MISSÃO CUMPRIDA
Regresso aos golos e às vitórias, qualificação garantida, primeiro lugar assegurado e poupança de algumas unidades nucleares. Pouco mais poderia o Benfica desejar desta longa viagem ao outro lado da Europa.
A primeira parte chegou a ameaçar uma noite de sombras, fruto do grande empertigamento da equipa da casa, e de algumas dificuldades do Benfica em segurar o meio-campo, e em construir jogo ofensivo. Nesse período, a melhor oportunidade pertenceu ao Bate Borisov (bola na barra na sequência de um livre), que, sobretudo pelo corredor direito do seu ataque (perante um César Peixoto lento e desadaptado ao lugar) ia conseguindo desassossegar a zona defensiva benfiquista, obrigando Miguel Vítor e David Luíz a um esforço com que talvez não contassem.
Mais à frente, só Fábio Coentrão parecia capaz de causar alguns desequilíbrios, a que contudo, nem Cardozo, nem Saviola, davam a devida sequência. Sem a criatividade de Aimar, o Benfica não encontrava espaços nem formas de criar perigo. Com Ramires e Javi Garcia em contenção de esforços, e Felipe Menezes ainda fora dos ritmos da partida - sobretudo nos momentos de recuperação da bola -, o meio-campo encarnado ficava à mercê de uma equipa bielorrusa organizada e muito forte fisicamente.
O golo marcado no primeiro minuto da segunda parte - em lance de grande recorte técnico - virou o jogo do avesso. Se por um lado tranquilizou o Benfica, por outro, significou um golpe demasiado duro para as expectativas do Bate Borisov, que, não esqueçamos, lutava ainda pelo apuramento.
A partir daí o Benfica foi uma equipa dominadora, segura de si, e, mesmo sem deslumbrar, foi impondo a sua clara superioridade técnica. O segundo golo (que Fábio Coentrão bem merecia) surgiu com naturalidade, e as coisas pareciam nesse momento ter ficado resolvidas.
Uma infelicidade de Miguel Vítor recolocou os anfitriões na discussão do jogo, e devolveu a incerteza ao marcador. O empate chegava para a qualificação, mas só a vitória permitia segurar, desde logo, o primeiro lugar, importante com vista ao sorteio da fase seguinte. Estava sobretudo em causa poder ou não prescindir do último jogo (com a AEK), a disputar três dias antes da recepção ao FC Porto para o campeonato.
Os últimos minutos trouxeram algum sofrimento – sobretudo nas bolas paradas, onde os bielorrusos impunham a sua estatura -, mas na verdade, já com Aimar em campo, e com espaços para contra-atacar, o golo até poderia ter aparecido na outra baliza. O resultado não se alterou, e tudo acabou em bem.
Quando o árbitro apitou para o final da partida ficou a sensação de dever cumprido, quer nesta deslocação, quer, de um modo geral, em toda a fase de grupos da Liga Europa, onde a má exibição de Atenas não chega para manchar um percurso notável.
Gostei de ver a forma como os jogadores festejaram os golos, sinal de que a Liga Europa é mesmo para levar a sério, como penso ser obrigação do clube. Para além de todas as questões relacionadas com o prestígio, com o ranking europeu e com a valorização de activos, esta equipa do Benfica, capaz de grandes momentos, assente num futebol tecnicista, ofensivo e espectacular, recheada de jogadores de classe e experiência internacional, parece talhada para uma grande caminhada europeia. É claro que o campeonato é prioritário, mas com um plantel tão vasto haverá com certeza espaço para integrar esta competição no lote de prioridades. Se na ponta final da temporada houver necessidade de escolher um só cavalo onde apostar, então se verá.
Por agora, e até meados de Fevereiro, siga o campeonato.
A primeira parte chegou a ameaçar uma noite de sombras, fruto do grande empertigamento da equipa da casa, e de algumas dificuldades do Benfica em segurar o meio-campo, e em construir jogo ofensivo. Nesse período, a melhor oportunidade pertenceu ao Bate Borisov (bola na barra na sequência de um livre), que, sobretudo pelo corredor direito do seu ataque (perante um César Peixoto lento e desadaptado ao lugar) ia conseguindo desassossegar a zona defensiva benfiquista, obrigando Miguel Vítor e David Luíz a um esforço com que talvez não contassem.
Mais à frente, só Fábio Coentrão parecia capaz de causar alguns desequilíbrios, a que contudo, nem Cardozo, nem Saviola, davam a devida sequência. Sem a criatividade de Aimar, o Benfica não encontrava espaços nem formas de criar perigo. Com Ramires e Javi Garcia em contenção de esforços, e Felipe Menezes ainda fora dos ritmos da partida - sobretudo nos momentos de recuperação da bola -, o meio-campo encarnado ficava à mercê de uma equipa bielorrusa organizada e muito forte fisicamente.
O golo marcado no primeiro minuto da segunda parte - em lance de grande recorte técnico - virou o jogo do avesso. Se por um lado tranquilizou o Benfica, por outro, significou um golpe demasiado duro para as expectativas do Bate Borisov, que, não esqueçamos, lutava ainda pelo apuramento.
A partir daí o Benfica foi uma equipa dominadora, segura de si, e, mesmo sem deslumbrar, foi impondo a sua clara superioridade técnica. O segundo golo (que Fábio Coentrão bem merecia) surgiu com naturalidade, e as coisas pareciam nesse momento ter ficado resolvidas.
Uma infelicidade de Miguel Vítor recolocou os anfitriões na discussão do jogo, e devolveu a incerteza ao marcador. O empate chegava para a qualificação, mas só a vitória permitia segurar, desde logo, o primeiro lugar, importante com vista ao sorteio da fase seguinte. Estava sobretudo em causa poder ou não prescindir do último jogo (com a AEK), a disputar três dias antes da recepção ao FC Porto para o campeonato.
Os últimos minutos trouxeram algum sofrimento – sobretudo nas bolas paradas, onde os bielorrusos impunham a sua estatura -, mas na verdade, já com Aimar em campo, e com espaços para contra-atacar, o golo até poderia ter aparecido na outra baliza. O resultado não se alterou, e tudo acabou em bem.
Quando o árbitro apitou para o final da partida ficou a sensação de dever cumprido, quer nesta deslocação, quer, de um modo geral, em toda a fase de grupos da Liga Europa, onde a má exibição de Atenas não chega para manchar um percurso notável.
Gostei de ver a forma como os jogadores festejaram os golos, sinal de que a Liga Europa é mesmo para levar a sério, como penso ser obrigação do clube. Para além de todas as questões relacionadas com o prestígio, com o ranking europeu e com a valorização de activos, esta equipa do Benfica, capaz de grandes momentos, assente num futebol tecnicista, ofensivo e espectacular, recheada de jogadores de classe e experiência internacional, parece talhada para uma grande caminhada europeia. É claro que o campeonato é prioritário, mas com um plantel tão vasto haverá com certeza espaço para integrar esta competição no lote de prioridades. Se na ponta final da temporada houver necessidade de escolher um só cavalo onde apostar, então se verá.
Por agora, e até meados de Fevereiro, siga o campeonato.
11 comentários:
Já há algum tempo que queria tocar neste assunto: O César Peixoto é uma nulidade neste Benfica. É de longe o pior elemento do plantel. Não consegue acompanhar o adversário, faz quase todos os passes errados, enfim, é um suplício ver este homem jogar. O Sporting-Benfica é um jogo excelente para verificar isto que estou a dizer e espanta-me ningúem falar sobre isto. O Benfica com Peixoto entra em campo com 10 jogadores sendo constante a deslocação do David Luiz para a esquerda para fazer o trabalho desse senhor. O que mais me assusta é o Jesus apostar nele!!! Como é que é possível. Gostava de ver um comentário ou porque não um post dedicado a isto porque por muito que me custe, acho que este jogador vai-nos custar pontos e uma possível conquista do campeonato.
De facto a nossa maior lacuna defensiva é sem dúvida o lado esquerdo e julgo que em Janeiro é mto importante suprir essa lacuna.
quanto ao jogo:foi uma exibição de contrastes, com uma 1ª parte como há muito não se via do benfica, com muito má qualidade, mas com uma 2ª parte muito bem conseguida, a chutar para canto, uma pseudo crise que muitos nos querem atribuir e a que eu respondo, quem me dera ter assim crises todas as temporadas, se calhar tinha estado muito mais vezes na Luz a festejar títulos
Creio que o problema é a falta de um lateral esquerdo de raiz e de qualidade.
César Peixoto é uma adaptação. Trata-se de um médio esquerdo razoável, mas é um lateral medíocre. Está a cumprir uma missão para a qual não está talhado.
Mas concordo que, se o Benfica não contrata um lateral esquerdo, pode perder o campeonato por causa disso. Todos os desequilibrios da equipa passam por aí, e todos os adversários os procuram explorar. Até o Borisov.
Com o grande lateral esquerdo não tinhamos perdido em Braga, e provavelmente teriamos ganho em Alvalade.
Um lateral forte, alto, agressivo, que feche o corredor e o espaço interior da sua defesa, mesmo que não saiba cruzar, nem "subir" (aspecto para mim marginal, até porque desse lado há Di Maria e Coentrão).
Não vejo ninguém em Portugal, pelo que terá de vir do mercado externo. Preferencialmente europeu, pois em termos tácticos os defesas sul-americanos são um risco, como se comprovou com Shaffer e Patric.
Há um que é neste momento inacessível (no Verão talvez não tivesse sido), mas que representa o modelo ideal do que o Benfica precisa: Gabriel Heinze.
Concordo em absoluto com a necessidade de um defesa esquerdo de raiz. Só quem não concorda são alguns comentadores benfiquistas que consideram que o CP fez um jogo muito bom em Minsk. Ou seja há casos em que o ensaio sobre a cegueira se aplica que nem ginjas.
Mas não concordo com o facto de perdermos o campeonato por causa do defeasa esquerdo porque nós não temos marcado, não é ter sofrido como aconteceu o ano passado. Há qualquer coisa que se está a passar na equipa que não entendo para além de facto dos Jorge de Sousas.
"Há um que é neste momento inacessível (no Verão talvez não tivesse sido), mas que representa o modelo ideal do que o Benfica precisa: Gabriel Heinze."
E pensar que custou apenas um milhão ao Marselha...
O césar peixoto com outro treinador que não o "padrinho" dele era 4ª opção para lateral atrás de schaffer (o melhor na minha opinião, mas que teve a "cama" bem feita na comunicação social sobre o "não saber defender"), coentrão e... Jorge Ribeiro... e para médio a mesma coisa... foram 700.000 para o lixo... E este baixar de forma era previsivel, e vai continuar, acho que ainda antes do Natal vamos ter saudades do Quique...
PS: Alguém que diga ao JJ que o Ramires é preto, mas que não é escravo de ninguém, fodasse desde Janeiro que não parou, até custa vê-lo... ele quer, dá tudo mas a pernas já não mais... Descanço para ele...
Também não entendo a exploração de Ramires, quando temos Ruben Amorim no banco.
Neste jogo podia muito bem ter sido titular, dando descanso ao brasileiro.
LF
Eu acho que o César Peixoto é mesmo o jogador mais fraco do plantel, seja a lateral ou médio esquerdo, nunca percebi muito bem esta aquisição
O Benfica tem o Shaffer que necessita de jogos para ganhar confiança e aprender o estilo do futebol europeu e ganhar ritmo competitivo, não me parece que seja assim tão fraco, eu gosto do tipo do seu futebol
Dizem que o Shaffer defende muito mal, de certeza que defende melhor que o Fábio Coentrão ou que o César Peixoto, mas é uma aposta do treinador, embora eu acho que está errada e que sera lesiva para a equipa
Em relação ao Ramires, acho que não tem nada haver com ser "preto" isso é conversa de racistas, o Ramires é simplesmente um dos melhores jogadores do Benfica, é aquele que com Javi Garcia segura todo o meio campo e são jogadores muito importantes no esquema táctico do JJ, só vão sair em ultimo caso (lesão e cartões), se Ruben Amorim podia fazer o lugar? podia mas não era a mesma coisa ;)
Eu até posso estar a ver a coisa mal, mas parece-me que o Ramires não corre nenos que os outros, que começaram a época em Julho, antes pelo contrario é sempre o que corre mais
O problema é que nós não estavamos habituados a jogadores deste calibre, humildes, lutadores e com muita classe
Essa conversa do Quique nem comento...
Sobre a questão do César Peixoto, ele pode estar adaptado mas mesmo assim não é claramente jogador para o Benfica. O shaffer não é também o ideal mas é muito mais certeiro nos passes e até centra em condições. A ser eu a escolher, não teria dúvidas.
Pois é. Ramires é, de longe, o jogador mais importante do Benfica. Quando está bem, a equipa anda. Quando está mal, a equipa vai abaixo.
Podia muito bem ter descansado, mas talvez Jesus tenha tido medo de jogar sem ele (num jogo que poderia garantir um combate descansado contra o AEK antes da vista ao Porto).
Amorim, por outro lado, bem merecia mais oportunidades.
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