MERCADO A FECHAR

Já estou conformado com o facto de não entrar mais ninguém. Tenho pena de Ricardo Horta, pelo atleta. Mas Salvador não merece outra coisa que não ficar com o negócio a arder-lhe nas mãos.
Ainda espero é que o plantel possa ser emagrecido, em número e em massa salarial.
Seguem-se onze casos (uma equipa completa) de jogadores que preferia ver longe da Luz. Já não vou falar de Grimaldo, pois não há tempo para encontrar alternativas.
WEIGL - Penso que acabará por sair, só não se sabendo para onde. Aufere salário demasiado elevado para o seu valor real - que no Benfica nunca passou da mediania, e para mediano prefiro o Florentino, que ganha (muito) menos, e joga pelo menos o mesmo.
ANDRÉ ALMEIDA - Pelo seu passado no clube pagava-lhe o resto do contrato, rescindia e deixava-o ir à sua vida. Manter-se não é bom para o Benfica nem para a imagem que o próprio jogador deixa, ele que, apesar de tudo, conquistou vários títulos na casa. Além de que existem boas opções para o lugar (Gilberto e Bah).
VERTONGHEN - Salário altíssimo para terceira, quarta, quinta ou sexta opção (quando regressarem os dois brasileiros e António Silva se afirmar). Parece ser um bom profissional, e também merece saída digna. Mas desportivamente está lento e acabado. Cedência, ou rescisão com acordo, para encontrar um local (Brugge?) onde ainda possa sonhar com a presença no Mundial. Termina contrato no fim da época, pelo que talvez não seja difícil haver entendimento.
TAARABT - Já não está com o plantel, mas ainda recebe bom salário. Médio Oriente? Turquia? Ceder a custo zero, ou mesmo abaixo de zero.
MEITÉ - Fala-se da Cremonese. Será que lhe querem pagar o salário que aufere na Luz? Se não, emprestar para qualquer lado, nem que seja a poupar apenas parte do ordenado.
GIL DIAS - É português, abnegado, benfiquista desde criança, e ganha pouco. Não é um craque, mas não faz mal nenhum ao plantel, ficando entre o banco e a bancada. Pode ser que até marque outro golo ao Sporting...
CHIQUINHO - Não sei se é benfiquista, e não me parece tão abnegado como Gil Dias, mas também é português e não ganhará muito. A qualidade futebolística é a mesma ou pior. Enfim, se Schmidt gosta dele, também não me faz comichão que permaneça.
DIOGO GONÇALVES - Em relação aos dois anteriores tem a vantagem de ser da formação do Seixal (e, já agora, de ser alentejano...). Ainda assim não aprecio o estilo, e a vez que o vi jogar com mais alegria foi na Luz mas...pelo Famalicão. De vez em quando marca uns golos bonitos. Aceito que fique.
PAULO BERNARDO - Este parece-me de segurar, embora ache melhor emprestá-lo (não sei ainda muito bem como funciona o limite de empréstimos, nem se pode ser emprestado via equipa B). Vai jogar pouco, e precisa de evoluir, ganhar ritmo e músculo, jogando todas as semanas, preferencialmente na Liga Portuguesa.
RODRIGO PINHO - Com a saída de Yaremchuk, talvez não seja má ideia mantê-lo. Tem alguma qualidade técnica (creio que até mais do que Musa). Falta-lhe nervo, intensidade (trabalho?) e aos 32 anos não vai passar daquilo. Mas em caso de lesões pode vir a ser útil.
HELTON LEITE - Dizem muito bem de Kovacevic. Mas, por mim, Odysseas renovava por mais cinco anos, pois vejo-o como um esteio da equipa. Se Kovacevic é mesmo bom, pois que venha, mas então que saia Helton. Ou então que fique tudo como está na baliza, pois o Benfica tem bons guarda-redes na formação, que podem assegurar o médio-longo prazo.

Em suma, é imperioso que saiam Weigl, André Almeida, Vertonghen, Taarabt e Meité.
Quanto aos outros, se saíssem não se perdia nada, mas aceito que possam ficar a fazer número.
Custa-me falar assim de jogadores do Benfica. As últimas épocas deixaram-me fortemente magoado com os plantéis (ou parte deles), e julgo que quanto mais profunda a limpeza, mais perto se estará das vitórias.

SORRISO AMARELO

Com razão ou sem ela, com mais ou menos optimismo, a verdade é que têm sido criadas grandes expectativas face ao Benfica de Roger Schmidt. E os rivais também fizeram a sua parte, perdendo pontos inesperadamente nesta última jornada, permitindo aos encarnados jogarem para a liderança isolada e beneficiarem de um enorme entusiasmo em seu redor, próprio de quem espera ardentemente por dias melhores do que os que passou ao longo dos últimos três anos.
Numa terça-feira à noite, a Luz estava cheia.
Não sei se devido a essas altas expectativas (um homem não é de ferro...) a verdade é que saí do estádio algo desapontado. Feliz (aliviado?) com a vitória e com a liderança, mas preocupado com as debilidades que a equipa deixou perceber, e que com outros adversários poderão ser fatais - de resto, com este já foi o que foi.
No ataque a coisa não vai mal. O Benfica marcou três, mais dois anulados, e poderiam ter feito outros tantos. É preciso melhorar a eficácia, mas isso acredito que possa vir a acontecer num futuro próximo.
O problema é quando perde a bola.
O meio-campo é macio, os alas não defendem, os laterais são demasiado ofensivos , e a equipa fica partida (numa espécie de 2-4-4 audaz mas porventura romântico). Logo, as transicções defensivas são de susto. E qualquer Casa Pia ou Paços de Ferreira consegue criar perigo, uma, e outra, e outra vez, com passes feitos a meio-campo, com liberdade, a isolar alas que entram entre lateral e central como faca em manteiga num dia de verão.
O Paços ainda não tinha marcado qualquer golo no campeonato. Marcou dois! E aquele lance aos 95 minutos gelou o estádio.
Na maioria das vezes os avançados destas equipas acabam por se atrapalhar e perder os timings, a bola, ou atirar para fora. Quando se tratar de Mbappe, ou Vlahovic (ou mesmo Taremi ou Pote), a coisa vai piar fino. Aí, temo o pior.
Posso estar a ser demasiado pessimista. Na verdade o Benfica está numa série condensada de jogos, e não pode impor o mesmo ritmo nem a mesma agressividade de três em três dias. Falta ver o que Aursnes trará àquele meio-campo.
Enfim, veremos. Para já espera-se nova vitória em casa, diante do Vizela, e pressão acrescida sobre os rivais. O Sporting, por exemplo, poderá entrar na Amoreira, na sexta-feira à noite, com 11 pontos (!!!) de desvantagem. Não mata mas mói.
Seja como e onde for: Viva o Benfica!

FALTAM 3 DIAS

Mais do que contratar (e Ricardo Horta parece cada vez mais longe), o Benfica tem de acelerar as dispensas. Pelo emagrecimento do plantel e da folha salarial.
Há que colocar/dispensar/vender: André Almeida, Vertonghen, Gil Dias, Weigl, Meité, Taarabt, Chiquinho e Rodrigo Pinho.


A VOAR

Faltam ainda os grandes testes (PSG, Juventus, sobretudo FC Porto e Sporting, talvez também Braga), mas não se poderá dizer que a partida do Bessa estaria destinada a ser um mero desfile de camisolas vermelhas.
O Boavista é uma boa equipa, muito combativa, e Petit é um treinador competente e conhecedor do Benfica. O Bessa é um estádio difícil onde há algum tempo os encarnados não venciam. Foi lá que começou a debacle do primeiro ano do regresso de Jorge Jesus.
Pois desta vez as dificuldades foram ultrapassadas com distinção. Nem gostei muito dos primeiros minutos, mas a partir do golo, com o Boavista obrigado a abrir um pouco as suas linhas, o Benfica saltou para mais uma vitória folgada e uma exibição convincente. Destacaria o "capitão" João Mário, mas também gostei bastante da entrada de Musa.
Não quero entusiasmar-me demasiado. Na época passada, só em Outubro o Benfica perdeu os primeiros pontos, quando comandava isolado com quatro de vantagem e acabara de golear o Barcelona para a Liga dos Campeões. E só em Dezembro verdadeiramente caiu a pique.
Aliás, nas últimas duas épocas, os encarnados entraram com 5 e 7 vitórias consecutivas respectivamente. Sabe-se como acabaram.
Falta tudo, e como diz Roger Schmidt, e como diria João Pinto...só no fim da época se verá, de facto, quem é a melhor equipa portuguesa. Mas que isto está a saber bem, lá isso está.

RECORDE OS JOGOS COM O PSG

2007
 

2011


2013

RECORDE OS JOGOS COM A JUVENTUS

1968
 
1993


2014

ADVERSÁRIOS COM HISTÓRIA

PARIS SAINT-GERMAIN
Histórico com Benfica:


JUVENTUS TURIM
Histórico com Benfica:


 MACCABI HAIFA
Nunca jogou com o Benfica. Mas, atenção: em Israel, os encarnados perderam sempre.

PODIA TER SIDO PIOR...

Confesso que, nos sorteios da fase de grupos da Champions, a minha maior preocupação vai sempre para o pote 4. Um pote 4 adocicado permite conquistar pontos e, em condições normais, pelo menos seguir pela Liga Europa adentro. O resto se vê depois.
Nesse ponto de vista, o Benfica não se poderá queixar.
Podia, porém, ter tido um pouco mais de sorte nos restantes potes. Sobretudo no 1, de onde o Sporting apanhou o Frankfurt, e o contraste é óbvio. Ainda assim, acho que a Juventus, mesmo com Pogba, Chiesa, Di Maria e Vlahovic, com sorte e inspiração não é totalmente inultrapassável. Já perante o PSG de Messi, Neymar e Mbappé o único objectivo será evitar grandes goleadas.
Os rivais de Lisboa e Porto foram bastante mais bafejados pela sorte. O FC Porto dificilmente não avançará para os Oitavos (enfim, também partiu do pote 1), bastando-lhe para tal ultrapassar os acessíveis Leverkusen e Brugges (duvido que encha sequer o estádio). O Sporting, não fosse o Marselha (um dos indesejáveis do último pote), teria tido um verdadeiro jackpot, com os potes 1 e 2 altamente favoráveis (sobretudo o 1).
Está feito, está feito. Agora é jogar, e sonhar com uma campanha parecida com a do ano passado.

SEMÁFORO EUROPEU

GRUPO CÉU: Ajax, Leipzig e M.Haifa
GRUPO INFERNO: Bayern, Liverpool e Rangers

O QUE FALTA

CONTRATAÇÕES: Ricardo Horta, Orellano ou um sucedâneo
DISPENSAS, VENDAS, COLOCAÇÕES: André Almeida, Vertonghen, Weigl, Taarabt e Meité 

 

SEMPRE A GANHAR

 

FESTIVAL

Não passava pela cabeça de ninguém que, depois de vencer fora de casa por 0-2, o Benfica desperdiçasse a oportunidade de selar o apuramento para a fase de grupos da Champions League.
Por via das dúvidas, os encarnados não facilitaram. Mesmo nada.
Entrada de rompante e exibição de luxo ao longo de toda a primeira parte, não só confirmaram o apuramento, como deixaram água na boca dos adeptos para o que resta de temporada - e que é quase tudo.
Os reforços são mesmo...reforços. David Neres e Enzo Fernandez cotaram-se como os melhores em campo, sendo eles (a par de um grande Rafa) as figuras cimeiras deste Benfica de cara lavada.
O modelo de jogo de Roger Schmidt - inteligentemente trabalhado com um onze base desde cedo  definido - é de facto empolgante. E contra adversários de valor, digamos, moderado, é também altamente eficaz. Resta saber se as transicções defensivas, muitas vezes no limite do risco, muitas vezes a causar calafrios, serão suficientemente sólidas para enfrentar equipas mais fortes. Estou a pensar no FC Porto, no Sporting, e nos prováveis adversários da Champions.
É aí que residem as minhas dúvidas sobre o real valor desta equipa de Schmidt, sendo que, até agora, o percurso tem sido imaculado, e o desempenho acima de todas as expectativas.
Que este Benfica vai muitas vezes golear e dar espectáculo, parece-me óbvio. Não sei é se, por exemplo, no Estádio do Dragão, será capaz de vencer por 0-1 na raça e no rigor, ou não evitará uma derrota 3-2 ou 4-2 depois de uma partida fantástica elogiada pela crítica. E isso, na Liga Portuguesa, pode fazer toda a diferença.
PS: Uma palavra para a equipa do Dínamo, que disputou esta qualificação em condições extremamente difíceis, e com enorme dignidade. Ficaram pelo caminho no futebol, mas espero que, naquilo que certamente mais lhes importa, venham um dia a ser bem sucedidos.

LINDO!

 


AO MEU ÍDOLO


Na margem esquerda da vida nasceu. Foi na ala esquerda do campo que brilhou.
Fintou adversários. Também  adversidades. 
Foi um mago, uma luz, um trovão. Jogava enormidades. 
Valeu milhões. 
Fernando era alegria em movimento, era poema em calções.
Um pequeno gigante de talento. Um enorme coração de humildade. Um oceano de génio. 
Chamava-se mito, lenda e eternidade. Chamava-se Benfica como Eusébio.
Não partiste, pois não? Pergunta o povo emocionado. Pois Chalana não morre. Fica para sempre do nosso lado. 

NOTA: A foto é do primeiro jogo que vi ao vivo do Benfica, do primeiro golo que festejei no Estádio da Luz, e que foi também o primeiro golo que Chalana marcou na Luz para as competições europeias. 3 de setembro de 1980, Benfica-Altay Izmir