Caros leitores,
VEDETA DA BOLA vai estar ausente do seu convívio por uns dias, voltando aquando da próxima jornada da Liga (dia 11 de Janeiro).
Por agora, resta desejar um feliz natal e um excelente 2010 a todos os leitores, com sucessos pessoais para todos, e desportivos para os benfiquistas.
Deixo-vos com a prenda mais saborosa destes últimos dias: o GOLO de Saviola.

CLASSIFICAÇÃO REAL

Jornada de clássico é quase sempre jornada de polémica. Este não fugiu à regra, ainda que a superioridade do Benfica e a justiça da sua vitória, de tão clara e evidente, tenha contribuído para dissipar grande parte da discussão.

P.FERREIRA-SP.BRAGA
Não vi o jogo, nem me chegou nota de qualquer erro com influência no resultado
Resultado Real: 0-1

NAVAL-SPORTING
Pelo resumo percebe-se que há um penálti sobre Saleiro, cometido pelo guarda-redes da Naval. Julgo não terem existido mais casos graves.
Resultado Real: 0-2

BENFICA-FC PORTO
No clássico os casos foram muitos, e os erros também.
No aspecto disciplinar ficaram por mostrar cartões amarelos a Falcão, César Peixoto, Fernando e Javi Garcia, conquanto que os exibidos a Saviola e David Luíz pecaram por excesso. Mas o caso mais grave foi a expulsão perdoada a Cristian Rodriguez, num lance digno de artes marciais, que não se percebe como não foi devidamente punido.
Quanto aos erros técnicos, o mais grave teve o mesmo protagonista. Cristian Rodriguez cometeu um dos penáltis mais claros de todo o campeonato, que só o condicionamento a que Lucílio Baptista estava sujeito (Taça da Liga, etc) evitou que fosse assinalado. Eis um dos motivos pelos quais esta nomeação não era compreensível. Não teve consequências porque o Benfica ganhou o jogo, mas se porventura o FC Porto empatasse nos últimos minutos, tínhamos o caldo entornado, e bem entornado.
Quanto aos outros lances reclamados, não parece existir motivo para falta: Peixoto tenta apenas cobrir a bola de Hulk, e Cardozo vê a bola tocar-lhe no braço sem que faça qualquer movimento para isso.
O golo é precedido de um lance irregular, é certo, mas se contarmos (e eu contei), a bola toca em quatro jogadores portistas, desde o momento do calcanhar de Urreta até ao remate final de Saviola. É pois abusivo considerar que esse fora-de-jogo influiu directamente no golo. Se formos por aí, qualquer erro do árbitro nos primeiros minutos condiciona todo o desenrolar do jogo daí em diante. Quando David Luíz cruza, a defesa do Porto está colocada (depois de ter afastado o perigo anterior), é um novo ataque, é um novo lance, e então Saviola aparece em jogo para marcar.
Maxi Pereira está caído sobre a linha de golo, e se alguma interferência poderia ter, essa seria evitar o golo do Benfica caso a bola lhe embatesse.
Resultado Real: 2-0 (considerando o penálti de Rodriguez)

CLASSIFICAÇÃO REAL
BENFICA 36
Sp.Braga 28
FC Porto 27
Sporting 23

UMA LINDA NOITE DE CHUVA

Se ainda persistiam dúvidas quanto à real capacidade da equipa do Benfica, elas terão ficado desfeitas com a vitória desta noite. Resistindo às lesões, aos castigos, e até ao mau tempo, o Benfica realizou uma extraordinária exibição, superiorizando-se claramente ao FC Porto, e conquistando os três pontos com naturalidade.
Não foi um jogo de grande qualidade plástica. O mau estado do terreno – fustigado por uma incessante chuva – não permitiu um futebol bonito e escorreito, como, por diversas vezes, o Benfica já demonstrara saber praticar. Foi antes uma batalha, uma luta, um combate recheado de emoção e dramatismo, a apelar mais a vontades do que a talentos, e a verdade é que também nesse registo os soldados da Luz souberam dar eloquente prova das suas capacidades. Não podendo exibir um traje de gala, a equipa de Jesus vestiu o seu fato-macaco e lançou mãos à obra, construindo assim a felicidade. Foi na bravura que a exibição benfiquista se alicerçou, e foi nela que encontrou o seu brilho. Um brilho diferente, mas não menos cintilante.
Perante um estádio carregado de entusiasmo e fé, a equipa de Jesus soube, sobretudo, ser mais forte, mais ágil, mais concentrada, mais agressiva e mais determinada que o adversário. Soube sofrer quando tal foi necessário, sem nunca perder o sentido de orientação. Controlou o jogo mesmo nos minutos em que não o dominou. Soube, enfim, fazer a abordagem de que esta partida necessitava, entrando em campo com a atitude certa e com uma vontade indomável de ganhar. Não podendo exibir um traje de gala, vestiu o seu fato-macaco e lançou mãos à obra. Foi assim que a vitória lhe sorriu, e se assim continuar a ser em cada uma das 16 jornadas que faltam para terminar o campeonato, arrisco a dizer que dificilmente o título lhe fugirá.
Há indesmentível mérito de todos os jogadores neste triunfo, mas seria injusto não destacar aqueles que menos utilização têm tido, e que mostraram nesta partida ser credores de toda a confiança, presente e futura. Urretavizcaya, Carlos Martins, e depois Luís Filipe, Felipe Menezes e Weldon, foram gigantes. Fizeram esquecer as ausências de Di Maria e Pablo Aimar - jogadores difíceis de substituir em qualquer equipa do mundo. Conseguiram com a sua raça, e a sua atitude, ultrapassar com distinção o tremendo teste a que estavam sujeitos, e foram rostos cimeiros desta grande vitória. Com as suas excelentes prestações ficou à vista a densidade do plantel encarnado, o que enche os benfiquistas de esperança para o resto de uma época que ainda vai ser longa e exigente.
Não sendo novidade, também o trabalho de Jorge Jesus merece ser realçado. Ultrapassando as dificuldades de uma semana de trabalho em que não pôde contar com vários elementos, o técnico encarnado conseguiu montar uma equipa ganhadora e segura de si, pronta a enfrentar uma partida de capital importância. Manietou as principais unidades do FC Porto (só durante 15 minutos, já na segunda parte, os dragões ameaçaram discutir os pontos), e soube mexer no jogo quando tal se revelou necessário, vencendo claramente a batalha táctica com o seu antagonista.
Mas esta foi também uma vitória da humildade sobre o triunfalismo. Durante uma semana o país desportivo foi bombardeado com manifestações de arrogância e fanfarronice de quem já se encontrava atrás do Benfica, e mais atrás agora ficou. Após a menos conseguida noite de Olhão, foram muitos os comentadores e analistas a prever uma derrocada encarnada, e a consequente afirmação do FC Porto como campeão antecipado. Saiu-lhes o tiro pela culatra, e mesmo limitado pelos mais variados azares, o que se viu foi um grande Benfica. Um enorme Benfica, com cara de campeão.
Já se vira este Benfica a encantar como a sonoridade de um tenor, agora viu-se a combater com a ferocidade de um guerreiro. Falta-lhe cumprir a última etapa: a de manter a regularidade que o levará aos títulos.
Do árbitro falarei mais tarde.

CLÁSSICO AMPUTADO

Privado de Ramires, Di Maria, Fábio Coentrão, Ruben Amorim e Sidnei, com Aimar e David Luíz em dúvida, o Benfica que vai entrar em campo no domingo será pouco mais que uma manta de retalhos.
Não será pois lícito concluir o que quer que seja desta partida, a não ser a verdade aritmética que dela resultar (os pontos para um e/ou outro lado). Ou seja, não se pode falar em teste para os encarnados, pois o melhor Benfica (o das goleadas) não vai estar em campo.
Isto não diminui, de modo algum, a importância do jogo, nem elimina as hipóteses do Benfica o ganhar. Recordo que há uns anos atrás o Manchester United tombou na Luz face a uma equipa privada de Simão e Miccoli, entre outros.
Com concentração, confiança e tranquilidade, mesmo este Benfica pode vencer o melhor FC Porto. Mas o favoritismo, nesta conjuntura, vai naturalmente para os dragões.
Uma coisa é certa: qualquer que seja o resultado, o campeonato vai permanecer em aberto, e o Benfica continuará a depender apenas de si próprio para o conquistar. Já o FC Porto, caso perca, não poderá dizer a mesma coisa...
Aqui fica a minha equipa, partindo do príncipio que, ao menos, Aimar e David Luíz recuperem: Quim - Maxi -Luisão -David Luíz - Shaffer - Javi - Carlos Martins - Aimar - César Peixoto -Saviola - Cardozo
Fica também o voto para que os benfiquistas consigam fazer do ambiente da Luz um inferno para o FC Porto, antes e durante o jogo, qualquer que seja a marcha do resultado. Não há de ser apenas o Benfica a vítima dos ambientes escaldantes...

AGRADÁVEL...

Calhou ao Benfica um dos adversários mais acessíveis em prova, pelo que o sorteio dos dezasseis-avos de final da Liga Europa terá de se considerar bastante bom.
No alinhamento dos oitavos-de-final os encarnados poderão ter pela frente o Marselha, adversário substancialmente menos suave. Mas como Liverpool, Roma, Valencia, Juventus etc ficaram para outras núpcias, e como o bom sempre foi inimigo do óptimo, os benfiquistas terão de se dar por satisfeitos.
Deste sorteio resulta ainda a evidência de o Benfica dever apostar forte nesta prova, pois caso o campeonato falhe, pode muito bem encontrar aqui a salvação da época, e do seu forte investimento. E eu continuo a sonhar com uma viagem a Hamburgo...
Engraçado o facto de o Everton defrontar o Sporting, o que vai transformar-se num pitoresco desafio ao orgulho do leão. Se passar, terá por diante o Atlético de Madrid.
Na Liga dos Campeões dois grandes jogos: Inter-Chelsea e Milan-Man.United.

AMANHÃ EM NYON

Muita sorte será apanhar: Copenhaga, Hertha de Berlim, Twente, Brugges ou Standard de Liege.
Sorte relativa no caso de calhar: Lille, Atlético de Bilbau, Ajax ou Fulham.
Azar será : Hamburgo, Panathinaikos, Villarreal, Rubin Kazan ou Atlético de Madrid.
Galo, mesmo galo, seria ter pela frente: Liverpool.
Há também que dar atenção aos alinhamentos dos oitavos-de-final, onde convém evitar: Juventus, Valência, Roma (sobretudo estes três), Shakhtar, Bremen, Fenerbahce, Marselha e Wolfsburgo. Sobram ainda Hapoel, Anderlecht, Galatasaray, Salzburgo, PSV e Unirea, talvez mais acessíveis.

O DIABO VIROU ANGEL

Num jogo sem grande história, o Benfica venceu, marcou pontos, ganhou dinheiro e recuperou, senão confiança, pelo menos tranquilidade. Jesus terá também tirado algumas conclusões quanto ao onze a utilizar perante o FC Porto, verificando-se que Carlos Martins e Shaffer poderão ser os elementos a avançar para a titularidade.
Os grandes momentos da noite ficaram a cargo de Angel Di Maria, que pareceu empenhado em fazer as pazes com os benfiquistas e com o seu treinador. Um golo absolutamente extraordinário, uma bola na barra num lance de génio, e um outro excelente golo, que só o comentador da SIC achou tratar-se de um frango. A sua exibição só não foi perfeita porque acabou por estar na origem do golo grego, já na ponta final do desafio (embora Miguel Vítor tenha de assumir as maiores culpas). Esses minutos finais foram sofridos, mas o Benfica acabou por segurar a vitória, perante um adversário que durante muito tempo quase não se deixou ver.
Para além do extremo argentino, notas positivas para Luís Filipe, Roderick e Shaffer. Dos avançados esperava-se mais.
PS: Terá o surto de gripe (Coentrão, Luisão, David Luíz e o mais que se verá) alguma coisa a ver com o Olhanense? É que eu, neste futebol português, já acredito em tudo.

GASOLINA PARA CIMA DA FOGUEIRA

Lucílio Baptista é um árbitro anti-benfiquista, envolvido no Apito Dourado, que induzido em erro por um fiscal-de-linha acabou por beneficiar clamorosamente o Benfica numa final.
Será que lhe estão a dar a oportunidade de se redimir aos olhos do poder?
Seja como for, esta é uma nomeação disparatada, que não agrada a ninguém, que põe o árbitro sob pressão, e abre espaço à polémica.
Mal por mal, antes o Benquerença...

COMO SEMPRE...PARA GANHAR!

Não decide o apuramento, nem sequer o primeiro lugar no grupo, ambos já atingidos. O jogo com o AEK não deixa todavia de ter alguma importância para o Benfica, quer pelo prestígio (tão mal tratado em terras helénicas), quer pelos 140 mil euros em disputa, quer pela oportunidade de testar soluções para o jogo com o FC Porto, e eventualmente dar ritmo a jogadores que possam ser importantes para esse jogo, quer até para recuperar alguma da tranquilidade perdida em Olhão. Mas há ainda uma outra razão para encarar esta partida com seriedade: o ranking europeu, que se apresenta extremamente volátil em redor da posição do Benfica, e que pode ser decisivo no alinhamento dos grupos da Liga dos Campeões do próximo ano, onde naturalmente os encarnados tencionam estar.
Vejamos o ranking neste preciso momento:

Como se percebe, o Benfica pode facilmente trepar para o 18º lugar, e posicionar-se para meter uma bola com o seu nome no pote 2 do sorteio da Champions, se para ela se apurar. CSKA de Moscovo e Fiorentina só jogam em Fevereiro, PSV Eindhoven joga na Roménia e está já apurado. Uma vitória sobre o AEK, e pelo menos dois destes três clubes seriam de imediato ultrapassados pelas águias.
Terminando a época em 18º neste ranking, e apurando-se para a competição rainha, o Benfica estaria seguramente no pote 2 do sorteio dos grupos, pois com Milan, Juve e Inter certos sobra apenas uma vaga italiana (Roma ou Fiorentina), e com o Leverkusen imparável na Alemanha, entre Hamburgo e Bremen um vai ter que ficar de fora. Villarreal está longe dos primeiros lugares, e CSKA ficou de fora no já concluído campeonato russo.
Sobra o caso do FC Porto, que pode entrar conjuntamente com o Benfica – um como campeão e outro na pré-eliminatória –, mas que, com a vantagem pontual que leva, tem desde já praticamente segura a sua situação no pote 2. Há ainda as hipóteses de Bayern de Munique, Lyon e/ou Liverpool poderem ficar de fora, mas para já não contemos com elas. Há pois que pontuar, e este jogo é bastante convidativo a isso. É claro que certos jogadores terão de ser poupados, mas os que entrarem em campo terão de o fazer com os olhos postos na vitória.
Fica o meu onze para a partida: Júlio César – Luís Filipe – Sidnei – Miguel Vítor – Shaffer – Roderick – Carlos Martins –Di Maria – Fábio Coentrão – Nuno Gomes - Weldon.

ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA

Guilherme Aguiar ri, e tem motivos para isso, pois a estratégia do FC Porto para esta jornada surtiu em pleno. Pinto da Costa também estará rejubilando de alegria, pelos pontos perdidos pelo Benfica, pelos jogadores fora de combate no clássico, pela possibilidade do FC Porto passar para o comando da classificação ainda antes do Natal. Ainda falta ganhar na Luz (não parece…), mas a euforia portista é, por estes dias, indisfarçável. Afinal de contas, o sistema ainda é o que era.
Falo aqui naturalmente do Olhanense, e quando falo do empenho dos seus jogadores falo fundamentalmente de quatro coisas. Dois factos, uma suspeita fundada, e uma desconfiança.
- O primeiro facto é que o clube algarvio tem um protocolo com o FC Porto, tem seis (!) jogadores cedidos pelos azuis-e-brancos (jovens cuja carreira está, em larga medida, nas mãos de Pinto da Costa), e tem um treinador oriundo do FC Porto (onde se formou, fez toda a sua carreira de jogador, e foi capitão durante anos).
- O segundo facto é que qualquer comparação entre a exibição do Olhanense frente ao Benfica e a que fizera diante do FC Porto, não passa de mera coincidência. A agressividade posta em cada lance poderia até ser tida como legítima se fosse aplicada em todos os jogos, ou pelo menos na maioria deles. Não é manifestamente o caso, como se viu neste e noutros jogos, desta e de outras equipas, sempre muito agressivas (hostis e até provocadoras) com o Benfica, sempre dóceis e reverentes com o FC Porto.
- A suspeita fundada é a de que muitas das equipas da Liga Sagres estão a receber dinheiro por baixo da mesa (uma ilegalidade, é preciso que se diga) para tirarem pontos ao Benfica. Muito dinheiro, ao que dizem fontes bem informadas, sendo claro que os clubes onde o FC Porto tem jogadores emprestados encabeçam a lista de suspeitas.
- A desconfiança é apenas minha, baseia-se em 35 anos a ver futebol (muito futebol e com muita atenção) e prende-se com doping, num país em que só o ciclismo é devidamente controlado, nomeadamente através de testes ao sangue, os únicos capazes de detectar as mais sofisticadas substâncias ou formas de dopagem da actualidade. Um jogo é um jogo, e uma mala cheia de dinheiro é uma mala cheia de dinheiro, sobretudo para jogadores que não ganham fortunas, e por vezes nem ordenado recebem. E se dois mais dois costumam ser quatro, dois mais dois mais dois são quase sempre seis.

O PUZZLE DE JESUS

De todas as ausências anunciadas para o clássico do próximo fim-de-semana, a que mais choro é a de Ramires. Trata-se de um jogador importante tanto defensiva como ofensivamente, e particularmente talhado para grandes momentos. Se a falta de Di Maria ou Coentrão afecta a capacidade de causar desequilíbrios no jogo, a falta de Ramires pode afectar o equilíbrio da própria equipa, sobretudo não podendo também contar com Ruben Amorim (seu substituto natural).
Mas o plantel do Benfica é extenso, e oferece soluções em qualidade e quantidade para apresentar uma equipa competitiva, e apta a discutir o jogo. Partindo do princípio que Aimar recupera, deixo duas hipóteses, uma de pendor mais prudente, outra mais audaz, sendo naturalmente possível recorrer a um misto das duas:
HIPÓTESE 1
Com este onze o aspecto defensivo ficaria reforçado, nomeadamente nas faixas laterais e no jogo aéreo. Perdia-se capacidade de desequilibrar e alguma criatividade do meio-campo para diante.
HIPÓTESE 2Deste modo o Benfica mantinha alguma capacidade de improviso (não sei como está Urreta, mas é um jogador talentoso), ganhava um criativo no meio-campo (Carlos Martins), ganhava meia-distância, mas perdia claramente segurança defensiva.

CLASSIFICAÇÃO REAL

À semelhança do que ocorrera em Braga, e do que vai ocorrer em mais alguns estádios do país, tudo foi preparado ao milímetro para que o Benfica perdesse pontos em Olhão. A dúvida que fica é se o talento é suficiente para ganhar a liga portuguesa, mas na verdade, no que diz respeito à arbitragem, desta vez nem há muitas queixas a fazer.

SPORTING-U.LEIRIA
O caso mais grave desta partida foi o golo mal anulado ao União de Leiria, por pretenso, mas inexistente, fora-de-jogo do avançado Cássio. Seria o 0-2, numa fase crucial da partida. Felizmente deste erro do auxiliar não resultou qualquer consequência em termos de pontos.
Resultado Real: 0-2

OLHANENSE-BENFICA
Diga-se, antes de mais, que foi um jogo complicadíssimo de dirigir. Cheio de casos, de lances de dúvida, de indisciplina, de agressões, de conflitualidade e de tensão. Não quereria estar na pele do árbitro, que se viu e desejou para manter o seu trabalho equilibrado, o que, é justo dizer, conseguiu. Vamos aos casos.
Três dos quatro golos da partida são passíveis de discussão:
- O primeiro do Olhanense por resultar de um livre, a meu ver, inexistente. Não creio que haja qualquer falta, mas entendo que, no estrito critério seguido pelo árbitro, este lance não tenha escapado ao seu apito.
- O segundo do Olhanense deixa dúvidas quanto à regularidade da posição do dianteiro Toy, mas aceito que o assistente tenha seguido a lei, beneficiando quem atacava.
- O mesmo é válido para o golo de Nuno Gomes, em que o avançado benfiquista tanto pode estar em linha, como milimetricamente deslocado, não havendo imagens que comprovem definitivamente nem uma nem outra hipótese.
Pior que estes casos, foi o total desvario em que alguns jogadores incorreram. Djalmir, Di Maria e Miguel Garcia foram bem expulsos, mas tanto Rui Duarte (uma entrada selvática que se ficou com um cartão amarelo), como David Luíz, podiam também ter ido tomar banho mais cedo. Quanto a Cardozo, só poderia ser expulso caso Anselmo também o fosse, pois ambos fizeram exactamente a mesma coisa, aceitando-se o cartão amarelo. No global das decisões, erro para aqui, erro para ali, descontando o grau de dificuldade do jogo, haverá que absolver o árbitro Soares Dias, que apesar de ser portista e antigo detentor de cativo no Estádio das Antas, me parece ser dos menos maus que por aí anda.
O que resulta também deste jogo é mais uma elucidativa demonstração das verdadeiras motivações que algumas equipas têm para ganhar ao Benfica. A violência dos jogadores do Olhanense posta na disputa de cada lance, as provocações constantes, o ambiente de tensão criado no relvado, é apenas uma repetição daquilo que se viu em Braga, e daquilo que se verá em Vila do Conde, em Setúbal, em Matosinhos, em Coimbra e por aí fora. Resta saber se o Benfica tem capacidade mental para suportar este tipo de abordagem, e a avaliar pelas reacções de Di Maria, David Luíz e do próprio Cardozo, fico com sérias dúvidas em responder afirmativamente. Depois há também que voltar a falar de alguma debilidade físico-atlética, que neste tipo de partidas vem claramente ao de cima. Mas isso é assunto para outra ocasião.
Resultado Real: 2-2

SP.BRAGA-NAVAL
Não vi o jogo, nem tomei conhecimento de qualquer caso de relevo.
Resultado Real: 0-0

FC PORTO-V.SETÚBAL
A avaliar pelos resumos, há apenas que referir um lance de possível grande penalidade por derrube a Hulk. Nos largos critérios de Pedro Henriques não cabem faltas deste tipo (apenas bolas nas mãos de jogadores caídos no chão e de costas), mas de qualquer forma, desconfio sempre deste tipo de prejuízos, com os jogos já resolvidos e em vésperas de clássicos. Seja como for, há que dar mais um golo ao FC Porto.
Resultado Real: 3-0

CLASSIFICAÇÃO REAL
BENFICA 33
FC Porto 27
Sp.Braga 25
Sporting 20

PONTAPÉ NAS AMBIÇÕES

Um golo fortuito obtido nos últimos instantes da partida não pode fazer esquecer, nem a medíocre exibição do Benfica, nem, sobretudo, a perda de dois importantíssimos pontos num momento crucial do campeonato. E há que dizer desde já que, mau grado todos os azares que o perseguiram ao longo da noite, o Benfica tem principalmente de se queixar de si próprio por não ter alcançado a vitória de que precisava.
Não se entende a forma como os encarnados entraram em campo. A passividade, a displicência e a sobranceria evidenciadas nesses minutos iniciais chegaram a ser chocantes, e acabaram por ter a consequência esperada. Lembrei-me várias vezes do jogo da Trofa, que significou o princípio do fim do Benfica de Quique Flores, e ainda me interrogo como é possível a equipa da Luz continuar a protagonizar este tipo de abordagem competitiva em jogos que - sabe-se perfeitamente - obrigam a total disponibilidade física e mental, contra adversários extremamente agressivos, provocadores e dispostos a deixar a pele em campo para agradar a muita gente (própria e não só).
Para além de todo o défice de dinamismo e de concentração revelado pelo Benfica, e do qual os golos dos algarvios são excelente exemplo, Di Maria resolveu dar um pontapé na sua própria equipa, mostrando que lhe falta ainda muita coisa para ser o jogador que julga ser. Não estava a jogar rigorosamente nada (o que acontece desde há algumas semanas, diga-se), mas ao agredir o adversário e ver o consequente cartão vermelho, deitou por terra a principal vantagem que o Benfica tinha nessa fase do jogo, e que lhe permitiria um olhar diferente sobre a segunda parte. A lesão de Ramires foi mais um golpe duríssimo para os encarnados, e deixou uma vez mais a ideia de que este jogo estava mesmo destinado a correr mal.
Ao longo de toda a segunda parte, o Benfica mostrou uma intrigante incapacidade para dar a volta às circunstâncias da partida. Não construiu desequilíbrios, não criou oportunidades, quase não rematou à baliza. Até final foi sempre uma equipa assustada consigo própria e com o jogo, não conseguindo superar os problemas que o Olhanense lhe foi colocando, sobretudo no preenchimento dos espaços à frente da sua área, onde ficou totalmente manietado. Jogou com muitos avançados, mas a inspiração era nula, e a organização também não parecia ser a melhor. Além de que o empenho chegou tarde demais. Se exceptuarmos as prestações de Maxi Pereira e Fábio Coentrão (os mais regulares, ainda que muito longe de qualquer brilhantismo), mais ninguém denotava discernimento para tentar, ao menos, pegar no jogo e buscar o golo com decisão.
O empate surgiu quando já não ninguém esperava – nem se justificava -, e acaba por minimizar os danos de uma noite de bruxas. Mas os contornos desta partida não podem, sob vários pontos de vista, deixar de lançar algumas dúvidas sobre o verdadeiro estofo do Benfica para chegar ao título. Quer em termos físicos, quer em termos mentais, pois o cenário montado em Olhão, à semelhança do que ocorrera em Braga, vai seguramente voltar a repetir-se noutros campos e com outros protagonistas. Sem lhes saber resistir, como pareceu ficar claro, não haverá campeão na Luz.
Para o jogo com o FC Porto Jesus não vai poder contar com Ramires, Ruben Amorim, Di Maria e Fábio Coentrão, o que, estou em crer, vai obrigar a uma alteração táctica (eventualmente um losango mais fechado, com Carlos Martins e Felipe Menezes como interiores). O jogo será diferente, mas temo que venha a ser fortemente condicionado por estas ausências.
Resta referir que a arbitragem foi a possível, num jogo complicadíssimo de dirigir, carregado de casos de indisciplina e de provocações constantes entre os jogadores (tal como, aliás, se esperava). Não foi uma arbitragem perfeita (por exemplo, o primeiro golo do Olhanense nasce de um livre inexistente), mas não creio que tenha sido por causa dela que o Benfica não ganhou.

ESTÁ AQUI A DECISÃO DA LIGA

12 pontos nestes quatro jogos e...ninguém pára o Benfica.
Perdas significativas podem, pelo contrário, ditar mais uma época de desilusão.
Para já: Olhão!


No caso do Sporting, basta trocar o duo Hertha/Heerenveen pelo Everton. De resto é igual.
A última jornada da Liga Europa resolverá as pendências, sabendo-se desde já que há muitas equipas fortes nesta competição, certamente mais do que em qualquer uma das últimas edições da Taça UEFA. Além de todos os nomes acima referidos, estão garantidos como cabeças-de-série, a par de Benfica e Sporting, os seguintes clubes: Juventus, Marselha, Wolfsburgo, Fenerbahce, Galatasaray, PSV Eindhoven, Shakhtar Donetsk, Unirea e Salzburgo.

GIGANTES

A última jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões apresentava como prato forte um decisivo Juventus-Bayern de Munique, em que só uma das equipas poderia apurar-se.
O jogo foi fabuloso, e a exibição a equipa de Van Gaal surpreendente, dado aquilo que se lhe tem visto na Bundesliga. Os bávaros esmagaram a Vecchia Signora, seguindo com toda a justiça para a fase seguinte da Liga dos Campeões. Foram 1-4, mas poderiam ter sido 1-6, ou 1-8, tal o caudal ofensivo de um conjunto a quem não bastava o empate, e que nunca abanou, nem mesmo quando se viu em desvantagem. Hans-Jorg Butt, ex-suplente de Quim no Benfica, marcou o primeiro golo do Bayern, na transformação de uma grande penalidade, dando início à reviravolta.
A Juve fica de fora, e ainda bem. Fico sempre feliz quando equipas punidas por corrupção são derrotadas. Infelizmente nem sempre acontece.
Descansem os adeptos do Benfica e do Sporting. Pelo menos na próxima eliminatória, a Juventus não será adversária dos clubes portugueses. Os quatro melhores terceiros da Liga dos Campeões serão também cabeças-de-série (tal como os vencedores dos grupos da Liga Europa, onde se incluem os grandes de Lisboa), e há já quatro terceiros garantidamente pior classificados que a equipa italiana, que fez 8 pontos (Wolfsburgo e Marselha com 7 pontos, Atlético de Madrid com 3, e o terceiro classificado do grupo H, Olympiacos ou Standard de Liége, que nunca fará mais que 7 pontos).
Se o Liverpool (já remetido para a Liga Europa) pontuar hoje em casa diante de uma Fiorentina já apurada, também ficará fora da órbita dos clubes portugueses nos dezasseis-avos de final.

CLASSIFICAÇÃO REAL

V.GUIMARÃES-FC PORTO
- O primeiro golo do Porto é limpo, embora na primeira imagem me tivessem ficado dúvidas. Na verdade, Belluschi apenas corta a bola, e só a fragilidade física de Nuno Assis o faz cair.
- No golo de Bruno Alves não há imagens que provem que o central portista esteja ou não off-side. Benefício da dúvida para Jorge Sousa.
Resultado Real: 1-4

LEIXÕES-SP.BRAGA
Não vi o jogo, nem qualquer resumo para além dos dois golos. Nota apenas para mais uma lamentável exibição do titular da Selecção Nacional.
Se Queiroz não gosta de Quim, que ponha, ao menos, o Rui Patrício. Este abutre é que não!
Resultado Real: 1-1

BENFICA-ACADÉMICA
- Existe um penálti cometido por David Luíz, já na segunda parte (puxão de camisola a Eder), que o árbitro, encoberto pelo jogador da Académica, não conseguiu ver.
- Nos outros dois lances reclamados, eu nada marcaria. Nem na rasteira a Ramires, ainda antes do primeiro golo (quanto a mim involuntária), nem no corte de David Luíz para canto, em que toca também no pé do adversário. Esta última situação é aliás típica de jogos à chuva, e o árbitro tem de tomar em atenção essa enorme condicionante.
Mas não deixo de notar a campanha que está a ser feita em torno de David Luíz, como se fosse um jogador violento (como Bruno Alves), ou como se gozasse de alguma impunidade (como Bruno Alves). Se ele terminar o campeonato com quatro ou cinco lances para vermelho directo, e apenas três amarelos mostrados (como Bruno Alves na época passada), então poderemos comparar as situações.
- Só a má fé anti-benfiquista permite pretender que Cardozo pudesse alguma vez ser expulso por um lance em que se limita a abrir os braços para tomar altura, sem ter a menor intenção de agredir ninguém. Ele foi, de resto, o primeiro a pedir desculpa ao adversário, e a solicitar assistência médica. Não basta um braço tocar numa cara para termos uma agressão.
Resultado Real: 4-1

V.SETÚBAL-SPORTING
-A expulsão de André Pinto é um escândalo. Não tanto a simulação da queda, pois muitos jogadores o fazem, e percebe-se que, no calor do jogo, haja uma tendência para procurar benefícios. O que choca é a forma como João Moutinho grita e chora sem ninguém lhe ter tocado, e creio que este comportamento mereceria atenção por parte da Comissão Disciplinar da Liga.
O capitão do Sporting é um jogador que admiro (é benfiquista de pequenino…), cheguei a viver perto dele (ainda ele era júnior), e lembro-me vagamente do seu pai jogar nos juniores do Benfica. É um profissional exemplar, e talvez o único jogador do Sporting que gostaria de ver no meu clube (coisa a que ele não fecha a porta, como é público). Mas não se pode ser tolerante com uma atitude de tão gritante cinismo. Um joguinho de suspensão não lhe ficaria mal.
- O lance do segundo golo é irregular. Antes de mais porque a bola, chutada por Nuno Santos, estava fora do campo. Mas também a lei do fora-de-jogo não terá sido bem interpretada.
É um lance complexo, que poderia figurar num teste para novos árbitros. Por um lado, o fora-de-jogo só deve ser assinalado quando o jogador se faz ao lance, e, quando o assistente levanta a bandeira, Liedson desiste da bola. Mas, por outro lado, o mesmo Liedson vem mais tarde a beneficiar da sua posição para marcar o golo. Enfim, é algo que deixo aos especialistas de arbitragem, na certeza porém de que a irregularidade do lance não se esgota nessa interpretação.
Resultado Real: 0-1

CLASSIFICAÇÃO REAL
BENFICA 32 (prejudicado em 3 pts)
Sp.Braga 24 (beneficiado em 5 pts)
FC Porto 24 (beneficiado em 2 pts)
Sporting 20 (prejudicado em 2 pts)

R.T.P(orto)

A mim não me faz qualquer diferença. É raro ver jogos na RTP1, é raro ver alguma coisa na RTP1, só falhei um jogo oficial na Luz esta época (com o Poltava, em plenas férias), estive no Restelo e em Alvalade, e tenho Sport Tv para os jogos disputados mais longe de casa.
Mas penso nos muitos benfiquistas que não podem ir ao estádio, nem podem assinar a Sport TV, e para com esses a RTP não cumpre a sua obrigação de isenção, enquanto estação paga com o dinheiro de todos os contribuintes.
Desde o início da época até ao final do ano, o canal público apenas transmitiu três jogos do Benfica, todos em casa, e não vai transmitir mais nenhum, enquanto no mesmo período pôs (e ainda vai pôr) no ar o FC Porto por doze vezes (!!). A Liga dos Campeões, e o respectivo contrato, não são argumento, pois mesmo no campeonato os azuis-e-brancos passaram no sinal aberto estatal em cinco ocasiões (contando já com a do próximo domingo), três das quais consecutivas, entre a 7ª e a 9ª jornadas, o que é sintomático.
Devo dizer que, de todos esses jogos, só vi os de Londres e de Braga (curiosamente duas derrotas portistas), pelo que, volto a dizer, o assunto pouco me atrapalha a vida. Aliás, quem mais perde é a própria RTP, designadamente em audiências, insistindo em mostrar, remostrar e voltar a mostrar um clube com poucos adeptos, que pouca gente entusiasma abaixo de Carvalhos e acima da Maia, e que, para agravar, este ano não joga nada. Mas quando a ordem é rica, os frades são poucos e ninguém tem de assumir responsabilidades, tudo se torna possível - até mesmo interromper programas de informação desportiva para directos de jantares portistas, como chegou a ser feito num programa da RTPNorte (e já agora, para quando uma RTP Sul?, para quando uns estúdios em Beja? e em Viseu? e porque não em Castelo Branco?).
Esta terça-feira, com um ultra-decisivo Juventus-Bayern de Munique à mesma hora, a RTP lá vai prosseguir a sua via sacra, e transmitir um jogo sem qualquer interesse, para quase ninguém ver. E no domingo, outra vez. O FC Porto não tem (e suponho que nunca terá) qualquer canal televisivo próprio, mas a verdade é que não se nota muito.
Notável é que, mesmo assim, em apenas três jogos passaram mais golos do Benfica em directo na RTP do que do FC Porto em todos os jogos transmitidos (17 e 14 respectivamente).

CHAPÉU DE CHUVA

Após um mês de Novembro parco em golos, o Benfica precisava de uma demonstração de força para dissipar dúvidas e afugentar fantasmas. Já se falava em crise, em quebra, em balão vazio, e em cristalização técnica e táctica, coisas que naturalmente – em face de um passado recente repleto de desilusões – começava a amedrontar o povo benfiquista, causando-lhe uma ligeira inquietação na alma.
Tendo por adversária uma equipa em ascensão, orientada por um técnico na moda, e estando à partida privado de Javi Garcia (e com Aimar e Luisão previsivelmente a meio-gás), o Benfica tinha pela frente uma noite com alguns sinais de ameaça no ar. O tempo também não iria ajudar, sabendo-se das características predominantemente tecnicistas da equipa encarnada. Era, enfim, um jogo delicado, que caso corresse mal poderia deixar as suas marcas na equipa e no próprio campeonato.
Um golo no primeiro lance de ataque não poderia ter sido melhor tónico para a equipa da Luz se tranquilizar, e quando Cardozo deu início ao seu terceiro hat-trick no campeonato (24 golos no total desta temporada, 70 desde que chegou ao clube), percebeu-se que a noite poderia afinal ser pintar-se de vermelho. Os problemas sentidos pelo Benfica frente a equipas ultra-defensivas não iriam, em princípio, colocar-se, pois a Académica teria de partir em busca do empate, e abrir as portas ao jogo. Em vantagem no marcador, o conforto da equipa benfiquista em campo contrastava, a partir daí, com o desconforto que o frio, o vento e a chuva provocavam aos mais de 41 mil nas bancadas da Luz (impressionante assistência para uma noite ferozmente invernosa).
Deve dizer-se, contudo, que o período entre o primeiro e o segundo golo encarnado não foi brilhante. Alguns passes errados, uma displicência aqui, um ressalto azarado ali, e era a Académica que parecia estar mais perto do empate. A obra-prima de Saviola pôs fim às dúvidas, sobre o jogo, e sobre a capacidade do Benfica - que, para além dos indiscutíveis méritos tácticos de Jorge Jesus, assenta em primeira mão no talento e na classe da maioria das suas figuras, capazes de, num momento de inspiração, virar uma partida de pernas para o ar. Javier Saviola é, nesse particular, o ás dos ases, o artista dos artistas, parecendo firmemente empenhado em resgatar todas as qualidades que fizeram dele um dos mais promissores juniores de todos os tempos (lembro-me bem do Mundial sub-20 em 2001), comparado na altura a Maradona, e que depois, porventura fruto da sua baixa estatura para avançado, foram postas em causa nas suas passagens por Barcelona e Real Madrid.
A discussão do jogo acabou aí, mas o grosso do espectáculo teve, pelo contrário, nesse momento o seu início. A Académica perdeu-se entre equívocos, sem saber muito bem se procurar reduzir distâncias ou evitar a goleada que se começava a desenhar, e o Benfica empolgou-se, partindo para um período muito bom, à imagem e semelhança daquelas que foram algumas das suas melhores exibições da época. Na segunda parte, mais dois de Óscar Cardozo e a séria ameaça de os números finais poderem chegar aos seis ao Nacional, ou mesmo aos oito ao V.Setúbal. O temporal que se abateu sobre o relvado, e o estado em que este ficou - para além da gestão de plantel que Jesus foi obrigado a fazer, retirando Aimar, Cardozo e Saviola - acabaram por condicionar o resto do jogo, salvando a Académica de males maiores.
4-0, belos golos, e uma imprescindível vitória são dados suficientes para os mais cépticos porem de lado as suas profecias. O Benfica está bem e recomenda-se, os seus jogadores lutam que se fartam, recuperam bolas, dão espectáculo, encantam as bancadas e estão na frente da classificação. O resto são peanuts…
Cosme Machado esteve mal ao não sancionar uma grande penalidade cometida por David Luíz - que, tem de se dizer, cometeu mais dois erros graves, um deles num atraso suicida a Quim com o resultado em 1-0, outro ao levar o cartão amarelo desnecessário, ficando agora em risco de não defrontar o FC Porto -, lance que, contudo, só se vê pela televisão. Ficaram também algumas dúvidas num eventual derrube a Ramires na área estudantil ainda na primeira parte. Mas com a chuva e o mau estado do terreno, há que reconhecer que o trabalho do árbitro não foi fácil.

PIOR ERA DIFÍCIL

Brasil, Costa do Marfim e Coreia do Norte. Foi esta a sorte (se é que se pode chamar-lhe assim) que calhou a Portugal.
Kaká, Luís Fabiano e Robinho por um lado; Drogba, Kalou e Touré por outro; e uma equipa completamente desconhecida, tradicionalmente muito rápida e agressiva. Ou seja, a nossa selecção vai ter de pedalar muito para passar da primeira fase, sabendo também que, se tal suceder, as hipóteses de apanhar a super-Espanha nos oitavos-de-final são muito fortes. Vida difícil para Queiroz...
É verdade que em 2000 tivemos Alemanha, Inglaterra e Roménia e a coisa correu bem, e que em 2002 tinhamos Coreia, EUA e Polónia, e aconteceu o desastre. Mas, por muito que se possa divagar sobre estes e outros dados históricos, a verdade é só uma: o sorteio foi do piorio, e não deixa de representar um revés nas esperanças de uma boa classificação portuguesa neste Mundial.

MUNDIAL 2010 COMEÇA HOJE

MUITA SORTE É: África do Sul- Honduras (ou Nova Zelândia) - Chile (ou Argélia) - Portugal

POUCA SORTE SERÁ : Brasil (ou Espanha, ou Itália) - México (ou Estados Unidos) - Costa do Marfim (ou Gana, ou Uruguai) - Portugal

Esta tarde, Charlize Theron escolherá o nosso destino. Dificilmente podiamos estar em melhores mãos... Confiemos pois na sorte, que muito iremos precisar dela.

SITUAÇÃO GRUPO A GRUPO

GRUPO A – Ajax apurado, Anderlecht e Dínamo de Zagreb lutam pela outra vaga. Ao Anderlecht basta o empate, o Dínamo tem de ganhar e esperar pela derrota dos belgas.
GRUPO B – Valência, Lille e Génova em luta pelos dois lugares de apuramento. Ao Valência basta o empate em Itália. Lille e Génova têm de ganhar. É o grupo mais equilibrado e emotivo.
GRUPO C – Hamburgo e Hapoel, já apurados, discutirão em Israel o primeiro lugar. Ao Hamburgo basta o empate.
GRUPO D – Sporting apurado em primeiro, Hertha e Heerenveen procuram o segundo lugar. Ao Hertha basta empatar em casa, os holandeses terão de vencer, e esperar pela ajuda do Sporting.
GRUPO E – Roma apurada (embora sem a liderança garantida), Basileia e Fulham discutem entre si a outra vaga. Os suíços jogam em casa e basta-lhes o empate.
GRUPO F – Galatasaray apurado em primeiro, Panathinaikos e Dínamo discutem o segundo lugar em Atenas. Os romenos têm de ganhar por mais de um golo para seguirem em frente.
GRUPO G – Tudo resolvido: Salzburgo surpreendentemente em primeiro, Villarreal em segundo.
GRUPO H – Fenerbahce apurado em primeiro, Twente e Sheriff lutam pelo segundo lugar. Os holandeses dependem apenas de si, tendo no entanto de vencer. Os moldavos terão de ganhar, e esperar que o Twente não o faça. Jogam ambos fora de casa.
GRUPO I - Tudo resolvido: Benfica em primeiro, Everton em segundo.
GRUPO J – Shakhtar apurado em primeiro, Brugges e Toulouse discutem entre si o segundo lugar. Aos belgas basta o empate e jogam em casa.
GRUPO K – PSV apurado em primeiro, Copenhaga e Sparta discutem entre si o segundo lugar. Aos nórdicos basta o empate, mas jogam fora.
GRUPO L – Werder Bremen e Atlético de Bilbau, já apurados, discutirão no País Basco a liderança do grupo. O Atlético terá de ganhar por dois golos de diferença para ser primeiro.

Desenham-se assim já alguns possíveis adversários de Benfica e Sporting no sorteio do próximo dia 20. São eles: Anderlecht, Lille, Hapoel, Hertha (só possível para águias), Basileia, Panathinaikos, Villarreal, Twente, Everton (só possível para leões), Brugges, Sp.Praga e A.Bilbau. Se as coisas correrem mal, podem ainda pingar neste lote: Valência, Hamburgo, Roma ou Bremen.
A estes nomes, terão de se acrescentar os quatro piores terceiros classificados dos grupos da Champions League, de onde poderão surgir os colossos Liverpool (certo na Liga Europa, não se sabendo ainda se como cabeça-de-série), Bayern de Munique ou Juventus (um deles estará nesta prova), e até mesmo Barcelona ou Inter (menos prováveis). Atlético de Madrid, Rubin Kazan, Marselha ou Standard de Liege são contudo as hipóteses mais plausíveis, de entre o conjunto de equipas saídas da Champions, e potenciais adversárias dos clubes lisboetas.

A UM PEQUENO PASSO DO ABISMO

Estou firmemente convencido que ao minuto noventa do jogo desta noite, o Sporting estava com um pé fora das competições europeias. A derrota caseira obrigaria a pontuar em Berlim, perante um Hertha necessitado de ganhar, e este Sporting dificilmente estaria em condições de resistir a tão grande pressão emocional e competitiva.
O golo de Grimi foi pois uma dádiva dos céus, que irá permitir aos leões encarar a prova com outra ambição – os dezasseis-avos de final são apenas em Fevereiro, e até lá muita água vai correr debaixo das pontes -, e manter, para já, o ambiente desanuviado entre os seus seguidores. Chegou numa altura em que já ninguém esperava, e na sequência de uma exibição sofrível da equipa de Carvalhal, bem ao nível do que de pior já se viu naquele estádio na corrente temporada.
Quem, entre os sportinguistas, se queixa do golo no último minuto em Guimarães, teve aqui mais uma resposta: depois de Twente, Paços de Ferreira, Olhanense e Ventspills, esta foi, que me lembre, a quinta vez que o Sporting desta época se salvou de resultados negativos nos últimos instantes das partidas, o que, se atesta a crença da equipa, também mede as enormes dificuldades que encontrou em todos esses importantes momentos. Ao contrário do que dizem os seus adeptos, com um pouco menos de sorte (nos sorteios da Taça de Portugal e da Liga Europa, nos golos em desespero de causa, e até com arbitragens como a que hoje lhe poupou um penálti), o Sporting poderia ter caído no abismo total, e ver já a sua temporada completamente perdida. Qualquer V.Guimarães ou Everton se encarregaria de o comprovar. Assim, lá vai sobrevivendo, entre a angústia e a esperança num futuro melhor.

Liedson tem razão. Sozinho no ataque não rende nem metade, motivo pelo qual Paulo Bento montou um sistema à sua medida. Sendo ele, de longe, o melhor jogador do Sporting (e único com verdadeira dimensão internacional), justificava-se que tal sucedesse. Com o 4-2-3-1 imposto por Carvalhal, o Sporting fica mais compacto, consegue manietar equipas mais fortes (foi o que aconteceu com o Benfica), mas perde claramente poder ofensivo. Nos jogos em que tem mesmo de atacar (e de marcar), nota-se um impressionante défice no interior da área, onde o levezinho, fixo entre altos e fortes defesas-centrais, se vê obrigado a travar uma luta desigual, evidenciando a fragilidade física que um 4-4-2 apelativo a sua maior mobilidade sempre foi capaz de esconder. Trata-se, na verdade, da história do lençol curto, que tapando os pés (maior consistência a meio-campo), destapa a cabeça (poder de fogo do seu grande goleador). Enfim, um difícil puzzle para Carvalhal resolver, pelo menos até que cheguem (se chegarem) os prometidos reforços.
Um clube que, num jogo que valia uma qualificação europeia, apenas coloca 12 mil pessoas no estádio, não merecia passar. Mas a justiça do futebol é assim mesmo, e com o mais fácil grupo de que há memória na história das provas europeias (pelo menos no que toca aos emblemas nacionais), com golos providenciais nos últimos minutos, com arbitragens simpáticas, o Sporting lá vai, juntamente com o Benfica, para a fase seguinte da Liga Europa.

DESTINO TRAÇADO

Tal como se esperava, o Nacional ficou pelo caminho. Só Ruben Micael se mostrou à altura de uma prestação europeia mais afirmativa, e a agravar as coisas, também a ausência de Manuel Machado terá tido o seu peso.
A equipa madeirense nem jogou mal, após reduzir para 2-1 esteve à beira do empate, mas a força e a experiência dos germânicos acabou por compor um resultado.
Resta um jogo (em casa com o Áustria) para o Nacional fechar com brilhantismo uma participação que, afinal de contas, até foi melhor do que se esperava – só a qualificação para esta fase já merece elogio.
Disse há muito tempo que Felipe Lopes, depois de cometer uma grande penalidade ridícula e dar uma vitória ao FC Porto no campeonato passado, tinha à sua espera um grande contrato. Pois mesmo sem mostrar grandes atributos (muito pobre a exibição de hoje), lá vai ele, em Janeiro, a caminho do Cálcio, fazer companhia a Nené no Cagliari. É o que dá ter bons amigos.

MISSÃO CUMPRIDA

Regresso aos golos e às vitórias, qualificação garantida, primeiro lugar assegurado e poupança de algumas unidades nucleares. Pouco mais poderia o Benfica desejar desta longa viagem ao outro lado da Europa.
A primeira parte chegou a ameaçar uma noite de sombras, fruto do grande empertigamento da equipa da casa, e de algumas dificuldades do Benfica em segurar o meio-campo, e em construir jogo ofensivo. Nesse período, a melhor oportunidade pertenceu ao Bate Borisov (bola na barra na sequência de um livre), que, sobretudo pelo corredor direito do seu ataque (perante um César Peixoto lento e desadaptado ao lugar) ia conseguindo desassossegar a zona defensiva benfiquista, obrigando Miguel Vítor e David Luíz a um esforço com que talvez não contassem.
Mais à frente, só Fábio Coentrão parecia capaz de causar alguns desequilíbrios, a que contudo, nem Cardozo, nem Saviola, davam a devida sequência. Sem a criatividade de Aimar, o Benfica não encontrava espaços nem formas de criar perigo. Com Ramires e Javi Garcia em contenção de esforços, e Felipe Menezes ainda fora dos ritmos da partida - sobretudo nos momentos de recuperação da bola -, o meio-campo encarnado ficava à mercê de uma equipa bielorrusa organizada e muito forte fisicamente.
O golo marcado no primeiro minuto da segunda parte - em lance de grande recorte técnico - virou o jogo do avesso. Se por um lado tranquilizou o Benfica, por outro, significou um golpe demasiado duro para as expectativas do Bate Borisov, que, não esqueçamos, lutava ainda pelo apuramento.
A partir daí o Benfica foi uma equipa dominadora, segura de si, e, mesmo sem deslumbrar, foi impondo a sua clara superioridade técnica. O segundo golo (que Fábio Coentrão bem merecia) surgiu com naturalidade, e as coisas pareciam nesse momento ter ficado resolvidas.
Uma infelicidade de Miguel Vítor recolocou os anfitriões na discussão do jogo, e devolveu a incerteza ao marcador. O empate chegava para a qualificação, mas só a vitória permitia segurar, desde logo, o primeiro lugar, importante com vista ao sorteio da fase seguinte. Estava sobretudo em causa poder ou não prescindir do último jogo (com a AEK), a disputar três dias antes da recepção ao FC Porto para o campeonato.
Os últimos minutos trouxeram algum sofrimento – sobretudo nas bolas paradas, onde os bielorrusos impunham a sua estatura -, mas na verdade, já com Aimar em campo, e com espaços para contra-atacar, o golo até poderia ter aparecido na outra baliza. O resultado não se alterou, e tudo acabou em bem.
Quando o árbitro apitou para o final da partida ficou a sensação de dever cumprido, quer nesta deslocação, quer, de um modo geral, em toda a fase de grupos da Liga Europa, onde a má exibição de Atenas não chega para manchar um percurso notável.
Gostei de ver a forma como os jogadores festejaram os golos, sinal de que a Liga Europa é mesmo para levar a sério, como penso ser obrigação do clube. Para além de todas as questões relacionadas com o prestígio, com o ranking europeu e com a valorização de activos, esta equipa do Benfica, capaz de grandes momentos, assente num futebol tecnicista, ofensivo e espectacular, recheada de jogadores de classe e experiência internacional, parece talhada para uma grande caminhada europeia. É claro que o campeonato é prioritário, mas com um plantel tão vasto haverá com certeza espaço para integrar esta competição no lote de prioridades. Se na ponta final da temporada houver necessidade de escolher um só cavalo onde apostar, então se verá.
Por agora, e até meados de Fevereiro, siga o campeonato.

RESOLVER A QUESTÃO

Um ponto basta para o apuramento, mas nada como jogar para vencer, e garantir desde já o primeiro lugar no grupo.Quim, Ramires, Aimar, Di Maria e Saviola poderiam ficar resguardados para o jogo com a Académica, mantendo mesmo assim um onze competitivo, e à altura da ocasião.

ACTUALIDADES

VITÓRIAS – O feriado foi altamente compensador para os benfiquistas. Vários jogos, várias modalidades, tudo corrido a vitórias. Basquetebol (103-69 ao Barcelos para a Taça de Portugal), Voleibol (3-0 em Esmoriz também para a Taça), Futsal (5-0 ao Alpendorada), Hóquei (3-1 à Ac.Espinho), Futebol Júnior (7-0 ao E.Amadora) e, por fim, Andebol (27-26 ao FC Porto, eliminando os azuis e brancos da Taça de Portugal).
Este último jogo foi particularmente emocionante, com o FC Porto a vencer 12-17 já em plena segunda parte, e uma recuperação notável do Benfica nos últimos minutos, virando o resultado, e evitando o empate no último segundo com uma extraordinária defesa do guarda-redes Ricardo Candeias (ex…FC Porto).
Foi o regresso de José António Silva ao banco do Benfica, e espera-se sinceramente que, tanto Olímpio Bento, como Pinto da Costa, tenham assistido ao jogo pela Benfica TV.
JUVE LEO – Estive em Alvalade, mas só nos dias seguintes me apercebi do que se tinha passado com o autocarro do Benfica, bem como com alguns adeptos encarnados, barbaramente agredidos nas imediações do estádio.
Para quem andava a apregoar inocência nos acontecimentos de Alcochete, para quem constantemente se diz ser diferente, eis a prova de como os telhados de vidro são frágeis e permeáveis ao primeiro estilhaço. Mais até do que o próprio autocarro encarnado.
Para além disso, ficou provada – também por situações que eu próprio vivi, nesta e na temporada passada – a falta de organização que se sente naquele estádio sempre que lá se desloca o Benfica, e com ele, um número de adeptos a que o Alvalade XXI talvez não esteja habituado. Desde o trânsito, ao estacionamento, mas sobretudo às demoradíssimas entradas no estádio (apenas quatro portas), que para além de esgotarem a paciência aos mais ansiosos, misturam adeptos dos dois clubes, e não transmitem qualquer sensação de segurança. Que diferença para a Luz…
ACONTECIMENTOS DE BRAGA – Das últimas imagens disponibilizadas infere-se que Cardozo nada fez no túnel de acesso ao balneário de Braga. Mais do que ressarcir o Benfica - eliminado da Taça de Portugal, em parte devido à ausência do paraguaio -, importa apurar as responsabilidades do árbitro Jorge Sousa. Porque expulsou ele Cardozo? O que viu ? Quais os seus verdadeiros interesses ?
Paralelamente, o Sp.Braga continua a percorrer um caminho lamentável, baseado em guerrilhas, provocações, contra-informação e mentiras, que tem patente registada uns quilómetros mais a sul. Como já aqui disse uma vez, se o clube bracarense pensa que poderá alguma vez vir a ser um novo FC Porto (como o seu presidente parece sonhar) está profundamente enganado. Desses só houve um, e felizmente está a definhar. Nasceu com Pinto da Costa e morrerá com ele. O desporto português não assimilará outro monstro idêntico.
MANUEL MACHADO – Apesar de ser uma personagem pouco simpática a muitos benfiquistas, devo dizer que nunca lhe observei qualquer comportamento menos digno para com o clube da Luz. Não gosta de Jesus? Problema deles. O Benfica é um clube civilizado, não é o Porto nem é Palermo, e um inimigo do meu treinador não tem de ser forçosa e sectariamente meu inimigo também, assim como o contrário também é verdadeiro, ou não fosse o público (e, já agora, evitável) abraço, ocorrido há poucos dias entre o mesmo Jorge Jesus e a figura mais deplorável do desporto português.
Isto para dizer que tenho por Manuel Machado o respeito e admiração que tenho por vários outros treinadores portugueses (infelizmente, não todos), e que lamento profundamente aquilo que se está a passar com ele.
Desejo ardentemente que recupere com rapidez, até para que possamos voltar a deliciar-nos com os seus discursos pomposos e sofisticados. E espero, já agora, que o Nacional lhe possa dedicar uma vitória amanhã na Alemanha.
BOLA DE OURO – Sem surpresa Messi foi o mais votado, preparando-se também para ganhar o prémio da FIFA. Mais surpreendente talvez tenha sido o segundo lugar de Cristiano Ronaldo, após uma temporada em que quase nunca mostrou as suas qualidades.