MAIS DO QUE JUSTO

Mais golos marcados, menos sofridos, mais vitórias, menos empates e derrotas. Sobretudo, mais pontos.
Para além dos números, meses seguidos de futebol espectacular e esmagador. É depois de uma semana negra, solidez competitiva até final. 
O FC Porto? Irregularidade e mediocridade na primeira fase da temporada, e uma sequência de vitórias cinzentas a fechar.
No meio, um jogo na Luz, após paragem de selecção e antes de Champions. Único momento de toda a temporada em que o FC Porto foi melhor, também por ser mais especialista em não deixar jogar (física e tacticamente) os adversários do que em fazer o seu próprio jogo - algo, diga-se, com que o Benfica de Schmidt terá de aprender a lidar na próxima época.
No global da época o Benfica não foi melhor. Foi MUITO melhor. E nos últimos campeonatos nem tenho memória de superioridade tão grande de uma equipa em relação aos rivais. 
As palavras de Sérgio Conceição foram pois ridículas, ou até penosas. 
Aliás, este campeonato já devia estar resolvido há muitas jornadas, e os dois pontos de diferença não reflectem, de modo algum, a diferença de desempenho, regularidade e brilhantismo, entre as equipas.
Voltarei a falar do titulo e do campeonato nas próximas horas ou dias. 

ONZE PARA O TÍTULO


 

OS ÚLTIMOS TÍTULOS

Dos últimos vinte campeonatos ganhos pelo Benfica, apenas quatro foram selados na última jornada (04-05, 09-10, 15-16 e 18-19), o último precisamente em casa com o...Santa Clara. Em todos eles o Benfica já comandava a classificação (penso que só uma vez na história tal não sucedeu, no célebre golo do Sporting ao Belenenses em 1955), sempre com vantagem de pelo menos dois pontos (não esquecer que até 1997 a vitória apenas valia dois). Talvez o mais dramático destes vinte tenha sido o de 2004-05, pois o jogo era no Bessa, e o título escapava havia onze anos: o FC Porto jogava em casa com a Académica, e o Benfica não podia perder.
Já agora, a título de curiosidade pessoal, devo dizer que estava nos estádios nos títulos de 1987, 2005, 2010, 2014, 2016, 2017 e 2019. O de 2015 vi pela TV. Os restantes, desde 1977, ouvi pela rádio.

É PRECISO LEMBRAR ISTO

Quanto se discute um lance do "Dérbi" que na altura não foi reclamado por ninguém, que não merece qualquer consenso, cujas regras ninguém parecia saber, e que para mim é absolutamente legal (falo do segundo golo do Benfica, e do contacto promovido por Coates sobre Florentino - que está em fora-de-jogo meramente posicional), ignora-se que o terceiro golo do FC Porto em Famalicão, e que lhe dá vantagem, nasce de um cruzamento de Pepê com a bola já fora do campo (sem falar do penálti fabricado por Otávio logo na aurora do jogo).
Mais grave do que, com régua e esquadro, confirmar se a bola saiu ou não, são os factos de o VAR não ter visto, ou querido ver/mostrar as imagens (que anulavam de imediato o lance, tornando desnecessária a questão do corte subsequente do defesa famalicense ter sido ou não com a mão), e da Sport Tv as ter omitido durante o resto da partida, só as emitindo, ao de leve, no programa de arbitragem que se segue aos jogos - e de onde tirei a foto acima.
Este sim, foi o caso da jornada, que foi intencionalmente subtraído ao debate mediático.
Devo dizer que raramente vejo jogos do FC Porto. Só os contra o Benfica, e um ou outro da Champions. Dadas as circunstâncias, segui as últimas duas partidas (Casa Pia e Famalicão). Fiquei enojado. As coisas são ainda pior do que parecem, e aparecem, nos resumos.
Nesta fase da temporada, o FC Porto tem sido levado ao colo, e só isso lhe permite ainda sonhar com o título. A impunidade é total, e a dualidade de critérios gritante. Como estavam muito mal habituados, ainda reclamam. Aliás, as partidas deste FC Porto são um festival de simulação, provocação e pressão sobre todos os outros agentes. O pior é que isso, em Portugal, dá resultados. E ainda elogios.

ATÉ SOUBE BEM

 O resultado do derbi foi justíssimo. Primeira parte toda do Sporting. Segunda toda do Benfica.
Foi pena que os encarnados demorassem 45 minutos a entrar no jogo. Caso contrário havia festa já hoje.
Ainda foram a tempo de um empate que, dado o curso dos acontecimentos, e até pelo momento em que foi obtido, acaba por ter algum sabor. Bem como a importância de, a menos que o árbitro do jogo do FC Porto assinale onze penaltis, um empate diante do Santa Clara bastar para assegurar o título.
Agora é trabalhar durante a semana, e preparar a última final. Espero também que a Liga tenha o bom senso de marcar os jogos para sábado.
Individualmente destacaria Aursnes, a partir do momento em que foi para a sua posição natural. Que diferença... 
O árbitro não interferiu no resultado. 


 

VASCO SANTOS+VERÍSSIMO+SPORT TV

Um gang que mantém o FCP na luta.
A arbitragem, e sobretudo a video arbitragem, de Famalicão, entram para a história deste campeonato como um dos seus momentos mais negros. A liga portuguesa tem caído no ranking, e merece-o. Isto não é uma liga. É uma farsa.
E a Sport TV patrocina, com comentadores nebulosos (quo vadis Freitas Lobo), e ausência conveniente de repetições importantes - como no lance que antecede o penalti do 2-3, e que só foi repetido muitos minutos depois... do jogo terminar.
Até foi marcado um penalti sobre uml jogador que nem sabia ter sofrido qualquer falta... 
Começo a temer que, assim, o Benfica nem ao Santa Clara ganhe. Com estes gangsters, nada é impossível ao FCP. Com isto a terminar, vale tudo. Os penaltis que forem precisos, e se os falharem, são repetidos. 
Que nojo! 

A MARAVILHOSA BILHÉTICA DO BENFICA

Infelizmente, esta é uma imagem bem conhecida de muitos dos sócios do Benfica. Infelizmente, porque a metodologia e os critérios para venda de bilhetes em jogos de enchente - nomeadamente os jogos fora de casa na fase decisiva da temporada - são definidos e idealizados por pessoas que provavelmente nunca compraram um bilhete de futebol na vida.
Já tinha trazido aqui o assunto noutra ocasião. Para os jogos com o Portimonense, e agora o de Alvalade, o caos foi total, e quase faz suspirar pelo regresso ao tempo em que se tinha de ir dormir para uma fila nas bilheteiras do estádio (coisa que também já fiz no passado).
Neste caso concreto (Alvalade), o critério foi, desde logo, absolutamente obtuso. Uma primeira fase para os detentores de Red Pass que não falharam nenhum jogo na Luz (até aí, de acordo), mas depois, o segundo lote de bilhetes disponibilizado já era para todos os sócios em geral, mesmo sem Red Pass. Ou seja, quem paga Red Pass (até pode ser há vinte anos), esteve em 15 dos 16 jogos na Luz, foi a todos os jogos fora de casa, e é sócio de 50 votos, fica sem qualquer possibilidade objectiva de adquirir bilhete para a partida que pode decidir o título.
E não tem possibilidade objectiva porque a App também não funciona. Ou melhor, é daquelas tecnologias muito bonitas para ganhar prémios, mas que apenas funciona quando não é preciso. 
Há quem entre na App (ou no site) a um dado momento e lhe apareça mais de uma hora de espera, e quem entre depois e lhe apareçam apenas alguns minutos. É estúpido, mas irrelevante: uns e outros chegam ao fim do tempo e a mensagem é a mesma "bilhetes esgotados". Quando não é pior, permitindo escolher bilhetes e lugares, depois não permitir o pagamento, e com a demora cair. Ninguém me contou, já me aconteceu tudo isso. 
Haveria processos relativamente fáceis. O critério de presenças é justo, mas teria de ser consequente (16, 15, 14 etc). O critério de antiguidade, quer de sócio (que serve, por exemplo, para eleger os órgãos sociais), quer de Red Pass, também me pareceria adequado. Eventualmente, um ranking agregado, que até já existiu, na altura da pandemia. Ou, no limite, um rateio. Tudo menos esta farsa virtual que apenas irrita, causa perdas de tempo e injustiças gritantes, sendo um paraíso para os candongueiros - muitos bilhetes já "voaram" para o Viagogo, e lá estão entre os 136 e os 290 euros, para quem quiser e/ou puder. 
Em nome da transparência, e antes de outras auditorias que servem mais para a especulação mediática do que para qualquer outra coisa, era também interessante que os sócios do Benfica soubessem como são distribuídos quantitativamente os bilhetes neste tipo de jogos (tantos para aqui, tantos para ali e tantos para acolá). Desconfio que a maior parte deles nem chegue à bilheteira virtual, e siga directamente para as claques (que, diga-se, formalmente não existem), e para aqueles que atiram tochas às bancadas adversários penalizando reiteradamente o clube com multas avultadas. É que esses aparecem lá sempre (pelo menos os que não revendem os bilhetes no mercado negro), e duvido muito que passem por filas ou aplicações kafkianas. Até desconfio que sei quem lhes faz chegar os bilhetes, mas isso fica para mim.
Quanto à App, é tão ridícula que talvez fosse melhor nem existir.

O GRIMALDO QUE VAI

Devo respeito a um jogador que fez mais de 300 jogos com a camisola do Benfica, mais de 50 na Champions League, e vai a caminho do quarto Campeonato, depois de ter também conquistado uma Taça de Portugal, uma Taça da Liga e três Supertaças, sendo quase sempre titular.
Dito isto, e depois de fazer a minha vénia, digo também que Grimaldo nunca foi dos meus jogadores preferidos. Quer dentro, quer fora do campo.
Dentro, porque entendo que a primeira missão dum lateral é defender, e o espanhol não é um grande defensor. Esta época está a ser a sua melhor nesse aspecto, e o final de contrato talvez tenha a ver com isso. Mas o balanço tem de ser feito globalmente. Desde 2016, foi quase sempre um lateral suave nos duelos, muitas vezes desposicionado, sendo que a sua morfologia física também não ajuda. A atacar, sim, é bastante bom. Tem a mais-valia dos livres. Cruza bem. E foi isso a valer-lhe a confiança dos vários treinadores que o orientaram no Benfica: Rui Vitória, Bruno Lage, Nélson Veríssimo, Jorge Jesus e Roger Schmidt.
Fora do campo porque me pareceu sempre alguém sem grande carisma, e o episódio de Paços de Ferreira permanece vivo na minha memória. No final da temporada passada, fosse eu a fazer a lista de dispensas, e o espanhol tinha ido à sua vida como foram tantos outros. Ficou, fez uma grande época, ainda bem para ele e para o Benfica. Recusou renovar, pedindo mundos e fundos. Agora não me obriguem a ficar com saudades. 
Faltam dois jogos para terminar o campeonato, e era o que faltava o Benfica ser prejudicado e não o utilizar, tendo contrato com ele até ao próximo mês. Espero profissionalismo (há de querer ganhar os prémios do título), e depois, adeus. Ficarão os números, o respeito, mas não propriamente a admiração.
PS: Não conheço Kerkez a não ser de nome e fotografias. Mas tenho receio que um lateral de 19 anos, franzino, não venha a ser a solução para um Benfica que gostaria de ver mais forte, tacticamente mais rigoroso e mais musculado - ou seja, para poder ganhar ao FC Porto.

25 ANOS, 12 VITÓRIAS, 7 EMPATES, 6 DERROTAS

SPORTING-BENFICA EM ALVALADE PARA O CAMPEONATO:

O Benfica dá-se bem em Alvalade. É o que dizem os números:12 triunfos nos últimos 25 anos, três nos últimos quatro, apenas uma derrota nos últimos dez.
O primeiro jogo de campeonato de que me lembro foi o Sporting-Benfica de 1976-77, e os encarnados perderam por 3-0. Mas depois, desde uma vitória com um golo solitário de João Alves de penálti, em 78-79, a deslocação a Alvalade tornou-se o meu jogo favorito de cada ano.
Na Luz há uma espécie de obrigação de vencer, que retira o encanto do dérbi. Ganhar é apenas cumprir, e perder é trágico. Já em Alvalade, ganhar tem um sabor especial, e se as coisas correrem mal, a menos que se perca por 7-1, paciência. 
Sobretudo agora que ganhar vale título, e perder...vale título só na semana seguinte.
Atenção: tacticamente, este dérbi tem contornos diferentes da temporada passada, quando o Benfica ganhou em bloco baixo, dificultando muito a tarefa de Ruben Amorim (que sem espaços não é nada). Este Benfica dá mais espaços, pelo que o jogo, paradoxalmente, pode tornar-se mais difícil.

QUASE, QUASE


À grande exibição que havia realizado diante do SC Braga, o Benfica juntou agora eficácia goleadora, esmagando o Portimonense, e dando um passo talvez decisivo rumo à conquista do 38. Cinco golos, mais dois anulados, duas bolas nas barras, um penálti por assinalar. Podíamos, de facto, ter assistido a um resultado histórico. Vimos um festival de futebol ofensivo. Onze diabos à solta.
Neste momento, já ninguém acredita que este título escape ao Benfica. Mesmo que perca em Alvalade, recebe o último classificado em sua casa na última jornada. Bastam três pontos. Como alguém diria: é fazer as contas.
Do ronda algarvia sobressai a grande exibição (mais uma) do menino João Neves. O Benfica, neste momento, é ele e mais dez. Afinal estava em casa, e à mão de semear, o verdadeiro substituto de Enzo Fernandez.
Destaque ainda para outra excelente prestação de Neres, para o regresso aos golos de Ramos, e para a eficácia tremenda de Musa - com um bis em cerca de cinco minutos.
Agora é vencer em Alvalade, como aconteceu em três dos últimos quatro anos. E fazer a festa o mais depressa possível.

ONZE PARA DEFRONTAR O PORTO-B, AS MALAS, O ASD E TUDO O RESTO


 

A HORA MAIS NEGRA

Faz hoje dez anos, vivi o momento mais duro em cinco décadas de benfiquismo apaixonado. Nem antes, nem depois, sofri tanto com um resultado, com um golo, com um momento desportivo de qualquer natureza, como com aquele maldito pontapé de Kelvin, que tirou um título que o Benfica tanto merecia, e cujas imagens só alguns anos depois fui capaz de rever.
O futebol é paixão. É um brinquedo de emoções, boas e más - umas existem por causa de outras, e vice-versa.
Passei por os 7-1 de Alvalade, os 7-0 de Vigo, os 0-5 e 5-0 com o FC Porto, os 5-0 em Basileia, a eliminação pelo Gondomar, duas finais europeias perdidas nos penáltis e uma nos descontos, para além de outros campeonatos perdidos nas últimas jornadas, ou eliminações internacionais dramáticas. Mas nada me tocou como aquilo. Talvez porque não estivesse à espera, ou já não estivesse à espera. Talvez porque a época estava a ser maravilhosa, e como tal, com elevado investimento emocional. Não sei. Mas foi o momento mais triste que vivi enquanto adepto, e que por vezes me parece ser irrepetível.
Noutras situações e contextos, tive momentos de revolta por influência das arbitragens. Horas de desânimo, como as goleadas que acabei de referir. Ali não. Foi apenas tristeza. Tristeza profunda. 
Foi marcante, e, por muito que queira, jamais irei esquecer.
Como as lágrimas também são parte deste jogo, não deixo de o evocar - como se evocam as tragédias.

MÉDIA RECORD

Ainda falta uma partida, mas é já seguro que o Estádio da Luz vai registar uma média record de espectadores, entre os 56 e os 57 mil por jogo. Naturalmente, é também record nacional, não havendo muitas equipas na Europa com números superiores.
O speaker é que não tem de agradecer sistematicamente a presença dos benfiquistas no Estádio - que é algo que me irrita particularmente. Ele pode agradecer é por estar ali a ganhar a vidinha, quanto a mim sem grande utilidade. Os benfiquistas não são clientes: aquela é a nossa casa.

ÚLTIMA CARTADA: Soares Dias

Olhando para o calendário, não é difícil perceber que a última chance do FC Porto poder ser campeão passa por uma escorregadela do Benfica em Portimão. Vencendo no Algarve, os encarnados podem saltar tranquilamente o jogo de Alvalade, e selar o título em casa diante do último classificado. Por isso, este é o momento de jogarem as fichas todas.
Temos pois um estádio difícil. Temos ainda uma equipa arreganhada, forte fisicamente, e que na primeira volta vendeu cara uma derrota tangencial na Luz, que nos últimos cinco jogos apenas perdeu em Braga - tendo agora certamente uma mala à espera num qualquer hotel da região. Temos também um clube hostil, liderado por gente pouco recomendável e muito próxima do FC Porto. Faltava uma peça neste puzzle, e ela chegou com a nomeação de Artur Soares Dias (para mais acompanhado no VAR por Cláudio Pereira - outro que tal).
Nada vai ser fácil para o Benfica nesta deslocação. Este é o último verdadeiro obstáculo, e está a ser muito bem preparado por quem não quer ver festas benfiquistas. Há que estar alerta, e não dar hipóteses de reacção. Há que entrar a matar, e resolver cedo o jogo. O campeonato não está ganho, e Portimão pode fazer perdê-lo. Agora é este o jogo do ano.
Contra tudo e contra todos.

TRI-CAMPEÃS

Houve mais títulos no fim-de-semana (Voleibol e Polo Feminino), mas sendo este um espaço dedicado essencialmente ao Futebol, não poderia deixar de destacar o Tri-Campeonato Feminino do Benfica (ainda que com algum atraso ditado por afazeres profissionais), selado a norte, quando ainda faltam duas jornadas para disputar.
Deixo também um desafio aos leitores: há algum grande clube europeu que ainda não tenha equipa feminina? 

O BENFICA VOLTOU!

Pressão, intensidade, concentração, rapidez e talento. Foram estes os ingredientes da receita para asfixiar o Braga do primeiro ao 118° minuto da partida, e voltarmos finalmente a ver em campo o grande Benfica da primeira metade da época.
Mais ainda do que a vitória, a exibição da equipa encarnada (que, confesso, me surpreendeu, pois já não a esperava nesta fase da temporada) faz-me acreditar que o título está, de facto, mesmo ao virar da esquina. Com este nível, o Benfica não perde mais pontos.
O Braga não conseguiu jogar. Tal não lhe foi permitido por um Benfica a colocar a alma em cada disputa de bola. E enquanto o resultado esteve a zeros, pareceu conformado com isso. Só Bruma assustava pontualmente a defesa encarnada, pois a meio campo, a ausência de Al Musrati - para mim, o melhor jogador da equipa - e a omnipresença de João Neves, deixavam o domínio completo aos da casa. A ineficácia benfiquista diante da baliza (Ramos precisa urgentemente de uma ida ao banco) foi criando suspense num jogo em que só o resultado era equilibrado.
Rafa foi o justiceiro, marcando o golo do triunfo. Ele que não marcava há já bastante tempo, mas que voltou na hora certa, e  acaba provavelmente por ser o autor dos dois mais importantes golos da Liga - este e o do Dragão.
Mas se falarmos de individualidades, o maior destaque da noite é para João Neves e David Neres, entre os quais tenho dificuldade em escolher o melhor em campo. O jovem médio é um caso sério, e em condições normais não sai mais do onze encarnado até ser vendido por umas quantas dezenas de milhões. O extremo brasileiro está em grande forma, e assim é titular indiscutível desta equipa. Aquele passe... 
O árbitro não teve vida fácil, mas, mais cartão menos cartão, também não teve qualquer influência no resultado final. 
Agora é dar a vida em Portimão. Três pontos no Algarve, e a coisa estará praticamente feita.

NOTA: gostei da recepção a Pizzi. Como se percebe, já não tinha condições para jogar no Benfica, mas será sempre um nome incontornável na história recente do clube. 

ONZE PARA O JOGO DO ANO


 

MENOS UMA

A grande notícia da vitória em Barcelos, para além dos três pontos, é que falta menos uma jornada para acabar o campeonato.
Depois da semana negra das três derrotas, o Benfica empatou em Milão e venceu dois jogos. Digamos que, em termos de resultados, as coisas voltaram à normalidade. Mas, por muito boa vontade que se ponha na análise, é preciso dizer que, para ganhar ao Braga, e eventualmente em Alvalade, vai ser preciso bastante mais.
A primeira parte até foi razoável. Faltou um ponta de lança, pois Gonçalo Ramos tem sido um jogador a menos. Mas o mais preocupante foi a fase inicial do segundo período, quando o Benfica tinha de entrar com tudo, e pareceu absolutamente manietado pelo treinador gilista.
A dado ponto tudo parecia cheirar a Chaves. Valeu a fortuna, e valeu o banco, que trouxe vivacidade, e trouxe enfim um ponta de lança (bom ou mau, mas presente).
Há de facto jogadores em muito má forma. Além do caso-Ramos, também João Mário, por exemplo. Sendo que Rafa já mostrou um pouco mais daquilo que vale. 
Frente ao Braga, espero um João Mário bem melhor, um Bah de regresso ao seu lugar, o desvio de Aursnes para o meio-campo, e a titularidade de Musa. E assim acredito numa vitória - da qual, creio, depende o título. 
Fábio Veríssimo trocou os lances no penalti. A falta era sobre Otamendi, e daria segundo amarelo ao defesa do Gil. A mão que considerou é, digamos, duvidosa, e apenas serve para alimentar especulações -  como o previsível O Jogo se apressou a mostrar.