NO BOM CAMINHO

Na história do campeonato português, nunca foi revertida uma vantagem de oito ou mais pontos à 22ª jornada. Quem dispôs de vantagens dessa ordem (quadro acima), sempre se sagrou campeão.
Um bom sinal, mas apenas isso. Qualquer empate inesperado reduzia a vantagem para seis, então se o Porto ganhasse na Luz ficaria a três, tendo Benfica ainda de receber Braga e ir a Alvalade.
Muito campeonato por jogar. Mas, reafirmo, agora por maioria de razão, o que já aqui escrevi antes desta jornada: ganhando os próximos quatro jogos (Famalicão, Marítimo, Guimarães e Rio Ave), muito dificilmente este título escapará. Essas são pois quatro finais!

ERROS ESCANDALOSOS? FOI ESTE!


Mostrar apenas cartão amarelo por uma entrada assassina como esta, só se entende como prenda de aniversário ao defesa portista.
Se falarmos de erros escandalosos, em toda a jornada ocorre-me apenas este. Assim como na jornada anterior, outro do mesmo protagonista.

DUAS DOSES DE SORTE NUMA EXIBIÇÃO CINZENTA

Foi a pior exibição do Benfica desde os 3-0  de Braga. E seguramente uma das piores da era Schmidt.
Valeu a estrelinha, e o desacerto dos avançados do Vizela, que desperdiçaram vários lances de golo cantado. 
Valeu também a eficácia de João Mário, que marcou duas vezes nos únicos dois remates que fez em toda a partida, isolando-se na liderança da lista dos goleadores.
É também de jogos assim que se fazem os campeões. Quando se joga mal e se ganha. Quando se somam pontos nas fases de menor brilho. 
Faltam quatro jornadas para o clássico. Em caso de vitória nesses quatro jogos, acredito que o título não irá fugir. 
Quanto aos problemas no fim da partida, acho que há um problema com adeptos de futebol no Minho. É politicamente incorrecto dizer isto assim, mas parece-me óbvio, e enquanto não for enfrentado, vai continuar ou até acentuar-se. Braga, Guimarães, Famalicão, Vizela. Demasiada gente demasiado agitada, frequentemente mal educada e conflituosa, que torna os estádios inóspitos. São já muitos casos, sempre nos mesmos sítios. Esfaqueamentos, agressões a crianças, insultos racistas, etc, problemas por vezes entre eles, até em jogos das equipas B. Seguranças inexistentes, polícia passiva. 
Sei que o Minho não é isto. Mas estes adeptos, destes clubes, são diferentes, para pior, do que se vê no resto do pais. 

ONZE PARA VIZELA

Famalicão, Guimarães, Moreira de Cónegos, Braga e Braga. Em cinco deslocações ao Minho, apenas uma vitória, e bastante difícil (em Famalicão). Primeiros pontos perdidos no Campeonato: no Minho. Primeira e única derrota no Campeonato: no Minho. Eliminação da Taça da Liga: no Minho. Eliminação da Taça de Portugal: no Minho. O Minho tem sido, pois, a besta negra desta temporada. 
Atenção ao Vizela, equipa que deu muito trabalho na Luz, em Alvalade, e em casa frente ao FC Porto (nessas três partidas, três derrotas tangenciais sofridas nos descontos).

OS JOGOS EM QUE TUDO IRÁ SER FEITO PARA TIRAR PONTOS AO BENFICA

São os cinco jogos que faltam até receber o FC Porto na Luz. Um empate que seja, permitirá aos portistas passar a depender apenas de si próprios - com tudo o que isso acarreta, nomeadamente no ponto de vista mental e de preparação da partida da Luz.
Toda a atenção é pouca. Todo o empenho, garra e determinação dentro do campo. Olhos bem abertos fora dele.
Nestes cinco jogos, acredito eu, decide-se o campeonato.

RIDÍCULO

Na última jornada de um campeonato perdido, a depender de terceiros para obter um segundo lugar que, também ele, parecia perdido (e coisa que, diga-se, nunca mobilizou ninguém na Luz, nem mesmo quando devia mobilizar), em casa diante de um adversário que ainda lutava para não descer, só por total absurdo o Benfica gastaria 2,5M num...penálti. Para mais, pagando-o, não ao jogador que o cometeu, mas ao clube adversário. Espantoso!
Na época seguinte, tive a felicidade de estar em Atenas e ver com os meus olhos o jovem Alfa Semedo, num dos vários jogos que realizou com a camisola do Benfica (Rui Vitória gostava bastante dele), marcar um importantíssimo golo que deu uma vitória por 2-3 sobre o AEK na Liga dos Campeões. Depois ainda jogou em ligas estrangeiras. Longe, portanto, de ser um Yoni Gonzalez ou coisa do género. Muito mais dinheiro gastou o Benfica noutras e bem piores contratações.
Se tivesse acontecido o que dizem seria gestão danosa. Assim, é apenas ridículo.
Aliás, é criminoso: ou a notícia é falsa e caluniosa, ou a haver alguma investigação sobre o tema (que certamente chegará à conclusão óbvia) trata-se de violação do segredo de justiça (tal como o... e-toupeira).
Preparem-se benfiquistas: enquanto o Benfica liderar o campeonato, de quinze em quinze dias vão sair, a conta-gotas, "notícias" deste tipo.

45 MINUTOS DE ARTE


O Benfica ter dado até deu uma parte de avanço. Até ao intervalo as coisas estavam complicadas, e a equipa parecia sem ideias para desmontar o bloco de Petit.
Depois, foi um festival. O jogo pedia a entrada de Neres, que a partir da ala foi desequilibrando. O futebol encarnado tornou-se mais rápido e incisivo.
O conjunto de Schmidt nem sequer teve a sorte do jogo. Após tanto esforço para marcar, sofreu um golo no primeiro remate axadrezado na partida, e pouco depois falhou um penálti que podia desfazer a igualdade.
Valeu a inspiração de Gonçalo Ramos para repor a justiça no marcador.
Quinta vitória seguida no campeonato, e margem de liderança mantida, depois de um grande espectáculo, presenciado por quase 60 mil pessoas, às 21.15 de uma segunda-feira de Inverno.
Siga.

ONZE PARA O BOAVISTA


 

TERRORISMO

Quem me conhece sabe que não tenho a mais pequena simpatia por Rui Santos. É um tipo que vive e sempre viveu dos escândalos, da podridão, e da face mais negra do futebol português. E quando não há nada para dizer, inventa. Isso parece ter-lhe rendido, pois há anos que se mantém na ribalta televisiva. 
Dito isto, o que se está a passar com ele, e com a família, é absolutamente inqualificável. E só é possível num clima criado há quarenta anos por Pinto da Costa, a partir de uma obsessão invejosa e doentia por Lisboa - a qual soube explorar em seu proveito, arregimentando massas e um exército de terroristas à disposição, o que lhe garante poder, dinheiro, influência e meios para manipular o desporto português com sucesso estatístico.
O que se passa com o FC Porto, com a comunicação do FC Porto, com o Porto Canal, com a claque do FC Porto, e, desconfio, com a polícia do Porto, não é um problema do futebol: é um problema do país, um problema de segurança pública, que não pode ser resolvido com paninhos quentes, nem medos de desagradar a adeptos e populações, ou de perder votos. Requer uma intervenção do Estado, que tem de ser necessariamente musculada e assertiva.
Quem se lembra de montar uma estratégia de roubo e manipulação de correspondência privada para tentar destruir um clube rival, quem envia um batalhão de delinquentes ao restaurante de um árbitro, quem ameaça árbitros no seu centro de treinos, quem agride fotógrafos e jornalistas reiterada e impunemente, quem alimenta um clima de intimidação, provocação e confrontação dentro e fora dos recintos desportivos, é capaz de tudo. Passando impune, sentindo-se inimputável, continua e continuará a fazê-lo.
Esta gente tem nomes e rostos. Todos sabemos quem são. E fazem isto há décadas. Porque não se faz nada para combater este tipo de criminalidade, é um mistério que escapa ao meu entendimento.
Dir-me-ão que também há delinquentes nas claques de Benfica e Sporting. É verdade, mas em nenhum dos casos funcionam como exércitos amestrados e organizados no culto a uma estratégia e a um "padrinho", bem ao estilo siciliano, e sempre um passo adiante em técnicas de criminalidade organizada. Além disso, em Lisboa tem sido frequente haver detenções. Ainda recentemente aconteceu. Se em Lisboa há crime, também há castigo.
Além do mais, Lisboa é uma cidade grande, cosmopolita, com gente de todo o país, sem um enraizamento forte, com paixões desportivas divididas, e não susceptível de ser controlada por qualquer gangue ou milícia. Há problemas dispersos com elementos das claques de Benfica e Sporting - por vezes graves, é certo, mas dispersos e avulsos - enquanto no Porto existe "um" problema estrutural, orquestrado, denso e muito grave, que já é do país, e tem de ser rapidamente resolvido. Ou então o estado de direito em que vivemos é uma quimera. Ou uma farsa.
É óbvio também que nenhum dos dois clubes de Lisboa tem uma estratégia de comunicação terrorista, segundo a qual vale tudo para ganhar, como aquela de que alguns programas do Porto Canal são espelho (basta comparar o perfil e a intervenção pública dos diretores de comunicação dos três grandes). Tudo isto faz parte do mesmo pacote, como o caso Rui Santos bem demonstra.
É preciso perceber-se que, ou o país se une para acabar com isto, ou esta gente vai acabar com o desporto português, e pôr em causa o estado de direito em que queremos viver. Não sei se o futebol ainda tem remédio. Mas gostava de acreditar que o país o pode ter.

À GRANDE!

A sequência de resultados do Benfica nestas duas temporadas na principal prova de clubes do mundo é impressionante: 15 vitórias, 7 empates e apenas 3 derrotas.
O número é mais cintilante se atendermos a que jogou duplamente com Barcelona, Bayern, Ajax, Liverpool, Juventus e PSG, entre outros. Ganhou, por exemplo, em Turim e em Amesterdão. Empatou em París, em Barcelona e em Liverpool. Um verdadeiro Benfica Europeu, que não se sabe até onde poderá chegar.

QUARTOS-DE-FINAL: histórico de clubes portugueses


À PORTA DOS QUARTOS

O Benfica fez o que se lhe pedia: ganhou o jogo, conseguiu uma vantagem sólida, abriu as portas da eliminatória, e agora, em condições normais, muito dificilmente deixará de marcar presença nos quartos-de-final da Champions League pela segunda vez consecutiva (algo que não acontece no clube desde a década de sessenta, e com nenhum clube português desde os anos noventa).
Devo dizer que o resultado acabou por saber a pouco, face às oportunidades criadas e à superioridade patenteada. Quatro? Cinco? Seis? Perdi a conta ao número de lances em que os encarnados desperdiçaram golos mais ou menos cantados, quer na primeira, quer na segunda parte. A eliminatória podia ter ficado selada. Ficou apenas bem encaminhada.
O Brugge ainda assustou no início, com uma entrada afirmativa, mas rapidamente Roger Schmidt e a sua equipa perceberam o que tinham de fazer para retirar ao adversário o controlo de jogo. Sobrou Noa Lang, de facto um jogador acima do contexto do futebol belga. Dos vinte minutos em diante, mandou o Benfica.
Individualmente, destacaria Chiquinho e Florentino, que varreram o meio-campo. Os centrais também estiveram bem. Aursnes foi o homem do jogo para a UEFA, embora já o tenha visto fazer melhores exibições. João Mário foi João Mário, é o melhor marcador do Campeonato e um dos melhores da Champions, e está a fazer a melhor temporada da carreira. Pelo contrário, Rafa e Ramos mostraram-se ainda distantes do seu melhor – o que é perfeitamente natural face à ausência forçada nas últimas semanas.
Na segunda mão pede-se casa cheia. A coisa está encaminhada, mas não permite relaxamento. Não esquecer que este mesmo Brugge deu 0-4 no Estádio do Dragão, ganhou ao Atlético de Madrid, e pode ressurgir bem mais forte daqui a três semanas. Não tem nada a perder e tudo a ganhar.
Quanto ao árbitro, passou totalmente despercebido, como se pretende. Decidiu sempre com objectividade e critério. Tem sido regra nesta Champions, acentuando ainda mais a mágoa por verificar o quão diferente é a realidade da Liga Portuguesa, infestada por fábios melos, tiagos martins, fábios veríssimos e artures soares dias. Vejam! Vejam como é fácil!

GOLEADORES NA EUROPA

Rafa e Ramos bem colocados para continuar a escrever história.

BENFICA NA BÉLGICA

Lembro-me bem de todos estes jogos, onde se inclui uma final (1983 com o Anderlecht, a primeira de duas mãos), uns quartos-de-final (1988 também com o Anderlecht, na caminhada para a final de Estugarda), e uma pré-eliminatória (2004 ainda com o mesmo adversário), entre outras partidas com maior ou menor peso histórico. No balanço, 4 vitórias, 3 empates e 4 derrotas.
Com o Club Brugge, este vai ser o primeiro jogo oficial de sempre.
 

ONZE PARA BRUGGES

Objectivo: vencer o jogo.

PARA OS FÁBIOS MELOS:

E também para Soares Dias, Fábio Veríssimo, Tiago Martins, André Narciso, António Nobre, Manuel Oliveira, Nuno Almeida, etc.
Para quem os dirige.
Para quem os tolera.

ORGULHO EM VOCÊS, RAPAZES!

FÁBIO MELO - O artista de Valongo

Fábio Melo, uma fama que vem de longe.

SÓ FÁBIO MELO DERRUBOU ESTE BENFICA

Muito orgulho na equipa do Benfica. 
Entrou bem, dominava tranquilamente, até o artista de Valongo, de forma cobarde, bem longe do estádio, mais uma vez atacar a equipa da Luz de forma desavergonhada, e decidir o jogo.
Ainda assim, para a segunda parte, Roger Schmidt surpreendeu todos. Sobretudo o treinador do Braga, que nunca mais soube lidar com um esquema de três defesas, com os laterais soltos, e investidas perigosas em contra-ataque. 
Contra o Braga, o Benfica foi superior. Em futebol, em classe, em coragem, em frescura. Mas contra Fábios Melos é difícil lutar. A este tipo de personagem, não lhe chega prejudicar. Fá-lo ostensivamente, para mostrar alguma coisa a alguém.
Terminando com nove, jogando quase sempre com dez, com um penalti por marcar que poderia dar o 0-2 (credo, até o tribunal do Jogo é unânime!), com uma expulsão perdoada a um jogador do Braga, com uma gritante dualidade de critérios na amostragem de cartões (o primeiro a Morato é absolutamente ridículo), os encarnados mereciam vencer os penaltis. Mas não existe justiça no futebol, e a sorte sorriu a quem menos merecia.
Há erros que deixaram de ser desculpáveis ou compreensíveis na era VAR. Quando toda a gente vê a mesma coisa na televisão, e um cretino comodamente instalado longe do estádio decide ao contrário daquilo que é óbvio, não se trata de errar, nem de uma questão de percepção ou critério. É mesmo má fé. É pulhice. Vigarice. Crime. Fábio Melo é um criminoso, e não pode mais apitar seja o que for.
Nota dez para Schmidt, e para os jogadores do Benfica. Deram tudo. Mereciam tudo. Tiraram-lhes tudo.
Que está noite sirva para reforçar a união do grupo. Que sirva para alguns jogadores importantes ganharem ritmo. E já serviu para mostrar uma outra forma  de jogar, que pode ser útil no futuro.
As taças já foram, mesmo sem perder um jogo em nenhuma delas.
Venha a Champions e o Campeonato. As duas principais provas, e os dedos desta temporada. Este anel ficou nas mãos de um gatuno. 

VOTO DE CONFIANÇA

Proponho para Braga exactamente a mesma equipa que derrotou o Casa Pia. Rafa e Ramos poderão entrar com o decorrer do jogo, de forma a preparar também, desde já, a importantíssima partida da Bélgica.

CHICÃO E SUPER MÁRIO

Por vezes parecem desenhos animados. 
João Mário armado em goleador foi o homem do jogo. Mas eu destacaria antes Chiquinho, que finalmente parece ter encontrado a sua verdadeira posição em campo.
O Benfica está de volta ao nível pré-mundial. E está a provar (em Arouca, e agora na Luz) que o que conta é o processo, e não o jogador A, B ou C.
A estrela é Roger Schmidt, e agora venham de lá os testes, conversa que já esta temporada se ouviu abundantemente.


ONZE PARA O CASA PIA

Não sei como estão os lesionados. Talvez Ramos já possa jogar, e assim saltaria Neres, trocando a posição com Guedes.
Acho que não se devem correr quaisquer riscos antes do jogo na Bélgica. Aí, terão de estar todos a 200%, pois não se pode desperdiçar de forma alguma a possibilidade que o sorteio abriu. Em caso de dúvida, banco. E se as coisas estiverem a correr mal, lançam-se em campo os jogadores que for preciso.

A ENTREVISTA

Mais uma vez Rui Costa deu a cara, e, com total transparência, justificou perante os sócios todas as decisões tomadas.
Confesso que ainda tenho algumas dúvidas sobre este modelo de comunicação. Talvez exponha demasiada informação, e no futebol português, com as máquinas que existem por aí, não sei se isto um dia não se irá virar contra o próprio, ou contra o clube. Saúdo, porém, a boa intenção. Sobre a seriedade do presidente do Benfica, nunca tive quaisquer dúvidas.
Quanto ao conteúdo, fiquei totalmente esclarecido quanto à posição de Enzo (já a imaginava, até por ter tido conhecimento de situações semelhantes noutros tempos e noutros casos menos públicos, que não me deixam quaisquer ilusões quanto ao "amor" à camisola, ou pelo menos quanto ao "respeito" à camisola, no futebol de hoje). Nada que surpreenda, sobretudo, em alguém que passou cá poucos meses, e no próprio clube onde fez a sua formação também não ficara muito bem visto - entre os adeptos do River já era conhecido como o "Euro" Fernandez... Enfim: um grande jogador, mas um homem sem grande dignidade.
Fiquei também esclarecido quanto à comissão de intermediação. Não precisava de ficar, pois tinha a certeza que teria sido um elemento negocial exigido por alguém (o Benfica não pagaria aquele valor por lhe apetecer), e a sua transparência estava certificada pelo comunicado à CMVM. Mas penso que todos os sócios compreenderam que estas coisas são mesmo assim. Não deviam ser, mas são.
O único ponto discutível, embora entendível, foi a questão da substituição do jogador. Percebe-se que não pudesse ser tratada às dez da noite de dia 31. Mas desde o início do mês, pelo que já acontecera até então, era de prever a saída do médio argentino. Mais: se não saísse agora saía seguramente no fim da temporada, pelo que uma eventual contratação nunca seria tempo (ou dinheiro) perdido. Se, em Maio, o Benfica for campeão, nada disto terá qualquer importância. Se não...
Globalmente foi um bom momento de Rui Costa, cujo mandato tem sido marcado por uma vontade enorme e genuína de devolver o Benfica às vitórias e aos títulos. É um presidente jovem, que tem um longo caminho pela frente. É um homem inteligente, que aprende depressa. Percebe muito de futebol, e vai com certeza enrijecer em alguns outros aspectos. Merece, sem dúvida, o apoio e a união total dos benfiquistas em torno dele.
Agora... é ganhar ao Casa Pia.

EQUIPA QUE PARTE, EQUIPA QUE FICA, ONZE BASE, ONZE SOMBRA

 OS QUE PARTEM:

OS QUE FICAM:
ONZE BASE:
ONZE SOMBRA:


INEVITÁVEL

Imaginemos que Rui Costa resistia a tudo e todos, satisfazendo a franja mais jovem e radical dos adeptos, mas indo frontalmente contra a vontade do jogador, e contra todas as evidências, deitando pela janela 121 milhões de euros. E depois Enzo, contrariado, tornava-se um problema no balneário. Exigia 2 ou 3 ou 4 milhões por ter ficado, causando o desagrado de todos os outros jogadores. Lesionava-se e parava dois meses. O Benfica perdia o campeonato, e era eliminado pelo Brugges. No fim da época o argentino só valia 40M. E a SAD dava prejuízo pelo terceiro ano consecutivo. O que se diria depois? Desde logo, o mundo inteiro ficaria intrigado com a recusa de tamanha fortuna por um jogador de futebol (que também não é Messi, nem Mbappé, e ainda por cima já demonstrou ter uma cabecinha bastante flutuante, e estar bastante mal acompanhado e aconselhado), num país periférico em que as equipas vivem e se financiam precisamente com estas situações. Mais tarde, os próprios adeptos voltar-se-iam contra o presidente.
Esta foi a quinta transferência mais cara da história do futebol. E a maior de sempre em Inglaterra. É disto que estamos a falar.
O futebol não é matemática. O dinheiro sim. E mesmo sem Enzo, o Benfica pode ser campeão (está bem lançado para tal, e creio que se ganhar os próximos 7 jogos, até receber o FC Porto, a coisa poderá ficar mais ou menos encaminhada), pode eliminar o Brugges e chegar pelo segundo ano consecutivo aos quartos-de-final da Champions (algo que não acontece desde a década de sessenta). Cava também um fosso financeiro ainda maior face aos rivais, que, se bem gerido, ajudará a três ou quarto temporadas de sucesso, a poder contratar mais Enzos, e Neres, e Aursnes, e Tengstedts, e Schjelderups. Apelativo?
Escrevi aqui que qualquer decisão teria o meu apoio: aqui está ele.
É um risco? Claro que sim. Mas recusar esta proposta seria igualmente um risco. No Verão irá saber-se em que medida.
É preciso que os adeptos se consciencializem de uma vez por todas que, quer queiram quer não, o futebol de hoje é um negócio (eu também não queria, mas é). E que a Benfica SAD é uma empresa. E que a liga portuguesa é uma m...., onde nenhum grande jogador quer estar. Quem perceba isto, entenderá melhor as razões desta venda, e por que motivo ela era inevitável.
PS: A única coisa que verdadeiramente critico nesta questão é não ter sido acautelado um substituto em tempo útil, embora ache que com Aursnes, João Mário, Chiquinho e João Neves (de quem estou a gostar cada vez mais), a posição não deixará de estar razoavelmente preenchida.
PS2: Pelo que é público, e não sei até que ponto é verdade, o comportamento do argentino face ao clube que o lançou e permitiu ir ao Mundial foi deplorável. Fiquemos pois com o guito, e levem lá o artista.

AQUELA MÁQUINA

Sem Enzo, definitivamente, também sem Rafa e Gonçalo Ramos, circunstancialmente, num campo miserável onde quase pareciam crescer nabos, perante uma equipa combativa que ocupava o sexto lugar e esteve à beira da final da taça da liga, a meio da semana, com frio de rachar, em paralelo com um gigantesco turbilhão causado pelo mercado de transferências, o jogo em Arouca tinha tudo para correr mal.
Mas o Benfica de Schmidt é mais do que o jogador A, B ou C. É um processo, que dá mostras de voltar ao nível que demonstrou até à pausa.
O "Manel" foi Chiquinho. Guedes fez de Ramos. Aursnes faz de todos, mostrando uma vez mais tratar-se de um verdadeiro camaleão táctico. E João Mário fez de João Mário, chegando aos dez golos em pouco mais de meio campeonato.
Assim fica fácil. Sobretudo quando se alia a tudo isto um enorme grau de eficácia.
Três golos. Três pontos. Dez de vantagem à condição, que acrescentam nervosismo à concorrência.
Sábado há mais.