ARBITRAGENS: Fosse o Benfica-PSG uma eliminatória a dois, e a UEFA jamais permitiria uma arbitragem tão equilibrada como a que se viu em Paris. Mas a verdade tem de ser dita, e o inglês Michael Oliver mostrou como se torna fácil um jogo difícil, cujo resultado foi decidido por dois penáltis, e em que houve vários lances para cartão, sempre bem ajuizados. O VAR foi utilizado quando necessário, e no fim, pese embora todas as incidências, ninguém se lembrou do árbitro. Devia ser sempre assim, e com a possibilidade de recorrer às imagens, não há razões para que não seja.
Já em Leverkusen, o FC Porto beneficiou de duas grandes penalidades que deixam muitas dúvidas. A segunda delas, aliás, não me deixa dúvida nenhuma: simplesmente não existe. Não sei se aquele romeno recebeu algum convite, mas, com franqueza, parecia que estávamos a ver a Liga Portuguesa.
ESGAIO: Confesso que tenho pena do rapaz. Não é nenhum craque, mas também não acho que seja tão mau como o pintam. É uma espécie de Gil Dias, ou Diogo Gonçalves, ou Chiquinho. Acontece que está num clube que tem sempre de encontrar culpados para os seus fracassos, de forma a nunca admitir a verdadeira realidade: não tem estofo para estas andanças da alta roda europeia. Nunca o teve - apenas por cinco vezes na história passou da primeira ronda na Taça/Liga dos Campeões, só uma vez passou dos oitavos.
Nas provas internas o problema é sempre o Benfica. No estrangeiro, como o Benfica não compete directamente, há que crucificar alguém, quer se chame Ruben Vinagre, António Adán ou Ricardo Esgaio. Mais uma derrota e sobra para outro Ruben.
DARWIN: No jogo em que renasceu Mo Salah, Darwin Nuñez marcou um golo, pelo segundo jogo consecutivo. Klopp não é parvo, mas os adeptos do Liverpool não sabem aquilo que nós, benfiquistas, e portugueses, sabemos: o jovem uruguaio é um portento, mas...precisa de estar muito confiante e tranquilo para render o seu máximo. Torço por ele, simpatizo com ele, e só espero é que não se lembre de atingir o pico no Mundial, contra Portugal.
BARCELONA: Pelo segundo ano consecutivo vai ficar fora da fase a eliminar. Tem tido azar com os grupos, e com os jogos, mas também está por provar que Xavi seja o homem certo para devolver os catalães ao sucesso. O plantel é muito bom, mas também muito jovem (pelo menos no que toca aos seus elementos de maior valia, com excepção de Lewandowski). Os espanhóis empataram todos, e só o Real tem o apuramento bem encaminhado.
NÁPOLES: Comanda isolado a Série A, e comanda isolado o grupo da Champions só com vitórias, à frente de Liverpool e Ajax, aos quais, de resto, goleou. É um caso sério este Nápoles de Spalletti (porventura a obra-prima da sua carreira), que joga maravilhosamente, e tem no georgiano Kvaratskhelia (perdoem-me se não se escreve assim) a figura principal.