O CAMPEÃO...PARECE TER VOLTADO


Uma goleada, alguns momentos de bom futebol, movimentações interessantes. Ainda será cedo para concluir que o campeão tenha mesmo voltado, mas pela primeira vez em quase dois meses, saí da Luz, como se costuma dizer, com o papo cheio.
Será igualmente precipitado afirmar que a melhoria exibicional do Benfica se tenha devido predominantemente à autêntica revolução operada por Bruno Lage na equipa apresentada de início. Mas ficou patente que Carlos Vinicius (grande qualidade vai demonstrando, fazendo lembrar por vezes um certo Óscar Cardozo), Chiquinho (não sendo um super-craque, parece ser o único que preenche de modo adequado a posição de segundo avançado) e Samaris (um enigma porque motivo deixara a titularidade), são neste momento opções claras para o onze. Das novidades, só Gedson desiludiu - mas nesse caso o lugar é obviamente de Pizzi, que só não terá sido titular por mera gestão física.
Veremos o que dizem os próximos jogos. Para já as indicações são boas, e a liderança isolada parece ter sido o sorriso da classificação ao melhor futebol daquela que é (sempre tem sido pelo menos desde 2011) a melhor equipa portuguesa.
Sábado há mais.

TRÊS PONTOS. MAIS NADA...

Exibição muito pobre, que poderia ser explicada pelo compromisso europeu a meio da semana (veja-se Juventus, veja-se até o Flamengo) caso tivesse sido caso isolado.
Não foi, e não se percebe como uma equipa que há poucos meses deslumbrava e esmagava todos os adversários, agora se sinta tão insegura, tão desinspirada, e até desnorteada em alguns momentos.
A saída de João Félix não explica tudo. 
Enfim. Pode ser que seja uma fase, mesmo que já demasiado prolongada.

ENFIM FELIZES


“Caiu do céu”. “Foi só sorte”. “Não jogaram nada”.
Tudo isto se ouviu, quer à saída do Estádio da Luz, quer nas horas subsequentes ao jogo com o Lyon.
Que o Benfica teve a sorte do jogo, isso é inegável. Mas tanto adeptos, como críticos, como, em alguns casos, a própria estrutura benfiquista, têm de aprender o que é, e como se joga, a Champions League.
Para pontuar na Liga “milionária” são precisas três condições:
-       -     Defender bem;
         -     Não cometer erros;
3      -    Ser eficaz.
Isto pressupõe que a equipa se redimensione até ao seu verdadeiro nível internacional, que é baixo. Ou seja, dito de outra forma, há que jogar como pequeno, defender como pequeno, e tentar pontuar como pequeno. Não o fazer, tem sido o grande equívoco dos encarnados nos últimos anos nesta prova – pois muitas vezes parecem querer disputá-la da mesma forma que o campeonato, onde os desafios que se colocam são totalmente diferentes.
Nesta perspectiva tem de se dizer que o Benfica deu um passo em frente face às suas mais recentes exibições europeias. Reforçou o meio-campo, cometeu menos erros, foi mais coeso, e soube sofrer sem bola. Plasticamente o efeito não foi de deslumbrar. Mas os três pontos já cá cantam.
Terá faltado Rafa para dar uma outra profundidade ao jogo encarnado. Mas ainda assim contei, com os dois golos, pelo menos cinco oportunidades para marcar, o que na Champions não é pouco. É claro que quando surgiu o segundo golo (e da forma que surgiu…) já não se esperava a vitória. Tal como no ano passado já não se esperava a derrota em Amesterdão, e em mutas outras situações que seria fastidioso lembrar.
Afinal o que interessa mais: jogar bonito e perder, ou jogar mais feio e ganhar? Por mim, nem hesito.

LEGALIZADOS?

Legalizados para quê?
Não está já claro que a legalização de grupos de adeptos, claques ou o que lhes queiram chamar, não serve para nada?

DEVER CUMPRIDO

Como a vida não é só futebol, à hora do jogo da Cova da Piedade estava no São Carlos a ouvir Verdi. Não posso por isso alongar-me em comentários a algo que não vi, salvo um breve resumo dos golos e pouco mais.
Mas frente a uma equipa do segundo escalão, e numa primeira eliminatória em que onze equipas da 1ª liga se despediram da Taça, o Benfica parece não ter facilitado. 
Destaque para o regresso de Pizzi aos golos, e para o bis de Carlos Vinicius, que talvez seja o avançado encarnado em melhor momento de forma.
Quarta-feira é a valer, e não haverá música que me afaste da Luz..

QUE DESCANSE EM PAZ

Deu-me mais tristezas do que alegrias, é verdade. Mas foi inegavelmente um grande jogador, e também um profissional correcto e respeitador dos adversários.
Dele no Benfica só já tenho recordações muito vagas. Creio que ainda coleccionei cromos, lembro um ou outro jogo, mas confesso que nem me lembro de nenhum golo em concreto.
Lembro, isso sim, o Euro 1984, e dos dois fantásticos golos à França a passes magistrais de Fernando Chalana.
No Benfica ou no Sporting, foi uma figura da minha infância. E na altura todos os jogadores eram deuses. 
É aí que ele está. Descanse em paz! 

DEMOCRACIA

Ponto prévio: não votei em André Ventura, e jamais votaria num partido que defendesse algumas das opções que o "Chega" defende.
Dito isto, não entendo o que pretende o grupo de cinco benfiquistas "ilustres" (este é o primeiro equívoco, pois no Benfica não deveria haver este tipo de pretensões).
O Benfica, segundo os seus estatutos, é um clube universal, onde cabem todos independentemente de raça, credo ou convicções. Isso mesmo lembrou o comunicado de resposta.
Querer que o Benfica tome uma posição política, seja contra André Ventura ou outro qualquer sócio, seria querer que o Benfica abandonasse a sua independência e violasse os seus estatutos.
Todos cabem no Benfica. E esse "todos" também vale para André Ventura, ou alguém com outras quaisquer ideias, por mais absurdas que nos possam parecer. Um clube não é um partido.
Se André Ventura se aproveitou da popularidade do futebol? Ele e muitos. Do futebol e da televisão. Os juízos ficam para os eleitores, pois o Benfica não tem nada com isso.


DEMASIADOS EQUÍVOCOS

Por mais que tente, não consigo compreender as opções de Fernando Santos.
É verdade, o homem foi campeão europeu. Mas também sabemos como.
O que é certo é que, jogo após jogo, mesmo quando vence, a selecção não convence. E tem jogadores até para deslumbrar.
E não me acusem de cegueira benfiquista: por exemplo, porque motivo não jogou Bruno Fernandes de início?
Os esquemas tácticos do engenheiro são incompreensíveis. Os jogadores estão sistematicamente fora da sua posição natural. Reina a confusão, e obviamente sai dali pouco futebol.
Enfim. Com um dos melhores plantéis de sempre, Portugal tem de fazer contas para ficar em segundo lugar deste grupo. O jogo com o...Luxemburgo vai ser de vida ou de morte.

PARA QUEM JÁ SE ESQUECEU

BRUNO LAGE NO CAMPEONATO

No futebol a memória é curta. Mas, caramba, não pode assim ser tão curta.
Imagine-se: até já há quem defenda a substituição do treinador... E quem tem um pingo de lucidez, fica estarrecido.
Há, de facto, por aí quem queira insistentemente transformar o Benfica num Sporting. Alguns por ingenuidade, outros por estupidez.  É despedir o treinador, é destituir o presidente, é, enfim, acabar com tudo, e deixar o clube em cacos, como se vê ali ao lado. 
Mas a maioria esmagadora dos benfiquistas, mesmo que por vezes silenciosa, não vai deixar. 
O povo é sereno!

A REALIDADE CHAMPIONS

Em 15 anos, ninguém chegou à final da Champions League que não equipas dos quatro principais campeonatos europeus. PSV, Ajax, Lyon e Monaco lograram chegar, uma vez cada, às meias-finais.
Benfica e FC Porto chegaram, cada um duas vezes, aos quartos-de-final.
Perante isto,  dizer-se que uma qualquer equipa portuguesa pode ganhar, ou até chegar à final desta competição, é pura demagogia, ou irrealismo.
A obrigação é participar, o objectivo é ultrapassar a fase de grupos, chegar aos quartos-de-final já é extraordinário e excepcional. O sonho, mesmo muito alto, seria um dia, com muita sorte nos sorteios, e com uma grande equipa, talvez atingir umas meias-finais, como o Ajax fez na época passada. Esse é o limite dos limites. Mais do que isso, tendo em conta a realidade económica e orçamental das várias ligas, é IMPOSSÍVEL.
Ganhar um título europeu, talvez na Liga Europa. Também com sorte nos sorteios, uma boa equipa, e o campeonato resolvido.

COPO MEIO CHEIO, OU UMA QUESTÃO DE EXPECTATIVAS

O fantasma de Guttmann parece estar a afectar as fases de grupos da Liga dos Campeões, onde o Benfica, de uma forma geral, tem sido infeliz. Mas ainda assim o panorama está longe de ter as cores negras para que um olhar mais superficial poderia apontar. Nos últimos cinco anos o Benfica é o 16º clube com mais pontos nas fases de grupos da Champions. E mesmo nos últimos três aparece em 28º lugar entre 55 equipas participantes (não esquecer todas as que nem sequer participaram...), o que, tendo em conta os orçamentos, não sendo brilhante, está longe de envergonhar.
É verdade que o FC Porto tem feito mais pontos (entre outras razões, porque normalmente defende melhor, e isso na Europa tem um peso preponderante). Mas, por exempo, PSV Eindhoven, Spartak de Moscovo, Galatasaray, Feyenoord, Olympiakos, Monaco, Bayer Leverkusen ou... Zenit, têm menos pontos que o Benfica. E, se contabilizarmos os cinco anos, até Arsenal, Valencia, Ajax, Inter ou, pasme-se, o campeão europeu Liverpool, estão atrás. 
Que razões explicam então o enorme desencanto dos benfiquistas? Sobretudo três: o fantasma dos zero pontos de 2017-18 (essa participação foi vergonhosa, mas, na verdade, mais nenhuma o foi), a performance do FC Porto (que todavia, neste período, só chegou uma vez aos quartos-de-final, tal como os encarnados), e, também, o discurso irrealista de Luís Filipe Vieira, que repetidamente (e desnecessariamente, digo eu) fala de Europa, quando o clube não tem, nem terá nos tempos mais próximos, qualquer hipótese de disputar uma final da Champions, sejam quais forem as expectativas dos seus adeptos - também elas normalmente irrealistas e sedentas de discursos de glória.
Este Benfica, ainda mais agora recheado de jovens inexperientes (bem mais do que quando tinha nomes como Garay, Luisão, Aimar, Saviola, Gaitan, Enzo Perez, Matic, Di Maria ou Cardozo), está talhado para consumo interno, onde tem tido grande sucesso. É fundamental participar na Champions , assegurar os prémios de participação, jogar os jogos pelos jogos, ganhar experiência, tentar fazer uns pontinhos, mas se se pretende mesmo conquistar uma prova europeia, tal só poderá acontecer um dia na Liga Europa, se houver muita sorte, uma grande equipa, e um campeonato resolvido cedo para permitir aposta total na frente externa. A Champions é grande de mais para o orçamento do Benfica, e isso deveria ser claramente assumido, evitando o clima de frustração que este tipo de derrotas vai gerando.
Gritar ambição é fácil. Para a concretizar seria preciso dinheiro, muito dinheiro. Num mercado periférico como o português, numa Liga nacional sem qualquer visibilidade, num modelo de negócio em que há que vender (e bem), ano após ano, os maiores talentos, não adianta sonhar alto.
A realidade é: ganhar o campeonato e as provas nacionais, estar sempre na Champions para garantir a receita da presença, e um dia aproveitar um contexto favorável para tentar um triunfo na Liga Europa. Tudo o que se disser para além disto será iludir os mais incautos.

MUITO PARA REFLECTIR

Muita conversa táctica, muitas mudanças - algumas difíceis de entender.
Pouca intensidade, pouca clarividência. Incapacidade total.
Não é drama perder 3-1 em São Petersburgo. E nada está perdido, nem mesmo na Europa.
Mas senti saudades dos gritos de Jorge Jesus junto à linha. E pela primeira vez em muitas temporadas achei, em certos momentos, os jogadores algo relaxados. Carentes de Liderança? 
É cedo para tirar conclusões apressadas. Mas é momento para reflectir, e mudar alguma coisa. Este Benfica está bloqueado e sem chama para reagir. 
Boas notícias: golo (e que golo!) de RDT, e um grande lateral-direito pronto a sair do forno.