assim o 4-3), e seria Kulkov a marcar a quatro minutos do fim o golo que valeu a presença nas meias-finais. Inesquecível!
Dessa equipa (que semanas depois ganharia 3-6 em Alvalade) faziam parte Abel Xavier, João Pinto, Mozer, para além de Neno, Veloso, Paneira, Rui Costa, Isaías e dos russos (presentes em ambas as ocasiões). Nas meias-finais o Benfica cairia diante do Parma, depois de muita infelicidade (penálti falhado por Paneira na Luz, expulsão prematura de Mozer no Ennio Tardini). Dois empates caseiros a um golo deram assim origem a duas das mais extraordinárias exibições europeias do Benfica pós-Eusébio. Haverá duas sem três?

PROCURAR A SORTE

Marselha na quinta-feira, FC Porto no domingo, duas competições, dois momentos diferentes, e muito pouco tempo a separá-los.
Com tão curta margem de recuperação, vai ser difícil a Jorge Jesus apresentar a equipa nos limites em ambos os jogos, pelo que tenho alguma curiosidade em conhecer a estratégia do técnico encarnado para este duplo compromisso. Por mim, digo desde já que se conseguir vencer pelo menos um destes dois jogos, na próxima segunda-feira sentir-me-ei um benfiquista feliz.
A prioridade do clube é o campeonato, e será ao Sp.Braga que o conjunto de Jesus terá mesmo de ganhar para cimentar definitivamente o seu favoritismo ao título. Mas isso não impede que, sobrando uma semana para preparar a recepção aos minhotos, o Benfica não encontre algum espaço para entretanto se entregar de alma e coração a estas duas competições. Até porque era bastante engraçado fazer uma espécie de dobradinha com a Taça da Liga, e muito mais engraçado seria poder prosseguir a campanha europeia até à final de Hamburgo.

Deixando o Sp.Braga para mais tarde, devo dizer que entre Liga Europa e Taça da Liga não hesitaria muito em optar pela primeira, mesmo tratando-se, no caso da segunda, de levantar já o troféu (e logo às custas do FC Porto). Se entre estes dois jogos pudesse pois escolher uma só vitória, ela aconteceria já em França, e passo a explicar porquê.
Além do prestígio internacional, a Liga Europa confere pontos para o ranking da UEFA (muito úteis na definição dos cabeças-de-série, e dos potes, para as próximas temporadas), e dá algum dinheiro (directamente através dos bónus, e indirectamente com as receitas de bilheteira). Mas o que mais irei lamentar no caso de o Benfica vir a ser eliminado (conforme infelizmente prevejo), é o facto deste plantel encarnado me parecer particularmente talhado para chegar longe numa competição internacional a eliminar. E quando digo chegar longe, estou a referir-me, obviamente, à final.
O Benfica tem jogadores experientes e de grande classe, capazes de protagonizar grandes momentos; tem-se revelado uma equipa imparável quando lhe dão algum espaço no meio terreno contrário; é quase imbatível em casa; e em contexto europeu, com bons e amplos relvados, frente a adversários empenhados em jogar um futebol ofensivo, Di Maria, Saviola, Aimar e companhia sentem-se como peixe na água. Estou assim em crer que, com uma abordagem diferente (por exemplo, o tudo por tudo que o enquadramento competitivo do Sporting agora lhe permite), o Benfica tinha condições únicas para, já nesta época, voltar a discutir um título europeu. Mas, felizmente o Benfica não está afastado do título nacional como o Sporting (lidera, pelo contrário, o campeonato, e tem de concentrar forças na sua conquista), e infelizmente não dispõe de uma vantagem de dez ou doze pontos como teve o FC Porto de José Mourinho há uns anos atrás, pelo que - e é este o drama - as circunstâncias não lhe permitem olhar para esta oportunidade europeia como ela justificaria.
Com um dia de sorte em Marselha, e uma vitória sobre o Sp.Braga que garantisse o conforto pontual necessário, o Benfica teria, então sim, melhores condições para enfrentar os quartos-de-final europeus com outra centralidade competitiva. Por isso, talvez esta partida de Marselha valha mais do que uma só eliminatória – e recorde-se que poderão ficar ainda em prova equipas como o Standard de Liége, Wolfsburgo, Lille e o próprio Sporting, o que, com um sorteio favorável, pode significar uma certa acessibilidade. Será todavia muito complicado vencer no Vélodrome.
Tanto quanto creio ser difícil arrancar a vitória em Marselha, também estou convicto que se o Benfica pudesse ter encarado o jogo da primeira mão como encarou, por exemplo, a partida do campeonato com o FC Porto em Dezembro, esta eliminatória estaria já resolvida. Acontece que havia jogo na Choupana algumas horas depois, e isso terá obrigado a equipa encarnada a entrar em campo com uma muito maior passividade, o que se veio a revelar fatal. A sorte também não quis marcar presença, e aquele golo no último minuto pode muito bem ter sido fatal.
Agora não vale a pena olhar para trás. Há que buscar os golos, a vitória e, quem sabe, fazer reviver as epopeias de Londres (1991) e Leverkusen (1994), quando empates caseiros a uma bola proporcionaram segundas mãos inesquecíveis.
E se não for possível seguir em frente, estou mesmo a ver alguém que pode, e deve, pagar as favas.

CLASSIFICAÇÃO REAL

Se a polémica em torno das arbitragens fosse proporcional ao número e à gravidade dos erros cometidos, ao longo de toda esta semana não se falaria noutra coisa. Contudo, sendo FC Porto e Sporting os mais beneficiados nesta ronda, estando afastados da discussão do título, e de algum modo resignados com a forte possibilidade de o Benfica o conquistar, tudo parece bem mais pacificado.

SP.BRAGA-RIO AVE
Só vi os últimos minutos do jogo, e quero acreditar que antes não se tenha passado nada que belisque a sofrida vitória bracarense.
Resultado Real: 1-0

ACADÉMICA-FC PORTO
Arbitragem desastrada de João Capela, cometendo erros graves em série, sobretudo em prejuízo da Académica. Vejamo-los:
- Tudo começa com um penálti por assinalar a favor da equipa de Villas-Boas, por toque de Miguel Lopes no pé de apoio de Sogou.
- O penálti favorável à Académica, as dúvidas que possam subsistir prendem-se mais com a qualidade da transmissão televisiva. É que no meu ponto de vista existe claramente um empurrão pelas costas de Bruno Alves ao avançado estudante, mas a realização televisiva fez o “favor” de omitir os melhores ângulos para se perceber a falta. Um caso que já originou protestos em vários quadrantes.
- Já o penálti assinalado a favor do FC Porto deixa muitas dúvidas. Rui Neréu parece tentar evitar o contacto, e é Falcão que força a queda. Escreveu-se direito por linhas tortas, e o colombiano falhou.
- Pelo meio, creio que o golo do empate portista é ilegal. Não por fora-de-jogo, pois a bola vem de um defesa da Académica, mas por carga de Bruno Alves quando salta com o outro defensor sobre a linha de baliza, impedindo-o com o braço de chegar à bola.
- Há ainda um lance de dúvida envolvendo Ruben Micael, mas parece-me ser o madeirense a forçar a queda.
Resultado Real: um golo ilegal para o Porto, um penálti por marcar para a Académica e temos o resultado ao contrário, 2-1.

SPORTING-V.GUIMARÃES
Em Alvalade, Bruno Paixão e os seus auxiliares não estiveram melhor.
Nunca compreendi como é que Pedro Henriques, que quase não marca faltas, assinalou aquela mão de Miguel Vítor no Benfica-Nacional do ano passado. Da mesma forma, custo a entender que Bruno Paixão, que assinala 40 faltas por jogo, deixe passar em claro duas grandes penalidades claras contra o Sporting, ambas por mão na área (a primeira de Polga, a segunda creio que de Saleiro). A menos que se tratasse de cumprir a missão patriótica de ajudar a motivar a equipa de Carvalhar para o jogo de quinta-feira.
Um dos fiscais-de-linha acompanhou o árbitro no desnorte. No primeiro golo Grimi está em fora-de-jogo, e pouco depois foi anulado um golo a Saleiro com este em posição legal. Se neste último particular as contas se equilibram, com os penáltis que ficaram por marcar o Guimarães poderia ter conquistado um ponto.
E Miguel Veloso ficou por expulsar…
Resultado Real: 3-3

NACIONAL-BENFICA
A mentira choca-me sempre. Mas quando é tão absurda, quando está à vista de todos, quando nem se preocupa em disfarçar-se de verdade, além de detestável torna-se também ridícula.
Miguel Sousa Tavares escreve hoje n’“A Bola” que o golo de Cardozo foi obtido em fora-de-jogo. Ou ele não viu bem as imagens, ou pensa que os leitores não as viram (pelo menos a parte deles que ele tenta enganar). Quando Ruben Amorim faz o passe está para lá da linha de pequena área, e Cardozo está um bom metro atrás dela, pelo que o golo é legalíssimo, e nem Manuel Machado protestou.
Já no lance do penálti parece-me que Paulo Baptista errou. Há falta, mas dá a sensação de ser cometida fora da área, embora na posição em que o árbitro se encontra se perceba o equívoco. É um lance difícil de avaliar, e mais uma vez a realização televisiva poderia ter feito muito melhor. De qualquer modo, o falhanço de Cardozo retirou protagonismo ao caso.
De resto, um livre mal assinalado por alegada mão de David Luíz, e outro por assinalar por corte com o cotovelo de Cardozo, ambos sobre a linha da área benfiquista, e ambos na ponta final do desafio, equilibram-se no deve e haver das equipas.
Resultado Real: 0-1

CLASSIFICAÇÃO REAL
BENFICA 63
Sp.Braga 48
FC Porto 44
Sporting 39

O HOMEM DOS TÚNEIS

Cuidado com este homem!
- O caso do túnel da Luz foi nele que começou.
- Em Alvalade envolveu-se com o adjunto do Sporting.
- Em Coimbra envolveu-se com André Villas-Boas.
Depois de uma prestação medíocre enquanto preparador-físico do Benfica (lembram-se das ondas de lesões musculares?), e enquanto treinador-principal do Paços de Ferreira e do União de Leiria, José Gomes está finalmente no local certo, e a cumprir o papel para que verdadeiramente parece ter vocação.

TESOURO NA ILHA

Quando for feito o balanço final do campeonato, e se o Benfica se vier a sagrar campeão, estou certo de que a partida desta tarde na Choupana será tida como um dos momentos-chave dessa conquista.
O Nacional é sempre um adversário complicado, sobretudo quando joga em sua casa – um estádio peculiar, num local peculiar -, mas as dificuldades desta jornada não se esgotavam no terreno de jogo, nem no adversário. O Benfica lutava hoje também contra si próprio, contra as suas pernas cansadas, e contra o inevitável desgaste anímico de uma partida europeia azarada, disputada algumas horas antes.
Os noventa minutos confirmaram amplamente todas essas dificuldades. O Benfica não jogou mal (pelo contrário), mas teve de suar, e muito, para trazer os três pontos da Madeira, acabando por consegui-los com algum mérito, mas também com bastante felicidade.
Ao longo da primeira parte, embora tenha dominado territorialmente, nem sempre mostrou a clarividência necessária para transformar essa superioridade em ocasiões de golo. Mais do que isso, sentiu-se a todo o momento que o jogo poderia pender para qualquer dos lados, pois sempre que o Nacional acelerava notava-se alguma permeabilidade benfiquista, sobretudo nos corredores laterais, o que até já nem é novidade nesta temporada. O nulo registado ao intervalo adensava as suspeitas de uma noite difícil.
Na segunda parte o Benfica entrou melhor, mas os minutos iam passando e o golo salvador não aparecia. O coração dos adeptos batia cada vez mais fortemente, e quase ia explodindo com mais um penálti falhado por Cardozo, que parecia, naquele momento, deitar fora as chances de vitória, à semelhança do que acontecera na primeira jornada com o Marítimo, e há algumas semanas atrás em Setúbal.
Felizmente, o paraguaio não demorou muito a marcar, afastando fantasmas e tranquilizando os milhares de benfiquistas presentes no estádio, e os milhões que já roíam as unhas diante da televisão. Foi o golpe de sorte de que o Benfica necessitava, e é também desses momentos que, como sabemos, se fazem os campeões.
Os minutos finais foram de grande sofrimento, com o Nacional a ameaçar o empate, e com o Benfica a desperdiçar oportunidades de sentenciar o jogo em lances de contra-ataque. O apito final de Paulo Baptista soou como uma bela melodia aos ouvidos de toda a família benfiquista.
Esta foi uma vitória importantíssima para o conjunto de Jorge Jesus (a forma como o golo foi festejado é elucidativa), que poderá, na próxima jornada diante do Sp.Braga, dar uma vigorosa machadada na história deste campeonato. Creio que, vencendo os minhotos, o título já não fugirá. Mas isso fica para posterior análise.
Individualmente o destaque desta tarde vai, uma vez mais, para Di Maria, que participou na maioria dos momentos mais afirmativos do futebol benfiquista. Cardozo resolveu o jogo, é um grande avançado, é o melhor marcador do campeonato, é um dos jogadores que mais admiro (já tive até o enorme prazer de o conhecer pessoalmente), mas entendo que não deve marcar mais penáltis esta época - pelo menos quando esteja em causa a obtenção de pontos. As coisas são o que são, ele já falhou quatro (!!), e não acredito que consiga ter a tranquilidade suficiente para abordar outra situação idêntica.
Paulo Baptista teve uma prestação razoável, embora eu prefira aguardar por melhores imagens para perceber se o lance do penálti é dentro ou fora da área.

GALO

Tinha aqui pedido que a sorte acompanhasse o Benfica neste jogo. Achava-a, mais do que nunca, imprescindível, num contexto em que não era de esperar uma grande noite de gala por parte dos encarnados. Não fui ouvido.
As coisas até pareciam estar a correr bem. Uma exibição quanto baste, o pé de Maxi a fazer de mão de Vata, e uma vitória que, mesmo tangencial, escancarava as portas da qualificação. Mas, ao minuto noventa, aquele maldito golo tudo complicou, deitando para o lixo a vitória, a vantagem e uma parte significativa das esperanças de qualificação.
Se há coisa que eu custo a suportar no futebol são precisamente os golos nos últimos minutos. Representam a manifestação suprema da crueldade que o desporto-rei é capaz de nos impor. Constituem um murro no estômago, um golpe traiçoeiro, uma chaga profunda que leva o adepto a questionar-se sobre os porquês de estar ali em sofrimento, e em agonia. Confesso que não aguentei os dois minutos de compensação, e ao ver a bola entrar na baliza de Júlio César, levantei-me do meu lugar e, sem dizer palavra, saí de imediato, maldizendo a força da minha paixão.
Foi cruel, mas não se pode dizer que tenha sido injusto. O Marselha confirmou as melhores (piores) expectativas, mostrando tratar-se efectivamente de uma equipa de primeira linha do futebol europeu. Para além das individualidades que também tem, nunca perdeu a sua rigorosa organização táctica (ou não fosse Deschamps um filho do "Calcio"), e impressionou pela robustez atlética, sendo capaz de manietar o futebol encarnado durante grande parte do tempo de jogo, não dando espaços nem tempo para os artistas da Luz pensarem e executarem a preceito. Criou oportunidades claras de golo (pelo menos tantas como as do Benfica), e se saísse derrotada de Lisboa teria bastos motivos para se queixar da má fortuna.
Percebo pouco de futebol. Tão pouco como muitas das pessoas que escrevem sobre ele, mas muito menos do que qualquer treinador mediano. Não consigo por isso entender a gestão do plantel que Jorge Jesus diz fazer, lembrando ao mesmo tempo, e bem, que o Campeonato é a principal prioridade. Não sei em que condições se irá apresentar esta equipa na Madeira dentro de algumas horas, mas não posso deixar de manifestar a minha grande apreensão. Talvez a gestão do plantel passe “apenas” pela forma mais lenta e passiva com que os jogadores abordaram esta partida, pelo menos na sua fase inicial. Não sei se sim nem se não, mas no meu entendimento de leigo, preferia ter visto em campo um onze à base de segundas linhas (se é que se pode chamar tal coisa a Ruben Amorim, Carlos Martins etc), mas fortemente decidido a comer a relva até ao último apito do árbitro.
Para além dos méritos já devidamente atribuídos ao conjunto francês, só Jesus e os jogadores saberão os verdadeiros motivos de uma primeira parte tão pouco conseguida. Gestão de esforço ou não, a verdade é que o Benfica demorou a encontrar-se, e só na última meia-hora de jogo atingiu o nível habitual nesta temporada. Paradoxalmente, talvez aqueles minutos finais, com a preciosa vantagem de 1-0 no marcador, devessem ter sido conduzidos a um ritmo mais baixo. Talvez Fábio Coentrão não devesse ter entrado. Talvez Ruben Amorim ajudasse a segurar o meio-campo, e a pôr o gelo que aquele copo estava a pedir com avidez. Sabe-se todavia que não é essa a filosofia deste Benfica, cujo código genético remete para a busca constante do golo. E também é verdade que um eventual 2-0 quase fechava as contas da eliminatória. Foi na fronteira entre estes dois mundos que o Benfica sofreu o golo penalizador. No futebol, como na vida, nem sempre a sorte protege os audazes.
A eliminatória não está perdida. Mas é óbvio que, com este resultado, o favoritismo instalou-se claramente do lado de lá. Não sei também se, à luz da luta pelo título nacional, será assim tão mau para o Benfica ficar pelo caminho na competição. O sonho de uma final europeia seria o céu, mas cá na terra não ser campeão seria trágico. No futebol, como na vida, quem tudo quer, tudo perde.
Queiramos com todas as forças o título nacional. O resto se verá.

APELO À FELICIDADE

Do resultado desta noite dependem, em larga medida, as ambições europeias do Benfica para esta época.
Tratando-se de uma competição a eliminar, parece uma verdade lapalisseana. Mas é mais do que isso. Jogando diante dum candidato ao título francês três dias antes duma partida de importância, eu diria, transcendental na luta doméstica (na Choupana diante do Nacional), o Benfica não pode forçar muito o seu andamento, nem correr demasiados riscos. O jogo de hoje está claramente condicionado pelo do próximo domingo, a atitude da equipa terá de ser cautelosa, e assim sendo, as possibilidades de êxito serão inevitavelmente menores.
Imaginemos que o Benfica tem, ainda assim, a sorte de fazer hoje um bom resultado. Na segunda-mão (sem campeonato no fim-de-semana seguinte) já poderia empenhar-se mais firmemente na passagem, jogando então com todas as fichas no Vélodrome. E a eliminatória seguinte (já depois do tira-teimas com o Sp.Braga) talvez pudesse ser disputada com o conforto de uma maior vantagem pontual no campeonato - coisa que espero e desejo – permitindo um olhar privilegiado sobre a prova europeia, e (quem sabe?) uma reedição da inesquecível saga de 1983.
Ou seja, em todo o percurso internacional da temporada, o jogo em que o Benfica menos poderá apostar é porventura este. Hoje é necessário que seja a sorte a fazer o seu trabalho, e a proteger uma equipa que não pode explorar ao máximo as suas capacidades.
Qualquer vitória é boa, mas ganhar sem sofrer golos seria o ideal, e iluminaria o sonho que tenho de uma viagem até Hamburgo no próximo mês de Maio.
Onzes prováveis:
BENFICA – Júlio César, Maxi Pereira, Luisão, David Luíz, Fábio Coentrão, Javi Garcia, Ruben Amorim, Carlos Martins, Di Maria, Saviola e Cardozo.
MARSELHA – Mandanda, Bonnard, M’Bia, Diawara, Taiwo, Cissé, Cheyrou, Lucho Gonzalez, Valbuena, Ben Arfa e Niang.

GRATAS MEMÓRIAS

Nesta quinta-feira teremos na Luz a 1ª mão dos oitavos-de-final da Liga Europa, onde o Benfica vai reencontrar o Olympique de Marselha, adversário da célebre e saudosa meia-final de 1990.
Aquele que ficou imortalizado como “o da mão de Vata”, foi um dos mais empolgantes jogos internacionais para a minha geração - a par de Roma em 1983, Steaua de Bucareste em 1988, Arsenal em 1991 e Leverkusen em 1994. Quem o presenciou jamais poderá esquecer o ambiente de autêntica loucura vivido naqueles derradeiros minutos (após o golo) pelas mais de 120 mil pessoas que enchiam o nosso antigo estádio. Devo confessar que só na manhã seguinte soube que o lance que tinha colocado o Benfica na sua 8ª final europeia havia sido irregular. Reconheço também que pouco me importei com isso.
Esperemos que o resultado da eliminatória se possa repetir, mas desta vez sem que o árbitro assuma o protagonismo. Para confusões já bastam as que nos vão arranjando por cá.”
LF em Jornal "O Benfica" 05/03/2010