O ONZE ÓBVIO


JÁ NINGUÉM LHES LIGA

Quer continuem a ladrar para adepto ouvir e para comunicação social citar e encher chouriços, quer decidam calar-se (o que não podem fazer, pois colocavam o emprego em risco), o que é certo é que do lado de cá já ninguém lhes liga. Na verdade, rimo-nos deles. São caricaturas apalhaçadas do pior que o futebol português tem ou teve.
A estratégia até foi bem planeada na tal reunião secreta, valeu o prémio de ouro (os meus parabéns), mas acabou. Esgotou-se. Finito. Adeus.
Preocupem-se com  outras coisas (comissões e falcatruas a sul, insolvências e falcatruas a norte). No Benfica a preocupação é a luta pelo Penta. Leiam outra vez, todos comigo: P-E-N-T-A!

TUDO DE BOM, IMPERADOR!

Soube chegar. Soube estar e ganhar. Soube sair. Sempre com a máxima dignidade.
Obrigado Imperador! O teu contributo nunca será esquecido.

E APESAR DE TUDO...

À 12ª jornada, em três anos de Rui Vitória, esta temporada apresenta o melhor registo (muito idêntico ao anterior, com vantagem nos golos; e consideravelmente superior ao de 2015-16). As outras duas acabaram no Marquês. Como terminará esta?

O SENHOR 101

Impressionante!
O melhor jogador do Benfica deste século!
O terceiro de sempre na média de golos por época!
Um luxo!


INFLEXÃO?

O que está escrito atrás, escrito está. E não será um jogo bem conseguido a alterar uma opinião construída ao longo dos últimos meses.
Deus queira que os jogos bem conseguidos venham para ficar, e me obriguem a engolir tudo o que disse antes. Ninguém mais do que eu ficaria satisfeito com isso. Adoro ver o meu pessimismo desmentido por circunstâncias positivas, e quando toca a paixões, ainda mais.
Se fosse necessário escrever artigos duros para a equipa ganhar, se houvesse algum nexo de causalidade entre uma coisa e outra, certamente teriam aqui veneno todas as semanas.
Faz agora sensivelmente dois anos, escrevi um artigo muito crítico para com Rui Vitória, então acabado de chegar ao clube – com a entrada em falso de que todos se recordam. A dada altura percebi que esse texto perdera actualidade e pertinência. E achei melhor retirá-lo, num sinal de união que era necessário dar. A equipa arrancou para uma série de 25 vitórias em 26 jogos, bateu o recorde de pontos, e sagrou-se tri-campeã, naquele que foi, provavelmente, o título mais saboroso da minha vida.
O que eu gostava de ver o caso repetido…
Posto isto, direi que o jogo de ontem correu demasiado bem para tirar grandes conclusões. O adversário, que só ainda venceu dois jogos neste campeonato, e que já chegava desfalcado, cedo ficou reduzido a dez, viu saírem dois jogadores lesionados, e cometeu erros próprios de uma equipa cheia de problemas internos. O Benfica marcou a abrir o jogo, a fechar a primeira parte, a abrir a segunda, e nos descontos. Quase tudo saiu bem, e, diga-se em nome da justiça, os encarnados também fizeram por isso.
Se alguma coisa ficou demonstrada foi a clara vontade dos jogadores do Benfica em darem resposta a uma situação menos positiva. Viu-se vivacidade, empenho e, a dada altura, até alegria. Grandes golos, grandes exibições individuais, e muitas promessas para as próximas jornadas, e em particular, para a próxima jornada.
O onze base, por agora, terá de ser aquele. Diogo Gonçalves ainda não tem a maturidade de Cervi, e na baliza Bruno Varela merece mais uma oportunidade. Na defesa, um Jardel normal oferece garantias. E no meio, Krovinovic é indispensável (como bem se viu ontem, e também em…Moscovo).

Na sexta-feira sim, um teste a doer. Com um resultado positivo prometo desde já apagar o post anterior a este. É daqueles jogos que podem virar uma temporada do avesso. Oxalá aconteça.

A FRIO E DE FRENTE

Antes de mais, e antes que alguém faça o reparo, digo desde já que a direcção do Benfica têm também algumas responsabilidades na época deplorável que a respectiva equipa de futebol está a realizar. Impulsionado pela necessidade de controlar os gastos, terá havido algum optimismo quanto à substituição dos jogadores a transferir (e excepto Mitroglou, nada havia a fazer para evitar as vendas), designadamente quanto à condição física de Júlio César (que se pensava poder assegurar, por um ano que fosse, a baliza órfã de Ederson), quanto ao estado de forma de Jardel (que só por lesão havia saído da equipa e, na falta de Lindelof, parecia poder regressar em grande à titularidade), quanto à qualidade técnica de André Almeida (que chegou a sentar Nélson Semedo no banco durante meses) ou quanto à eficácia de Seferovic (que na pré-época, e até ao fecho do mercado, com oito golos anotados até dia 19 de Agosto, parecia permitir a libertação de Mitroglou, cujo salário seria porventura mais elevado). Quem de nós, na altura, com os dados de então, confrontado com a necessidade de decidir, não seria levado a pensar da mesma forma? Eu desde já me acuso: teria feito praticamente o mesmo, talvez com a excepção do caso dos pontas-de-lança. Passados alguns meses, percebe-se que as coisas não funcionaram como se esperava, e o próprio Luís Filipe Vieira já reconheceu, em entrevista televisiva, que nem tudo correu bem na preparação da temporada. 

Dito isto, há que perceber que, mesmo com todas as condicionantes referidas, ou mesmo erros cometidos, o Benfica tem, ainda assim, um plantel fortíssimo, com múltiplas opções em quase todos os sectores do terreno, sobretudo do meio-campo para diante, o que choca frontalmente com a total ineficácia goleadora revelada, por exemplo, nesta fase de grupos da Liga dos Campeões, e com a confrangedora prestação da equipa no plano colectivo – no qual não se vislumbra qualquer dinâmica de jogo, quase parecendo não existir treino táctico.
Vamos então ao plantel.
Na baliza, juntamente com o referido Júlio César, estão dois jovens promissores, Svilar (presumivelmente um dos melhores do mundo a breve trecho) e Bruno Varela (que ontem demonstrou não ser tão mau como um erro, apenas um erro, havia indiciado, e tinha sido suficiente para sumariamente o retirar do onze).
Na defesa, André Almeida, Jardel, Luisão e Eliseu constituíram o quarteto campeão de há duas épocas. Mais tarde, o excelente Gimaldo impôs-se na ala esquerda. Ruben Nunes apareceu já nesta temporada, e justificou a aposta. Lisandro, não sendo uma estrela, parece-me um suplente credível, e opção válida para a maioria dos jogos domésticos. Ainda assim, como disse logo no início, creio que o lado direito e o eixo central poderiam, e deveriam, ter sido melhor acautelados. Sabe-se que houve sondagens por João Cancelo e Garay. Provavelmente, a necessidade de contenção de despesa afastou essas duas hipóteses.
No meio-campo há opções para todos os gostos. Nem é preciso falar de Filipe Augusto (que também não é tão mau como se diz), de jovens promessas da equipa B (Florentino ou Gedson), ou de emprestados (como André Horta, Pedro Rodrigues, Cristante, Talisca ou Carrillo). Fejsa, Samaris, Pizzi e Krovinovic são opções mais do que suficientes para a zona central, ao passo que Salvio, Zivkovic, Cervi, Rafa e o entretanto promovido Diogo Gonçalves, assegurariam as alas de qualquer candidato ao título nacional, ou a uma passagem da fase de grupos europeia, fazendo mesmo inveja aos principais rivais.
No ataque, Jonas, a grande estrela da equipa, manteve-se no plantel. Raul Jimenez também, além da entrada de Seferovic, que acabou por ser argumento para colmatar a saída de Mitroglou. Pode questionar-se a diferença de características técnico-tácticas entre aquele que entrou e aquele que saiu. Mas um trio onde estão o melhor jogador da Liga Portuguesa, e os pontas-de-lança titulares da selecção mexicana e suíça, além de um jovem internacional brasileiro (Gabigol) à procura de regeneração, é mais do que suficiente para os objectivos de um clube como o Benfica.
Resumindo, o plantel é forte, e tinha obrigação de render muito mais do que aquilo que se vê em campo. O problema do Benfica não é, pois, um problema de clube, nem de opções estratégicas, mas sim exclusivamente de equipa, e de qualidade de jogo.
Acresce que não é de agora. Já na fase final da temporada passada o futebol colectivo do Benfica era medíocre. Recordo, por exemplo, o duplo confronto com o Estoril (campeonato e taça), ou a vitória sofrida em Moreira de Cónegos, para não ir aos apagões de Nápoles, Dortmund, segunda parte de Istambul, ou à estranha primeira parte com o Boavista. As prestações em Setúbal e na Madeira foram miseráveis, tal como o jogo do Algarve com o Moreirense, estas últimas sublinhadas com derrotas comprometedoras.
Se verificarmos com atenção, sobretudo na segunda metade da temporada passada, foram mais as exibições paupérrimas do que as minimamente convincentes. Salvaram-se os jogos com o Vitória de Guimarães, e como a última imagem é a que prevalece, tudo o que ficou para trás foi mais ou menos esquecido. E se há dúvidas face ao plantel actual, esse tinha Ederson, Semedo, Lindelof e Mitroglou, e até certa altura até Gonçalo Guedes.
Há outro aspecto que está por esclarecer. A onda de lesões de todo este período tem ou não a ver com preparação física e treino? Não tenho conhecimentos especializados para me pronunciar sobre o tema, mas nunca ouvi qualquer explicação cabal. Desconfio que possa também entrar no pacote da incompetência técnica . Depois de um período em que as coisas pareciam acalmar neste domínio, eis que temos novamente lesões de última hora, inexplicáveis e inexplicadas (por exemplo, a de Grimaldo nesta partida de Moscovo).
Intrigante também é a desvalorização futebolística de activos como Rafa, Raul Jimenez, Zivkovic, Samaris, Cervi, Seferovic, para não ir aos próprios André Almeida, Jardel e Lisandro. Todos eles deixam a sensação de que poderiam render muitíssimo mais com outro treinador. De todos fica a sensação de não aprenderem nada, e de andarem algo perdidos e entregues a si próprios dentro do campo. Já na época passada era gritante a diferença, por exemplo, do Carrillo de Jorge Jesus, para o Carrillo de Rui Vitória.
A falta de oportunidades dadas a João Carvalho é outro enigma. Agora até Keaton Parks foi chamado, o que é quase uma provocação ao jovem português. Zivkovic saiu da equipa depois de uma excelente exibição. Cervi idem. Seferovic foi para o banco no dia em que jogava no seu país. Krovinovic não foi inscrito. Enfim...também no plano das escolhas, o critério, ou não abunda, ou não é minimamente entendível. E quando não se entende um critério, e os resultados são maus, o que sobra?
Aliás, podemos estar já numa fase em que o treinador tenha perdido irremediavelmente o grupo - que aparentemente já não acredita nas suas ideias.
A olho nu não vislumbro qualquer falta de empenho de qualquer profissional. Os jogadores correm, lutam, mas na maioria das vezes não sabem como o fazer, ou o que fazer com a bola. Quando as individualidades resolvem (e no campeonato, felizmente, isso tem acontecido muitas vezes, sobretudo com Jonas), o assunto é abafado. Quando tal não acontece, ou quando os adversários assim não o permitem, a ausência de uma ideia de jogo é confrangedora, os desequilíbrios colectivos assustadores, e globalmente as exibições tornam-se absolutamente deploráveis.
Muitas vezes o Benfica até entra bem nas partidas (Bessa e Funchal, por exemplo), mas ao mais pequeno revés fica sem capacidade de reacção, e sem argumentos tácticos para recolocar o jogo a seu favor, mostrando uma fragilidade imprópria para uma equipa grande.
O discurso do treinador é bonito, mas repetitivo, desculpabilizante e redondo, sem nunca verdadeiramente falar do jogo em si, e sem nunca justificar porque joga o Benfica tão mau futebol – algo que se está a transformar numa regra.
Enfim. É muita coisa. Às quais podemos juntar o péssimo início de época de 2015-16, que miraculosamente acabou em título – talvez mais por intervenção divina (Bryan Ruiz, Jonas-Bessa, Ederson-Arnold etc), ou, pelo menos, por força psicológica face ao que se passara no defeso, do que por obra de um treinador que não trazia grande currículo, e no Benfica raramente se mostrou acima da mediocridade.
Não me perguntem quem quero para treinar o Benfica. Tenho alguma prudência em defender desde já, categoricamente, o despedimento de Rui Vitória, precisamente porque não vejo muitas alternativas que me satisfaçam (Mourinho, Jardim e Marco são inacessíveis, outros portugueses são demasiado inexperientes, e um estrangeiro, não podendo ser Guardiola ou Ancelotti, é sempre um tiro no escuro). Mas já não tenho dúvidas em identificar, e personalizar, o problema do futebol do Benfica. Só não vê quem não quer.

Lamento que venha a ser necessária uma derrota no Dragão, e, quem sabe, uma eliminação da Taça de Portugal, e mesmo da Taça da Liga (a juntar ao fracasso europeu), para esta evidência se tornar universal.Mas, infelizmente, parece-me ser isso que nos espera.

BASTA!

Farto de ver jogadores a arrastarem-se em campo sem saber que fazer.
Farto de ver talento a regredir.
Falto de ver equívocos tácticos.
Farto de ver incapacidade para mexer com os jogos.
Farto de lesões mal explicadas.
A sorte não dura sempre, e as individualidades vão ficando gastas.
O Penta ainda é possível, mas só com mudanças drásticas,  ou... com uma mudança drástica.
O Benfica tem de estar acima de amizades, e até da gratidão.
As lideranças esgotam-se. E o tempo de Rui Vitória passou.

CALCULADORA DE MÃO


Hipótese única:
Ganhar em Moscovo e golear o Basileia por 6-0 (5-0 se a vitória em Moscovo for por mais de um golo de diferença), e o Manchester United ganhar ambos os jogos (na Suíça e em casa com o Cska).




Não ganhando em Moscovo, o Benfica fica afastado de ambas as competições europeias. Mas as vitórias não são todas iguais. Veremos as várias hipóteses.

Hipótese A:  CSKA-BENFICA, 0-1

A1: BASILEIA-M.UNITED (1X) Benfica eliminado.

A2: BASILEIA-M.UNITED (2) Ganhar ao Basileia na Luz por 6-0, ou por 4-0 se Cska perder em Manchester.


Hipótese B: CSKA-BENFICA, 1-2

B1: BASILEIA-M.UNITED (1X)  Ganhar ao Basileia na Luz por 3-0 e Cska perder em Manchester.

B2: BASILEIA-M.UNITED (2) Ganhar ao Basileia na Luz por 6-0, ou 4-0 se Cska perder em Manchester.


Hipótese C: CSKA-BENFICA, 0-2 

C1: BASILEIA-M.UNITED (1X) Ganhar ao Basileia na Luz por qualquer resultado e Cska perder em Manchester.

C2: BASILEIA-M.UNITED (2) Ganhar ao Basileia na Luz por 5-0, ou ganhar por 2-0 e Cska perder em Manchester.


Hipótese D: CSKA-BENFICA, 0-3 (ou maior diferença) 

C1: BASILEIA-M.UNITED (1X) Ganhar ao Basileia na Luz por qualquer resultado e Cska perder em Manchester.

C2: BASILEIA-M.UNITED (2) Ganhar ao Basileia na Luz por 5-0, ou ganhar por qualquer resultado e Cska perder em Manchester.


Resumindo, há que ganhar em Moscovo pelo menos por 2 golos.

Jornada ideal: Ganhar por 0-2 em Moscovo, e Basileia ganhar ao Manchester. Na última jornada o Benfica defrontava um Basileia já apurado, e, esquecendo goleadas bastar-lhe-ia vencer por qualquer diferença para alcançar a Liga Europa (desde que Manchester vencesse Cska em Old Trafford).

ONZE PARA MOSCOVO


TAMBÉM JÁ VÃO SENDO ALGUNS...

2013-14

2014-15 

2015-16

 2016-17
Imaginem mais um.
O que sentirá o J.Marques?
E Pinto da Costa, que nunca esteve tanto tempo sem ganhar?
É esta a razão.
Percebem?

SÃO MUITOS, NÃO SÃO?

2002-03 
 2003-04
 2004-05
 2005-06
 2006-07
 2007-08
 2008-09
 2009-10
 2010-11
 2011-12
 2012-13
 2013-14
 2014-15
 2015-16
 2016-17
O que sentirão eles?
E se for mais um? E outro? E outro?
Que pequenez!
Será esta a razão de tanto ódio?

O ADEUS DE UM SENHOR

Três imagens ficam da noite da histórica eliminação italiana. Primeiro, Buffon aplaudindo o hino sueco quando todo o estádio o assobiava. Segundo, e enquanto os seus colegas se espalhavam pelo chão em lágrimas, o guarda-redes italiano, como grande senhor, dirigia-se aos adversários felicitando-os, um a um, pelo apuramento. Depois, foi a sua vez de não conter as lágrimas, numa flash interview que quase fez chorar também os espectadores, mesmo os mais isentos.
Gigi não merecia que o seu último jogo internacional fosse um dos mais negros da história da selecção transalpina, que ao longo de tantos anos ajudou a brilhar e a vencer.  
Fica a memória de um dos melhores guarda-redes de todos os tempos. E de um homem que, manifestamente, merecia estar no Mundial russo.

DISPIACE

Nunca vi um Mundial sem a Itália,e duvido que algum dos leitores se lembre de tal coisa. Seria preciso recuar até 1958, quando Pelé dava os primeiros passos na história do futebol.
Mas, mesmo sendo vítima de um certo anacronismo geográfico da FIFA, que coloca na fase final o Panamá, a Arábia Saudita, a Costa Rica, o Irão e a Tunísia, deixando de fora Holanda, Itália, Turquia, Chile ou Grécia, a verdade é que esta "Squadra Azurra" tem muito pouco que a recomende.
Por exemplo, o seleccionador, aos 68 anos, nunca conquistou um título, nem sequer chegou a disputar uma Liga dos Campeões de clubes, ou fase final de qualquer competição de selecções. E tirando o eixo central da defesa, Buffon, Chiellini e Bonucci, mais ninguém na equipa tem verdadeira dimensão internacional.
Que saudades dos tempos de Zoff, Tardelli, Rossi ou Bettega, e mais tarde de Del Piero, Pirlo, Inzaghi, Totti ou Gattuso. Mas os calendários não voltam para trás, e os italianos terão muito que reflectir sobre o momento actual do seu futebol - que se repercute igualmente em muitos dos seus principais clubes (desde logo o grande AC Milan).

VÍTIMA

Nem tão bom como se dizia em Agosto (e na altura escrevi que ainda desconfiava dele), nem tão mau como dizem os suíços. 
Por cá tem, sobretudo, sido vítima da comparação com Mitroglou - que lhe é claramente desfavorável, até porque tem características diferentes, e menos diferenciadoras (e goleadoras) do que o grego.
É um jogador triste, que precisa claramente de estímulo. Pode ser que este episódio funcione como tal.
Merece o apoio dos benfiquistas.

UMA EQUIPA INTEIRA PARA A TROCA

BRUNO VARELA: emprestar a equipa da liga para ir ao Mundial e valorizar

DOUGLAS: devolver

LISANDRO: emprestar para poupar no salário

KALAICA: emprestar a equipa da liga para rodar e valorizar

  HERMES: dispensar

 CHRIEN: emprestar para rodar e valorizar

  WILLOCK: emprestar para rodar e valorizar

JOÃO CARVALHO: emprestar a equipa da liga para rodar e valorizar

OLA JOHN: dispensar

GABIGOL: devolver

    RAFA: emprestar a equipa da liga para ir ao Mundial e valorizar

PEDRO PEREIRA: dispensar

A ENTREVISTA - destaques

MAILS: Com humildade e serenidade, Vieira confessou que o Benfica não estaria preparado para um ataque daquela natureza, mostrando tranquilidade total quanto ao desfecho das investigações. Foi franco e certeiro ao lamentar o impacto mediático de um tema que na justiça não dará em nada, mas que nas televisões e nos jornais já fez, e vai fazendo, alguma mossa. Tranquilizou a nação benfiquista, prometendo fazer com que este caso não fique impune. 

ARBITRAGEM: Foi, uma vez, mais, a única voz de bom senso na abordagem de um tema que tem servido, exclusivamente, para arma de arremesso contra o Benfica. Desafiou os árbitros a contarem as verdades, e os poderes a actuarem na defesa do futebol. Marca aqui uma diferença substancial de comportamento face aos dois rivais.

APOSTA NA FORMAÇÃO: O ponto mais frágil da entrevista, pois se por um lado toda a estratégia defendida faz sentido, a verdade é que a prática tem sido diferente. Não na aposta na formação em si, mas no aproveitamento dos jovens para a primeira equipa. É verdade que com Ederson, Nélson, Lindelof, André Gomes, Bernardo, Renato, Gonçalo, Cancelo etc, o Benfica poderia ter já hoje uma grande equipa alicerçada na sua formação, mas também é verdade que todos eles foram rapidamente vendidos, alguns sem chegar a jogar uma única vez como titulares. É uma contradição face ao discurso oficializado, que o futuro poderá dissolver, mas que o passado e o presente não permitem, por enquanto, ignorar.

MOMENTO DA EQUIPA: Sereno, Vieira lembrou que não se pode ganhar todos os jogos, mas que o plantel é forte e vai lutar até ao fim. Explicou bem algumas opções. Outras não tanto (Mitroglou não era apenas "um dos" quatro avançados, mas sim o único ponta-de-lança puro do plantel).

SPORTING: O momento de humor da entrevista foi quando falou da aliança dragarta, lembrando que nestes casos o Sporting fica sempre por baixo - como parece, de facto, começar a acontecer uma vez mais.

NUNO GOMES: Tudo explicado.

RUI GOMES DA SILVA: Vieira esteve muito bem, confessando ter ficado magoado com algumas observações do ex-presidente, sobretudo por terem sido feitas num momento delicado. Creio que os sócios do Benfica terão podido tirar conclusões desses episódios.

AG: Num momento quase intimista, Vieira mostrou o quanto o magoou a incompreensão e o comportamento de alguns sócios na última AG.

RUI VITÓRIA: Não poderia dizer outra coisa. Enquanto Vitória for treinador do Benfica, estará "seguro" até final do contrato. Veremos o que acontece se as coisas correrem mal, algo que com este treinador ainda não aconteceu verdadeiramente (pelo menos em termos de campeonato nacional).

NOTA FINAL (0-20): 17 valores.

FINALMENTE ALGO DE NOVO

Mau grado Joaquim Rita (SICN) ter qualificado a exibição do Benfica em Guimarães como medíocre, a mim pareceu-me bem melhor do que a maioria dos jogos do passado recente. Consistência, solidez e eficácia foram os três atributos que levaram os encarnados a uma vitória relativamente tranquila num dos terrenos mais difíceis do campeonato.
Descontando o facto de este adversário ser aquele com o qual o Benfica realizou os seus melhores jogos no ano civil de 2017 (6 partidas, 6 vitórias, 17-2 em golos, e boas exibições em casa e fora), a verdade é que a entrada de mais um médio (neste caso Krovinovic, como poderia ter sido Samaris, ou Filipe Augusto, ou dois deles descansando Pizzi) deu bastante equilíbrio a um colectivo que começada a mostrar-se esgotado.
Se isto há muito tempo era óbvio, já a performance de Jonas actuando sozinho na frente terá sido uma boa surpresa. Foi o melhor em campo, jogando a "nove", posição em que, até ao momento, raramente havia sido feliz. Aliás, a insistência até à náusea no 4-4-2 terá sido, em parte, motivada por uma tentativa de melhor aproveitamento do craque brasileiro. 
É claro que, jogando em casa, contra adversários fechados, faltará peso na área (Jimenez ou Seferovic). Aí o terceiro médio cairá. Mas para os confrontos decisivos do Dragão e de Moscovo, parece-me que a fórmula ideal está encontrada (eventualmente com a entrada de Grimaldo para o lado esquerdo da defesa).
Já agora, o patinho feio André Almeida realizou, também, uma excelente partida, enquanto Svilar voltou a mostrar alguma verdura - mais cedo ou mais tarde, temo que o recurso a Júlio César venha a ser inevitável.
Já Ruben e Diogo estão de pedra e cal, e a continuar assim arriscam presença no Mundial da Rússia. E no caso do central, bom jeito dará à equipa das Quinas.

A JORNADA DA VERGONHA

Dois penáltis por assinalar contra o Porto, uma expulsão perdoada ao Porto, uma expulsão perdoada ao Sporting, um golo limpo anulado ao Braga, um penalti a favor do Sporting precedido de falta, um penálti por marcar a favor do Benfica, uma falta óbvia sobre Jonas marcada ao contrário.
O Porto poderia ter empatado. O Sporting deveria ter perdido. O Benfica estaria em segundo, a 3 pontos do primeiro.
Assim se condiciona um campeonato, com o video desligado. Era isto que eles queriam?

UM MAL QUE VEM DE LONGE


Se atendermos a todos os jogos do Benfica no ano civil de 2017, e se nos lembrarmos deles um por um, chegaremos à conclusão que, com excepção das cinco partidas frente ao Vitória de Guimarães (ex clube de Rui Vitória), todas elas bem conseguidas, o resto foi muito, muito pobre, em termos exibicionais.
Antes da época em curso - bem fresca na memória -, poderia recordar o duplo confronto com o Estoril (campeonato e taça), a recepção ao Boavista, e as deslocações a Moreira de Cónegos, Dortmund, Paços de Ferreia, Santa Maria da Feira, Braga, Taça da Liga no Algarve, Setúbal (quase todas, portanto), como exemplos de jogos medíocres, ou mesmo muito maus, do Benfica na temporada passada.
Preocupante é também a desvalorização de jogadores como Jardel, Lisandro, Eliseu, Samaris, Cervi, Zivkovic, Rafa, João Carvalho e Jimenez. Todos eles estão piores e valem menos agora do que há um ano atrás. Inclusivamente André Almeida, Grimaldo, Pizzi ou Fejsa, mantendo de algum modo a cotação, têm-se mostrado, igualmente, bastante aquém da melhor forma (em alguns casos de forma gritante e continuada). Uma história simples: quando todo o plantel joga menos e rende pouco, o que concluir?
De destacar ainda os 18 golos de Mitroglou de Janeiro a Maio, confirmando-se que foi esta, quanto a mim, a maior e menos justificável perda do Benfica no mercado de verão. Pelo que marcava, pela frieza diante da baliza, pelas bolas que conquistava e mantinha no meio campo adversário, e pelos espaços que abria para os colegas. Hoje o Benfica não tem ninguém que jogue dentro da área, juntando quatro avançados com características quase idênticas.
Outra preocupação: nenhuma das aquisições se afirmou como indiscutível (veremos Svilar), e a maior parte nem merece convocatória. Seferovic, que, apesar dos golos, nunca me impressionou, também já vai sendo um caso estranho de sub-rendimento face ao início da época. Krovinovic não passa de um bom suplente. Douglas e Gabriel foram erros de casting absolutamente desnecessários. Chrien e Willock andam pela B. Arango, Milos e Agra nem aqueceram lugar. Olhando para nomes como Ederson, Nélson Semedo, Lindelof, Mitroglou, ou mesmo Carrillo e André Horta, vemos a diferença.
Estão nestes parágrafos as razões para a má temporada que os encarnados estão a realizar. Resumindo, ausência de jogo colectivo que já vem de trás, sub-rendimento de grande parte do plantel, falta de um ponta de lança de área (um golo em quatro jogos da Champions) e aquisições falhadas ou inúteis. Duas primeiras assacáveis ao treinador, duas últimas à direcção, se bem que nesta repartição de culpas haja que realçar que, mesmo com o plantel formado por Vieira, este Benfica teria obrigação de render muito mais. De jogar o dobro, como alguém dizia há uns anos.

ALGUMAS CONTAS

Estes são alguns exemplos dos três possíveis desfechos. Não esquecer que o desempate por golos é, em primeira instância, pela diferença de golos APENAS entre as equipas empatadas em pontos - o que ainda complica mais a vida do Benfica.
Como se percebe, as hipóteses são poucas. Para a Liga dos Campeões seria preciso um resultado histórico com o Basileia na Luz, além de todas as restantes três partidas terem de corresponder à necessidade pontual. Esta é pois uma possibilidade meramente académica.
Já relativamente à Liga Europa, ganhando por dois golos em Moscovo, e por dois também ao Basileia, com uma vitória do M.United sobre o Cska os encarnados alcançariam o terceiro lugar.
Ganhando por três em Moscovo (seria fantástico, e bastante simplificador), na última ronda apenas contariam os pontos (qualquer vitória sobre o Basileia, e qualquer derrota do Cska em Inglaterra dariam a Liga Europa).
Ou seja, o Benfica deve apontar, primeiro que tudo, para uma vitória robusta em Moscovo (essencial por 2, excelente por 3 ou mais). Se assim for, não será difícil que a última jornada seja favorável.