PROENÇAMENTOS
A saborosa vitória em Braga significou um passo importante na luta pelo principal objectivo da época. Em teoria, tratava-se do segundo mais difícil compromisso do Campeonato, pelo que os três pontos alcançados não podem deixar de constituir um estímulo para jogadores, técnicos, dirigentes e adeptos, neste combate que se prevê renhido até final.
Com os dois “grandes” igualados na liderança, sem cederem pontos a ninguém, todo o país desportivo antevê uma penúltima jornada escaldante e decisiva, quando ambos se encontrarem frente a frente. E desde já se vai falando do nome do árbitro a escalar para a ocasião. Pedro Proença, com todos os galões regionais, nacionais e internacionais que alguém se encarregou de lhe conceder, é, obviamente, aquele que surge no horizonte dos que pretendem voltar a vencer um Campeonato à custa de lances irregulares – como o penálti de Lisandro em 2009, ou o golo de Maicon em 2012.
Não adianta recordar aqui o longo cadastro do homem, que começa no Bessa em 2002, passa por Penafiel em 2005, e, depois de muitos outros episódios, continua a deixar marcas, como se viu em Setúbal há pouco mais de uma semana.
Proença pode até ser considerado, por quem quiser, o melhor árbitro do universo. Por mim, sou livre de ter as minhas dúvidas de que seja o mais honesto; e o seu negro historial em jogos do Benfica demonstra que não é, seguramente, o mais imparcial.
Há já algum tempo escrevi que, por aquilo que me era dado a ver do mundo do futebol, o problema principal não estava na Liga, nem na FPF, nem no Gomes, nem no Pereira, nem na Olivedesportos. O grande vício residia nos próprios árbitros em pessoa, e, em particular, no grupo de internacionais que vai sendo homenageado, à vez, por Lourenço Pinto e amigos.
Os últimos tempos têm sedimentado essa ideia. E só espero que a recta final deste Campeonato não venha a confirmá-la de vez, com um qualquer fora-de-jogo a decidir o título, e um tipo de brilhantina a pedir desculpa em público, rindo-se de nós em privado.