MARQUES DA SILVA – Alguém se lembrou que o homem estivera uma vez numa Casa do Benfica, a publicou um vídeo como se descobrisse a pólvora.
Antes de mais, participar numa festa de uma agremiação da terra não significa necessariamente uma identificação clubista (pode acontecer, por exemplo, por amizade às pessoas que lá estão, e devo dizer que eu próprio já estive em, pelo menos, dois núcleos do Sporting).
Mas mesmo que não seja o caso, qual é o problema de ser benfiquista? É proibido?
O Presidente da Comissão de Arbitragem da Liga (Vítor Pereira) é sócio do Sporting desde o dia em que nasceu, e já recebeu o emblema de ouro relativo aos 50 anos. O próprio Presidente da Liga (Hermínio Loureiro) é sportinguista assumido. Não percebo porque raio não poderá haver um benfiquista na estrutura da FPF.
JOSÉ BETTENCOURT – Se esteve mal na questão dos Juniores, insistindo na tese mistificadora de que a culpa foi exclusivamente dos outros, esteve bem ao centrar a atenção dos sócios sobre o F.C.Porto.
Há muito tempo que não entendo porque motivo o Sporting alimenta tanto ódio ao Benfica, quando quem ganha os títulos é, desde há duas décadas, o F.C.Porto. É algo que escapa a qualquer racionalidade, e que só se explica pela pequenez e por um paroquianismo doentio.
Esta postura do Sporting tem ajudado o F.C.Porto a vencer, e tem adulterado as relações de força desportiva no país. Mas, ao contrário do que possa parecer, o mais penalizado tem sido o próprio clube de Alvalade. De segundo maior clube, o Sporting passou claramente para terceiro, em títulos, em orçamentos, em ecletismo, em adeptos, em militância, em futuro.
Mas que interessa isso a adeptos que apenas querem assegurar que o Benfica continue sem vencer?
MEXIDAS – Nunca mais chega o dia de ouvir Rui Costa dizer “o plantel do Benfica está fechado!”. Ora sai Moretto, ora entra Júlio César, ora sai Urreta, ora entra Marcel, ora sai Di Maria, ora entra Kerrison, ora sai Luisão, e temo que vamos andando assim, entre especulações e negociações, até ao dia 31 de Agosto, numa época de transcendente importância, e quando havia condições únicas para garantir total estabilidade ao grupo de trabalho.
Neste momento Jorge Jesus tem tudo o que precisa para formar uma equipa. Qualquer mexida, daqui em diante, será inútil e prejudicial, levantando novamente muitos dos problemas que condicionaram o Benfica em temporadas anteriores (Simão, Manuel Fernandes, Petit etc).
Mas esta questão leva-nos a outras, de carácter mais amplo:
Se o mercado europeu fecha a 31 de Agosto, não seria melhor começar a Liga apenas na primeira semana de Setembro, como acontece em Espanha e em Itália? Faz sentido jogar futebol em Agosto e não jogar em Junho? Qual a lógica de, após três jornadas da Liga e várias pré-eliminatórias europeias, ainda ser possível alterar plantéis?
PAÇOS DE FERREIRA – Custa a entender como uma eliminatória europeia disputada por uma equipa portuguesa não mereceu qualquer transmissão televisiva, nem sequer um simples relato radiofónico. Eu não tenho nada a ver com Paços de Ferreira (por acaso já pisei o relvado da Mata Real, mas tratou-se de uma situação pontual), mas enquanto português e amante de futebol, gostava de ter visto o jogo.
Ainda na passada semana tivemos, em canal público e a boas horas, transmissões de jogos de várias modalidades entre equipas como Cabo Verde, Macau ou Angola, de uma competição sem qualquer interesse ou audiência, jogada por equipas secundárias, e em estádios completamente vazios. Qual o critério?
Ontem mesmo, à hora do jogo do Paços de Ferreira, a Sport Tv transmitia o particular entre o F.C.Porto e o Dínamo de Bucareste. Do Paços, jogo oficial e decisivo, nem sequer informações em rodapé.
F.C.PORTO – Vi uns minutos do jogo com o Dínamo de Bucareste, e creio bem que alguns dos reforços portistas têm condições de fazer esquecer rapidamente os que partiram. Quem espera um F.C.Porto enfraquecido, pode pois ir desmontando a barraca.
Realce também para os comentários imbecis e completamente parciais de Rui Pedro Rocha, que já se havia “exibido” aquando do Torneio Guadiana. Um verdadeiro cromo, a seguir com atenção.
BLACK OUT – A propósito deste Rocha, devo dizer que pouco me tem espantado a forma como grande parte da imprensa e televisões está a tratar o Benfica nos últimos tempos.
Na sequência dos anti-corpos criados aquando das eleições, muitos são os órgãos de comunicação social a tomarem o clube da Luz e a sua direcção de ponta, e isso tem-se reflectido na cobertura noticiosa da pré-temporada, e em múltiplos outros aspectos do quotidiano informativo. TVI (grupo Prisa); Público (Belmiro de Azevedo); Sol; Sport Tv, O Jogo, DN e JN (Olivedesportos), Correio da Manhã e Record (grupo Cofina), são hoje, por vários motivos, totalmente hostis, ou ao Benfica, ou pelo menos à sua direcção. Resta "A Bola", que com os seus eufóricos e proverbiais entusiasmos garante vendas, mas em nada ajuda o clube.
Talvez este fosse pois o momento de responder à altura. Porque não um Black-Out total à comunicação social, mantendo os sócios e adeptos informados pela Benfica TV, pelo Jornal e pela Revista?
Seria interessante sob o ponto de vista comercial, útil do ponto de vista desportivo, e justo do ponto de vista institucional.
KEIRRISON - Tal como já se esperava, o Record afirma hoje que o Benfica "perdeu na corrida" pelo jogador. Uns lançam os foguetes, outros apanham as canas...