O regresso do Benfica, 17 anos depois, a uma meia-final europeia, traz à memória outros tempos, e outras meias-finais.~
Desde que despertei para o futebol (algures por 1976), já tive o privilégio de ver o meu clube disputar seis meias-finais europeias (esta será a sétima), e serão justamente esses momentos – pode dizer-se que, de glória - que irei recordar em mais um número da rubrica “Jogos para a Eternidade”.
Viajemos pois no tempo, começando por Abril de 1981 (tinha eu onze aninhos).
CARL ZEISS JENA, Taça das Taças 1980-81
A primeira presença do Benfica numa meia-final que a minha memória alcança, data de 1981.
O treinador era o húngaro Lajos Baroti, e a equipa encarnada constituída por jogadores de grande classe, e não menos carisma, como Bento, Pietra, Humberto Coelho, Carlos Manuel, Alves, Shéu, Chalana ou Nené.
Nssa temporada foi extremamente bem sucedida, com vitórias no Campeonato, Taça de Portugal e Supertaça, além do brilhante percurso europeu que agora recordo. Foi uma época marcante para mim, pois foi em Setembro de 1980 que vi o meu primeiro jogo do Benfica no Estádio da Luz, justamente para a Taça das Taças, diante do Altay Izmir da Turquia, data que
já evoquei nesta rubrica.
Foi essa eliminatória que iniciou o bonito percurso que levaria o Benfica até às meias finais, após ultrapassar adversários como o Dínamo de Zagreb (na altura uma potência do futebol de leste europeu), o Malmoe (finalista da Taça dos Campeões dois anos antes), e o Fortuna de Dusseldorf (finalista da Taça das Taças, também em 1978-79).
Além do jogo que presenciei no estádio, recordo, com particular estima, o encontro da segunda-mão frente ao Malmoe - na primeira-mão o Benfica perdera 1-0, e Bento sofrera, enfim, um golo, depois de um recorde de muitos minutos com as redes invioláveis -, em que Nené marcou dois golos de penálti já na segunda-parte, e a partida de Dusseldorf, uma das primeiras do Benfica que me recordo de ver na TV (antes dela, creio que apenas vira um Bayern-Benfica de 1976), disputada numa quarta-feira de Carnaval, e que terminou com um empate a dois.
Chegados às meias-finais, os encarnados tinham pela frente aquilo que se esperava ser uma pêra doce: os alemães de leste do Carl Zeiss Jena. Toda a gente aguardava então uma final entre Benfica e Feyenoord, mas a verdade é que a conquista do troféu seria decidida, pelo contrário, entre Carl Zeiss e Dínamo de Tbilisi, com vitória dos bielorrussos.
A eliminatória ficou logo marcada pelo jogo da primeira-mão, em que aos 10 minutos de jogo já o Benfica perdia por 2-0, não conseguindo, nos restantes 80, obter qualquer golo. Curiosamente, recordo essa partida com menor nitidez que as anteriores, mas lembro-me que foi também transmitida pela RTP.
Já o encontro da segunda-mão, na Luz, está bem vivo na minha memória. Ouvi o relato fechado na cozinha da casa dos meus avós, onde passava as férias da Páscoa. À distância de trinta anos, é possível perceber que a confiança na vitória não tinha ficado abalada pela derrota na RDA. Recordo a mobilização que esse jogo representou, e o destaque que a comunicação social lhe deu, com as capas dos jornais desportivos a pedir a final. Sem pesquisar, recordo grande parte dos nomes da equipa adversária: assim de repente…Grapenthin, Bauer, Schnuphase, Vogel, Bielau e Raab.
Um golo solitário de Reinaldo não chegou para a remontada. Mas ainda andei aos saltos pela casa quando, a poucos minutos do fim, a voz de António Pedro (não sei se ainda será vivo) gritou um segundo golo do Benfica que não chegou a existir.
No fim, foi a frustração total. A oportunidade de ouro de ver o meu clube vencer uma competição europeia, tinha-se gorado.
A vitória no Campeonato (5-1 ao Vitória de Setúbal na penúltima jornada), e na Taça (3-1 ao FC Porto no Jamor, com três golos de Nené, e três assistências de Shéu), trariam os sorrisos de volta.
A equipa era a seguinte: Bento, Veloso, Humberto, Laranjeira, Pietra, Carlos Manuel, Alves, Sheu, Chalana, Nené e Reinaldo.
UNIVERSITATEA CRAIOVA, Taça UEFA 1982-83
Dois anos decorridos, e o Benfica estava de volta a umas meias-finais, desta vez na Taça Uefa, e desta vez com melhor sorte.
A época foi ainda mais fantástica que a de 1980-81. Foi a primeira de Eriksson em Portugal, e além de Campeonato, Taça, e final da UEFA, o futebol praticado foi absolutamente esmagador. Não sendo dos tempos de Eusébio, terá sido esta, porventura, a melhor equipa que me lembro do Benfica alguma vez apresentar.
O percurso até à meia-final foi imaculado, com vitórias em casa e fora em quase todos os jogos. Betis, Lokeren, Zurique, e, particularmente, Roma, foram as estações percorridas. O jogo de Roma (vitória no Olímpico por 1-2) constituiu provavelmente uma das melhores exibições de sempre do Benfica. Tem, da minha parte, uma história pitoresca para contar, e
já aqui o recordei também.
Infelizmente não vi nenhuma partida ao vivo em toda a caminhada. Aquando da 1ª mão da meia-final, disputada na Luz, creio que cheguei a chorar por o meu pai não me ter levado. Ouvi o relato precisamente nas mesmas circunstâncias que o do jogo com o Carl Zeiss dois anos antes: em férias de Páscoa, fechado na cozinha dos meus avós.
O adversário era também de leste, era também teoricamente acessível, mas vinha da Roménia e chamava-se Universitatea Craiova. Recordo também alguns nomes, como o guarda-redes Lung, bem como Ungureanu, Ticleanu, e, sobretudo, o avançado Camataru, que viria a estar mais de uma vez na iminência de se transferir para o Benfica. O resultado foi um comprometedor 0-0.
A segunda-mão (soube-o mais tarde) terá sido uma das partidas disputadas em condições mais adversas de todo o historial europeu do Benfica. Ainda há pouco tempo, numa roda em que estive, Fernando Chalana recordava esse jogo, e lembrava tudo aquilo que os romenos fizeram para desconcentrar e amedrontar a equipa encarnada. Desde uma fanfarra à volta do hotel durante toda a noite, a perseguições ao autocarro, arremesso de objectos, tentativas de agressão, e um clima de terror dentro e fora do estádio. Só uma equipa com grande personalidade reagiria a tudo aquilo, e o Benfica de Eriksson era, na verdade, uma das melhores equipas europeias da altura.
Um frango de Manuel Bento ainda fez temer o pior. Mas Zoran Filipovic, numa época particularmente concretizadora (foi o melhor marcador dessa edição da Taça Uefa, anotando, por exemplo, os dois golos de Roma), marcaria, já na segunda parte, o golo que garantia o apuramento. Até ao fim foi preciso sofrer bastante, mas o pássaro já não fugiu. Uma tarde que jamais esquecerei.
15 anos depois, o Benfica voltava a uma final europeia. A primeira do pós-Eusébio. A primeira da minha vida.
Equipa: Bento, Pietra, Humberto, Bastos Lopes, Veloso, Carlos Manuel, Sheu, Stromberg, Chalana, Nené e Filipovic.
STEAUA DE BUCARESTE, Taça dos Campeões 1987-88
Não me irei alongar muito sobre um jogo ao qual dediquei precisamente o
primeiro episódio desta rubrica – o que é, desde logo, significativo daquilo que ele representou para mim, e para toda a minha geração.
Foi a primeira meia-final que assisti ao vivo, depois de uma primeira-mão vista numa tarde de quarta-feira, em casa, junto de alguns colegas que convidei (em ano de caloiro, tinha a sorte de estudar na cidade onde vivia, e muitos colegas de turma, oriundos dos quatro cantos do país, e devotos das mais variadas cores clubistas, não dispunham de televisão nos seus quartos alugados).
0-0 em Bucareste, 2-0 em Lisboa, com dois golos de Rui Águas, e uma festa imensa vivida por 135 mil pessoas nas bancadas, nas escadas, nos corredores, a encherem como um ovo o antigo Estádio da Luz.
Este foi, durante anos, o jogo da minha vida. Está tudo dito.
Equipa: Silvino, Veloso, Mozer, Dito, Álvaro, Elzo, Sheu, Diamantino, Pacheco, Rui Águas e Magnusson.
MARSELHA, Taça dos Campeões 1989-90
A final de Estugarda parecera uma oportunidade única, desperdiçada ingloriamente. Após tantos anos de ausência, ninguém supunha que o Benfica voltasse tão cedo a repetir uma final da Taça dos Campeões Europeus. O que é certo é que, apenas dois anos volvidos, e lá estava o Glorioso em Viena, para discutir com o Milan o título europeu.
A equipa era substancialmente mais forte que a de Estugarda. Chegara Eriksson para o comando técnico, bem como jogadores de grande classe como os internacionais brasileiros Ricardo Gomes, Aldair e Valdo, e ainda Jonas Thern ou Vítor Paneira. O Milan também era muito mais forte que o PSV, e a coisa não correu bem. Mas não é da final que quero falar.
A exuberante época europeia do Benfica contrastou com a irregularidade num campeonato muito marcado pelas más arbitragens, numa altura em que o “sistema” estava já muito bem implementado. Em termos europeus, o Benfica chegou às meias-finais com um impressionante balanço de 6 jogos, 6 vitórias, e 19-1 (!!!) em golos. Os adversários não eram de topo, mas à excepção do modesto Derry City, também não se pode dizer que fossem brindes, pois num tempo em que a lei Bosman era ainda uma miragem, e os jogadores de leste raramente saiam para o Ocidente, os campeões da Hungria (Honved), e da União Soviética (Dniepre) seriam sempre opositores a respeitar.
Para as meias-finais calhou o Marselha (onde jogavam, entre outros, Mozer, Waddle, Deschamps e Papin), equipa que procurava por todos os meios (todos mesmo), chegar a um grande título internacional, objectivo que conseguiria concretizar três anos mais tarde.
A primeira-mão começou muito bem, com um golo do excêntrico Lima, de cabeça, na sequência de um canto. Contudo, o Marselha reagiu com todas as suas forças, virou rapidamente o resultado, e seguiu-se um autêntico massacre. A segunda-parte foi um vendaval de oportunidades para os franceses, a que Silvino foi correspondendo como pôde, realizando talvez uma das melhores exibições da sua carreira. Mas foi a sorte, a imensa sorte, que impediu o Benfica de sair do Velodróme com um resultado pesado e impossível de reverter.
Na Luz repetiu-se o clima de dois anos antes. Grande enchente, grande vibração. O estádio levara já as primeiras cadeiras, e a lotação diminuíra. Não estavam 135 mil como no jogo com o Steaua, mas talvez umas 100/105 mil, e, com bilhetes caríssimos (estávamos em 1990, e recordo-me de haver entradas a preço oficial de 15 contos, ou seja, 75 euros), esta partida bateu todos os recordes de receita no país.
O jogo foi fraquinho. O Marselha defendia a vantagem, e o Benfica não parecia capaz de impor o seu ritmo. A oito minutos do fim as coisas estavam muito complicadas, com o 0-0 a favorecer os franceses. Até que chegou um daqueles momentos que aparecerá sempre em qualquer livro de história benfiquista: a célebre mão de Vata.
Eu estava no estádio, situado na bancada lateral precisamente no enfiamento do lance. Pois confesso, e juro por tudo o que há de mais sagrado, que só em casa, muitas horas depois, viria a saber que o golo fora obtido com a mão. No momento em que vi a bola entrar na baliza, não pensei em mais nada. O estádio mergulhou numa loucura total, talvez apenas comparável aos momentos que se seguiram ao golo de Luisão a Ricardo, no campeonato do ano de Trappatoni.
Os instantes finais foram de algum sofrimento, com o livre perigoso assinalado a favor do Marselha. Mas o jogo terminou com a vitória do Benfica, e pessoas aos saltos por todo o lado, abraçadas umas às outras, como eu nunca tinha visto até então.
Se o clima inicial do jogo com o Steaua talvez tenha sido ainda mais entusiasmante, a verdade é que o golo obtido nos últimos minutos ofereceu a ponta final da partida com o Marselha uma dose de euforia suplementar, inigualável durante muitos anos. Foram seguramente os oito minutos mais vibrantes que me recordo de ter vivido no antigo estádio.
Equipa: Silvino, José Carlos, Ricardo, Aldaír, Veloso, Jonas Thern, Vítor Paneira, Valdo, Pacheco, Magnusson e Lima.
BARCELONA, Taça dos Campeões 1991-92
Muitos questionarão o facto deste jogo aqui figurar, pois o mesmo não foi exactamente uma meia-final.
Na verdade, tratou-se da última jornada da fase de grupos da primeira edição da Champions League, grupos esses (dois) que apuravam precisamente os finalistas, depois de algumas eliminatórias prévias. Foi nesta época que o Benfica conseguiu a épica vitória em Londres, diante do Arsenal (1-3), numa partida electrizante, com prolongamento, na qual Isaías terá feito a melhor exibição de toda a carreira, e na qual Rui Costa se estreou como titular na equipa principal. Esse triunfo, no mítico Highbury Park, valeria precisamente a passagem à fase de grupos, onde oito equipas discutiriam, em duas poules separadas, o acesso directo à final.
Do grupo do Benfica constavam ainda o Sparta de Praga, o Dínamo de Kiev, e o Barcelona de Cruyff, grande favorito (favoritismo que, de resto, confirmaria, ao apurar-se para a final, e ao vencê-la em Wembley diante da Sampdória, naquele que foi o primeiro título europeu do clube catalão). Foi também no primeiro jogo deste grupo, em Kiev, que Rui Águas se lesionou de forma arrepiante (fractura exposta). Derrota inglória nessa partida, empate a zero em casa diante do Barça, e dois empates na dupla jornada frente aos checos do Sparta, pareciam traçar o destino do Benfica na prova. Mas uma robusta vitória sobre o Dínamo de Kiev na Luz (5-0), e uma conjugação favorável de resultados de terceiros, trouxe de novo a esperança aos homens de Eriksson.
À entrada da última jornada, a classificação trazia o Barcelona em primeiro, com 7 pontos, o Benfica em segundo com 5, e por fim as duas equipas de leste, ambas com 4 pontos, e já fora das contas do apuramento. As vitórias ainda valiam apenas dois pontos, mas o empate entre Benfica e Barcelona na Luz (a que me lembro de assistir) fazia com que um triunfo encarnado em Camp Nou garantisse vantagem no confronto directo entre ambos, e apurasse o Benfica para Wembley. Ou seja, ganhando este jogo, o Benfica estaria na final. Mais meia-final que isto, não há.
É preciso dizer que, em 1988, o Benfica tinha chegado à final da Taça dos Campeões, em 1990 tinha repetido o feito, e agora, novamente com um ano de permeio, tinha oportunidade para voltar a marcar presença no jogo decisivo. Mas se nessas duas temporadas precisou de vitórias caseiras sobre Steaua de Bucareste e Marselha, agora precisava de vencer em…Barcelona.
Aconteceu aquilo que se esperava. Em apenas 20 minutos, Stoichkov fez gato-sapato do lateral-direito José Carlos, e o Barça chegou a 2-0. Um golo de César Brito, já na segunda parte, nem daria para alimentar a esperança. De notar que Paulo Sousa realizou então uma das suas melhores exibições com a camisola do Benfica, saltando nessa noite para a ribalta do futebol internacional, onde faria uma carreira de grande sucesso.
O Benfica acabou o grupo em terceiro lugar (o Sparta ganhou o último jogo), mas esta partida de Camp Nou foi uma verdadeira, ainda que pouco esperançosa, meia-final.
Equipa: Neno, José Carlos, Rui Bento, Paulo Madeira, Veloso, Paulo Sousa, Jonas Thern, Vítor Paneira, Rui Costa, Isaías e Yuran.
PARMA, Taça das Taças 1993-94
Era altura em que, de dois em dois anos, o Benfica lá estava a brilhar na Europa. Final em 1988, final em 1990, meia-final em 1992, e nova meia-final em 1994. Longe estávamos então de imaginar, que só 17 anos, e Vale e Azevedo depois, os encarnados voltariam ao galarim internacional.
Voltemos ao passado. Designadamente ao ano dos 3-6 em Alvalade, e dos não menos inesquecíveis 4-4 de Leverkusen. Foi justamente essa noite épica a qualificar o Benfica para as meias-finais da Taça das Taças.
Vale a pena lembrar um pouco desse jogo. A primeira-mão trouxera um cinzento 1-1 na Luz, com um golo de Isaías no último minuto a evitar a derrota. Ao quarto-de-hora da segunda-parte do jogo de Leverkusen, os alemães venciam por 2-0, e tudo parecia definido. A meia-hora que se seguiu entrou para a eternidade como um dos mais empolgantes jogos de toda a história do Benfica. Num ápice, golos de Abel Xavier, João Pinto e Kulkov viram o resultado, dando vantagem, aparentemente confortável, aos comandados de Toni. Já nos últimos dez minutos, dois golos de rajada voltam a colocar os alemães na frente, parecendo sentenciar uma derrota inglória. Novo golo de Kulkov, a quatro minutos do fim, estabelece o 4-4. Uhff, até cansa só de lembrar. Que alegria! Que festa!
E aí estava o Benfica na meia-final, onde tinha por opositor o então fortíssimo Parma de Itália, país que na altura dominava o panorama futebolístico internacional.
A equipa italiana tinha vários internacionais, entre os quais as estrelas Zola (depois jogaria no Chelsea), Thomas Brolin (sueco), Sensini (argentino) e Faustino Asprilla (colombiano, e um dos melhores jogadores do mundo nessa temporada). O guarda-redes era Bucci, que estaria em foco na eliminatória.
A primeira-mão foi na Luz, e fez recordar as grandes enchentes das épocas anteriores. Mais de 100 mil devotos (eu, naturalmente, também não faltei) criaram um clima inesquecível de apoio ao Benfica. E os encarnados corresponderam com uma grande exibição.
Não havia ainda muito tempo de jogo, e já Rui Costa isolava Isaías para o primeiro golo da noite. Pouco depois, Zola empatou para o Parma, colocando um cubo de gelo nas emoções portuguesas. Já no início da segunda parte, foi o jovem maestro a recolocar o Benfica na frente do marcador, para alguns minutos mais tarde Vítor Paneira desperdiçar uma grande penalidade (defesa de Bucci), que elevaria a contagem para 3-1. Pelo meio, muitas oportunidades perdidas, e uma grande exibição de Yuran. No fim, um magro 2-1 a saber a pouco para tanto futebol.
A segunda-mão, no Ennio Tardini, foi marcada pela expulsão precoce de Mozer, que viu dois cartões amarelos ainda na primeira meia-hora de jogo. O Benfica foi resistindo, e mesmo com dez, a um quarto de hora do fim mantinha a sua magra vantagem construída em Lisboa. Um golo de Sensini seria fatal, e os encarnados, muito desgastados por uma longa época, não mais conseguiram ameaçar as redes contrárias.
O destino ditou uma eliminação inglória, perante um adversário que, pelo que se havia visto, sobretudo na Luz, estava ao alcance do Benfica.
Equipa: Neno, Veloso, Mozer, Hélder, Schwarz, Kulkov, Vítor Paneira, Rui Costa, João Pinto, Yuran e Isaías.
Seguiu-se um período de trevas. Nas três temporadas seguintes o Benfica ainda chegaria aos quartos-de-final por duas vezes. Mas o valeeazevedismo deitou tudo a perder, e quase matou o próprio clube.
Com um futebol muito diferente, com competições totalmente reformuladas, o Benfica volta agora, passados todos estes anos, a uma meia-final. Que seja para ganhar.