PAUSA

Por motivos de âmbito profissional e pessoal, este espaço terá de encerrar por uns dias.

Votarei por altura do segundo jogo com o Basileia, no início de Novembro, esperando depois não voltar a parar até final do ano.

Peço desculpa aos leitores, mas como compreendem isto não é mais do que um passatempo, que, quando necessário, tem de ceder a outras circunstâncias da vida.

MAIS TAÇA

Apesar de a quinze minutos do início do jogo estar ainda a entrar na Via do Infante, sem bilhete, e sob notícias de lotação esgotada, uma conjugação extremamente feliz de factores levou-me até aos camarotes do Estádio do Portimonense, onde, bem instalado, e respirando a saborosa brisa de uma belíssima noite algarvia, pude assistir à vitória justa e tranquila do Benfica sobre o seu opositor.

A primeira parte foi algo sonolenta, mas no segundo período os encarnados vincaram bem as diferenças entre as duas equipas, partindo para uma vitória que só alguma descompressão evitou tornar-se mais volumosa.

Do jogo, ficou também a nota claramente positiva para as exibições de alguns jogadores normalmente menos utilizados, destacando-se aqui o excelente desempenho do Rodrigo. Bruno César também brilhou, mas este é já presença assídua no onze titular.

Como o Juventude de Évora também passou (vitória sobre o Esperança de Lagos por 2-0), posso continuar a sonhar com um inédito encontro entre os meus dois clubes.

TAÇA PARA TODOS

Um programado fim-de-semana algarvio faz-me pensar em passar por Portimão. O facto de os bilhetes estarem praticamente esgotados pode, no entanto, afastar-me do estádio. Comigo ou sem mim, espero naturalmente que o Benfica ganhe.


No domingo será a vez da minha outra paixão entrar em campo. O Juventude de Évora recebe o Esperança de Lagos, e, neste caso sem mim, espero igualmente que siga em frente - de modo a que o próximo sorteio constitua nova oportunidade para concretizar um dos meus sonhos de criança.


Viva a Taça!

OUTRA VEZ...


Salvámo-nos da Turquia, mas a Bósnia era certamente a segunda pior hipótese.

Dia 15 de Novembro, lá estarei (em Alvalade ou na Luz) a torcer pelo apuramento.

UM BANDO DE EXCURSIONISTAS

Tal como eu aqui havia escrito, o jogo da Dinamarca não foi o passeio que alguma imprensa antevia, e muito menos a formalização de um apuramento que, para já, escapou à equipa de Paulo Bento.

Ficou demonstrado que Portugal não tem a selecção que muitos julgam ter. Tem dois ou três grandes jogadores, mas está longe de formar uma grande equipa. Isso percebe-se de forma ainda mais nítida quando, por lesão ou qualquer outra circunstância, nos vemos privados do contributo de elementos fundamentais (e, por diferentes motivos, só para este jogo, estavam indisponíveis Bosingwa, Ricardo Carvalho, Pepe, Fábio Coentrão, Sílvio, Danny, Manuel Fernandes e Hugo Almeida, já sem falar em Tiago, Paulo Ferreira, Deco, Liedson, Miguel ou Simão).

O onze que entrou em campo para defrontar a Dinamarca (ela sim, uma verdadeira equipa, mesmo sem grandes individualidades) englobava jogadores que não estão ao nível de uma selecção com aspirações. Toda a linha defensiva era medíocre (lá está, faltavam os verdadeiros titulares), e o ponta-de-lança pouco mais que ridículo (sendo verdade que não há muita escolha para o lugar). Com metade do conjunto ao nível de uma Áustria, de uma Geórgia ou de uma Lituânia, não podemos exigir nada para além de uma luta brava pelo apuramento. Mas nem isso (luta brava) se viu, pois a equipa portuguesa não foi mais do que uma manta de retalhos, formada, em parte por jogadores sem categoria, na outra parte por “primas-donas” sem motivação, nem sentido colectivo.

Os calendários competitivos não ajudam, e selecções como a portuguesa (desequilibradas, e a depender de algumas estrelas), sofrem a dobrar. É difícil, também para os adeptos, encontrar o estado de espírito adequado a enfrentar este tipo de jogos - que sendo absolutamente decisivos, aparecem entalados entre importantes compromissos dos clubes. Noutro contexto (o de uma fase final, por exemplo), teríamos certamente uma equipa mais completa, mais motivada, e mais confiante. Ser-nos-ia mais fácil vencer uma qualquer Dinamarca que surgisse ao caminho.

Este (o da motivação, o da concentração, o do sentido colectivo e de responsabilidade) é um dos problemas que tradicionalmente enfrentamos nas fases de qualificação. Tem também a ver com a nossa genética enquanto povo, mas talvez se disfarçasse com lideranças fortes, dentro e fora do campo. Ora, em campo não se vê ninguém capaz de desempenhar esse papel (o capitão simboliza precisamente a falta de entusiasmo generalizada), e fora dele temos uma Federação anémica, ausente, incompetente e amadora, que viveu durante anos à custa do talento de uma geração dourada de jogadores, não fez nada pelo futebol português, e na hora da derrota apenas se preocupa em salvar a própria pele, para manter tudo como sempre esteve. No meio está Paulo Bento, que herdou um fardo pesado, e, não estando isento de erros (os Betos, os Serenos, os Castros, a gestão dos casos Bosingwa e Ricardo Carvalho, a subserviência a alguns clubes nacionais e estrangeiros, etc) não teve tempo nem espaço para mudar muita coisa.

Agora segue-se um play-off, e é bom que seja encarado de forma bem diferente da que agora se viu. Os adversários parecem acessíveis, mas são, todos eles, equipas fortemente motivadas e empenhadas em chegar ao Euro. Um Portugal com os índices de concentração e motivação em part-time, terá grandes dificuldades em vencer, e depois cá estaremos novamente a carpir mágoas, e a lamentar o triste fado.

Já agora, convém termos também alguma sorte, e a Estónia, de preferência jogando primeiro fora de casa, vinha mesmo a calhar.

CONTAS À PORTUGUESA

Todos desejamos que Portugal ganhe, ou pelo menos empate, e garanta o primeiro lugar do seu grupo. Mas se tal não acontecer, ainda restam algumas esperanças de qualificação directa à equipa de Paulo Bento. Analisemo-las.


Para tal, vamos partir do princípio (indesejável) que Portugal perde na Dinamarca, ficando assim com os 16 pontos que tem neste momento. Nessa situação, e a menos que a Noruega ganhasse por números escandalosos ao Chipre (teria de anular uma diferença de nove golos), a nossa selecção garantiria, mesmo com a derrota, o segundo lugar do grupo, e teria ainda a hipótese de ser o melhor de entre todos os segundos, obtendo, por essa via, o apuramento directo.


Para além do grupo de Portugal, há três equipas que, antes desta última ronda, têm possibilidades de ser melhores segundos. Vejamos cada um dos casos, tendo em conta que nos grupos de seis selecções, não contam, para este efeito, os pontos alcançados frente ao respectivo último classificado:


Rússia (Grupo B) – Esta é uma hipótese meramente académica, pois ninguém acredita que a selecção russa perca em casa com Andorra - que ainda não fez qualquer ponto -, e desperdice assim a possibilidade de ficar em primeiro lugar do seu grupo. Só nesse caso (derrota em Moscovo com Andorra, e vitória da Irlanda sobre a Arménia) a Rússia seria segunda classificada, partindo para o desempate com 17 pontos, mais um portanto do que Portugal (no caso de perder em Copenhaga, e terminar em segundo do grupo).


Suécia (Grupo E) – É esta a eventualidade mais perigosa, e a única que coloca em causa também a Dinamarca (já lá vamos). A Suécia joga na Holanda (com esta já apurada), e se perdesse (descontados os jogos com San Marino) ficaria com 15 pontos, o que não levantaria problemas. Mas se vencer faz 18, o que a torna automaticamente a melhor segunda classificada de todos os grupos, permitindo-lhe o apuramento directo. Mesmo se empatar (somando 16 pontos), e Portugal perder por mais de dois golos, fica à nossa frente nestas contas.


Croácia (Grupo F) – A Croácia tem hipótese de ganhar o grupo (caso a Grécia perca na Geórgia), mas se tal não acontecer, e vencer ainda assim o seu jogo na Letónia, faz também 16 pontos, tantos quantos Portugal tem. No desempate por golos dispomos contudo de uma vantagem de seis, o que obrigaria os croatas a golear (ou a sermos nós goleados). Não é provável que aconteça, mas é uma possibilidade matemática.


Esta análise é feita, obviamente, na óptica portuguesa. Em caso de empate, ficando a Dinamarca em segundo lugar, tudo se tornaria mais fácil, pois, terminando com 17 pontos, os dinamarqueses apenas teriam de se preocupar com a vizinha Suécia, e somente com a eventualidade desta vencer na Holanda. Ou seja, se a Holanda - que ainda não desperdiçou qualquer ponto - não perder em casa com a Suécia, o empate basta a Dinamarca e Portugal para ambos se qualificarem.


Mas o melhor é mesmo vencermos o jogo, e a Dinamarca que se lixe.

A UM PASSO...MUITO LONGO

A vitória sobre a Islândia deixou Portugal a um ponto do Euro 2012. Isto é um facto.

Esse ponto tem de ser conquistado no terreno do mais forte adversário, que precisa de ganhar para se qualificar. Isto é outro facto.

Se o primeiro tem sido amplamente difundido na comunicação social desportiva e não só, o segundo parece estar a ser escamoteado.

O jogo de Copenhaga é uma final, e uma empreitada bastante difícil. A Dinamarca é uma selecção experiente, que marca sempre presença nas fases finais das grandes competições, e terá o apoio do seu entusiástico público para o voltar a conseguir. Se em termos individuais a equipa portuguesa transporta mais mediatismo, em termos colectivos não creio que exista qualquer superioridade da nossa parte, pelo que me parece que Portugal não terá, neste momento, mais de 50 % de hipóteses de qualificação directa – ao contrário dos 99% que a generalidade da imprensa insinua.

Acresce que a partida de sexta-feira deixou muito a desejar em termos defensivos. Três golos sofridos em casa perante a modesta Islândia (e podiam até ter sido mais), não podem deixar de preocupar Paulo Bento. Tenho como a linha defensiva ideal, o quarteto formado por Bosingwa, Ricardo Carvalho, Pepe e Fábio Coentrão. Por diferentes motivos, nenhum deles figura na convocatória, o que enfraquece substancialmente uma equipa cujos avançados também não são dados a uma pressão muito intensa quando ficam sem a bola.
Continuo a acreditar que Portugal consiga pelo menos o empate de que necessita. Mas não se esperem facilidades, pois elas não vão surgir.

O ONZE POSSÍVEL


O BENFICA APOIA, EU NÃO!

...espero que seja eu a estar errado, e que exista alguma razão que justifique este apoio inequívoco.

CLASSIFICAÇÃO REAL

BENFICA-PAÇOS DE FERREIRA

Este foi um jogo cheio de casos, e o grande prejudicado foi o Benfica.

O golo anulado a Cardozo é um lance extremamente difícil de analisar. Mas uma coisa é certa: no momento em que o fiscal levanta a bandeira, não existe qualquer fora-de-jogo, podendo, na melhor das hipóteses, existir bem antes (quando o paraguaio recebe a bola pela primeira vez). Depois desse primeiro momento (em que subsiste a dúvida, pois nenhuma imagem é conclusiva), nada há que possa justificar a interrupção da jogada.

Creio que Aimar é derrubado na área, no último minuto da primeira parte, ficando um penálti por assinalar (faria o 3-0, ou o 4-0 se o tal golo de Cardozo não tivesse sido invalidado), e um cartão vermelho por mostrar.

Ficou ainda um outro penálti por assinalar, em derrube a Matic, enquanto no lance de possível corte com a mão (que Cardozo ficou a reclamar) não vi imagens que possam tirar dúvidas.

Resta falar num atraso ao guarda-redes Cássio, em que este agarrou a bola, cometendo falta para livre indirecto, muito perto da sua baliza.

Ou seja, temos um golo mal anulado, dois penáltis e meio, e um livre indirecto. Coisa pouca, portanto.

O penálti cometido por Luisão é igualzinho ao que um jogador do FC Porto (Otamendi?) cometeu no jogo com o Feirense, e que ficou por sancionar. Ambos existem, só um foi assinalado.

Resultado real: 7-1


V.GUIMARÃES-SPORTING

Muito se tem discutido a expulsão de Rinaudo. Naturalmente que os sportinguistas não se esquecem das primeiras jornadas, e acentuam a ideia de perseguição que tem sido alimentada. Uma coisa não está dissociada da outra.

Devo dizer que se fosse eu a apitar, mostraria apenas um cartão amarelo. Em lances onde os jogadores disputam a bola, ou, dizendo de outra forma, em lances normais de futebol (excluo assim as agressões), creio que só se justifica uma expulsão directa em caso flagrante de golo evitado. Entradas mais duras, como é o caso, devem ficar-se pelo amarelo, pois futebol não é propriamente para bailarinos, e a luta faz parte do jogo. Os jogadores ganham milhões, e são os espectadores que pagam. São estes que devem ser protegidos em primeiro lugar.

Não é esse o entendimento generalizado, havendo tendência para expulsar levianamente por tudo e por nada, estragando os jogos, e criando iniquidades de critério. E de árbitros excessivamente zelosos como Bruno Paixão (que é capaz de interromper um jogo minuto a minuto), não se pode esperar outra postura.

Em todo o caso, não se trata de um erro grave. Trata-se apenas de um critério com o qual eu não concordo.

Tive dúvidas num lance perto do final, em que me parece haver penálti na área do Sporting. Como não fiquei totalmente esclarecido, dou o benefício da dúvida à decisão tomada.

Resultado real: 0-1


ACADÉMICA-FC PORTO

Não vi o jogo. Como sabem, normalmente não vejo os jogos do FC Porto (nesta época só vi com o Benfica, e com o Zenit). E dos resumos, não me apercebi de qualquer erro grave do árbitro. Houve outros erros, de outros protagonistas, mas esses não são para aqui chamados.

Nenhum benfiquista lúcido esperava que o FC Porto perdesse pontos neste jogo contra o quarto classificado. Eu não fujo à regra, e até teria apostado que ia ganhar por três de diferença. O futebol português é assim, e já não nos surpreende.

Resultado real: 0-3


CLASSIFICAÇÃO REAL

SPORTING 18 (prejudicado em quatro pontos)

Benfica 17 (em casa)

FC Porto 15 (beneficiado em dois pontos)

HA FESTA NA LUZ!



A goleada, a festa nas bancadas, o regresso de um grande Saviola, e a liderança (ainda que repartida) no Campeonato, trouxeram à memória, neste sábado, a saga de 2009-2010. Sentiu-se esse aroma no Estádio da Luz, talvez pela primeira vez desde que, numa certa tarde de Maio, dois golos de Cardozo derrotaram o Rio Ave, e levaram para a rua milhões de pessoas em todo o mundo, numa festa inolvidável.

É cedo para tirar conclusões do que poderá ser esta temporada. E é sempre inoportuno embandeirar em arco, até porque a concorrência mais directa não dá grandes sinais de cedência (o FC Porto continua em primeiro lugar, e o Sporting vem a fazer uma recuperação notável). Há que dizer também, em nome da verdade, que o Paços de Ferreira surgiu na Luz bastante enfraquecido pelas múltiplas ausências de jogadores lesionados e castigados, não sendo, de todo, a equipa que na última temporada triunfou em Alvalade e em Braga, e vendeu cara a derrota na final da Taça da Liga.

Mas se olharmos para o que esta época já nos deu, vemos um Benfica imbatível, que está na frente da Liga, que ultrapassou com distinção duas difíceis pré-eliminatórias europeias, que entrou na fase de grupos da Champions League impondo um empate ao todo poderoso Manchester United, que ganhou na Roménia, e cujo registo global só um triste empate em Barcelos impediu de se cruzar com a perfeição. Quase sem nos darmos conta, temos um Benfica à medida do fato de campeão, que há dois anos tão bem lhe assentou.

Um resultado que pareceu de encomenda (pelo menos pareceu), permitiu ao FC Porto manter, em Coimbra, ante uma equipa orientada por Pedro Emanuel, a liderança aritmética da prova, e um suplemento anímico que de andava urgentemente a necessitar. Nem outra coisa seria de esperar de uma partida onde, fosse o árbitro, fosse um defesa-central ("Real" ou nem por isso) a chegar tarde a um cruzamento, ou a colocar cirurgicamente em jogo um avançado portista, alguma coisa haveria de acontecer para o FC Porto ganhar. A estrutura é poderosa, e não brinca em serviço, sobretudo quando as circunstâncias são difíceis.

O que o Benfica mostrou (e tem mostrado) deixa, no entanto, muitas esperanças no ar. A equipa de Jesus está cada vez mais sólida, e não vai certamente perder muitos pontos. As opções são muitas, e a flexibilidade táctica parece até mais substancial do que a do ano do último título. Além de que um grande guarda-redes dá sempre algum jeito.

Fica o resultado. Foram quatro, mas poderiam ter sido oito. Cássio foi o melhor pacense, e a arbitragem complicou o que era fácil, anulando um golo limpo, perdoando um penálti sobre Aimar (com respectivo cartão vermelho), e um livre indirecto num atraso não sancionado.