JOGO PERIGOSO

Trubin, Dedic, António, Otamendi, Dahl, Enzo, Aursnes, Rios, Schjelderup, Barreiro e Pavlidis

NÃO SERÁ DEMAIS?

André Gomes, Bajrami, Carreras, Florentino, Kokçu, Renato Sanches, Di Maria, Aktukoglu, Bellotti, Tiago Gouveia, Amdouni e Arthur Cabral.
A ser verdade o que se diz de Tino, de Kerem e de Gouveia, serão doze (!!) os jogadores a sair, por diferentes motivos, e em diferentes circunstâncias, do plantel do Benfica. Mais do que uma equipa completa. Acrescem os lesionados de longa duração Bah, Nuno Félix, Manu Silva e Bruma. Se os somarmos, dá 16. 
Recordo que, na última época, a equipa encarnada perdeu o Campeonato na última jornada (para Gyokeres mais dez) e a Taça no último minuto (da forma que se viu), fez uma boa Champions, um bom Mundial e ganhou a Taça da Liga. Creio que precisava de dois ou três ajustes cirúrgicos e não propriamente de uma revolução.
Não são apenas nomes, são pessoas, que trabalhavam juntas e que se conheciam entre si. Agora será todo um novo grupo, sem algumas das importantes referências do anterior. E já com a época em pleno curso.
Oxalá corra bem. Mas assim de repente, parecem-me mudanças a mais.

POUCA SORTE, MUITA FÉ

Se o Real Madrid e o Chelsea são, digamos, o prato do dia no pote 1, e pouco há a fazer além de sonhar, já o Nápoles e o Newcastle eram bem dispensáveis nos potes 3 e 4.
Nessa medida, o sorteio correu mal ao Benfica.
Todavia, creio que haverá boas hipóteses de terminar nos 24 primeiros. Os jogos em casa com italianos e alemães irão ser decisivos, acreditando que seja possível trazer pontos, pelo menos, de Amesterdão. E, claro, ganhar ao Qarabag na Luz.
Na época passada chegavam 11 pontos. Tendo sido uma prova algo atípica (o campeão PSG terminou atrás do Benfica,  o também o City se viu em apuros), acredito que nesta edição 10, ou mesmo 9, possam chegar. Ou seja, vencer três dos jogos em casa e obter um empate fora.

RANKING DA UEFA

Isto também não interessa nada. Aliás, o Belotti é que tem a culpa de ter levado com os pitons de um animal na cabeça. É o Rui Costa, é o vieirismo.

NÃO FAZ SENTIDO

António Silva disse na conferência de imprensa, e bem, que a Champions League não faz sentido sem o Benfica.
De facto, desde 2010 os encarnados apenas falharam uma participação (2020-21, pandemia, Paok, qualificação em jogo único no campo do adversário). Neste período, só os dois gigantes espanhóis e o Bayern fizeram o pleno.
Eis o top-10 de participações nestes últimos 16 anos:

É claro que alguns adeptos do Benfica não ligam nada a isto. Querem é estatutos, eleições e demissões.

BOLAS QUENTES E BOLAS FRIAS

Bolas quentes (a evitar): 
POTE 1 - PSG e Bayern
POTE 2 - Arsenal e A.Madrid
POTE 3 - Tottenham e Napoles
POTE 4 - Newcastle e A.Bilbau

Bolas frias (venham elas):
POTE 1 - Dortmund e Chelsea
POTE 2 - Frankfurt e Brugge
POTE 3 - Slavia e Bodo
POTE 4 - Pafos e Kairat

JÁ ESTÁ!

Mesmo com um sorteio pouco simpático, mesmo sem férias e sem pré-época, mesmo com uma arbitragem manifestamente hostil nesta partida decisiva, o Benfica aí está, uma vez, mais na Champions League.
E está com todo o mérito, após uma demonstração de superioridade que não deixou dúvidas. Já na Turquia tinha sido melhor (pelo menos enquanto teve onze jogadores), e na Luz foi muito melhor.
O jogo só não estava decidido ao intervalo porque o árbitro não deixou - anulando um golo limpo a Barreiro,  depois de outro antes já ter deixado algumas dúvidas (ainda não estou convencido, embora não tenha visto todas as repetições). Também Livakovic brilhou, evitando em mais de uma ocasião que a bola entrasse na sua baliza.
À terceira foi de vez, e nem esta arbitragem foi capaz de impedir o terceiro golo do Benfica,  único que valeu, e que viria a ser determinante.
Na segunda parte o Fenerbahce subiu mais, arriscou, e com o resultado a manter-se tangencial foi acreditando que podia ser feliz. Ainda assustou, com uma bola na trave. Mas a expulsão de Talisca matou a esperança turca.
Até final o Benfica soube congelar o jogo, e fazer com que o tempo avançasse sem passar por mais calafrios. 
Individualmente destacaria Kerem, pelo golo que valeu, mas também Barreiro (um golo limpo e uma assistência), que, com a sua intensidade e abnegação, mostrou merecer a escolha de Lage. António Silva também voltou a estar imperial, e assim não há Tomás que o faça sair do onze.
Sobre o árbitro não vale a pena dizer mais nada: um artista da UEFA, a fazer lembrar Proença. 
Supertaça, qualificação para a Champions, duas vitórias na Liga, dez golos marcados, zero sofridos. E uma equipa a crescer de jogo para jogo, superando todas as contrariedades.
Ora agora digam lá mal de Bruno Lage...

PODE SER POR MEIO A ZERO

Embora a Liga Europa esta temporada esteja particularmente aberta e apetitosa (atenção ao FC Porto), o Benfica tem de estar na Champions. Pelo passado, pelo presente e pelo futuro. Nos últimos quinze anos, só uma vez os encarnados ficaram de fora da grande montra do futebol europeu e mundial (Paok 20/21). Há que continuar a senda, marcar presença e chegar o mais longe possível - embora uma parte dos adeptos não queira saber disso para nada.
Força Benfica! Depois da Supertaça, vamos ao segundo objectivo da época!

PS: Não tenho comentado entrevistas de candidatos à presidência do clube. Para mim, esse assunto só interessará na semana anterior ao acto. O que quero agora é ganhar jogos, pois é essa a forma como sempre senti o Benfica. Em todo o caso, devo dizer que achei o timing da entrevista de Noronha Lopes bastante mal escolhido. Na véspera de um dos jogos mais importantes da época, e provavelmente o mais importante até às eleições, exigia-se algum recato. Mas, enfim, cada um toma as decisões que entende, e eu, como sócio, cá estarei para julgar.

PONTOS CARDEAIS

Depois do apuramento para a Champions das equipas mais a leste de sempre (Kairat Almaty), mais a norte de sempre (Bodo-Glimt) e mais a sul de sempre (Pafos), falta que a mais a oeste de sempre garanta também o apuramento: o Benfica. 
PS: Entretanto lembraram-me que já houve equipas israelitas a participar, ficando pois a sul do Chipre. De qualquer modo, não deixa de ser notável a distância entre os quatro extremos nesta edição da prova.

NOTAS SOBRE O MERCADO

Depois de meses de notícias e desmentidos, manchetes e folclore, agora sim, a poucos dias do fecho do mercado, é oportuno falar um pouco do assunto.
Começemos pelo que está consumado. Primeiro as saídas:

CARRERAS - a venda do lateral era, naturalmente, inevitável, sobretudo a partir das excelentes exibições na Champions contra equipas espanholas (Atlético e Barcelona). O valor de 50 milhões corresponde ao potencial do jogador, pelo que nada há a dizer a não ser desejar-lhe sorte. Deixa uma responsabilidade grande nos ombros de Dahl e Obrador, pois na última época habituamo-nos a ver, na ala esquerda do sector defensivo, um dos melhores elementos da equipa.
KOKÇU - outra saída que se tornou inevitável, esta a partir do episódio do Mundial. A mim, particularmente, não deixa quaisquer saudades. Nunca foi aquilo que se esperava dele e que fundamentava tão elevado investimento. Foi melhor jogador da Eredivisie onde apenas se ataca, e ele, como médio, sempre se pautou por uma certa negligência sem bola. Com tiques de vedetismo indisfarçáveis, recuperar quase todo o investimento foi um milagre. Apesar de tudo, também lhe desejo sorte, mas bem longe da Luz.
ARTHUR CABRAL- o exemplo paradigmático do flop anunciado. Alguém, num dia infeliz, pensou que podia ser ele o substituto de Gonçalo Ramos, e deu 20 milhões por um jogador que, já com 25 anos, nunca jogara na selecção, nunca jogara a Liga dos Campeões, e era suplente da...Fiorentina. Logo nas primeiras impressões se percebeu que eram milhões a mais para jogador a menos. Sempre me pareceu ter potencial, sim, mas para pivot de...Futsal. Nos relvados, falta-lhe escola, falta-lhe sentido posicional, falta-lhe tempo de salto, falta-lhe velocidade, falta-lhe sentido colectivo, falta-lhe capaidade de pressão, falta-lhe eficácia de remate. De vez em quando conseguia um golo bonito, fruto do bom toque de bola, mas nada mais dava à equipa a não ser confusão na linha da frente. Também pagou pelo facto de, ao mesmo tempo, no mesmo período e praticamente pelo mesmo dinheiro, o Sporting ter contratado um sueco de quem já não nos recordamos bem. 12 milhões acabou por ser o possível, sendo que se trata de um bom rapaz, mas que não valeria mais do que metade daquilo que o Benfica acaba por recuperar. Preferia o Musa, e até o Tengstedt.
TENGSTEDT - apesar de o preferir ao brasileiro, a verdade é que nunca se impôs no Benfica. Ter condições atléticas, e escola de movimentos, mas as deficiências técnicas são demasiadas para um clube como este. Assim, a venda tornou-se natural, mesmo perdendo dinheiro. Como memória fica aquele golo ao Sporting, ao minuto 96.

Passemos às entradas:

DEDIC - espero não me enganar, mas parece-me que estamos perante uma excelente aquisição. Falta vê-lo em testes mais exigentes, como Sporting e Porto, ou Champions (assim o esperamos...), mas quanto a velocidade e capacidade técnica já se apresentou, e bem. Mais do que Bah, parece ser uma espécie de Nélson Semedo. Para já, creio que podemos estar descansados quanto à posição, sendo que o dinamarquês ainda voltará (se tudo correr bem) nesta temporada. 10 milhões parece um bom preço para um jogador ainda com margem para progredir.
OBRADOR - custou apenas 5 milhões, e vem para ser alternativa a Dahl. Tem Carreras como exemplo:  ambos jovens, ambos espanhóis, ambos laterais esquerdos, ambos formados no Real Madrid, ambos vindos de empréstimo, ambos com ambição de jogar a Champions, valorizar-se e voltar à casa mãe. Se Obrador seguir as pisadas do seu antecessor, temos homem. Caso contrário, agarremo-nos a Dahl. Do pouco que vi em campo não desgostei, mas também não me encheu o olho - uma vez mais como Carreras, que também não impressionou nas primeiras aparições como titular.
BARRENECHEA - até agora gostei bastante daquilo que vi. Uma espécie de Florentino, mas com capacidade de passe frontal. Tem margem de crescimento. Tem passagem por grandes clubes e grandes campeonatos. Tem a garra tipicamente argentina. Não me admirava de o ver, um dia, sair por um valor bem superior ao que custou. Na segunda metade da época disputará o lugar com Manu Silva. Até lá, temos Florentino na rectaguarda, do qual falarei mais adiante.
RIOS - à partida esperava-se que Richard Rios, ainda por cima rodado e a meio da sua temporada biológica, fosse, digamos, "o" reforço. É obviamente prematuro dar o caso como perdido, mas a verdade é que, até agora, não me convenceu, ou, pelo menos, não é aquilo que eu esperava dele, e que qualquer adepto esperaria do jogador mais caro da história do Benfica. Mais do que um Enzo Perez, faz lembrar, preocupantemente, Weigl, ou o próprio Kokçu, acima referido. Esperemos que seja uma primeira impressão, se bem que os grandes jogadores normalmente dispensam períodos de adaptação. Precisa de perceber rapidamente o que é o futebol europeu, a velocidade a que tem de pensar e jogar, e a forma como deve gerir a presença muscular (preferencialmente ganhando duelos sem ser em falta, coisa que até agora se viu pouco). Aguardemos por uma grande exibição, que lhe possa transmitir a confiança para se afirmar.
IVANOVIC - é preciso começar por dizer que 22 milhões é uma pechincha para um ponta-de-lança goleador na equipa campeã da Bélgica. Do que se viu, não creio que esteja ao nível de Pavlidis, mas é muito, mas muito melhor do que Arthur Cabral. Pode fazer uma boa dupla com o grego, se bem que nos jogos de maior aperto deva ser, sobretudo, uma alternativa ao titular. É o tipo de jogador que pode marcar muitos golos na liga portuguesa. Assim seja.

Veremos então os casos em aberto:

AKTURKOGLU - a melhor notícia destas semanas foi a continuidade do extremo turco, que tem tudo o que um jogador à Benfica deve ter: garra, velocidade, intensidade, técnica, golo. No seu melhor, foi um caso sério na época passada, chegando a levar a equipa às costas durante um par de meses. Pelo que se vê à distância, gosto da sua personalidade, do seu caracter, da sua fibra. Ficando mais dois oou três anos, tornar-se-á, estou seguro, um jogador muito carismático entre os adeptos. Uma proposta de 25 por quem custou 12 era música para a contabilidade. Mas perder Kerem para ir buscar um Amoura qualquer por 35M seria um risco desportivo (e também financeiro) que o Benfica parece ter entendido, e bem, não correr.
TIAGO GOUVEIA - caso o Benfica chegue à fase regular da Champions, é provável que contrate um extremo. Nessa medida, Gouveia ficará sem espaço. Não é um craque, mas, por mim, caberia bem no plantel. Até porque não há por lá muitos extremos direitos. Se vier alguém melhor, pois que vá então à sua vida, desejando-lhe naturalmente a melhor sorte. Se alguma coisa correr mal amanhã, e o Benfica ficar sem os 70 milhões da Champions, logo, sem capacidade de investimento para trazer alguém de fora, nesse caso creio que Tiago Gouveia deveria ficar. Não sei qual a vontade do jogador, nem o que Bruno Lage pensa dele. 
FLORENTINO -  estivesse Manu Silva recuperado, com a chegada de Enzo podia ser o momento para Florentino seguir outro caminho. Sem Manu até Janeiro (?), não me parece prudente dispensar o outro "seis" puro de que o palntel dispõe. Havendo uma proposta pomposa até poderei perceber a eventual saída. Mas creio que Florentino é um daqueles casos em que a importância para o plantel (sobretudo no plano defensivo) é maior do que o valor de mercado que terá. Enfim, por 40M vendia. Abaixo de 25M nem pensar. Espero é que o mercado de Florentino não seja influenciado pelo empresário A ou B. Sei que o mundo do futebol tem razões que a razão desconhece, mas a avaliação de um jogador titular, e formado no clube, tem de ser objectiva, e apenas baseada nos interesses (desportivos e/ou financeiros) do Benfica.

SUDAKOV - Nunca o vi jogar, mas assim de repente, um médio criativo jovem, que marcou quinze golos na última temporada, e aos 22 anos já realizou quase trinta jogos pela selecção principal do seu país (que não é São Marino, nem Gibraltar), parece uma boa aposta. Teria Trubin para o integrar. O único obstáculo que vejo é o preço (já ouvi falar em 35, em 40). Em todo o caso, só a presença na fase regular da Champions, e o dinheiro que daí virá, poderá permitir olhar para este jogador com verdadeira ambição de o trazer.
ALVAREZ - Sem Di Maria, com um elenco de extremos que jogam, preferencialmente, do lado esquerdo (Schjelderup, Akturkoglu, Bruma), e com a eventual saída de Gouveia, a contratação de um extremo-direito é, diria, natural. Não conheço o jovem, mas já li algures que padece de uma pubalgia. Enfim, poderá ser um risco desnecessário. De qualquer forma, à semelhança de Sudakov, acredito que apenas a entrada na Champions possibilitará olhar para mais este dossier.

Em termos de contas, o panorama simplificado é o seguinte, contando com direitos indirectos de jogadores que já não estavam na Luz:

VITÓRIA TRANQUILA

Pediam-se três pontos, o Benfica deu bastante mais do que isso.
A partida ficou praticamente resolvida na primeira parte, que podia ter terminado com números mais expressivos.
Em vésperas do jogo dos setenta milhões,  era perfeitamente natural que a segunda metade fosse essencialmente de gestão. Ainda assim, os encarnados voltaram a criar algumas oportunidades,  as suficientes para uma goleada.
O golo de Prestianni colocou uma certa justiça no resultado final.
Individualmente,  voltei a gostar dos reforços, com excepção de Rios, cujo ritmo continua desenquadrado do resto da equipa. Dedic e Ivanovic, sobretudo, mostraram bastantes argumentos para se afirmarem como titulares absolutos deste Benfica. 
Agora, vamos aos milhões da Champions.

GANHAR! NÃO IMPORTA JOGAR BEM OU MAL

Trubin, Dedic, António Silva, Otamendi, Obrador, Florentino, Barreiro, Gouveia, Schjelderup, Ivanovic e Pavlidis

TIRO AO LAGE

O coro de críticas que jornalistas e comentadores têm feito incesssantemente a Bruno Lage desde que, há cerca de um ano, assumiu o comando do Benfica, chega a tocar o patético.
Se joga ao ataque é porque é demasiado romântico, se joga à defesa é porque desprestigia o Benfica. Se não põe o jogador A é porque é incompetente. Se põe o jogador B é porque é teimoso. Se o jogador C mostra os dentes ao ser substituído, é porque não tem pulso.
Antes era o "Record" e o "Jogo". Agora são todos ("A Bola" perdeu-se com a mudança de proprietários), e todas as televisões, e quase todos os comentadores.  
Como diz o povo: o que eles querem sei seu...
A verdade é que a comunicação social desportiva está, ainda mais do que o Conselho de Arbitragem, inteiramente pintada de verde. E, desde 2019, ficaram com medo do treinador setubalense.
Ora um empate num estádio extremamente difícil, numa primeira-mão em que não se podia falhar, perante uma equipa com jogadores pagos a peso de ouro  (e alguns deles com salários mais elevados do que a maioria dos titulares do Benfica), perante um treinador experiente, sagaz e muito conhecedor do futebol português e do clube da Luz, a jogar em inferioridade numérica longos minutos, sem ter feito pré-época, sem quase ter tido férias, é algo que, em nome da justiça, só por má fé se poderá menorizar.
O futebol tem um condão de imprevisibilidade e de fortuna que muitas vezes é negado por aqueles que vivem de o comentar e de arranjar justificações para resultados por vezes injustificáveis. Por isso, não sei o que irá acontecer na Luz. Mas o que foi feito em Istambul era aquilo que tinha de ser feito: resistir ao ambiente, ao adversário, ao contexto, até à contrariedade da expulsão, e trazer a decisão para Lisboa. Com setenta milhões não se brinca.
Um Benfica pequeno seria um Benfica que arriscasse inutiilmente e saísse vergado a uma derrota dificil de reverter. Um Benfica pequeno é, e foi muitas vezes, aquele que joga para agradar à bancada, e no fim vê os outros a festejar títulos.
Um Benfica grande é aquele que ganha, seja de que maneira for. Que sabe ser inteligente, percebendo que o bom é muitas vezes inimigo do óptimo. E que, particularmente no plano internacional, entende que o primeiro passo para vencer é anular estrategicamente os pontos fortes dos adversários.
Ando há anos a pedir uma equipa viril, combativa e calculista, que não precise de tantas estrelas, nem de gastar tanto dinheiro, para, na raça e na estratégia, ganhar jogos e troféus. Bruno Lage, que era geneticamente um treinador ofensivo (às vezes até demais), tem feito um caminho muito interessante e louvável no sentido de dotar a sua equipa de agressividade e frieza. Viu-se em alguns momentos da época passada, que infelizmente acabou mal pelos motivos que todos conhecemos, mas que alguns parecem querer ignorar. Está a ver-se agora, numa altura em que deita o violino pela janela e recorre ao tambor para manter a equipa viva em todas as frentes, tendo já vencido a Supertaça, tendo vencido fora de casa no primeiro jogo do Campeonato, tendo ultrapassado o primeiro adversário europeu, e tendo boas hipóteses de ultrapassar o segundo e marcar presença na liga milionária, tudo, até agora, sem sofrer um único golo. Como dizia um sábio, quem quer ópera vá ao São Carlos.
Obviamente Lage comete erros, como toda a gente. Obviamente não é o melhor treinador do Mundo, senão estaria num colosso espanhol ou inglês. É, sim, um excelente treinador, muito conhecedor do Benfica, com inteligência para perceber onde está e o contexto do momento (desportivo e não só), com humildade para aprender com os erros e evoluír com as experiências que vai acumulando.
Para mim, enquanto benfiquista, o que digo é  "Força Lage! Vai em frente com as tuas ideias! Ignora os que querem mal a ti e ao Benfica!".

PORQUE NÃO DESVIAR JOTA SILVA?

Não é uma superestrela, mas joga precisamente na posição em que o Benfica está carenciado. É português, e seria investimento bastante em conta.
O futebol é um desporto colectivo, e não adianta procurar um Messi - que não existe, e qualquer aproximação ficará sempre caríssima, sendo também incerta.
Precisa-se de um jogador para aquela posição: Jota Silva é um jogador, bastante razoável, para aquela posição. 
Além disso, evitava-se que seguisse para o rival, dando-lhe uma bicada, que mais não fosse no plano emocional. 
Quanto ao risco de Varandas ficar ofendido,  nem sequer digo nada. Aliás, não haverá um só benfiquista que se preocupe com isso. Pois não?

MITOS

Há mentiras que, de tantas vezes ditas, se transformam em verdades. Por vezes de forma não intencional, todos passamos então a tratar como factos aquilo que são meras aparências - ou nem isso. Um desses mitos é o de que Rui Costa tem comprado mal. É verdade que houve alguns flops (Arthur Cabral e Jurasek à cabeça), mas se olharmos para o prato completo veremos que a generallidade dos atletas contratados mostrou, pelo menos, algum valor. Entre essas contratações houve negócioss fenomenais de jogadores com passagens curtas mas enormes mais-valias financeiras, como Enzo (entra por 24 sai por 120), Leonardo (entra por 18 sai por 40) ou Carreras (entra por 6 sai por 50). E outros que estão por descobrir (Rios, Ivanovic, Schjelderup ou Prestianni). Há ainda contratações a "custo zero" com grande impacto (Di Maria), e outras circunstanciais (Brooks veio no último dia de mercado para suprir lesionados, e acabou por não fazer falta devido à súbita afirmação de António Silva).
Não constam da lista os jogadores emprestados, desde os úteis Amdouni, Gonçalo Guedes, aos assim-assim Belotti, e também alguns fiascos (Draxler, Bernat, R.Sanches e Kabore, os três primeiros, de qualidade comprovada, devido a pproblemas físicos).
Eis a lista compleeta:

KEREM FOREVER

53 jogos, 16 golos, 11 assistências, 4 golos na Champions, 1 golo no jogo do título, tudo na primeira temporada em Portugal. Joga à esquerda, à direita, e se necessário no meio, em apoio ao ponta-de-lança. Corre o tempo todo. Defende o seu flanco com garra e sentido colectivo. Tem inteligência e mentalidade forte (viu-se no episódio Kokçu/Auckland, viu-se agora em Istambul). Durante meses foi o melhor jogador do Benfica. Tanto quanto julgo saber, não aufere um salário disparatado. O que lhe falta para ser inegociável neste mercado?
Vender Kerem por 22 e comprar Amoura por 34? Trocar o certo pelo incerto? Pagar um salário certamente mais elevado? Não me parecem boas ideias. Se é para elevar a massa salarial, premeie-se então o turco.
Enfim, pode haver dados que desconheço, e é bom fazer sempre essa ressalva. A olho nu, visto de fora, vender Akturkoglu nesta altura para ir à procura de um substituto, não me faz nenhum sentido.
Até porque de uma equipa que ficou a dois passinhos da glória total, que com uma arbitragem isenta de erros teria feito o "triplete", já saíram jogadores demais.


ATITUDE

Atitude é a palavra que me ocorre para definir a exibição do Benfica na Turquia. Nem sempre brilhante, mas sempre coesa e intensa.
Na primeira parte os encarnados tiveram o controlo da partida, e podiam mesmo ter marcado. Na segunda, o onze de Mourinho apareceu mais audaz, e foi assumindo o domínio do jogo - o que se acentuou com a insensata expulsão de Florentino. 
Foi a vez de Lage alterar o figurino da equipa, revelando um Dedic capaz de fazer um pouco daquilo que, tacticamente, Carreras fazia na época passada: fechar por dentro de modo a criar uma linha de cinco, que foi evitando males maiores. A dada altura a ideia era mesmo arrastar o zero a zero até ao fim.
Tal como aqui havia dito, foi um jogo de resistência, no qual o primeiro de todos os objectivos foi cumprido: levar a decisão para a Luz. E, já agora, com mais uma folha limpa. Cinco jogos, zero golos sofridos.
Há que enaltecer o compromisso revelado por todos os jogadores, ainda que alguns deles precisem de mostrar mais (falo, por exemplo, e outra vez, de Rios, mas também de Ivanovic, que entrou demasiado trapalhão para aquilo que a equipa na altura necessitava: segurar bolas na frente, e permitir aos colegas respirar).
De salientar a excelente exibição de Akturkoglu enquanto esteve em campo, o que mostra bem o seu profissionalismo, e reforça a minha vontade de o ver continuar na Luz. 16 golos e 11 assistências não são para deitar fora, nem trocar por pontos de interrogação.
O árbitro esteve bem. E na ponta final do jogo até ajudou a apressar o apito final. O Benfica, que nas fases mais adiantadas da prova faz figura de equipa pequena, nas pré eliminatórias é um tubarão, e faz-se respeitar pelos árbitros. Para o bem e para o mal, é assim a UEFA.
Agora há que dar tudo na Luz. Creio que um Benfica ao seu melhor nível chegará à fase seguinte.

OITO JOGOS, UMA VITÓRIA

É o balanço global do Benfica em viagens à Turquia. A única vitória foi justamente com...Bruno Lage:
A verdade é que o Benfica passou todas as eliminatórias/grupos referentes a estas partidas. Mas esse registo deve-se aos resultados obtidos na Luz (alguns inclusivamente volumosos), pois na Turquia os números não são brilhantes.

O ambiente é frenético.  E sei do que falo.
Em 2013 tive a oportunidade de ver o Benfica no Sukru Saraçoglu (meias-finais da Liga Europa), e recordo-me bem de entrar nas bancadas já perto do início da partida (fruto de dus horas de trânsito entre a parte europeia e a parte asiática da cidade), e do impacto do ruído a um nível como nunca ouvira, ou voltei a ouvir, em estádios de futebol. Ruído esse que não cessou durante todo o jogo. Lembro-me igualmente dos gritos e gestos agressivos (quase de guerra) em direcção ao local onde, juntamente com mais uns quantos benfiquistas acanhados, me encontrava, e da exígua "segurança" que existia a proteger-nos - e que me dava a sensação de que, se os turcos investissem sobre nós, os seguranças... investiam também. Por fim, à saída, no autocarro, e perante festejos imensos nas ruas que fariam pensar tratar-se de uma vitória na final da Liga dos Campeões (acabaram eliminados, como se sabe), até polícias, digo bem, polícias, faziam gestos provocatórios dirigidos a nós - meio a sério, meio a brincar.
No fim, percebi que era tudo apenas barulho. Não houve incidentes. Mas de entrada aquilo intimida. Sobretudo a quem não está habituado e não sabe ao que vai.
Passaram doze anos, e acredito que a Turquia seja diferente. O futebol turco também o é. Regressei ao país em 2015, mas em visita turística. Se voltasse ao estádio, iria com outro espíirito e outra tranquilidade. Na altura, aquilo foi alucinante e metia medo.
Já agora, quem nunca foi a Istambul e tenha oportunidade de o fazer, faça-o. É uma cidade verdadeiramente espantosa, com vários mundos num só mundo, juntando quinze milhões de pessoas muito diferentes entre si, várias culturas, muita história, e que se espalha por dois continentes (pelo menos na altura) bem diferentes.

RESISTIR

 ...e trazer a decisão para Lisboa. Não me parece possível resolver já as coisas, como aconteceu em Nice.
Trubin, Dedic, António, Otamendi, Dahl, Enzo, Aursnes, Rios, Schjelderup, Ivanovic e Pavlidis.

PARA RICO?

Não se trata de uns quartos-de-final com o Real Madrid. Estes são os preços dos bilhetes para uma pré-eliminatória contra uma equipa turca.
Além da exorbitância de valores, não percebo as diferências entre bancadas semelhantes. Se o jogo fosse a meio da tarde, diria que era sol e sombra, como nas touradas. Assim...não sei.
Tenho Red Pass, mas há aqui qualquer coisa que me escapa. Até pensei que fosse engano.
As férias passadas no Triângulo Dourado terão feito mal aos responsáveis da bilhética do Benfica.

SOL NA CAPARICA, SOMBRA NA REBOLEIRA

O Benfica venceu, e num jogo de futebol isso não é a coisa mais importante: é a única. 
Porém, se nos limitássemos aos resultados, não valeria a pena escrever nada. E a verdade é que a exibição encarnada foi medíocre. Foi mesmo a pior realizada até agora nesta nova temporada. 
O Estrela não merecia ter perdido, e isso quer dizer que talvez o Benfica não merecesse ter ganhado. Valeu uma grande penalidade, e muita sorte na manutenção de mais uma folha limpa na baliza de Trubin. 
Não quero crucificar Rios. O rapaz ainda anda a apalpar terreno e a perceber onde está, e só o futuro dirá se aprende com os erros - os seus e os da sua bela mulher.
Deixando de lado o episódio do concerto na véspera do jogo, também preciso de dizer que o colombiano ainda não me convenceu. Dois ou três pormenores são insuficientes para quem vinha com tão alta cotação, e sendo o reforço mais caro tem sido também, até agora, o mais apagado (naturalmente de entre os que têm sido titulares).
Em Istambul o jogo será diferente. Teremos, com certeza, uma equipa mais focada e mais intensa.
O ambiente será tremendo (em 2013 tive oportunidade de o conhecer ao vivo, sendo, até hoje, aquele que mais me impressionou de todos os estádios onde estive). E José Mourinho conhece bem as debilidades do Benfica.
Mas acredito que a equipa de Bruno Lage pode apresentar muito mais futebol do que o que se viu hoje. Tem mesmo de o fazer.
PS: a morte de Cruz é a partida de mais um campeão europeu. Embora de algum modo esperada, é naturalmente uma notícia bastante triste para o universo benfiquista.
Condolências à familia, e que descanse em paz.

ENTRAR A GANHAR

Trubin, Dedic, António Silva, Otamendi, Dahl, Enzo, Rios, Aursnes, Schjelderup, Ivanovic e Pavlidis. 

PORQUE NÃO O KEREM?

Anda o Benfica percorrendo ceca e meca em busca de um extremo, dispondo-se a gastar mais umas dezenas de milhões,  quando tem, no seu plantel, alguém que joga bravamente de um lado e do outro do campo, tem boa finalização, até defende, e já está identificado com a equipa e o treinador.
Falo naturalmente de Kerem Akturkoglu, um excelente profissional, que em certa altura da época passada chegou a ser o melhor jogador do Benfica.
Percebo que numa óptica meramente contabilística seja interessante vender por 25, ou 22, ou 20, um activo que custou 15. Mas se a prioridade são os títulos, tem de se pensar além disso.
Quer sair? Aumente-se o ordenado. Ele merece, e pode ser uma mais-valia desportiva para um plantel que ficou a  meio-Gyokeres da glória,  mas do qual já saiu muita gente (Carreras, Kokçu, Renato Sanches, Di Maria, Amdouni, Belotti e Arthur Cabral, sem falar em Bajrami ou André Gomes)
Não será muito fácil encontrar alguém,  ao mesmo preço, que garanta os seus números. 
Se há no meio deste processo algo que desconheço, peço desculpa. Com os dados que tenho, era Kerem e mais dez.

NUMA NICE

Os franceses até entraram bem, quer na primeira,  quer na segunda parte.
Num e noutro caso, rapidamente o Benfica reagiu, assumindo o jogo, e criando oportunidades para marcar mais alguns golos.
Não era preciso fazê-lo. O apuramento nunca esteve em causa.
Uma vez mais, gostei de todos os reforços, mas o maior destaque vai para Aursnes - que com um golo e uma assistência (como o seu compatriota Schjelderup), para além de mais alguns momentos de brilhantismo, foi o melhor em campo.
Venha o Fenerbahce de Mourinho.

DESCONFIAR

Estas vitórias fora, que quase resolvem as eliminatórias, acarretam o risco de criar demasiado conforto e alguma displicência. 
Ora do outro lado não está uma equipa de São Marino ou de Gibraltar. Está o quarto classificado de um dos "Big Five". Que certamente não deitou, ainda, a toalha ao chão. 
Por isso há que desconfiar, e entrar em campo como se houvesse 0-0.
Trubin, Dedic, António Silva, Otamendi, Dahl, Enzo, Rios, Aursnes, Schjelderup, Ivanovic e Pavlidis.

MEIO CAMINHO ANDADO

A vitória fora de casa por 0-2 coloca o Benfica a um passo do playoff.
O resultado foi justo e reflecte uma excelente exibição da equipa encarnada, que parece ter recuperado a alta velocidade da curta pré época que se viu obrigado a fazer.
Ainda é cedo para conclusões definitivas, mas até agora estou a gostar bastante de todos os reforços (enfim, Obrador ainda não se mostrou), e também da dinâmica da equipa.
A primeira parte da Supertaça foi fraca, mas na segunda parte do jogo do Algarve, e em toda esta partida, o Benfica deixou uma nota de optimismo - que o futuro ditará se fundado ou não. 
Mais do que a qualidade individual, a equipa parece bastante unida e combativa, o que não será alheio à morfologia dos novos centrocampistas.
As transicções defensivas ainda carecem de afinação, mas de resto já se vê mais maturação do que aquela que seria de esperar nesta altura.
Não farei destaques individuais precisamente porque foi o colectivo que mais se viu, e que mais brilhou.
Faltam noventa minutos, mas, se não houver deslumbramentos, o playoff estará já ali.

ATAQUE AOS MILHÕES

Pelo prestígio e pelo dinheiro (no plano estritamente desportivo, observo que a Liga Europa este ano está particularmente aberta e apetecível).
Trubin, Dedic, António Silva, Otamendi, Dahl, Enzo, Rios, Aursnes, Barreiro, Pavlidis e Schjelderup.

UM CAMPEÃO

Irritante em campo, enquanto adversário, mas sempre respeitador fora dele. 
Jorge Costa era uma referência do seu clube, mas foi também um elemento preponderante na Selecção Nacional - nos Sub 20, campeões mundiais na Luz em 1991, e na equipa principal ao longo dos anos seguintes.
Parte cedo demais, de forma inesperada e chocante.
As minhas condolências à familia, bem como ao FC Porto e aos seus adeptos.

NOIS PISA NA CABEÇA, NOIS BATE NA MULHÉ

Mais um porco no plantel do Sporting, clube que outrora se dizia de cavalheiros:
Luís Suarez, com processos de violência doméstica em cima. 
Se bate na mulher, como será este animal em campo? Tão selvagem como Matheus? Tão provocador como Pote? Tão estúpido como Nuno Santos? Tão sonso como Morita? Tão palerma como Esgaio?

O CAMINHO DAS PEDRAS

Feyenoord ou Fenerbahce de Mourinho. Pior não era possível. 
Para já o foco está no Nice, que também não será nada fácil. 
Chegar à Champions é imperioso. Mas o caminho é duro. 

PROENÇA-O-VELHO

Independentemente daquilo que a Justiça venha a apurar sobre Vieira, independentemente da opinião que tenhamos sobre ele, independentemente de quem apoiemos no processo eleitoral, a verdade é que gostei de o ver encostar Pedro Proença às cordas.
Proença é a mentira mal contada do futebol português. E o que fez como árbitro, a sua, digamos, habilidade (que lhe permitiu também lograr uma carreira internacional de sucesso, seguindo as três regras de ouro para tal: boa forma física, falar bem inglês e manipular resultados sem dar demasiado nas vistas) chegaria para formar um perfil definitivo do personagem.
Muitos têm criticado Rui Costa por ter de certo modo apoiado a sua eleição na FPF. Admito que possa haver razões que desconheço (o futebol assemelha-se à realpolitik internacional, e todos vimos os sorrisos e agradecimentos de Von der Leyen para Trump depois de...), mas com os dados que tenho sou obrigado a juntar-me a essas vozes.
Continuo a apoiar Rui Costa no Benfica, mas jamais apoiaria Proença fosse no que fosse. E acho que, nesse ponto, o presidente do Benfica cometeu um erro crasso.
Se a candidatura de Vieira não servia para nada, pois pelo menos para isto já foi útil. 
Benfica e Proença, depois do que vimos nas primeiras décadas deste século em campo, e do que temos visto nesta fora do campo, não podem partilhar nada. Proença é o antibenfiquismo em pessoa, disfarçado com a habilidade de um arrivista bem falante e espertalhão. 

TODOS OS TÍTULOS

PAVLIKERES

O primeiro título oficial já está. 
Mesmo com duas semanas de preparação, o Benfica vingou de alguma forma a derrota do Jamor, e desta vez sem pisões na cabeça, venceu a partida.
A primeira parte foi medonha. Mas há que sublinhar a capacidade do Benfica impor o ritmo baixo que lhe convinha, e a incapacidade do Sporting para acelerar o jogo. Os encarnados não jogavam, mas o rival também não conseguia mostrar muito, nem aproveitar a falta de entrosamento do meio-campo benfiquista, salvo numa ou noutra tabela de Pote. E sem o ponta-de-lança sueco que sozinho resolvia tudo, foi-se para intervalo em branco.
Agora o melhor avançado veste de vermelho, e para além de todo o enorme trabalho que fez ao longo da partida (claramente o melhor em campo), marcou no momento certo. Daí em diante viu-se outro jogo. E se a qualidade técnica continuou a não ser brilhante, a garra e a agressividade que todos os jogadores do Benfica puseram no relvado chegaram para dar alguma justiça à vitória. 
Apresentando um onze de combate, foi no combate que a Supertaça se decidiu.
No Jamor, a equipa de Bruno Lage foi superior e deixou fugir o pássaro. No Algarve, mesmo sem música,  garantiu o troféu de fato-macaco. A Taça da Liga viera por penáltis. Podia ter vencido todas, e ainda o Campeonato.
Há muito trabalho pela frente, mas nada como começar com uma taça nas mãos. Ou duas, se contarmos com a Eusébio Cup.