DUAS DOSES DE ESPERANÇA, UMA DE PREOCUPAÇÃO


PS: Sou insuspeito de apreciar o FC Porto, mas, caramba, só um cego é que não vê: está ali uma das melhores equipas de sempre do futebol português.
"O futebol não é uma questão de vida ou de morte. É muito mais do que isso !" BILL SHANKLY


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Além do jogo que presenciei no estádio, recordo, com particular estima, o encontro da segunda-mão frente ao Malmoe - na primeira-mão o Benfica perdera 1-0, e Bento sofrera, enfim, um golo, depois de um recorde de muitos minutos com as redes invioláveis -, em que Nené marcou dois golos de penálti já na segunda-parte, e a partida de Dusseldorf, uma das primeiras do Benfica que me recordo de ver na TV (antes dela, creio que apenas vira um Bayern-Benfica de 1976), disputada numa quarta-feira de Carnaval, e que terminou com um empate a dois.



Do grupo do Benfica constavam ainda o Sparta de Praga, o Dínamo de Kiev, e o Barcelona de Cruyff, grande favorito (favoritismo que, de resto, confirmaria, ao apurar-se para a final, e ao vencê-la em Wembley diante da Sampdória, naquele que foi o primeiro título europeu do clube catalão). Foi também no primeiro jogo deste grupo, em Kiev, que Rui Águas se lesionou de forma arrepiante (fractura exposta). Derrota inglória nessa partida, empate a zero em casa diante do Barça, e dois empates na dupla jornada frente aos checos do Sparta, pareciam traçar o destino do Benfica na prova. Mas uma robusta vitória sobre o Dínamo de Kiev na Luz (5-0), e uma conjugação favorável de resultados de terceiros, trouxe de novo a esperança aos homens de Eriksson.
À entrada da última jornada, a classificação trazia o Barcelona em primeiro, com 7 pontos, o Benfica em segundo com 5, e por fim as duas equipas de leste, ambas com 4 pontos, e já fora das contas do apuramento. As vitórias ainda valiam apenas dois pontos, mas o empate entre Benfica e Barcelona na Luz (a que me lembro de assistir) fazia com que um triunfo encarnado em Camp Nou garantisse vantagem no confronto directo entre ambos, e apurasse o Benfica para Wembley. Ou seja, ganhando este jogo, o Benfica estaria na final. Mais meia-final que isto, não há.
É preciso dizer que, em 1988, o Benfica tinha chegado à final da Taça dos Campeões, em 1990 tinha repetido o feito, e agora, novamente com um ano de permeio, tinha oportunidade para voltar a marcar presença no jogo decisivo. Mas se nessas duas temporadas precisou de vitórias caseiras sobre Steaua de Bucareste e Marselha, agora precisava de vencer em…Barcelona.
Aconteceu aquilo que se esperava. Em apenas 20 minutos, Stoichkov fez gato-sapato do lateral-direito José Carlos, e o Barça chegou a 2-0. Um golo de César Brito, já na segunda parte, nem daria para alimentar a esperança. De notar que Paulo Sousa realizou então uma das suas melhores exibições com a camisola do Benfica, saltando nessa noite para a ribalta do futebol internacional, onde faria uma carreira de grande sucesso.
O Benfica acabou o grupo em terceiro lugar (o Sparta ganhou o último jogo), mas esta partida de Camp Nou foi uma verdadeira, ainda que pouco esperançosa, meia-final.
Equipa: Neno, José Carlos, Rui Bento, Paulo Madeira, Veloso, Paulo Sousa, Jonas Thern, Vítor Paneira, Rui Costa, Isaías e Yuran.
PARMA, Taça das Taças 1993-94
Era altura em que, de dois em dois anos, o Benfica lá estava a brilhar na Europa. Final em 1988, final em 1990, meia-final em 1992, e nova meia-final em 1994. Longe estávamos então de imaginar, que só 17 anos, e Vale e Azevedo depois, os encarnados voltariam ao galarim internacional.
Voltemos ao passado. Designadamente ao ano dos 3-6 em Alvalade, e dos não menos inesquecíveis 4-4 de Leverkusen. Foi justamente essa noite épica a qualificar o Benfica para as meias-finais da Taça das Taças.
Vale a pena lembrar um pouco desse jogo. A primeira-mão trouxera um cinzento 1-1 na Luz, com um golo de Isaías no último minuto a evitar a derrota. Ao quarto-de-hora da segunda-parte do jogo de Leverkusen, os alemães venciam por 2-0, e tudo parecia definido. A meia-hora que se seguiu entrou para a eternidade como um dos mais empolgantes jogos de toda a história do Benfica. Num ápice, golos de Abel Xavier, João Pinto e Kulkov viram o resultado, dando vantagem, aparentemente confortável, aos comandados de Toni. Já nos últimos dez minutos, dois golos de rajada voltam a colocar os alemães na frente, parecendo sentenciar uma derrota inglória. Novo golo de Kulkov, a quatro minutos do fim, estabelece o 4-4. Uhff, até cansa só de lembrar. Que alegria! Que festa!
E aí estava o Benfica na meia-final, onde tinha por opositor o então fortíssimo Parma de Itália, país que na altura dominava o panorama futebolístico internacional.
A equipa italiana tinha vários internacionais, entre os quais as estrelas Zola (depois jogaria no Chelsea), Thomas Brolin (sueco), Sensini (argentino) e Faustino Asprilla (colombiano, e um dos melhores jogadores do mundo nessa temporada). O guarda-redes era Bucci, que estaria em foco na eliminatória.
A primeira-mão foi na Luz, e fez recordar as grandes enchentes das épocas anteriores. Mais de 100 mil devotos (eu, naturalmente, também não faltei) criaram um clima inesquecível de apoio ao Benfica. E os encarnados corresponderam com uma grande exibição.
Não havia ainda muito tempo de jogo, e já Rui Costa isolava Isaías para o primeiro golo da noite. Pouco depois, Zola empatou para o Parma, colocando um cubo de gelo nas emoções portuguesas. Já no início da segunda parte, foi o jovem maestro a recolocar o Benfica na frente do marcador, para alguns minutos mais tarde Vítor Paneira desperdiçar uma grande penalidade (defesa de Bucci), que elevaria a contagem para 3-1. Pelo meio, muitas oportunidades perdidas, e uma grande exibição de Yuran. No fim, um magro 2-1 a saber a pouco para tanto futebol.
A segunda-mão, no Ennio Tardini, foi marcada pela expulsão precoce de Mozer, que viu dois cartões amarelos ainda na primeira meia-hora de jogo. O Benfica foi resistindo, e mesmo com dez, a um quarto de hora do fim mantinha a sua magra vantagem construída em Lisboa. Um golo de Sensini seria fatal, e os encarnados, muito desgastados por uma longa época, não mais conseguiram ameaçar as redes contrárias.
O destino ditou uma eliminação inglória, perante um adversário que, pelo que se havia visto, sobretudo na Luz, estava ao alcance do Benfica.
Equipa: Neno, Veloso, Mozer, Hélder, Schwarz, Kulkov, Vítor Paneira, Rui Costa, João Pinto, Yuran e Isaías.
Seguiu-se um período de trevas. Nas três temporadas seguintes o Benfica ainda chegaria aos quartos-de-final por duas vezes. Mas o valeeazevedismo deitou tudo a perder, e quase matou o próprio clube.
Com um futebol muito diferente, com competições totalmente reformuladas, o Benfica volta agora, passados todos estes anos, a uma meia-final. Que seja para ganhar.
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Ser derrotado por um dos melhores Portos de todos os tempos, não é humilhação para nenhuma equipa do mundo. Pode ser tristeza, pode ser desilusão, mas só envergonha os irrealistas. Para a realidade do Benfica actual, lutar pelo acesso a uma final europeia, ter assegurado presença nas pré-eliminatórias da próxima Champions League, e ter erguido um troféu oficial, já traduz uma temporada razoável – havendo ainda a esperança de a mesma se poder vir a tornar histórica, com uma inédita conquista europeia a abrilhantá-la.
Alguns poderão continuar a cantar de alto, ou pretender que o Benfica, só por ser Benfica, terá de se superiorizar por decreto a todos os adversários, acusando de falta de exigência quem lhes chama a atenção para a …realidade. Esses, apenas contribuem para o adiar de um Benfica verdadeiramente hegemónico.
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O onze a apresentar deveria ser, por vários motivos, o mesmo de quarta-feira passada - onde, é preciso dizê-lo, os jogadores deram tudo o que tinham.Posted by LF 12 comments

Ao contrário do que ocorreu no campeonato (onde não houve uma só, mas um conjunto de arbitragens que, cirurgicamente, condicionou a prova desde início), não creio que se devam procurar aí as causas da derrota. Por isso, e também por tudo o que se viu no relvado, sou agora obrigado a curvar-me resignadamente, e a reconhecer que o FC Porto mereceu amplamente passar esta eliminatória, merece estar na final, e é, neste momento, muito melhor equipa que o Benfica.Posted by LF 33 comments
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Semana a semana, o campeonato lá se vai arrastando penosamente até a um final que parece nunca mais chegar. Posted by LF 10 comments

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O resultado da primeira-mão foi bom, mas a eliminatória não está, de forma alguma, resolvida. Um golo cedo pode estimular o PSV a procurar a remontada. Algum adormecimento do Benfica pode revelar-se fatal, perante um estilo de adversário que nunca desiste de lutar.Posted by LF 3 comments
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Era o que mais faltava, pretenderem que Jorge Jesus se sentisse condicionado nas suas opções por qualquer prurido consciencialista relacionado com as equipas que lutam pela manutenção. Posted by LF 11 comments
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Individualmente há que destacar os dois laterais, ambos com exibições a roçar a perfeição. Maxi Pereira e Fábio Coentrão foram o dínamo de um grande Benfica, arrastando, com o seu vigor, com a sua disponibilidade, todos os colegas para uma clara e eloquente vitória. Também Sálvio, com dois golos, Aimar e Saviola estiveram em grande plano. Não irei falar mais de Roberto, senão para lembrar que, antes do erro cometido, efectuou também uma extraordinária defesa. Posted by LF 3 comments
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No meu caso, confesso mesmo que, de todas as derrotas que me lembro diante do FC Porto, em trinta anos de futebol, esta foi talvez a que menos me perturbou. E estou plenamente convicto que Jorge Jesus e os seus jogadores também dormiram perfeitamente descansados com a perda de um jogo no qual, principalmente a eles (menos sensíveis às rivalidades ou fanatismos), pouco ou nada interessava investir (mesmo que, compreensivelmente, o não possam confessar). Tenho a certeza de que, noutro contexto, a vitória do FC Porto não seria tão linear. O desfecho do jogo foi fortemente condicionado pelo desinvestimento anímico do Benfica face a ele, e já aqui escrevi sobre isso.Posted by LF 4 comments