UMA FINAL
Depois de uma incompreensível pausa para jogos amigáveis das selecções
– porque não antecipar o fim de época numa semana, ao invés de a interromper na
sua fase mais quente, numa espécie de anti-climax que não agrada a um único
adepto de futebol? -, regressa o campeonato. E regressa com mais uma final,
esta diante de um adversário que está a realizar uma temporada fantástica, com
aspirações em quatro frentes distintas. Há mesmo quem diga que este será o jogo
mais difícil que o Benfica tem pela frente na sua caminhada rumo ao 35º.
Além da qualidade do adversário – equipa com experiência de grandes
momentos, que dificilmente se impressionará perante as 65 mil pessoas que se
esperam na Luz -, e além de esta partida chegar na sequência da referida pausa,
com desgaste de viagens, com diferentes metodologias de treino, com dispersão
mental face aos objectivos, haverá também que combater todos os pensamentos,
palavras, actos e omissões que remetam para compromisso seguinte, o de Munique.
Não podem jogar-se dois jogos ao mesmo tempo, e independentemente do prestígio
internacional que uns quartos-de-final da Liga dos Campeões conferem, ninguém
(jogadores, técnicos, dirigentes e adeptos) pode esquecer, por um momento que
seja, que o grande desígnio da época é o Tri-Campeonato, e que a caminhada para
o atingir não permite o mais ínfimo percalço.
Nestas circunstâncias, dizer que o Benfica-Braga se trata de uma
final, não é conversa fiada. Tendo em conta que um empate pode significar a
perda da liderança, e a dependência de terceiros, o que hoje teremos na Luz é
mesmo uma verdadeira Final.