PODERIA PICASSO ESCREVER UMA SONATA ?

A edição de hoje do “Record” levanta a possibilidade da estrela do futsal Ricardinho poder passar a trabalhar com o plantel de futebol do Benfica às ordens de Fernando Santos.
Mesmo descontando o facto de o referido diário desportivo estar normalmente melhor informado do que se passa em Alvalade do que propriamente na Luz, a questão é pertinente e justifica alguma atenção.
Conheço muito bem Ricardinho, que já vi jogar variadíssimas vezes ao vivo e na televisão, e com quem inclusivamente já tive oportunidade de trocar umas breves palavras, embora não sobre esta questão. Acompanho com frequência outras modalidades – normalmente nos dois pavilhões da Luz -, e o futsal, depois de uma desconfiança inicial (fruto de alguma aversão a novidades), ganhou definitivamente a minha admiração desde há uns dois ou três anos, facto que não será também alheio à extraordinária equipa que o Benfica tem vindo a formar – falando-se de ataque ao título europeu já na próxima temporada.
Ricardinho é um fora-de-série, e talvez possa dizer que, à excepção de Maradona, e mais recentemente, Cristiano Ronaldo, não me recordo assim de repente de ver alguém fazer com uma bola o que este pequeno génio faz. Tem uma capacidade de drible impressionante, um passe preciso, um remate fulminante.
Será então de promover a sua passagem para o futebol ? Duvido !
As duas modalidades, embora aparentemente semelhantes, são contudo substancialmente distintas: Ricardinho nunca na sua carreira profissional terá jogado mais de quinze minutos seguidos, e os seus piques resumem-se a dez ou quinze metros num campo de pequena dimensão. A sua capacidade de passe em profundidade, que no futsal nos regala a todos, no futebol ficaria reduzida a uma curta distância, e o seu poderoso remate assenta numa especificidade técnica bem distinta de um bom remate num jogo de futebol. As movimentações tácticas são substancialmente diferentes de uma para outra modalidade, pouco ou nada conhecendo Ricardinho, naturalmente, do posicionamento que se exige a um futebolista profissional.
Tudo isto vale por dizer que para Ricardinho se adaptar ao futebol teria necessariamente de desenvolver um longo e difícil trabalho de adaptação, devendo nalguns casos “descer” ao nível da formação de modo a conseguir traduzir todo o seu talento para uma linguagem amplamente diferente. Pior que isso, seria necessário verificar da adaptabilidade física do jogador a um tipo de desgaste e exigência francamente maior, o que, atendendo até à sua morfologia, me levanta sérias reticências.
Em suma, uma iniciativa deste tipo corria o risco de transformar, a prazo, um dos melhores futsalistas da Europa e do Mundo, num futebolista mediano a exibir habilidades numa qualquer equipa de escalões secundários, onde possivelmente até teria de ser frequentemente substituído muito antes de os cronómetros atingirem os noventa minutos.
Devo dizer no entanto que ficaria extraordinariamente feliz se esta opinião se viesse a provar não passar de um equívoco, e assim pudesse ver em breve Ricardinho fazer no relvado da Luz aquilo que semanalmente faz no pavilhão ao lado. Era espectáculo garantido, e o futebol do Benfica ganharia uma cintilante estrela.

SESSÃO DA NOITE

Com dois dias de competição já concluídos, pode-se dizer que a Copa América está a cumprir na plenitude a expectativa criada em seu redor.
Com quatro jogos realizados, a média de golos é de 3,5 por jogo, número que seguramente irá decrescer um pouco à medida que a competição for avançando, mas que não deixa de significar uma entrada em força das selecções que até agora pisaram os relvados venezuelanos. Além dos golos, os espectáculos têm sido de qualidade, quer pela forma aberta como têm sido disputados, quer pela classe de alguns dos intérpretes em campo.
Esta competição, pouco cuidada durante décadas – nem sequer tinha calendarização definida -, tem-se tornado ultimamente num interessante paliativo em anos de não-Mundial, designadamente desde que, em função dos estímulos de mercado originados pelo acórdão-Bosman, os grandes clubes europeus se encheram de jogadores de outras paragens, em grande parte, pelo seu reconhecido talento, oriundos da América do Sul.
Este ano a prova é ainda abrilhantada pela presença dos Estados Unidos (a par do México, convidado da confederação do norte e centro), o que, mais do que um incremento de competitividade, se reveste de inegável curiosidade política à luz do clima de tensão entre os dois países, dado que o presidente Hugo Chávez, confortavelmente sentado no alto das suas reservas petrolíferas, em momento algum se tem eximido de condenar com firmeza e persistência a política externa de George W.Bush, afugentando alguns dos interesses americanos em território Venezuelano, ainda que continuem paradoxalmente a ser eles os principais parceiros económicos do seu país. De resto, que melhor jogo de abertura poderia desejar Chávez que um encontro com a Bolívia de Evo Morales, seu principal aliado político na região. Mas isso são contas de outro rosário…
Para nós portugueses, interessa também sobremaneira aproveitar a oportunidade para conhecer um pouco mais acerca dos anunciados reforços para os principais clubes da nossa Liga (por exemplo Cardozo), ou para rever alguns dos que entretanto partiram para outras bandas (por exemplo Anderson).
Desportivamente releva para já a derrota do Brasil, cujas ausências de Kaká e Ronaldinho são difíceis de entender, e que num outro país sem a capacidade de encontrar alternativas que têm os brasileiros seriam suficientes para, por um lado enfraquecer irremediavelmente a equipa condenando-a ao fracasso, e por outro causar um grave problema institucional face ao seleccionador e aos poderes federativos. No Brasil, com todas as suas especificidades desportivas e culturais, talvez não aconteça uma coisa nem outra, e nada me admirava que o "Escrete" se viesse inclusivamente a sagrar campeão americano no próximo dia 15 de Julho.
À frente do Brasil na lista de favoritos talvez surja apenas a Argentina, essa sim na máxima força, com Messi, Crespo e companhia. Mas selecções como o Paraguai ou o próprio México podem perfeitamente surpreender.
Como óbice principal ao acompanhamento desta prova temos um horário de jogos muito complicado de seguir na Europa. Todavia, com as repetições em diferido no dia seguinte, que a Sport Tv sensatamente tem o cuidado de levar à antena, não há desculpa para ninguém.
Hoje temos o Brasil-México em diferido às 20.15, depois o Paraguai (atenção a Cardozo!)-Colombia às 23.30, e finalmente o Argentina-Estados Unidos à 1.50 da madrugada (mas nada de lamentos, repete amanhã à hora de jantar).

UM ESBOÇO (3)

UM ESBOÇO (2)


UM ESBOÇO (1)


O DONO DO JOGO

"A inesperada OPA de Joe Berardo sobre parte significativa do capital da SAD benfiquista trouxe de novo para a ordem do dia a discussão acerca dos modelos empresariais alternativos em que poderão ou deverão laborar os principais clubes portugueses, de modo a corresponderem aos anseios das suas enormes massas adeptas, e que se traduzem basicamente em títulos desportivos.
A enviesar este debate estão anos e anos de gestões desastrosas – quando não fraudulentas -, que deixaram o futebol português sob o anátema da corrupção, do desvario ou, pelo menos, da incompetência.
Antes de mais, é pois necessário distinguir uma boa de uma má gestão, e isso não se faz necessariamente recorrendo à comparação de modelos jurídico-institucionais diferenciados, mas sim avaliando as boas práticas de quem, a cada momento, tem por missão assegurar os destinos de uma determinada organização, seja seu presidente - numa base associativa -, seja seu gestor, ou mesmo seu proprietário.
Ninguém dirá que o Barcelona, um dos clubes mais ricos do mundo e orgulhosamente assente na sua densa massa associativa, é mal gerido (assim como, de resto, o grande rival Real Madrid), tal como todos reconhecerão os méritos da gestão, por exemplo, do Manchester United, que corporiza um modelo completamente diferente, no qual a valorização accionista é motor de uma privatizada estrutura empresarial. Em sentido inverso podemos de igual modo encontrar exemplos, tanto de associativismo fracassado – desde logo de um passado recente no nosso país – como de fenómenos de empresarialização mais audaz que conduziram ao caos, senão económico pelo menos desportivo, como foi o caso do Atlético de Madrid do já desaparecido Gil y Gil em Espanha, do Leeds em Inglaterra ou do Marselha em França, para não falar da parceria MSI-Corinthians (que quase levou o “Timão” à despromoção) ou, entre nós, do Beira Mar recentemente devolvido à II divisão.
É bom ter-se também em atenção que o retumbante sucesso económico e desportivo alcançado por alguns emblemas de topo do futebol europeu é objectivamente inalcançável por qualquer clube português nos tempos mais próximos, qualquer que seja o caminho institucional que pretendam seguir. Bastará atentar na distribuição de receitas da Liga dos Campeões do ano em que o F.C.Porto a venceu, para perceber que os clubes ingleses, italianos e espanhóis, com um “Market Pool” muito mais elevado, resultante de direitos de transmissão para mercados muito mais amplos e abastados, dispõem de ferramentas de valorização e enriquecimento que ao nível do nosso pequeno país - mesmo para F.C.Porto, Benfica e Sporting - não passam de românticas quimeras.
Urge pois desmistificar a ideia de que a salvação do futebol português está na chegada de opulentos investidores, carregados de euros para contratar vedetas internacionais. Não só se trata de um equívoco – pois já vimos não ser essa a condição de sucesso desportivo -, como por outro lado representa um obscuro perigo, dada a irreversibilidade que esses caminhos normalmente atrelam a si. Homens como Roman Abramovich não existem a cada esquina, e os três grandes portugueses não são, sociológica ou historicamente, clubes de bairro à procura de protagonismo e títulos como era o Chelsea quando o magnata russo lhe deitou as mãos - não esquecendo ainda que a matriz comportamental do adepto português, com um grande sentimento de pertença face ao clube e rendido às rivalidades dele decorrentes, em nada se compara ao espírito frenético, festivo (por vezes até violento), mas menos clubista dos fãs ingleses, que encontram no futebol mais um espectáculo que um combate, ainda que todos os casos de hooliganismo que o passado documenta possam parecer fazer desta afirmação um paradoxo.
Há muitas formas de fazer dinheiro com o futebol que não passam por vitórias nos relvados. É essa também uma das particularidades desta área de negócio, e é importante que os adeptos tenham delas noção bem clara. É também por isso que os clubes portugueses não precisam de “donos”, mas sim de dirigentes competentes."
LF para a revista "Futebol Português"

A LAMA DO FUTEBOL

Cada vez tenho maior dificuldade em suportar as declarações dos dirigentes dos principais clubes nas inaugurações ou festividades de núcleos. Representam aquilo que de menos interessante tem o mundo do futebol, e remetem para um cocktail de facciosismo, labreguiçe, boçalidade, cinismo e hostilidade que está nos antípodas da forma como vejo a modalidade e daquilo que nela me atrai - que são os jogadores, os jogos, as tácticas e os golos.
Pior que as declarações em si, só a inacreditável projecção que a comunicação social - sobretudo as televisões - lhes dão. Por exemplo, as declarações de Pinto da Costa na Casa do FCP de Lisboa, seguidas da réplica de Luís Filipe Vieira, passaram seguramente mais de uma vintena de vezes no pequeno ecrã ao longo do fim-de-semana, entre canais noticiosos e generalistas, e continuavam ainda esta segunda-feira a preencher os serviços informativos como se de uma interessante novidade se tratassem, o que das duas uma: ou significa a completa degradação da informação televisiva, ou a degradação do país consumidor da mesma (ou ambas as coisas, o que ainda é pior).
Para o futebol tal como eu o entendo, este tratamento mediático é caótico. É a subversão completa de protagonistas e protagonismos do jogo. Uma forma bem portuguesa de acompanhar o desporto-rei, justamente através do seu lado mais mórbido.
Como comentário apenas me ocorre uma palavra: Lixo !

A RODA DOS MILHÕES

Pela sequência de fotos abaixo, e apesar de alguns dos referidos não estarem ainda seguros, até parece que o futebol português anda a nadar em dinheiro. Transferências milionárias como há muito se não viam, competição feroz entre clubes a cada contratação, salários principescos.
Se no Benfica a SAD apresentou lucros pela primeira vez, no F.C.Porto e no Sporting, já apurados para a Champions, fazem-se sentir, e de que maneira, as injecções financeiras resultantes das vendas de Anderson e Nani.
A ajudar está também a força da moeda europeia face ao dólar, ou não fosse o mercado sul-americano o alvo principal.
Sabe-se que a realidade dos três grandes nada tem que ver com o resto do futebol português, mas pelo menos no topo da tabela a próxima época promete. É que praticamente todos estes novos craques são jogadores internacionais de prestígio.

AS NOVAS ESTRELAS

ÓSCAR CARDOZO - Benfica (avançado ex-Newell's Old Boys)

AS NOVAS ESTRELAS

LUÍS AGUIAR - F.C.Porto (médio ex-Liverpool de Montevideo)

AS NOVAS ESTRELAS

VUKCEVIC - Sporting (médio ex-Saturn)

AS NOVAS ESTRELAS

LEANDRO LIMA - F.C.Porto (médio ex-São Caetano)

AS NOVAS ESTRELAS

GRIMI - Sporting (defesa ex-Milan)

AS NOVAS ESTRELAS

BERGESSIO - Benfica (avançado ex-Racing Avallaneda)

AS NOVAS ESTRELAS

BOLATTI - F.C.Porto (médio ex-Belgrano)

AS NOVAS ESTRELAS

IZMAILOV - Sporting (médio ex-Lokomotiv de Moscovo)

AS NOVAS ESTRELAS

MARC ZORO - Benfica (defesa ex-Messina)

AS NOVAS ESTRELAS

GLADSTONE - Sporting ( defesa ex-Cruzeiro)

BOLA QUADRADA

Teria sido uma bela foto para publicar por altura da final da Taça de Portugal, mas só agora a consegui.
Um Sporting-Belenenses no Jamor em que Matateu parece criar perigo junto da baliza leonina.

A CRUEL MARCA DO DESTINO

Desta vez a selecção nacional de sub-21 pode-se efectivamente queixar da sorte. Perder nas grandes penalidades é sempre dramático, e quando isso sucede depois de um jogo em que se tiveram as melhores oportunidades, mais cruel se afigura.
Mas é preciso dizer que esta selecção, e sobretudo os seus técnicos, não mereceram que a sorte lhes aparecesse por diante. A entrada de Portugal neste Europeu foi um desastre, e logo aí ficou traçado o seu destino – tal como aqui tinha previsto, a “poderosíssima” Bélgica acabou por ficar pelo caminho.
Além de falhar em aspectos técnico-tácticos basilares – desde as invenções no meio-campo, as adaptações dos laterais, sem esquecer que ontem estivemos em superioridade numérica durante um longo período, sem a saber aproveitar -, e em questões anímico-motivacionais, a dupla técnica da selecção não soube estar à altura da ocasião, disparando leviana e grosseiramente sobre tudo e sobre todos, numa ridícula estratégia de vitimização em que ninguém embarcou, e que só serviu para denegrir mais o nome de Portugal junto das instâncias do futebol internacional.
Couceiro não é um grande treinador. Nem sei se deva ser sequer treinador. Pode ser muitas outras coisas no futebol, mas nunca um técnico com responsabilidades em competições deste nível.
Para ser técnico de uma equipa de topo (e qualquer representação do país o é) não basta vestir bem, nem tentar imitar os “mind-games” de outros. Mourinho só há um, e a sua qualidade não se mede pelas suas (por vezes também absurdas) declarações, nem pelo seu sobretudo negro ou barba de três dias, mas sim pelo seu conhecimento do jogo, dos jogadores e das metodologias de treino mais sofisticadas, além da enorme capacidade de liderança. Couceiro procura imitar o acessório mas, como muitos outros, nem sequer se aproxima no essencial.
Quando assim é, surge o “azar” e o “fado” português, que muitas vezes (quase sempre ?), não significam mais do que incompetência, amadorismo e improvisação.
E assim se foram o Euro e os Jogos de Pequim. Tudo com uma equipa recheada de jogadores de grande qualidade. Doloroso…

AUDIÊNCIA RECORD

VEDETA DA BOLA informa os seus leitores que ontem, dia 20, foi estabelecido um novo máximo de visitantes (desde Março, altura em que esta estatística passou a ser feita).
Foram 130 os cibernautas que durante o dia visitaram VEDETA DA BOLA, de certo bastante interessados no tema Berardo/Rui Costa.
A todos ficam os agradecimentos da casa, na convicção de que este record em breve voltará a cair.

MERCADO AGITADO

Com o episódio Berardo/OPA/Rui Costa a monopolizar o espaço público, quase nos temos esquecido do mercado de transferências, que todavia segue agitadíssimo.
Depois de, numa primeira fase, ter sido o F.C.Porto a animar as movimentações - com as contratações de Edgar, Kazmierczak, Lino e Nuno no mercado nacional e, ao que se diz, dos médios Bolatti e Leandro Lima na América do Sul -, nos últimos dias têm sido os rivais lisboetas a estar mais activos.
O Sporting, depois de garantir os internacionais Gladstone e Izmailov, e enquanto tenta o concurso do lateral esquerdo suplente do Milan, Grimi, surpreendeu tudo e todos com a contratação do ex-benfiquista Derlei.
Quem leia habitualmente VEDETA DA BOLA, sabe a minha opinião sobre a passagem de Derlei pelo Benfica. Tenho para mim que se tratou de um jogador injustiçado por grande parte dos sócios, e que acabou por não ter oportunidades nem tempo para revelar a sua utilidade. Foi sobretudo infeliz (teve por exemplo o azar de coabitar com o melhor Miccoli). No Sporting poderá ter uma última oportunidade de mostrar aquilo que ainda tem para dar, se bem que o seu (certamente) elevado salário poderá ser objecto de alguma animosidade de balneário.
O internacional russo Izmailov é um jogador relativamente conhecido (penso ter estado no Euro 2004), mas que acabou por nunca sair do seu país em virtude de – diz-se - alguma inconstância competitiva e emocional. Será uma espécie de Carlos Martins de leste ? O tempo o dirá.
Quanto ao Benfica, parece finalmente estar-se a identificar uma linha de coerência nas aquisições até agora efectuadas. Depois de Zoro (um lateral/central que responde seis meses depois à saída de Ricardo Rocha), e do jovem Fábio Coentrão, as águias, pela mira de Veiga, apontaram baterias para a Argentina, onde já terão fechado Cardozo, e se preparam para assegurar também Bergessio.
As referências que recolhi sobre Cardozo são as melhores. Trata-se de um ponta-de-lança puro e duro, com 1,93 de altura, excelente jogo de cabeça, uma capacidade de remate espantosa com os dois pés, exímio nas bolas paradas, enfim… um craque ! Veremos como se adapta ao futebol europeu, pois essa parece ser a única dúvida que resta sobre a oportunidade desta onerosa aquisição – a segunda mais cara de sempre do clube a seguir a Simão.
Bergessio, bastante menos credenciado e obviamente mais barato, é um segundo avançado que, pelo que até agora li e ouvi, talvez se assemelhe, mais coisa menos coisa, ao portista Lisandro Lopez. Tal como Cardozo é ainda relativamente jovem, pelo que poderão ser dois investimentos interessantes também sob o ponto de vista económico-financeiro.
Depois destas duas contratações, o Benfica terá de se centrar no meio-campo, onde restam vinculados ao clube dois jogadores que talvez resolvessem todos os problemas de Fernando Santos no sector: Manuel Fernandes, já mais aberto à hipótese de regressar à Luz, e Diego Souza, que tenho seguido com muita atenção na Taça Libertadores e me tem impressionado pela positiva.
Também para a defesa o técnico benfiquista pode dormir descansado. Se Luisão parece de pedra e cal – e podia ser essa a principal preocupação -, a acrescentar aos restantes elementos do plantel existem ainda os emprestados José Fonte e João Pereira, duas alternativas credíveis para compor os 26 com que Santos deseja compor o plantel encarnado.
Vejamos então o ponto de situação relativamente aos três grandes:

F.C.PORTO
Continuam: Helton, Paulo Ribeiro, Bosingwa, Pepe, Bruno Alves, Fucile, Ricardo Costa, João Paulo, Pedro Emanuel, Marek Cech, Paulo Assunção, Raul Meireles, Lucho Gonzalez, Jorginho, Quaresma, Lisandro, Adriano, Postiga e Renteria.
Saem: Vítor Baía, Mareque, Anderson, Ibson, Bruno Moraes, Alan e Vieirinha.
Entram: Nuno (ex Aves), Lino (ex Académica), Rui Pedro (ex Júnior), Castro (ex Junior), Fernando (Brasil), Luís Aguiar (Uruguai), Bolatti (Argentina), Kazmierczak (ex Boavista), Leandro Lima (Brasil) e Edgar (ex Beira Mar).
Dúvida: Vukcevic (Sérvia).

SPORTING
Continuam: Ricardo, Tiago, Rui Patrício, Abel, Tonel, Polga, Caneira, Ronny,Miguel Veloso, João Moutinho, Paredes, Farnerud, Romagnoli, Pereirinha, Liedson e Djaló.
Saem: Miguel Garcia, Tello, Custódio, Carlos Martins, Nani, João Alves, Alecsandro e Bueno.
Entram: Gladstone (Brasil), Paulo Renato (ex Junior), Grimi (Itália), Izmailov (Rússia), Pupo (ex Junior), Adrien Silva (ex Junior) e Derlei (ex Benfica).
Dúvidas: Antunes (ex Paços de Ferreira), Toranzo (Argentina) e Vukcevic (Sérvia).

BENFICA
Continuam: Quim, Moreira, Nelson, Luisão, Anderson, Léo, David Luíz, Miguelito, Petit, Katsouranis, Karagounis, Rui Costa, Nuno Gomes, Simão e Mantorras.
Saem: Moretto, Pedro Correia, Marco Ferreira, Beto, João Coimbra, Miccoli, Derlei, Paulo Jorge e Manú.
Entram: Zoro (Costa do Marfim), Fábio Coentrão (ex Rio Ave), Cardozo (Paraguai), Bergessio (Argentina) e Dabao (ex Junior).
Dúvidas: Manuel Fernandes (ex Everton), José Fonte (ex Amadora), Ruben Amorim (ex Belenenses), Cássio (Brasil), Ratinho (Brasil) e William (Brasil).

TERCEIRA IDADE ??

MILAN (campeão da Europa) - Dida, 33, Oddo 31, Maldini 39, Nesta 31, Jankulovski 30, Ambrosini 30, Pirlo 28, Gattuso 29, Seedorf 31, Kaká 25 e Inzaghi 33 - Média de Idades: 30,9

REAL MADRID (campeão de Espanha) - Casillas 26, Salgado 31, Cannavaro 33, Helguera 32, Roberto Carlos 34, Diarra 26, Emerson 31, Guti 30, Beckham 32, Raul 30 e Van Nistelrooy 31 - Média de Idades: 30,5

INTER (campeão de Itália) -Toldo 35, Zanetti 33, Córdoba 31, Materazzi 33, Grosso 29, Vieira 31, Cambiasso 26, Stankovic 28, Figo 34, Ibrahimovic 25 e Crespo 31 - Média de Idades: 30,5

MANCHESTER UNITED (campeão de Inglaterra) - VanderSar 36, Neville 32, Ferdinand 28, Vidic 25, Heinze 29, Carrick 25, Scholes 32, Ronaldo 22, Giggs 33, Rooney 21 e Saha 28 - Média de Idades: 28,3
CHELSEA (vencedor da Taça de Inglaterra) - Cech 25, Paulo Ferreira 28, Terry 26, Ricardo Carvalho 29, Ashley Cole 26, Makelele 34, Lampard 29, Essien 24, Ballack 30, Schevchenko 30 e Drogba 29 - Média de Idades: 28,2
BARCELONA - Valdez 24, Zambrotta 30, Puyol 29, Thuram 35, Van Bronkhorst 32, Edmilson 30, Xavi 27, Deco 29, Messi 20, Eto'o 26 e Ronaldinho 27 - Média de Idades: 28,1
BENFICA - Quim 31, Nelson 24, Luisão 26, David Luíz 19, Léo 31, Petit 30, Katsouranis 28, Rui Costa 34, Simão 27, Miccoli 28 e Nuno Gomes 30 - Média de Idades: 28,0

Veredicto: MATADOR !

Confira aqui a carreira de Óscar Cardozo no último campeonato argentino.

PAPAGAIO OU ARARA ?

Aguardo ansiosamente por uma posição clara e inequívoca do presidente Luís Filipe Vieira face às declarações ofensivas, despropositadas e idiotas do sr. Berardo.
Quem foi tão lesto a apelidar de "Papagaios" membros dos orgãos sociais do clube que ousaram expôr a sua opinião sobre a equipa de futebol - em tons muito mais suaves do que esta grotesca entrevista -, não pode agora deixar de defender intransigentemente os profissionais do clube que dirige, sob pena de vir a minar a autoridade que tem de manter sobre eles. E pela minha parte, minar também a relação de credibilidade que tem com os sócios.
Em Portugal há tradicionalmente uma enorme e provinciana reverência a quem tem muito dinheiro. Espero que isso não iniba um presidente que tem mostrado (por vezes até em demasia) uma firmeza a toda a prova sempre que alguém belisca o interesse do Benfica. Berardo beliscou-o, e muito.

FALA-BARATISMO !

Ouve-se e não se acredita, lê-se e esfrega-se os olhos para ter a certeza de estar mesmo escrito. Rui Costa, um dos mais exemplares profissionais do Benfica, com uma experiência competitiva notável, com um benfiquismo de quem entrou para o clube com 11 anos de idade, ainda de grande utilidade na equipa, quer pela experiência, quer pela classe, quer sobretudo pelo peso no balneário (e até pelas vendas de camisolas e de kits), à beira da sua última época, é acusado de inútil, de indesejado e até de hipócrita, por um indivíduo que só há meia dúzia de dias se ouve dizer ser benfiquista, e que ainda por cima parece querer tomar conta do clube numa operação ainda de contornos muito mal explicados.
O sr. Berardo, comendador ou lá o que é, terá pensado que o simples facto de ser um dos homens mais ricos do país lhe é suficiente para pôr e dispor em tudo o que lhe apetece, e dizer os disparates que lhe vêm à cabeça. Esta entrevista apenas serviu para lhe deixar cair a máscara e sem ela revelar todo o seu exibicionismo e arrogância, e mostrar a quem tinha dúvidas que este (o da OPA) não é, nem nunca pode ser o caminho dum Benfica fiel ao seu historial. Se já antes Berardo me fazia lembrar Gil y Gil, ao ler estas declarações veio-me de imediato à cabeça a amarga recordação de Vale e Azevedo, mau grado o paradoxo de um ter prometido a contratação de Rui Costa (quando tinha 25 anos…), e outro querer-se agora ver livre dele.
Não vou perder tempo a dissertar sobre a dedicação, o profissionalismo e a utilidade de Rui Costa. São por demais evidentes. Mas não posso deixar de questionar porque é que o sr.Berardo, que já tinha tanto dinheiro, não ajudou o Benfica quando o clube mais precisava, para aparecer agora que a gestão está equilibrada e os lucros começam a ser uma realidade.
Outra interrogação que me fica é a do porquê destas declarações num fulano que - além de parecer ter prometido a alguém aparecer todos os dias nas primeiras páginas dos jornais -, por muitas dúvidas que levante a edificação da sua colossal fortuna, de parvo certamente nada tem. É que ontem seguramente que muitos milhares de benfiquistas terão percebido porque motivo não devem mesmo vender as suas acções. E muito menos a este homem.
Mas, será que ele as quer mesmo comprar?
Se não quer, os benfiquistas que lhe façam o favor. Ao meu emocional “Não Vendo!” da passada sexta-feira, junto agora um solidamente racional: NÃO VENDAM !

UM BENFICA PARA 2007-2008

Com o desenrolar do mercado, e com aquilo que já se conhece das intenções de Fernando Santos para a nova época, designadamente quanto ao número de jogadores a fazer parte do plantel, o desenho do Benfica versão 2007-2008 começa a poder ser esboçado com maior clareza.
No meu ponto de vista, caso seja fechada esta semana a contratação de Cardozo - um goleador nato a avaliar pelos números no campeonato argentino -, o Benfica pode até nem vir a necessitar de gastar mais um cêntimo que seja, pois dispõe nos seus quadros de jogadores suficientes para formar uma equipa campeã - ainda que mais um avançado (Miccoli ?) não fosse hipótese de desprezar.
Assim, um plantel de 26 nomes poderia ter a seguinte configuração:
GUARDA-REDES: Quim, Moreira e Bruno Costa (ex Junior).
DEFESAS: Nélson, Luisão, Anderson, Léo, João Pereira (ex Gil Vicente), Marc Zoro (ex Messina), David Luíz, José Fonte (ex E.Amadora) e Miguelito.
MÉDIOS: Petit, Katsouranis, Karagounis, Rui Costa, Manuel Fernandes (ex Everton), Nuno Assis e Diego Souza (ex Grémio).
AVANÇADOS: Nuno Gomes, Óscar Cardozo (ex Newells), Simão Sabrosa, Mantorras, Yu Dabao (ex Junior), Manú e Fábio Coentrão (ex Rio Ave).

SEMPRE A CRESCER

Desde que a ShinyStat efectua a estatística diária de visitas ao VEDETA DA BOLA, o número apurado não pára de crescer. Mesmo com o campeonato terminado, o gráfico da média diária de visitas apresenta o panorama que se vê.
Não é este o objectivo último de VEDETA DA BOLA, mas não deixa de ser reconfortante deparar com estes números, e sobretudo com esta evolução.
Por curiosidade diga-se que na passada sexta-feira (dia da OPA), foi estabelecido o record de visitas num só dia desde Março - 114 cibernautas procuraram certamente saber o que por aqui se pensava sobre o tema.

BOLA QUADRADA

Uma vez que os meus amigos sportinguistas ficaram um pouco incomodados com a foto anterior, aqui têm uma outra, sensivelmente da mesma altura, provavelmente da melhor equipa do Sporting de todos os tempos - a dos 5 violinos -, que ganhou 7 campeonatos em 8 anos e, é justo dizê-lo, terá sido penalizada pelo facto de não existirem ainda na altura competições europeias.

A FESTA DE VOLTA A CIBELES

Depois de quatro anos de jejum e de enormes equívocos, o Real Madrid, pela mão de Fábio Capello, voltou a conquistar o título espanhol.
Foi mais uma jornada de sofrimento, pois se desde cedo o Barcelona cumpria a sua obrigação goleando o último classificado, os "merengues" a cerca de vinte minutos do final ainda perdiam em pleno Bernabéu diante do Maiorca.
Reyes, com dois golos, e Diarra com um, deram a reviravolta ao marcador, garantindo o título a equipa madrilena, sob o olhar e o júbilo de adeptos famosos como Rafael Nadal ou Tom Cruise.
Pode-se dizer que, sobretudo pela fantástica ponta final de temporada, o título se ajusta perfeitamente ao Real, sendo que se esperava muito mais de um Barcelona recheado de estrelas e com uma equipa formada há já alguns anos.
Glória total para o técnico italiano, que havia sido campeão em 96-97 no clube, e agora voltou para o resgatar de um período conturbado (chegando a dada altura da época a parecer mais uma das suas vítimas), e em que os aspectos desportivos pareceram ficar para segundo plano. Capello foi várias vezes campeão no Milan, seguiu para Madrid e foi campeão, viajou para Roma e campeão foi, transferiu-se para a Juventus e...venceu dois campeonatos seguidos, e agora de novo em Madrid triunfou onde já começava a parecer impossível. Para mim, quando se trata de escolher o melhor treinador do mundo, tenho poucas dúvidas: Fábio Capello !

TARDE E A MÁS HORAS

Já não é a primeira, nem a segunda vez que nos acontece. Bem à portuguesa, apenas e só sob pressão a selecção de sub-21 foi capaz de jogar o futebol que sabe e pode. Foi tarde.
Bem à portuguesa também, sobram agora queixas de tudo e de todos, quando a culpa foi exclusivamente da nossa equipa (jogadores e técnicos), e do modo sobranceiro como abordaram, sobretudo, o primeiro jogo - aquele que tinhamos obrigação de ter ganho.
Pela porta do fundo é todavia ainda possível chegar aos Jogos Olímpicos (um dos grandes objectivos desta prova e não mera consolação como estranhamente tenho ouvido e lido). Teremos de vencer uma Itália com a qual o futebol português tem tradicionalmente grandes dificuldades.
Veremos que Portugal entrará em campo na quinta-feira: o de sábado, ou o dos dois primeiros tristes jogos ?

OPA OU TALVEZ NÃO ?

A notícia da OPA de Joe Berardo sobre o capital da Benfica SAD apanhou-me de surpresa, e tem alguns contornos ainda difíceis de entender, nomeadamente quanto ao verdadeiro propósito do empresário madeirense.
Ao que sei, o clube detém 40 % do capital da SAD em acções inalienáveis, e mais cerca de 11% de acções correntes (detidas pela Benfica SGPS) que lhe conferem o controlo da sociedade. A OPA que Berardo pretende lançar é sobre os 60% do capital desblindado, pelo que para ser bem sucedida necessitaria que o clube entendesse alienar os tais 11 %, sem os quais o empresário nunca conseguiria controlar o clube, isto supondo-se que seja esse o seu objectivo.
Por outro lado, também não parece aceitável a tese de este anúncio se tratar de pura especulação, pois Berardo detém apenas 5291 acções da SAD e a valorização em bolsa resultante da OPA render-lhe-ia uma mais valia de 4 ou 5 mil euros, algo que para a sua fortuna não passaria de uma simples gorjeta.
Também me parece que a generalidade dos accionistas da SAD benfiquista dificilmente estará receptiva a alienar por 3,50 (preço proposto) papéis que custaram mais de 5,00 euros, isto sem falar nos inúmeros pequenos accionistas (como eu) que compraram títulos apenas por amor ao clube e sem qualquer perspectiva de valorização. Recorde-se também que só Luís Filipe Vieira e Manuel Vilarinho detêm em conjunto cerca de 17 % do capital, e portanto sem eles...nada feito.
Seja como for, aconteça o que acontecer, com OPA ou sem OPA, com maior ou menor valorização, por mais benignas que sejam as intenções do benfiquista Berardo, enquanto pequeníssimo accionista, afirmo aqui a minha absolutamente inflexível posição:
NÃO VENDO !

BOLA QUADRADA

Eis uma foto do Sporting, no período do seu apogeu.
Reconhece-se Fernando Peyroteo, um dos maiores goleadores de sempre do futebol português.
Curiosa também a saudação ao público. Sinal dos tempos...

DESMENTIDOS

Luís Filipe Vieira desmentiu já hoje as contratações, ou sequer o interessem, em Edgar, Kazmierczak e Linz, afirmando que nenhum deles alguma vez será jogador do Benfica.
Bem sabemos como funciona o mercado, e como os clubes são por vezes utilizados para valorizar artificialmente as transferências que se pretendem efectuar para outras paragens. Estes terão sido exemplos dessa realidade, a que estamos habituados sempre que chega o defeso.
Deixando esses aspectos de lado, importa avaliar se os jogadores em causa seriam ou não boas opções para o Benfica, e até que ponto devem ou não os adeptos lamentar as suas não contratações. Na minha opinião não devem.

ROLAND LINZ- É um avançado extremamente irregular. Entrou bem no campeonato, sendo uma revelação das primeiras jornadas, mas pelo tempo fora esteve longe de confirmar as primeiras impressões. Tem algumas qualidades, mas não é, nem de perto, o ponta-de-lança que o Benfica precisa.
EDGAR- É muito jovem e como tal tem bastante margem de progressão. Contudo não podemos esquecer que jogou numa equipa que desceu de divisão, onde nem sequer era titular indiscutível. Seria uma boa contratação, a pensar mais no futuro que no presente, mas nunca pelo preço exorbitante que a Inverfutbol pedia por ele (2 milhões de euros por apenas metade do passe).
KAZMIERCZAK - Dos três é aquele que, para já, talvez mais jeito fizesse na Luz. Todavia, além do preço também me parecer um pouco inflacionado (1,5 milhões de euros), as suas afirmações de que preferia jogar no F.C.Porto foram uma sentença de morte perante os adeptos do Benfica. Há certamente melhor e mais barato no mercado internacional, e até no mercado nacional.

Por mim fiquei aliviado de saber que os meus receios de ver a dupla Miccoli-Nuno Gomes, substituída por uma dupla Edgar-Linz (própria de, vá lá, uma equipa que lute pela Europa), não se confirmaram.
Para o ataque venha Cardozo, venha Purovic, venha Elmander, venha Zalayeta ou sobretudo Lucarelli, todos eles jogadores ao nível de uma presença digna na Liga dos Campeões. Podem vir também Pellegrino, William ou Ruben Amorim, ou quaisquer outros que acrescentem efectivamente qualidade ao plantel.

PS: Aproveito para dizer que me parece precipitado empurrar Nuno Gomes para fora do clube. Bem sei que o seu vencimento é altíssimo, mas trata-se de um internacional experiente, com muitos anos de Benfica, e cujo rendimento tem sido afectado por uma pubalgia que o clube (erradamente) escondeu. Além disso já vão sair Miccoli e Derlei.
A menos que haja dinheiro para contratar uma dupla de goleadores de peso internacional (o que duvido), Nuno deve manter o seu lugar.

SEM ESTOFO !

Lamentavelmente pouco há a acrescentar ao que aqui disse aquando do primeiro jogo do Euro Sub-21. Aconteceu aquilo que se esperava, depois de ver aquela primeira parte frente à Bélgica.
Mais uma vez Portugal entrou mal no jogo e demorou demasiado tempo a recompor-se. Verdade se diga, apenas durante os 15 minutos que precederam o segundo golo holandês, a equipa de Couceiro deu um ar de sua graça, mostrando-se em todo o resto do jogo uma equipa desorganizada, abúlica e sem chama (sem ambição ?).
O apuramento para as meias-finais, e consequentemente para os Jogos Olímpicos de Pequim, está agora dependente de terceiros (e de quartos...). A selecção nacional necessita de vencer Israel (o que, pelo que se assistiu até agora, não será fácil) e esperar que a Bélgica perca frente a uma vizinha Holanda já apurada.
Efectivamente estas equipas de Sub-21 têm o condão de nos fazer recordar os mais negros anos das selecções nacionais pré-Scolari, quando nos perdiamos em contas e mais contas até às constantes e repetidas decepções finais.

A SAGA CONTINUA...

Quando ainda estamos em meados de Junho, a lista de possíveis reforços do Benfica segundo a comunicação social já atingiu a bonita marca de 30 nomes.
Ei-los: Ruben Amorim, Zalayeta, Luís Filipe, Devic, Edgar, Alexandre Pato, Cirillo, Cardozo, Borgessio, Pellegrino, Gladstone, Bollatti, Lucarelli, Carlos Alberto, Tiago Gomes, Jerzy Dudek, Bruno, Roque Santa Cruz, Janssen, Elmander, William, Eduardo Ratinho, Kazmierczak, Roland Linz, Amuneke, Fábio Rochemback, Purovic, Rodrigo Alvim, Antunes e Filipe Teixeira.

O NEXO DA CAUSALIDADE

A propósito da formulação da acusação a Pinto da Costa no âmbito do processo "Apito Dourado", algumas vozes se têm levantado clamando pela suposta irracionalidade de corromper árbitro com o título já quase garantido e num jogo frente a uma equipa quase despromovida.
Em primeiro lugar esta ideia é completamente falsa, e não resiste à mera consulta do calendário da época em causa (2003-2004). Na verdade, nem o F.C.Porto estava à beira de ser campeão, nem o Estrela estava quase despromovido (nunca o poderia estar com 17 jornadas por disputar).
O jogo foi em Janeiro, no início da segunda volta. Na altura o F.C.Porto comandava a classificação com 5 pontos de avanço sobre o Sporting, e na jornada seguinte estaria em Alvalade a discutir o título com a então equipa de Fernando Santos, no célebre jogo (1-1) da camisola rasgada, em que Rochembach falhou um penálti. Caso não ganhasse ao Estrela, a equipa portista corria o risco de perder a liderança em Alvalade. Assegurando aquela vitória, avançava para o terreno do principal concorrente com a importantíssima vantagem de poder até perder o jogo e manter a liderança.
Na primeira volta o F.C.Porto empatara na Reboleira, e em todo o campeonato venceu em casa sete (!!!) jogos de forma tangencial, o que denota tudo menos facilidades. Tratava-se portanto, ao contrário do que se tem dito, de um jogo chave num campeonato de que ainda se não conhecia o desfecho.
Curiosamente, uma das partidas que o F.C.Porto ganhou por margem mais folgada durante a 1ª volta foi frente à Académica, na 7ª jornada, em que o árbitro foi tão zeloso que o título da crónica no jornal "A Bola" era "Tanta Paixão...". Foi uma das arbitragens mais escandalosas que me recordo nos últimos anos, com penáltis fantasmas, golos fora-de-jogo, tudo !
Já adivinharam quem era o árbitro ? Jacinto Paixão, ele mesmo !
Obviamente que o título europeu ainda vinha longe. Antes dele ainda o F.C.Porto precisou de eliminar o Manchester em Old Trafford, a quem o árbitro aliás anulou um golo limpíssimo (de Scholes) que bem poderia ter alterado o rumo da história - tal como aliás o penálti de Thiago Motta que um outro árbitro não viu no Benfica-Barcelona da época transacta. Isso são contas de outro rosário, e que na altura ainda estavam longe de se imaginar ser possíveis.
Mas para além de todos estes dados factuais, só não vê quem não quer que o tipo de serviços e "pagamentos" prestados aos árbitros pelo F.C.Porto pressupunham uma lógica de continuidade. Não se pagava um determinado jogo com uma prostituta. Criava-se, pelo contrário, um clima propício a uma atitude simpática das arbitragens face ao clube, que se ia reflectindo ao longo dos anos. Isto é óbvio, e não necessita de qualquer investigação. Basta um raciocínio lógico para o concluir.
Agora, apenas se espera que a justiça seja feita. E em tempo útil, pois enquanto a nossa justiça anda a passo de caracol, os prazos de prescrição - vá-se lá saber porquê - passam rápido como uma lebre.

SE QUERES SER BOM...

Diz o povo que "se queres ser bom, morre ou vai-te".
De facto é assim. Aqueles que desaparecem do mundo dos vivos, são invariavelmente alvo dos mais rasgados elogios, até entre aqueles que mais se lhes opuseram em vida.
Mesmo entendendo o lado humano da questão, nem sempre me deixo sensibilizar ao ponto de esquecer, na hora da morte, aquilo que foi a vida de algumas pessoas.
Vem isto a propósito da morte de Adriano Pinto, ser humano que naturalmente respeito, mas um ex-presidente da A.F.Porto que não me deixa quaisquer saudades.
Gabo por isso a coragem de Miguel Sousa Tavares - que pouca ou nenhuma simpatia me desperta e de quem muitas vezes discordo -, ainda mais sendo portista, de dizer aquilo que muitos pensam em silêncio: Adriano Pinto fez muito mal ao futebol português, e não é a morte que apagará essa marca histórica da nossa memória.
E mais não digo.

À PESCA EM ÁGUAS BRASILEIRAS

Enquanto o Sporting acaba de contratar um excelente reforço para a sua linha defensiva - Gladstone é jogador de selecção e será seguramente titular indiscutível no onze de Paulo Bento -, o Benfica, talvez devido ao efeito Anderson (e ao milionário negócio Porto-Manchester), parece apostado em transferir para a Luz quase meia selecção de sub-20 do Brasil.
A David Luíz, já convocado para o respectivo Mundial, poder-se-ão juntar o ex-aveirense Edgar (ponta de lança de 1,91m), e os ex-Corinthians Eduardo Ratinho (lateral-direito) e William (médio criativo). Alexandre Pato, também desejado, parece estar fora da rota da Luz (demasiado caro...).
De Edgar já conhecemos um pouco - vi-o jogar em Setúbal e deixou alguns bons apontamentos contribuindo decisivamente para virar o jogo a favor da sua equipa, mas não me pareceu, de todo, jogador para 4 milhões de euros (a alternativa Purovic, por metade do preço, parece muito mais sedutora).
Quanto a Ratinho e William as referências são positivas, ainda que sejam, quer um quer outro, jogadores a ser trabalhados e de evolução ainda algo imprevisível. Ou seja, serão boas apostas (até talvez no plano financeiro), mas não se espere que o futebol benfiquista possa depender no curto prazo de jogadores deste perfil. Serão provavelmente boas alternativas, jogadores a ser lançados com cuidado, mas não é lícito pensar que possam ser eles a arrastar a equipa para as vitórias que se exigem. Se vierem para acrescentar, de acordo. Para substituir alguém, cuidado!
Ratinho, depois de uma entrada de rompante na equipa principal do "Timão", acabou por ser remetido para o banco de suplentes, onde ultimamente tem ficado. De William diz-se ser um fantasista, brilhante com a bola nos pés, capaz de emplogar plateias, mas ainda muito verde tacticamente e um tanto instável sob o ponto de vista psíquico (algo que pode perfeitamente ser corrigido com um bom enquadramento profissional).
Veremos se o negócio se concretiza (certamente por muitíssimo menos do que os 15 milhões de que o empresário fala), e como evoluirão estas duas esperanças do futebol canarinho.
PS: Espero bem que a hipótese Carlos Alberto não passe de um boato. Problemas disciplinares é tudo o que o Benfica não precisa no seu balneário, e quer Porto, quer Corinthians têm razões de queixa do talentoso mas irresponsável médio brasileiro.

TIRO AO ALVO

Sempre que chega o defeso a história repete-se. Diariamente dezenas de jogadores são apontados como reforços do Benfica, num autêntico festival de especulação jornalística e verdadeiro tiro ao alvo, sempre na esperança que alguma bala acabe milagrosamente por se revelar certeira.
A ânsia de vender jornais é tanta que se chega ao absurdo de fazer primeiras páginas com nomes de reforços, para nas interiores - quando o leitor já largou os 75 cêntimos - se acabar por confessar que as hipóteses de contratação dos mesmos são pouco mais que residuais.
Até agora, mesmo sem ler todos os jornais, já contei vinte e um “reforços”. Vamos a nomes: Ruben Amorim, Zalayeta, Luís Filipe, Devic, Edgar, Alexandre Pato, Cirillo, Carlos Alberto, Roque Santa Cruz, Janssen, Elmander, William, Eduardo Ratinho, Kazmierczak, Roland Linz, Amuneke, Fábio Rochenback, Purovic, Rodrigo Alvim, Antunes e Filipe Teixeira. Curiosamente, as duas únicas aquisições confirmadas foram-no sem que a comunicação social delas tivesse dado conta anteriormente: Marc Zoro e Fábio Coentrão (que era apontado como reforço do…Sporting).

QUE ESPERANÇAS ?

É uma máxima do futebol: grandes jogadores não fazem necessariamente uma grande equipa.
A selecção portuguesa de sub-21 tem sido nos últimos anos um curioso e decepcionante exemplo desta realidade.
Nos Jogos Olímpicos de Atenas, com Cristiano Ronaldo, Fernando Meira, Ricardo Quaresma, Hugo Viana etc, Portugal não passou da primeira fase, saindo pela porta dos fundos de uma competição onde apostara forte. De igual modo no Europeu passado, realizado no norte do nosso país, uma equipa também recheada de “estrelas” não logrou chegar sequer aos quartos-de-final de um torneio onde era apontado como o principal favorito.
Espera-se que a história não se repita agora novamente, mas a primeira parte de ontem frente à Bélgica avivou bastante estes episódios da história recente desta equipa.
Um conjunto de jogadores demasiado aburguesados, confiantes numa teórica superioridade que não foram capazes de demonstrar, e no fim um técnico resignado à “grande qualidade” do adversário – que tal como a Sérvia do europeu passado, também apontada como uma super-equipa após ter vencido Portugal, dificilmente me parece que chegue muito longe nesta prova.
A explicação para esta sucessão de fracassos (esperemos que desta vez não seja esse o desenlace) está possivelmente no facto de a maioria dos jogadores sub-21 portugueses ter já uma considerável experiência nas suas equipas, e inclusivamente na selecção A, encarando assim a presença nos sub-21 como uma situação menor – veja-se o caso de Quaresma no último europeu, quando se esperava a sua presença no Mundial da Alemanha. Depois não podemos esquecer que infelizmente não há dois Scolaris, e pela selecção sub-21 têm passado alguns treinadores que, sem pôr em causa o respectivo valor e profissionalismo, talvez não tenham o perfil adequado para enfrentar os altos níveis de competição que se esperam nestas ocasiões.
Por ora vamos esperar que a nossa selecção supere a Holanda e desminta esta já quase tradição de claudicar nos grandes momentos, como há poucos anos (antes de Scolari) acontecia frequentemente com a equipa principal.
Para já, nesta equipa, apenas Manuel Fernandes e Miguel Veloso mostraram um pouco daquilo que valem.

OLÉ LIGA !

A penúltima jornada da Liga Espanhola teve contornos verdadeiramente hitchccockianos, não havendo memória nos tempos mais recentes de tamanha emotividade em qualquer dos campeonatos europeus de topo.
Aos 89 minutos dos jogos em que participavam os principais candidatos, o Barcelona vencia em casa o Espanhol por 2-1 – com o primeiro golo a ser obtido com a mão de…Messi -, enquanto o Real Madrid perdia pelo mesmo resultado em Saragoça. Deste modo, bastaria ao Barca um empate no terreno do lanterna vermelha Gimnastyc na derradeira jornada para garantir o terceiro título consecutivo. O clima em Barcelona era de festa, até porque mesmo que o Real ainda marcasse a equipa catalã continuaria em vantagem, bastando-lhe então vencer o último jogo.
Pois não só o Real Madrid marcou, como no mesmo minuto – que las hay, las hay…- o Espanhol lançava um balde de gelo sobre Nou Camp empatando também a partida. Num ápice o Real Madrid retomava a liderança da Liga, e basta-lhe agora vencer em casa o Maiorca para se sagrar campeão.
Com todas estas verdadeiras aventuras, veremos todavia o que ainda nos irá reservar esta fantástica Liga.
Por mim, gostaria mais de ver o Real campeão. Afinal é uma espécie de Benfica do país vizinho…

PS: O que aconteceria se o Barça vencesse o campeonato com aquele golo? E se acontecesse em Portugal?

VEDETA DA BOLA COM AS CAMADAS JOVENS

Um derby, uma bela tarde de feriado, bilhetes a 2 euros, formaram um cocktail capaz de levar ao Estádio da Luz cerca de 14 mil espectadores para assistir ao Benfica-Sporting da fase final do Nacional de Juniores. VEDETA DA BOLA esteve lá.
Sabe-se, pelo seu passado recente, e sobretudo pelas estrelas que tem formado, que o Sporting é uma potência nas camadas jovens. Têm-se ouvido, por outro lado, que o Benfica está a realizar um esforço para acompanhar o rival nesta área, na qual de facto os encarnados, sobretudo desde os negros anos de Vale e Azevedo, se têm deixado ultrapassar com clareza.
Se este jogo servia para verificar se o caminho percorrido pelos da Luz já os colocava em pé de igualdade com o rival de Alvalade, a resposta foi um claro e rotundo Não.
Apesar do empate, apesar de algumas oportunidades desperdiçadas pelos dois conjuntos, o Sporting mostrou sempre ser mais equipa, ter melhores individualidades, e marcar durante quase todo o jogo uma superioridade técnica, física e táctica que torna o empate um resultado absolutamente mentiroso. Durante alguns períodos parecia estar-se perante um jogo entre equipas de escalões diferentes, tal a diferença de ritmo, de agressividade, de harmonia de movimentos entre as duas equipas.
As diferenças entre ambos começam logo aliás no guarda-redes: enquanto o Sporting apresentou Rui Patrício, terceiro guarda-redes do plantel principal – que até já foi titular e defendeu um penálti frente ao Marítimo na SuperLiga – com mais de 1,90m de altura, com uma presença fantástica na baliza, o guardião do Benfica, até pela sua altura, dificilmente se poderá um dia afirmar no plantel principal.
Na linha defensiva também as diferenças são gritantes. Ao passo que o Sporting tem um quarteto muito bem constituído
fisicamente e muito maduro na sua movimentação, onde se realça o central Daniel Carriço e o lateral esquerdo Tiago Pinto (filho de João Vieira Pinto) como as unidades de maior destaque, a linha defensiva do Benfica pareceu muito mais permeável, desorganizada e frágil nos duelos individuais.
No meio campo passa-se quase o mesmo. Muita maturidade, muita força, muita altura entre os leões. Muita vontade, alguma agressividade, mas pouco mais nos da casa, que a agravar pareceram sentir muito a pressão de jogar no estádio principal e com tanta gente nas bancadas – nem as claques faltaram.
Quer isto dizer que entre os jogadores do Benfica pouco ou nada há para aproveitar? Nada disso. Talvez até o jogador que tenha deixado melhor impressão no jogo seja da equipa encarnada. Falo do avançado chinês Yu Dabao, autor do golo do empate e de mais alguns pormenores de categoria, que fazem dele indiscutivelmente, não uma estrela, não um fora de série, mas um jogador com potencial para, caso evolua de modo positivo, se afirmar no futebol português.
O chinês não é um ponta de lança puro, mas antes um avançado móvel que gosta de vir buscar a bola atrás, designadamente partindo das alas, para construir jogadas de perigo com passes precisos para as desmarcações dos colegas. Tem uma planta física, senão impressionante, pelo menos bastante desenvolvida para a idade, e tem uma capacidade técnica apreciável. É inegavelmente, pelo que ontem se viu, o melhor jogador da equipa.
Também o lateral esquerdo (não fixei o nome), e o médio defensivo Romeu Ribeiro me causaram boa impressão.
Entre os leões, além dos destaques que já referi no sector defensivo, gostaria de salientar o talento que não engana do médio João Martins, que suponho ser irmão de Carlos Martins (alguém me corrija se estiver errado), bem como alguns pormenores do avançado nº 11 (brasileiro?, africano?).Apesar das diferenças de potencial evidenciadas na tarde de ontem, a verdade é que o Benfica está um ponto acima do Sporting, e disputará na próxima jornada um decisivo jogo no Porto, onde se vencer terá as portas abertas para o título. Mas vai certamente ser muito difícil...

MISSÃO CUMPRIDA !

Num jogo difícil pelos mais variados motivos (altura do ano, ausências de jogadores fundamentais, vontade de vingança belga), a selecção nacional deu mais uma vez provas de uma notável capacidade competitiva e, mesmo sem realizar uma grande exibição, alcançou aquilo que pretendia e que, dados os resultados da tarde, se impunha, de modo a manter alguma tranquilidade face à qualificação.
A equipa portuguesa começou muito bem, com uma forte pressão no meio campo adversário, e logo nessa fase podia perfeitamente ter encaminhado o sentido do resultado nas oportunidades de golo que conseguiu criar. O golo não surgiu e os belgas foram pouco a pouco equilibrando o jogo, que chegou a conhecer momentos de grande emoção com jogadas de perigo numa e noutra baliza, o que é de salientar nesta fase da temporada.
A beira do intervalo Nani deu finalmente cor à superioridade lusa, permitindo assim encarar a segunda parte com maior optimismo.
Após o intervalo a selecção nacional pareceu contudo pensar que tudo estaria decidido, e estranhamente permitiu, através de falhas defensivas pouco habituais, que a Bélgica se aproximasse com perigo, e pouco depois lograsse mesmo alcançar o empate num cabeceamento com muito pouca oposição mesmo em frente de Ricardo.
Temeu-se o pior, até porque a Bélgica empolgou-se com o golo e pareceu acreditar na hipótese de vitória. Mas Hélder Postiga não estava de acordo, e com um pontapé fabuloso restabeleceu a natural hierarquia do jogo.
Até final foi inegavelmente Portugal que esteve mais perto do terceiro golo, se bem que a vantagem tangencial deixasse sempre a porta aberta a um golpe de azar que podia ter drásticas consequências na corrida ao Euro 2008.
Com esta vitória, Portugal mantém o segundo lugar e pode olhar com optimismo para o que falta de competição, agora que os dois lugares da qualificação parecem ser disputados apenas por três selecções – Portugal, Polónia e Sérvia.
O destaque individual deste jogo não pode deixar de ser para Hélder Postiga, que de quando em vez aparece na equipa de Scolari como que renascido das cinzas para assinar golos importantíssimos e, neste caso, também de grande espectacularidade. Também Nani, Tiago e a espaços Deco estiveram em bom plano. Em termos negativos há que dizer que a defesa esteve por vezes desconcentrada, e Quaresma mostrou, em vésperas de férias, uma apatia que talvez explique porque motivo permaneceu durante tanto tempo afastado das convocatórias de Scolari.