SOFRER COMO SEMPRE, LUTAR COMO NUNCA

Partindo para um jogo frente a uma das melhores equipas do campeonato desde logo amputado de Suazo e Yebda (Sidnei ficou de fora por opção), vendo-se durante a partida sem Ruben Amorim, depois sem Carlos Martins e reduzido a dez, bem se pode dizer que o Benfica tudo teve contra si, e precisou de uma enorme afirmação de vontade e de raça para arrecadar os três pontos que discutiu com o Leixões ao longo de hora e meia de grande intensidade competitiva.
Desde o pontapé inicial se percebeu que os encarnados encararam esta partida de forma extremamente séria, e entenderam que um mau resultado deitaria irremediavelmente por terra as suas ambições quanto à conquista do título. Deveria ser sempre assim, mas a verdade é que a equipa de Quique Flores tem muitas vezes deixado a sensação de poder fazer mais pela sua vida e pelos seus resultados. Hoje isso não aconteceu e, particularmente nos últimos minutos, viu-se um conjunto de dez jogadores, não necessariamente a jogar bem, mas firmemente empenhados em deixar a vida em campo pela vitória. Quando assim é, normalmente ganha-se. Mesmo jogando mal.
É verdade que o auto-golo, ainda na primeira parte, ajudou bastante. Mas até aí já o Benfica justificava a vantagem, e logo a seguir podia mesmo tê-la ampliado. O resultado ao intervalo era inteiramente justo.
Depois de uma boa reentrada do onze de José Mota, o golo de Nuno Gomes, a meio do segundo período, parecia ter decidido tudo. O Benfica estava como queria, podia baixar o bloco e esperar pelos espaços nas costas da defesa leixonense para inclusivamente aumentar a vantagem e assim conseguir uma vitória tranquila. Mas chegou o minuto 75.
Em poucos segundos o Benfica perde Carlos Martins (recorde-se que já não tinha Yebda nem Ruben Amorim), e vê o Leixões reduzir a distância, após um ressalto infeliz dentro da área. Com tanto tempo ainda para jogar, o Estádio da Luz entrou em pânico, até por exemplos difíceis de esquecer em situações bem mais favoráveis.
Com apenas dez jogadores, com um desequilíbrio táctico assustador, os jogadores do Benfica apelaram ao querer, à vontade de vencer e à alma benfiquista, que há algum tempo parecia esquecida. Aimar fez de trinco, Nuno Gomes de ala-esquerda, o improvável Balboa tinha que assegurar o flanco direito, Cardozo assumiu todo o ataque, e fosse o que Deus quisesse. A verdade é que o tempo foi passando, quase sempre com o credo na boca, mas sem sobressaltos de maior junto da baliza de Moreira. O apito final soou - como quase sempre na Luz esta temporada - como um enorme suspiro de alívio.
Em todos os jogos do campeonato que o Benfica disputou em casa, só ao Sporting venceu por mais de um golo. Mas nas condições em que foi obtida, perante um opositor que ganhara no Dragão, em Alvalade e em Braga, bem se pode dizer que esta foi uma das mais saborosas vitórias do Benfica nos últimos meses.Lucílio Baptista cometeu alguns erros, mas não teve influência no resultado.
PS: O clássico do Dragão pode confirmar o FC Porto como o principal favorito ao título (se ganhar), pode deixar tudo um pouco mais equilibrado do que está (em caso de empate), ou então proporcionar dez jornadas finais de acesa e imprevisível luta a três (caso o Sporting triunfe).
O meu desejo é óbvio: Força Sporting !

SERÁ QUE ABRIRAM OS OLHOS?

MUDAR ALGUMA COISA

Parece cada vez mais evidente que o sistema de jogo utilizado por Quique Flores (4-4-2 à espanhola) não é o mais indicado para a Liga Portuguesa.
O tema merecerá aqui, dentro em breve, uma análise mais detalhada - já com vista à próxima temporada, que deve começar desde agora a ser preparada. Para o imediato, e de modo a tentar salvar as hipótese dos encarnados no campeonato, julgo que se deveria partir rapidamente para a utilização de um losango a meio-campo, permitindo assim a inclusão de dois pontas-de-lança.
Sidnei não está convocado. Não sei porquê, e como tal não deixo de incluir o seu nome na "minha" equipa. O motivo é o mesmo da inclusão de David Luíz ou Reyes - dar confiança a jogadores em crise, de modo a ganhá-los para o futuro próximo.

PRÓXIMA PARAGEM: PARÍS

Com o apuramento praticamente assegurado desde a primeira mão, o Sp.Braga limitou-se em Liége a controlar os acontecimentos, gerindo com tranquilidade o adversário e o andamento do jogo.
Só nos minutos finais, após o golo belga, a equipa bracarense tremeu um pouco. Mas a quase imediata respota de Luís Aguiar gelou a reacção da equipa da casa, carimbando definitivamente o passaporte para os oitavos-de-final.
Segue-se o Paris Saint-Germain, que está na discussão do título francês, e é um adversário bem mais complicado que este Standard. Mas a equipa de Jorge Jesus já demonstrou capacidade para chegar longe, e não vai querer desperdiçar a hipótese de fazer história.
Da jornada da Taça Uefa ressaltam as surpreendentes eliminações de Milan e Valência (ambas em casa), bem como as de Aston Villa, Tottenham, Corunha e Sampdória (pelo Metalist), estas já anunciadas desde há uma semana atrás.

LAMENTÁVEL

O total esgotamento físico e anímico que o Sporting revelou na segunda parte do jogo de hoje, denuncia com clareza uma estratégia de competição que privilegiou o confronto com o Benfica, em detrimento do jogo da Champions.
Deve ter sido a única equipa em toda a Europa a fazê-lo, e de resto já não é a primeira vez que o faz - recorde-se que perdeu uma final da Taça Uefa dias depois de jogar na Luz, quando se aguardava e exigia uma opção clara pelo título europeu.
Enfim, opções.
Obviamente não havia fôlego para duas exibições de tão grande generosidade física como a que se viu no sábado, e o Sporting apostou todas as fichas na rivalidade doentia que mantém com o vizinho da Luz. Não terá sido apenas por isso que perdeu com o Bayern, mas foi por isso que foi goleado e humilhado em casa, num jogo que envergonha o país e vai ficar marcado a negro na história europeia do clube.
Enfim, opções.
Num jogo com o Benfica, igual a todos os que anualmente ocorrem, houve casa cheia em Alvalade. Nos oitavos-de-final da Champions, onde o clube estava pela primeira vez, ficaram 15 mil lugares por preencher. Não se pode dizer que os adeptos não acompanharam as prioridades da equipa.
Enfim, opções.
Estranhas opções.
Por mim, e pelo futebol português, lamento. Resta o Braga.

A HORA DO LEÃO

Tal como todas as equipas portuguesas do arco da respeitabilidade, o Sporting merece o meu sincero e total apoio na disputa das provas europeias.
A tarefa não é fácil, mas em futebol não há impossíveis. O Bayern de Munique está longe da sua melhor forma, e os leões vêm de um triunfo altamente motivante (o mais motivante de todos eles) diante do eterno rival , conseguido através de uma excelente exibição. Qualquer vitória será um grande resultado, mas estou em crer que mesmo o empate a zero deixará algumas hipóteses em aberto para a equipa de Paulo Bento.
Sob a arbitragem do francês Bertrand Layec, as equipas deverão alinhar:
SPORTING – Tiago, Abel, Tonel, Polga, Caneira, Rochemback, Moutinho, Izmailov, Romagnoli, Liedson e Derlei
BAYERN – Rensing, Oddo, Demichelis, Lúcio, Lahm, Zé Roberto, Van Bommel, Schweinsteiger, Ribery, Klose e Toni
A transmissão é na Sport Tv 1, como habitualmente a partir das 19.45h. A seguir, pelas 22.00h, temos no mesmo canal, em diferido, um palpitante Real Madrid-Liverpool.

MUITO MAIS QUE ZERO

Quando a expectativa é grande, um jogo sem golos sabe sempre a pouco. Ainda assim, Inter de Milão e Manchester United proporcionaram momentos de grande futebol, sobretudo protagonizados pelos homens de Alex Ferguson durante uma primeira parte em que o Inter praticamente não existiu.
Ronaldo, Berbatov, Giggs e companhia, puxando dos galões de campeões da Europa, entraram com tudo, e construíram futebol suficiente para resolver a eliminatória logo nos primeiros 45 minutos. As oportunidades foram várias, e algumas delas claras. O 0-0 ao intervalo era extremamente lisonjeiro para os milaneses.
No segundo tempo José Mourinho acertou a estratégia da sua equipa, e o Inter pôde enfim mostrar argumentos para discutir o jogo. Nunca chegou a ser tão exuberante quanto a equipa britânica o havia sido no seu melhor período, mas também teve possibilidades de chegar ao golo. No plano das individualidades, também a primeira parte de Cristiano Ronaldo - na qual tudo fez para marcar - foi bem mais espectacular que a segunda de Ibrahimovic.
Ao contrário do que possa parecer, este resultado favorece mais os italianos - a quem bastará um empate em Old Trafford, ao passo que o Manchester terá de procurar a vitória. Em equipas com este grau de qualidade e equilíbrio, o factor casa tem normalmente muito pouco relevo, e a verdade é que na segunda mão um golo do Inter valerá mais que um golo do Man.United.

A NÃO PERDER !

Estádio de San Siro, 19.45h (Sport Tv1)
INTER DE MILÃO-MANCHESTER UNITED
José Mourinho (e Figo) contra Cristiano Ronaldo (e Nani), o campeão e líder da Liga Italiana contra o campeão e líder da Liga Inglesa, uma verdadeira final antecipada.
Um regalo para os amantes do futebol...

PRÍNCIPES E PLEBEUS

David Suazo não marca golos desde o dia 7 de Dezembro de 2008, precisamente aquando da última vitória dos encarnados fora de casa em jogos do campeonato, conseguida no Funchal diante do Marítimo.
Se compararmos o seu rendimento com o de Nuno Gomes ou o de Óscar Cardozo, verificamos que estes, com muito menor tempo de utilização, marcaram mais que o hondurenho, tanto na Liga, como no total das várias competições. E até Pedro Mantorras, em poucos minutos, acabou por fazer o gosto ao pé, dando uma preciosa vitória à equipa. Suazo tem, aliás, apenas mais um golo na sua conta pessoal (cinco) que cada um dos centrais do Benfica, Luisão e Sidnei (quatro cada).
Mas se estes dados em nada favorecem o ponta-de-lança benfiquista, muito mais dramático se torna o paralelismo que é legítimo estabelecer com os principais avançados de Sporting e F.C.Porto. Enquanto David Suazo vai desperdiçando lances de ataque, Hulk e Liedson vão marcando golos e decidindo jogos. O levezinho estreou-se na Liga apenas à sétima jornada (começou a temporada lesionado), e é já o segundo melhor marcador da prova, com o dobro dos golos do hondurenho. Hulk, começou quase anonimamente a época, mas hoje é uma das figuras da Liga, revelando progressos notáveis.
David Suazo é o jogador mais bem pago do futebol português. Ganha, sozinho, mais do que Liedson e Hulk juntos, mas não marca golos. Marcava-os em Itália, marcou-os quando chegou a Portugal, mas deixou de os marcar. Porquê?
Mais intrigante que os próprios números, é o facto de Suazo ter começado bem a sua época, mostrando qualidades nos primeiros jogos que fez de águia ao peito, prometendo muito, para depois cair num estranho marasmo de onde não mais saiu.
Suazo é seguramente um grande jogador. Já mostrou que o é, e só o facto de ter vindo do Inter de Milão seria suficiente para o confirmar. Ao que se sabe, é também um excelente profissional, cuja entrega ao trabalho e disciplina não merecem reparos. Nada justificaria que, num campeonato como o português, não desatasse a marcar golos, como faz Liedson, como faz Hulk, ou como faz Nenê do Nacional. Para ser franco, a sensação que me dá é que se Suazo estivesse no F.C.Porto e Hulk no Benfica, seria o hondurenho a jogar e a marcar, enquanto o brasileiro andaria perdido pelos relvados, ou mesmo pelo banco de suplentes, sem golos, sem rendimento, sem nada.
O pior é que este estranho fenómeno repete-se amiúde com outros jogadores de qualidade, que ao vestirem a camisola do Benfica acabam por entrar em crises de rendimento das quais muitas vezes não voltam a sair (veremos Reyes…), quaisquer que sejam os treinadores que os orientem. Pelo contrário, no F..C.Porto, quase todos os jogadores crescem e se valorizam, por vezes até limites inimagináveis. Creio residir aqui uma das várias razões do sucesso portista (nem todas boas, nem todas más), e da incapacidade competitiva do Benfica, que ano após ano se vai quase fatalmente repetindo, o que não pode deixar de constituir motivo de reflexão.
Haverá algum problema na gestão da condição física dos jogadores do Benfica? Haverá problemas do foro médico? Será que a instituição Benfica trata bem os seus jogadores? Estarão eles satisfeitos no clube? Haverá mecanismos de estímulo adequados? Haverá disciplina de trabalho suficiente? O que se passa no balneário? Será de persistir na contratação de jogadores caros? Serão eles bem aceites? Haverá critério na constituição do grupo? Será possível existir alguma espécie de sabotagem?
Problema apenas de treinador não parece ser. Se por um lado o técnico benfiquista também ganha mais dinheiro que Jesualdo e Paulo Bento juntos, por outro, esta não é uma situação nova no clube. Enquanto estas perguntas não tiverem resposta irá ser difícil o Benfica contrariar um destino que, ano após ano, se vai tornando invariavelmente cruel. Por muito generosos que sejam os montantes investidos na equipa.

INVESTIGUE-SE !

"Paulo Sérgio, o homem que neste momento enverga o boné de treinador do Paços de Ferreira, é mais um de uma longa e interessante linhagem. Na semana passada, na Luz, logo na intervenção que fez depois do jogo disse que o primeiro golo do Benfica tinha sido irregular. Na verdade, não tinha: Cardozo estava em jogo e depois aproveitou a oferta do guarda-redes do Paços. Irregularidade seria não marcar: recusar um presente daqueles até é falta de educação.
Anteontem, na Mata Real, o Hulk puxou um adversário que, ainda assim, conseguiu cortar a bola para canto antes de tocar no jogador portista. O árbitro marcou penalty a favor do Porto. A dez minutos do fim, o auxiliar invalidou mal um golo ao Paços de Ferreira por considerar, ao arrepio das regras, que bola na mão é o mesmo que mão na bola. Sentei-me melhor no sofá para ouvir as declarações de Paulo Sérgio. Se, na semana anterior, tinha protestado por causa de um golo limpo, queria ver o escândalo que faria agora a propósito de um penalty inventado e um golo mal anulado. E o que Paulo Sérgio disse foi: "o resultado é justo, parabéns aos meus jogadores". Aí, valente. Dá-lhes, que eles merecem.
O Apito Dourado foi uma iniciativa interessante. Inútil, mas interessante. Desde que Carlos Calheiros foi ao Brasil e a factura da viagem, em nome de José Amorim, foi paga pelo Porto, toda a gente ficou a saber que há uma relação esquisita entre o Porto e os árbitros que nunca será questionada. Ainda assim, eu gostava de ver investigadas as relações entre o Porto e certos treinadores. Em homenagem a Paulo Sérgio, a investigação podia chamar-se Boné Dourado. Só para que eles percebam que, pelo simples facto de usarem boné, não têm o direito de nos tentarem enfiar o barrete."
RICARDO ARAÚJO PEREIRA em "A Bola" 22/02/2009
Até que enfim vejo uma voz do Benfica - e Ricardo é hoje uma voz do Benfica - a defender abertamente aquilo que aqui, naturalmente com muito menor relevância mediática, tenho escrito desde há já bastante tempo. Ao que o humorista escreve, apenas acrescentaria que o problema não estará apenas nos treinadores (Jorge Jesus, Domingos Paciência, Paulo Sérgio e muitos outros), mas também, e talvez principalmente, em certos jogadores, quer sejam emprestados, pré-contratados, simplesmente aliciados ou mesmo ameaçados.
Há muito por investigar no futebol português para além da arbitragem (por exemplo as transfusões de sangue, a Epo de última geração e muitas coisas que julgo ainda fugirem à vigilância das autoridades anti-dopagem). Como na Bélgica, em França ou em Itália, a corrupção no futebol passa também, em larga medida, pelo aliciamento de adversários, fórmula tanto mais eficaz quanto mais difícil de provar.
Sabe-se do que Pinto da Costa é capaz. E continuam a ver-se coisas estranhas em muitos jogos do F.C.Porto, contra quem quase todos os adversários parecem estar invariavelmente em dia não, cometendo erros primários quase sempre fatais. Mas para além de eventuais aspectos criminais, para além de uma investigação que antevejo difícil de vir a ser levada a cabo, seria importante que o Benfica e os seus dirigentes estivessem atentos a estes fenómenos, e sobretudo se interrogassem porque é que quase todos os profissionais (treinadores e jogadores), de quase todas as equipas, hostilizam (e/ou desprezam) sistematicamente o clube da Luz, e parecem encantar-se em tudo o que lhes soa vindo do Dragão. Terá isto a ver com promessas de empresários ? Terá a ver com compra de favores ? Terão de existir, à semelhança da Maçonaria, provas prévias de lealdade (anti-benfiquismo) para se poder fazer carreira profissional no futebol ? Será corrupção pura e dura ?
Até porque se o Benfica é, reconhecidamente, o clube com maior número de adeptos, algo de estranho se passa quando a esmagadora maioria dos profissionais da área parece constituir uma população à parte.
Por mim, e muito honestamente, gostava de ter a certeza que todos os jogadores e treinadores de todas as equipas fazem sempre tudo o que podem para ganhar todos os jogos. Infelizmente não a tenho.

CLASSIFICAÇÃO REAL

Apesar desta jornada ter tido os seus casos, a polémica tem sido diminuta.
O Benfica começa a ver-se afastado do título, e quando assim é, guardam-se as espingardas e tudo parece correr na paz dos anjos. É este o futebol que temos.

PAÇOS DE FERREIRA-F.C.PORTO:
Não vi o jogo, pelo que apenas poderei analisar as situações passadas nos resumos.
O penálti pareceu-me bem assinalado. Apesar do defesa pacense tocar na bola, o derrube a Hulk é evidente, e impede-o, com ou sem intenção, de prosseguir o lance.
Já quanto ao golo anulado ao Paços o árbitro esteve mal. O toque no braço (?) de Carlos Carneiro é absolutamente acidental, pelo que Jorge Sousa não deveria ter assinalado qualquer infracção. Com alguns minutos ainda por jogar, sabe-se lá o que poderia mais ter acontecido nesta partida.
Resultado Real: 1-2

SPORTING-BENFICA:
Levando em conta que o penálti assinalado sobre Suazo é indiscutível, sobram do derby três casos para analisar.
Dois deles são grandes penalidades que ficaram por assinalar, numa e noutra área, ainda na primeira parte. Primeiro um agarrão a Aimar, depois um cotovelo de Maxi Pereira a desviar um remate de Izmailov.
O último dos casos foi o lance entre Luisão, Liedson e Derlei. Um cartão vermelho a Luisão e outro a Derlei não ficariam nada mal, pois se um atinge com a mão a cara do levezinho, o outro desforra-se com uma entrada duríssima por detrás.
Enfim, ao menos nos erros de arbitragem as equipas equivaleram-se.
Resultado Real: 4-3

CLASSIFICAÇÃO REAL
BENFICA 40 (prejudicado em 3 pontos)
FC Porto 38 (beneficiado em 3 pontos)
Sp.Braga 37 (prejudicado em 5 pontos)
Sporting 32 (beneficiado em 5 pontos)

OURO AO BANDIDO

Perder em Alvalade por um resultado tangencial não deslustra ninguém, mas olhando àquilo que se passou em campo, há que dizer que o 3-2 de ontem é enganador e peca por defeito.
Não se sabe o que se terá passado no balneário do Benfica ao intervalo. Mas se durante a primeira parte o jogo tinha sido repartido, com predominância encarnada no período compreendido entre os dois golos, e o resultado se ajustava perfeitamente ao futebol praticado – podendo até o onze de Quique ter ido para o descanso em vantagem -, a meia hora inicial do segundo tempo mostrou o pior Benfica da temporada. Erros individuais incompreensíveis, posicionamento deficiente, mas também uma inércia e uma falta de esclarecimento que não podem fazer parte do menu apresentado por um candidato ao título.
À exibição preocupantemente confrangedora de David Luíz (que saudades de Léo…) – a espaços acompanhado por Sidnei -, o conjunto encarnado juntou uma inaceitável incapacidade táctica para lidar com uma equipa como o Sporting, permitindo-lhe dominar todos os espaços do campo a seu bel-prazer, deixando-o criar oportunidades de golo em série, sem ser capaz de, por uma só vez, construir um lance de ataque com princípio, meio e fim. É verdade que o golo consentido (oferecido) logo na reabertura do jogo em nada ajudou. Mas para além desse mesmo golo ter sido revelador das insuficiências defensivas que o Benfica demonstrou ao longo do jogo, o mesmo não pode justificar a inacção que se lhe seguiu, por muito mérito que se possa (e deva) dar à equipa de Paulo Bento.
Não há como falar deste derby sem falar também de Liedson. O levezinho marcou já dez golos ao Benfica, sendo os encarnados justamente as suas maiores vítimas em todo o futebol nacional.
Não creio que esta incrível eficácia de Liedson frente ao Benfica se trate de algo meramente acidental. Na verdade, a tipologia da defesa encarnada – a começar pelo próprio Luisão – não se entende com jogadores deste perfil, que usam de uma enorme mobilidade, de grande rapidez e espontaneidade de movimentos. Se no jogo aéreo o Benfica é normalmente forte – ontem nem isso…-, para um futebol rápido, acutilante, móvel, procurando explorar uma nesga de espaço, um momento de deslize, uma hesitação, características que caracterizam o avançado brasileiro, a equipa encarnada não encontra resposta. Esta é uma boa questão para se colocar quando se pensar na preparação da próxima temporada, na qual, creio, os aspectos relacionados com a consistência defensiva terão de ser francamente melhor acautelados.
Não é ao acaso que falo desde já na próxima época. O resultado de ontem, por muito que discurso de Quique Flores o possa contrariar (e tem, obviamente, de o fazer), pôs o Benfica numa posição muito delicada para fazer face a uma luta onde chegou a dispor de todas as vantagens. Quem conhece o futebol português sabe que, com de quatro pontos de avanço a doze jogos do fim, dificilmente o F.C.Porto deixa fugir um campeonato.
Não sei se o escrevi, mas pensei-o. A equipa que chegasse ao final desta série de cinco jornadas em primeiro lugar seria, com grande probabilidade, campeão. Ora mesmo que perca com o Sporting, a equipa portista terminará sempre a próxima ronda na liderança, sendo a única a depender de si própria para alcançar os objectivos. Se ganhar, então poderá mesmo encomendar as faixas.
Este derby era na realidade mais decisivo do que poderia parecer, e o Benfica fracassou completamente. No plano individual, no qual só Moreira e Cardozo (nos minutos que esteve em campo) se salvaram, e nos aspectos colectivos, onde a estratégia do técnico espanhol, as carências de movimentação e articulação, e a atitude demonstrada deixam muitas interrogações quanto à hipótese de o Benfica evitar mais uma temporada ancorada na frustração e no adiamento.
Olegário Benquerença deixou passar em claro duas grandes penalidades, uma para cada lado. A do Benfica (sobre Aimar) aconteceu primeiro. Mas com honestidade, terei de dizer que no estádio não me apercebi de nenhuma delas.

AS EQUIPAS

Estádio de Alvalade, sábado, 20.00h (Sport Tv 1)

ÁRBITRO: Olegário Benquerença (Leiria), auxiliado por Bertino Miranda e José Cardinal (Porto)

HISTORIAL RECENTE (II)

Nos últimos quinze anos, em jogos oficiais, Benfica e Sporting encontraram-se 35 vezes.
O Benfica ganhou 13, o Sporting 12 e verificaram-se 10 empates. O Benfica marcou 51 golos e o Sporting 47, o que faz supor que os encarnados tenham atacado ligeiramente mais.
Mas, estranhamente, em penáltis assinalados, a vitória do Sporting é expressiva: 7-3 (!)
Também em expulsões o saldo é esclarecedor: 8 cartões vermelhos para leões (Oceano, Pedro Barbosa, Quaresma, Rui Jorge, Rochemback, Hugo Viana, Beto e Polga), 13 para águias (Jamir, Helder, Andrade, Argel, Zahovic 2, Miguel, Petit, Ricardo Rocha 2, Alcides, Nuno Gomes e Nélson).

HISTORIAL RECENTE

Últimos vinte anos de Derbys em Alvalade para o Campeonato:
VITÓRIAS DO BENFICA - 10
EMPATES - 3
VITÓRIAS DO SPORTING - 7
Golos do Benfica- 27
Golos do Sporting- 20
Melhores Marcadores: João Pinto 4, Isaías 3 e Liedson 3

A PAIXÃO DE UM POVO

Aqui deixo as memórias dos meus Derbys

O VIRA DO BOM JESUS

O Sp.Braga deu hoje um passo de gigante rumo aos oitavos-de-final da Taça Uefa, ao vencer categoricamente o Standard de Liége por 3-0, resultado que não deixa dúvidas sobre o que se passou, e garante também algumas certezas relativamente ao desfecho da eliminatória.
Este Sp.Braga é de facto uma equipa empolgante. Para além dos méritos do seu treinador (que é muito melhor a treinar do que a falar), o clube minhoto dispõe de um plantel sem paralelo no futebol português das últimas décadas fora do âmbito dos três grandes. Quem se dá ao luxo de dispensar Roland Linz e Andrés Madrid (sem falar em Wender, Yazalde e outros), quem coloca no banco Jorginho (uma das figuras da Liga há dois anos), Matheus (uma das figuras da Liga no ano passado) e Orlando Sá (recente internacional A), para além de Mossoró, Paulo César ou Stélvio, quem vê na enfermaria os seus três principais centrais (Paulo Jorge, Rodriguez e Moisés), e mesmo assim faz aquilo que se viu, só pode ser mesmo uma grande equipa.
Como bem sabemos, a classificação do Braga na Liga não corresponde àquilo que fez em campo. Sem interferências exteriores, esta era equipa para, à semelhança do Boavista de há uns anos, disputar o título até ao fim, e eventualmente até vencê-lo. Felizmente tem a Europa para resgatar as alegrias que em Portugal lhe tiraram.
Que continue a sua saga.

FORÇA BRAGA !

Apesar do Jesus, apesar do Salvador, apesar do Machado, hoje sou do Braga.

BEM ME QUERENÇA, MAL ME QUERENÇA

Olegário Benquerença - que já esta época, em Matosinhos, não viu um penálti para o campeonato e outro para a taça - e dois auxiliares da A.F.Porto (Bertino Miranda e José Cardinal), são os nomeados para o derby de sábado.
Falava-se de Lucílio Baptista, pelo que (do mal o menos) antes a chuva que a trovoada. Quanto aos auxiliares, sendo quase todos eles do Porto (pelo menos os internacionais), também não há muito por onde escolher.

O SUSPEITO DO COSTUME

Após a vitória no Restelo, Paulo Bento, no intuito claro e um tanto desavergonhado de influenciar e pressionar, desde já, a arbitragem para os próximos jogos, voltou a lançar para o ar queixas e lamentos a que já estamos habituados, mas que carecem de fundamento objectivo.
O técnico sportinguista desafiou mesmo os analistas a fazer o balanço dos prejuízos e benefícios de arbitragem em todos os jogos do Sporting desde o início da época, sabendo de antemão que ninguém o faria, pois não é esse o hábito dos jornalistas e comentadores portugueses, que preferem, tal como ele próprio, utilizar os erros de arbitragem quando e como mais lhes convém, e evitar falar dela quando se sentem favorecidos.
Não é essa a prática de VEDETA DA BOLA, que sem receios, e sabendo o que a casa gasta, faz, semana a semana, o balanço pontual dos erros nos jogos dos três grandes, não esquece as jornadas passadas - como por vezes com leviandade se vê por aí -, nem foge a uma visão global da questão, mesmo não a colocando no plano central daquilo que deve ser um campeonato de futebol.
Por isso mesmo, e respondendo ao repto de Paulo Bento, aqui vai o resumo dos erros a favor e contra o Sporting em toda a Liga Portuguesa. A Taça da Liga e a Taça de Portugal ficam de fora deste balanço, embora a memória do que nelas aconteceu – designadamente os penáltis por assinalar frente ao FC Porto, a favor e contra, e o inenarrável golo de Vukcevic em Vila do Conde – permaneça bem viva por aqui.
Veja-se pois porque motivo Paulo Bento não tem qualquer razão, e porque é que o Sporting aparece na classificação real desta temporada como o mais favorecido de entre os três grandes. É que aqui não se lançam ideias para o ar: demonstram-se evidências.
1ª JORNADA C.Trofense 3-1 Paulo Baptista
Benefícios: Livre inexistente originou o segundo golo
Prejuízos: Penálti por falta fora da área
2ª JORNADA F.Sp.Braga 1-0 Bruno Paixão
Benefícios: Penálti por assinalar a carga sobre Meyong
Prejuízos:
3ª JORNADA C.Belenenses 2-0 Elmano Santos
Benefícios: Primeiro golo em fora-de-jogo; segundo de penálti duvidoso
Prejuízos:
4ª JORNADA F.Benfica 0-2 Duarte Gomes
Benefícios: Penálti por marcar por agarrão de Postiga a Yebda; amarelos por mostrar a Rochemback e Moutinho
Prejuízos:
5ª JORNADA C.FC Porto 1-2 Lucílio Baptista
Benefícios:
Prejuízos: Expulsão poupada a Tomás Costa
6ª JORNADA F.P.Ferreira 0-0 Olegário Benquerença
Benefícios:
Prejuízos: Expulsão perdoada a Filipe Anunciação
7ª JORNADA F.Rio Ave 1-0 Jorge Sousa
Benefícios:
Prejuízos: Golo mal anulado a Liedson; fora-de-jogo mal tirado a Derlei
8ª JORNADA C.Leixões 0-1 Pedro Proença
Benefícios: Penálti por assinalar por agarrão a Wesley
Prejuízos:
9ª JORNADA F. Naval 1-0 Soares Dias
Benefícios: Penálti por marcar por falta de Polga sobre Marcelinho
Prejuízos:
10ª JORNADA C.V.Guimarães 2-0 Duarte Gomes
Benefícios:
Prejuízos: Golo não validado pelo auxiliar
11ª JORNADA F.E.Amadora 3-1 Paulo Costa
Benefícios: Golo de Liedson em fora-de-jogo
Prejuízos:
12ª JORNADA C.Académica 0-0 Cosme Machado
Benefícios:
Prejuízos:
13ª JORNADA F.V.Setúbal 2-0 Elmano Santos
Benefícios: Livre sobre a linha de área (e amarelo) não marcado por falta de Polga
Prejuízos:
14ª JORNADA C.Marítimo 2-0 Lucílio Baptista
Benefícios:
Prejuízos: Penálti por assinalar por falta sobre Postiga
15ª JORNADA F. Nacional 1-1 Soares Dias
Benefícios: Penálti por assinalar por falta de Rui Patrício
Prejuízos:
16ª JORNADA F.Trofense 0-0 Nuno Campos
Benefícios:
Prejuízos:
17ª JORNADA C. Sp.Braga 2-3 Jorge Sousa
Benefícios:
Prejuízos: Livre sobre a linha de área não assinalado sobre Vukcevic (amarelo mostrado ao contrário)
18ª JORNADA F.Belenenses 2-1 Pedro Henriques
Benefícios: Expulsão perdoada a Rochemback
Prejuízos: Golo do Belenenses em fora-de-jogo

CONVENIÊNCIAS

O programa “O Dia Seguinte” da SIC Notícias está-se a revelar, de semana para semana, um verdadeiro santuário da manipulação anti-benfiquista, conduzido por uma redacção tendenciosa, contando com a fortíssima pressão argumentativa de Guilherme Aguiar e Dias Ferreira e sem qualquer oposição do insonso Fernando Seara, que parece sentir-se num filme bem diferente daquele em que estão os seus colegas de painel – uns vão para servir interesses, o outro vai para se distrair.
Numa semana em que se esperava ver escalpelizados e denunciados os erros graves cometidos por Elmano Santos no Dragão (e aos quais, estranhamente, só Fábio Coentrão deu voz), eis que grande parte do programa foi dedicado a uma imagem inócua e insignificante de Rui Costa no túnel da Luz – o único onde existem câmaras (?) -, à conversa com alguém da Liga (?), enquanto se vê um membro da equipa de arbitragem a sorrir animadamente, denunciando tudo menos qualquer tentativa de pressão ou coisa similar, que nem as mentes mais desconfiadas imaginariam ser feita ali, naquele local, em frente a uma câmara de televisão.
Compreende-se a necessidade de construir casos polémicos, que é já tradição numa estação que nunca lidou bem com o futebol - certamente por nunca ter podido oferecer transmissões dos jogos do campeonato. O que não se percebe, nem se pode aceitar, é que seja sempre o Benfica o alvo, e que o tratamento dado ao clube da Luz, bem como aos casos que o prejudicam, seja totalmente diferenciado relativamente aos dos outros dois grandes.
Há sempre a hipótese de mudar de canal, mas com o mediatismo que envolve e condiciona o futebol, estas são situações que não podem nem devem passar sem denúncia.
E…se outros calam, cantemos nós.

CLASSIFICAÇÃO REAL

A hora a que se disputou o Benfica-Paços de Ferreira impediu-me de visionar, no domingo, qualquer imagem televisiva, tanto do próprio jogo da Luz, como do F.C.Porto-Rio Ave que se disputara pouco tempo antes. Por esse motivo esperei pela noite de segunda-feira para, depois de ver atentamente os resumos, emitir então opinião sobre os casos de arbitragem ocorridos. Ainda bem que o fiz.
A verdade é que casos foi coisa que não faltou no jogo do Dragão, uma vez mais em benefício do F.C.Porto. E se não sou, como sabem, dos que fazem disso mais do que o que verdadeiramente é, não posso também olhar para o lado e fingir que não vi aquilo que aconteceu.

FC PORTO-RIO AVE:
Que dizer de um jogo em que há quatro golos, mas apenas um (o de Fábio Coentrão) é absolutamente limpo e inquestionável?
Elmano Santos, depois de uma arbitragem vergonhosa no Belenenses-Benfica, deu agora sinais claros de pertencer aquele lote de árbitros - que acredito ser minoritário - para quem o sistema ainda é o que era. Em poucas semanas, dois pontos tirados ao Benfica, dois pontos adicionados ao FC Porto. Dois e dois, para mim, são quatro.
O penálti é forçadíssimo, mas se o critério fosse para manter até ao fim ainda se aceitaria tamanho rigor. Acontece que o segundo golo do Porto surge na sequência de uma carga em tudo idêntica a que originou a grande penalidade, mas aí, a cinco minutos do final da partida, o juiz madeirense teve medo de apitar.
Como se tudo isto não bastasse, minutos depois Farias marcou o seu segundo golo partindo de posição irregular. Por pouco? É verdade, e até se admite que o fiscal-de-linha tenha tido dificuldade em ver. Mas que o argentino está fora-de-jogo, isso é uma verdade aritmética. Tão aritmética como a irregularidade do seu outro golo, este bem anulado, ainda na primeira parte.
O FC Porto reclamou golo num lance em que a bola pode eventualmente ter ultrapassado a linha de baliza. Eu não vi, nem ninguém viu. De boa fé não se pode ter certezas quanto a este lance. Quando assim é não há como não dar o benefício da dúvida a quem melhor colocado estava para avaliar. Seguindo o critério que segui para o Sporting-Sp.Braga, aceito a decisão tomada.
Teríamos então o seguinte puzzle: Ou o penálti, ou o primeiro golo de Farias teriam de ser invalidados, de forma a manter um critério uniforme. O último golo era anulado. Ficava 1-1
Recordando o que aconteceu no Restelo, temos aqui um árbitro para a galeria dos notáveis, onde se encontram, entre outros, Carlos Xistra, Lucílio Baptista, Olegário Benquerença, Paulo Costa e Rui Costa. São, diria, os resistentes de um sistema que insiste em querer dar sinais de vida e em negar o seu inevitável ocaso.
Resultado Real: 1-1

BELENENSES-SPORTING:
O único caso que me recordo deste jogo foi o eventual fora-de-jogo de Marcelo no golo do Belenenses. É um lance difícil de analisar pelo auxiliar, mas vendo as repetições televisivas percebe-se que o jogador azul está ligeiramente adiantado.
O jogo terminou com o resultado de 1-2, pelo que o lance não teve influência pontual e não justificava as palavras de Paulo Bento no final. Até porque o Sporting tem sido, esta época, o clube mais beneficiado pelas arbitragens, como a própria classificação real o demonstra. E julgo ser insuspeito para situar os benefícios do Sporting acima dos do FC Porto, pois entre os dois clubes não tenho qualquer dúvida ou hesitação sobre qual gosto menos.
Resultado Real: 0-2

BENFICA-PAÇOS DE FERREIRA:
Há apenas dois lances que merecem reparo. Um fora-de-jogo muito mal tirado a Aimar – não me recordo, com franqueza, qual era o resultado nesse momento -, e a falta assinalada nos últimos segundos, de onde resultou a bola ao poste que quase gelou a Luz. Em ambos os casos a equipa de arbitragem esteve mal.
Quanto ao golo anulado a Cardozo não há nada a dizer. Tal como quanto ao que valeu, ainda que o técnico pacense tenha clamado por uma irregularidade que mais ninguém viu.
Resultado Real: 3-2

CLASSIFICAÇÃO REAL
BENFICA 40 (prejudicado em 3 pontos)
FC Porto 35 (beneficiado em 3 pontos)
Sp.Braga 34 (prejudicado em 5 pontos)
Sporting 29 (beneficiado em 5 pontos)

EMOÇÕES FORTES E FINAL FELIZ

Tal como já ocorrera na Mata Real, Benfica e Paços de Ferreira voltaram a oferecer um magnífico espectáculo, recheado de dramatismo, emoção, futebol e grandes golos.
Desta vez o jogo valeu sobretudo (apenas?) pelos excepcionais vinte minutos finais, ao longo dos quais, cinco golos – dois deles de grande qualidade -, e uma constante incerteza no marcador, levaram as emoções ao rubro, e deixaram um travo reconfortante em quem se dispôs a ir à Luz, a horas já adiantadas de uma noite de domingo, e para quem, tudo o que se passara até aos 70 minutos pouco havia feito para evitar arrependimentos.
O Benfica ganhou com toda a justiça, mas entre um cabeceamento à barra de Luisão ainda na primeira parte, e o golo de Cardozo que abriu o marcador, mostrou muito pouco para quem tinha forçosamente de vencer. A principal preocupação que ressalta desta exibição benfiquista prende-se, contudo, com o que se passou nos instantes finais, quando nem perante uma vantagem de dois golos os encarnados foram capazes de segurar o jogo com firmeza, terminando com o credo na boca e a agradecer aos deuses da fortuna que o poste da baliza de Moreira tivesse devolvido aquele remate pacense no último segundo.
Já não é a primeira vez que o Benfica se vê em grandes dificuldades depois de estar a vencer, tendo todas as condições para matar os jogos e aniquilar as hipóteses do adversário. Ao contrário do que se vê, por exemplo, no Sporting de Paulo Bento, os encarnados parecem sofrer mais quando estão em vantagem, tal a dificuldade que mostram em jogar sem a bola e fechar os caminhos da sua baliza. Em Matosinhos e com o V.Setúbal, o Benfica perdeu pontos nos últimos minutos. Com Naval e E.Amadora, ou em Guimarães – para além do duplo confronto com o Paços - a equipa de Quique viu-se e desejou-se para agarrar vitórias que, a dada altura, pareciam asseguradas. A fragilidade que o Benfica demonstra nesses momentos é muita. É demasiada para quem pretende ser campeão.É claro que para o espectador, uma vitória conseguida nas circunstâncias da de ontem torna-se entusiasmante. Para o analista não é tanto assim, pois uma grande equipa teria terminado com o jogo aos 2-0, fazendo contenção, fechando caminhos, tirando iniciativa, impondo ritmos lentos e fazendo resignar o adversário, evitando estes finais hitchcockianos, que tanto podem pender para a felicidade como para a tragédia.
Não se pode, no entanto, tirar mérito ao Paços de Ferreira, orientado por um jovem e talentoso técnico, cujo único pecado nesta partida terá estado na forma como a abordou até ao primeiro golo, quase não existindo no plano ofensivo, e limitando-se a acções de anti-jogo reiterado, nada condizentes com o que tem sido o percurso desta equipa na Liga, e com aquilo que depois ainda teria tempo de demonstrar, mesmo sem que evitasse a derrota.
No plano individual há que destacar as prestações de Di Maria e Ruben Amorim, para além do regresso de Cardozo aos golos.
O árbitro Cosme Machado esteve globalmente bem, ainda que aquele livre aos 94 minutos (de onde resultou a bola ao poste) me parecesse não ter existido.

DE VIDA OU DE MORTE !

Uma semana depois do Dragão, uma semana antes de Alvalade, o Benfica tem domingo pela frente um jogo que também vale três pontos.
É em partidas como esta, frente a adversários teoricamente mais fracos, que as contas finais do título se vão fazer. E até agora, foi justamente nestas que os encarnados demonstraram maiores dificuldades.
Perder pontos neste momento seria um suicídio, pelo que o jogo com o Paços de Ferreira terá de ser encarado, como todos até final, como um "jogo de vida ou de morte". Mais do que o castigo a Lisandro, mais do que a candura jurídica de Pinto da Costa, o que importa ao Benfica é, a bem ou a mal, com sorte ou sem ela, ganhar ao Paços.
Fica a habitual sugestão para o onze inicial, que não deixa de ter em conta os aspectos físicos:

HOJE NAS BANCAS

Se quer saber porque é que o Benfica foi o clube europeu com melhor palmarés durante a década de sessenta, e se quer relembrar os pontos perdidos pelos encarnados em jogos arbitrados por Pedro Proença, não perca o Jornal do seu Clube.
Destaque ainda para a habitual opinião de LF, e para um artigo de fundo (também aqui da casa) desmontando a ridícula conotação do Benfica com o regime salazarista, que neste número tem publicada a primeira de três partes.
É o mais barato jornal desportivo português. Custa apenas 0,75, e vale bem o preço.

O ARQUÉTIPO DA IMPUNIDADE

Embora a decisão seja passível de recurso, tudo indica que Pinto da Costa se vai livrar de julgamento no caso da “fruta”, ou seja, o relacionado com o F.C.Porto-E.Amadora (Jacinto Paixão) de 2003-04. No outro caso, o do Beira-Mar-F.C.Porto (Augusto Duarte), o presidente do F.C.Porto vai mesmo ser julgado, estando a primeira sessão marcada para o próximo dia 3 de Março.
Após o jogo contra o Estrela, a equipa de arbitragem foi presenteada com um jantar de luxo pago por Reinaldo Teles, seguido de uma orgia a expensas de um empresário ligado ao F.C.Porto (que combinou os seus termos de forma bem clara, e escura, pelo telefone com Pinto da Costa). Nada disto parece ser suficientemente óbvio para a babilónica justiça portuguesa, que não tem meios para, perante tamanhas evidências, encontrar uma prova juridicamente válida que ligue o presidente portista ao episódio.
Num país onde tudo fica impune, não é de estranhar este desfecho – como não será de estranhar que não venha a ser possível apurar culpas no caso a julgar. Na lamaçenta justiça portuguesa, produzir provas é uma tarefa hercúlea - mesmo perante as mais gritantes evidências -, o garantismo chega a extremos absurdos, o código penal, a cada revisão, só agrava o problema, e todos os processos com um pouco mais de complexidade acabam, de recurso em recurso, de incidente processual em incidente processual, por ficar perdidos nas gavetas da impunidade, após meses e meses (anos!) de generosos honorários para os advogados envolvidos – únicos, para além dos próprios criminosos, a quem interessa este estado de coisas.
Casa Pia, Operação Furacão, Fátima Felgueiras, Freeport são exemplos do caos a que chegou a nossa justiça, e da falta de credibilidade que a mesma nos merece, sobretudo quando estão em causa figuras com poder político, económico ou social. Não se esperaria que o Apito Dourado fugisse à regra.
A mim, no caso concreto de Pinto da Costa, e pelo que atrás escrevi, pouco me interessa o que venha a ser provado ou não em tribunal. As escutas existem, são claras, mas nem mesmo isso seria necessário. Bastar-me-ia o que vi nos relvados deste país ao longo de vinte anos.

A CRISE PODE ESPERAR

Face à profunda revolução que Carlos Queiroz decidiu implementar nas convocatórias da Selecção Nacional, temia-se que este jogo particular com a Finlândia, ao invés de servir para uma maior mecanização colectiva, pudesse redundar num acréscimo de perturbação e desconfiança no seio da equipa e em redor dela. Um eventual mau resultado seria (mais) um inegável passo atrás na consolidação de um projecto cujo objectivo é – supõe-se – a presença no Mundial 2010.
Nesta perspectiva tem de dizer-se que o seleccionador nacional (mais penálti, menos penálti) venceu a aposta, e pode, para já, respirar de alívio. Portugal venceu, e realizou uma exibição bem melhor que aquelas que tinha realizado nos seus últimos jogos. O resultado tangencial é manifestamente magro para aquilo que a equipa nacional produziu, ainda que o desperdício de oportunidades seja algo que não convenha repetir quando voltarem os jogos a sério, nomeadamente no próximo dia 28 de Março diante da Suécia.
Dos jogadores que se estrearam, há que realçar a exibição de Duda no flanco esquerdo da defesa - no plano ofensivo esteve muito bem, faltando-lhe ainda, todavia, uma prova de fogo, frente a um adversário mais exigente, para se saber como se comporta a defender. Também Orlando Sá deixou boas indicações. Falhou dois golos, mas a forma como se desmarcou e apareceu em posição de remate define a sua categoria. Como alguém já disse um dia, ponta-de-lança que falhe muitos golos nunca é um mau ponta-de-lança.
De resto viu-se uma equipa empenhada, trabalhadora e motivada, tal como Queiroz pedira. Nomes como Ricardo Carvalho e Simão Sabrosa ainda caberão certamente neste onze, a aposta em Pepe para o meio-campo não parece desajustada – tendo em conta as alternativas que existem no centro da defesa, e a escassez de jogadores para a posição seis -, e assim parecem criadas as condições para a nossa selecção começar a inverter a tendência dos últimos resultados, e correr para ultrapassar a difícil situação em que se encontra na classificação do grupo de apuramento. A tarefa não é fácil, mas a esperança renasceu ligeiramente.

FUTEBOL E PARAFUTEBOL

Poucos minutos depois de terminado o clássico de domingo, e ainda a quente, escrevi aqui que era altura de o Benfica dar o primeiro passo no sentido de deixar a arbitragem tranquilamente no seu lugar, que é um lugar lateral ao que deve ser o espectáculo desportivo. Parece que a direcção da SAD encarnada é da mesma opinião, e as críticas a Pedro Proença ficaram-se pelo óbvio: constatar o erro que decidiu o jogo.
Por muito que custe perder pontos daquela forma, por grande que seja a importância que eles possam vir a ter no desenrolar do campeonato, há que compreender de uma vez por todas que o trabalho dos árbitros é extraordinariamente difícil, que, como toda a gente, se podem enganar, e que, na sua esmagadora maioria, entram em campo com uma firme vontade de não cometer erros, não lhes passando pela cabeça favorecer este ou aquele. Quem abandona o conforto do sofá e assiste a jogos nos estádios, sabe bem que em tempo real a maioria dos lances duvidosos ficam mesmo por esclarecer, e em muitos outros a própria dúvida só é suscitada mais tarde através dos resumos. Eu, por exemplo, assisti ao Benfica-Sp.Braga na Luz, e saí do estádio convencido de que a arbitragem tinha sido relativamente pacífica (eventualmente com um penálti por assinalar – o de Luisão). Só ao ligar o rádio do carro percebi toda a polémica, que lá dentro escapou a quase toda a gente. Isto já se repetiu noutros jogos, a favor e contra.

Na verdade, exige-se ao árbitro aquilo que, honestamente, nenhum adepto ou comentador, em nenhum estádio, consegue fazer. Pretende-se que ele decida “in loco” com a mesma exactidão com que se opina após ver uma dúzia de repetições em todos os ângulos, na maioria das vezes sem que mesmo assim se chegue a um consenso.
O Benfica já foi prejudicado várias vezes, e beneficiado algumas outras. O F.C.Porto e o Sporting também. Tem sido assim desde 2004, ano em que o caso Apito Dourado emergiu e fez ruir o podre edifício que governava o futebol português nas décadas anteriores.
De 1984 a 2004 o F.C.Porto dominou a arbitragem. Durante esse período beneficiou - muitas vezes de forma grotesca - das ajudas dos senhores do apito para, a partir delas, e perante o adormecimento dos rivais, construir a sua hegemonia desportiva. Quero acreditar que - mesmo com um ou outro resquício - esse tempo já acabou. Pode-se pois discutir a competência dos árbitros, a sua melhor ou pior preparação, mas não creio que seja hoje lícito apontar-se o dedo à sua idoneidade. Haverá casos de menor seriedade, mas não são a maioria, nem suficientes para identificar um movimento subterrâneo no sentido de carregar alguém ao colo para as vitórias e os títulos, como sucedeu durante vinte anos com o clube dirigido por Pinto da Costa.
É claro que, num país onde se ama a polémica e a desconfiança, as discussões sobre arbitragem sobrepõem-se claramente à paixão pelo próprio jogo, atraindo sobre si um mediatismo que uma comunicação social tolhida pelas grilhetas da concorrência acaba invariavelmente por abraçar. Desprezam-se jogadores, treinadores, golos, defesas e cria-se assim uma espécie de campeonato paralelo, onde o título supremo é demonstrar que o nosso clube é mais prejudicado que os outros, como se (ou para que) dessa constatação se pudesse extrair algum benefício. Constrói-se um pantanoso cenário em redor dos jogos, que a prazo vai corroendo aquilo que o futebol tem de melhor e mais salutar, em nome de guerras de alecrim e manjerona que não levam a nada que não a sua própria auto-sustentação.
É bom que todos nós – adeptos do futebol – tenhamos ao menos a noção da irracionalidade que o gasto discurso sobre arbitragens encerra. É com orgulho que vejo o meu clube reagir com frieza e objectividade àquilo que – independentemente das consequências - não foi mais do que um momento de infelicidade de quem tinha de decidir num segundo algo que todos demoramos dois ou três dias a analisar esmiuçadamente. Assim outros sigam este registo, e em breve poderemos ter um futebol devolvido àquilo que é a beleza da sua essência.
Sinto-me particularmente à vontade para dizer tudo isto na sequência de um importante jogo em que o meu clube saiu prejudicado, o que de resto já ocorrera gritantemente frente a Nacional e Belenenses, olhando apenas ao último mês e meio. Seria pouco sério fazê-lo num momento em que sucedesse o contrário.
Aproveito, por fim, para reproduzir aqui um artigo notável de Luís Freitas Lobo em "A Bola", sobre arbitragem, e que vai de encontro à opinião que acabo de expressar:

"Não recordo quem disse isto, penso que um antigo árbitro francês (talvez Vautrot) pelos anos 80. Dizia mais ou menos assim: «Apenas existe um animal no mundo capaz de correr veloz de costas, meio virado de lado sobre uma linha sem perder o equilíbrio e olhando ao mesmo tempo para dois lados diferentes, com uma bandeira na mão, que deve levantar quando travar de repente.» É o fiscal-de-linha no futebol. É uma perspectiva demasiada animalesca da função, mas, vendo bem, faz sentido. Os árbitros vivem e apitam sob uma chuva de pressões. É raro eu falar de arbitragens. Por várias razões. Desde logo, porque não está aí a minha paixão e interesse pelo jogo e, depois, porque sempre que os vejo em campo ou assisto a todas estas polémicas, acabo sempre a pensar no mesmo. É que consigo entender uma pessoa querer ser mineiro, ninja ou até desactivador de bombas, mas, sinceramente, não consigo entender querer ser árbitro de futebol. Porque, reparem bem, trata-se de uma actividade em que um indivíduo que gosta de futebol está dentro do relvado sem poder tocar na bola, sempre a correr, a tomar decisões, ouvindo protestos dos jogadores e insultos vindos de todo o lado. Tudo isto durante 90 minutos. Será espírito de missão, não sei.O fiscal-de-linha, então, vive ainda mais na sombra das trevas. Nunca esqueci um debate que ouvi há anos, penso que no Chile, em que um deles se queixava do regulamento disciplinar que previa três jogos de castigo ao jogador que chamasse filho da p… ao árbitro e apenas um ao que chamasse o mesmo ao fiscal-de-linha. Até pode ter piada visto ao longe, mas esta discriminação em relação à mãe do bandeirinha é um princípio tão injusto quanto perturbante, porque há algo de simultaneamente chaplinesco e realista nesta norma.Penso que o princípio de um bom árbitro está em mais do que as regras, conhecer o jogo. Ou seja, mais do que transcrever a lei, entrar na lógica de movimentos e choques que o jogo provoca ou proporciona e, com isso, distinguir meros contactos de faltas. Isto também vale para questões emocionais, não confundindo o que é o jogador a viver o jogo com actos de indisciplina.Em geral, os árbitros percebem-se logo no início dos jogos. Quando parece frágil, os jogadores comem-no. Quando entra feito duro, é o público que o sufoca. Em qualquer situação, muitos erros causam inquietação. E os adeptos desconfiam que algo se passa nas suas costas. Tento fugir a essa sensação. É difícil. Nessas alturas, imagino a melhor forma dos árbitros se defenderem no caso de serem chamados a falar. A resposta que encontro deixa-me ainda mais perplexo. Porque, ao ponto que chegaram as coisas, mais do que pensar na tese da dificuldade física da tarefa, bastar-me-ia ouvir o seguinte: «Não senhor, nós, árbitros, não somos desonestos. Apenas incompetentes.» Quando uma frase assustadora, que reconhece ineptidão, passa a fazer mais sentido e deixa o adepto comum mais aliviado, é porque o futebol, sem o mínimo de sensatez, chegou mesmo à berma do precipício."

A ANATOMIA DE UMA CANDIDATURA AO TÍTULO

Jogando pela primeira vez em todo o campeonato com aquele que é, provavelmente, o seu melhor onze, o Benfica deixou no Estádio do Dragão uma excelente impressão acerca de si próprio e das suas reais possibilidades de chegar ao título.
Independentemente dos erros de arbitragem, ou mesmo da discussão acerca de quem tenha criado mais ou melhores ocasiões para marcar, é inegável que os encarnados se apresentaram com um nível de organização colectiva e uma auto-confiança que ainda se lhes não vira nesta temporada. O Benfica foi uma equipa segura, madura, solidária e, depois dos primeiros instantes, quase sempre capaz de controlar os ritmos de jogo a seu bel-prazer. Foi, em suma, uma verdadeira equipa, apenas traída por um erro de arbitragem.
Será o Benfica capaz de, daqui em diante, semana a semana, voltar a mostrar a cara bonita que se viu no Dragão? Esta é a dúvida que permanece por esclarecer, e à qual talvez os próximos dois jogos – totalmente diferentes um do outro – possam dar resposta.
Creio que este Benfica é integralmente ajustável ao jogo de Alvalade. A disponibilidade competitiva deverá ser semelhante, o onze base só por lesão ou castigo poderá ser alterado, o modelo de jogo será o mesmo. As hipóteses de êxito são tantas quanto a sorte do jogo o permitir, sabendo-se que um derby acarreta sempre um elevadíssimo grau de imprevisibilidade, mas não parece ser precipitado antecipar desde já uma boa prestação colectiva da equipa encarnada nessa partida, até porque algumas das carências do Sporting são bastante similares às do F.C.Porto - nomeadamente a incapacidade de gerar jogo ofensivo pelos corredores laterais.
O problema que o Benfica terá, na minha perspectiva, mais dificuldades em tornear prende-se com a abordagem a outro tipo de jogos, diante de equipas mais fechadas e combativas, que não irão permitir a Aimar, Suazo e Reyes - que, diga-se, foi apenas a terceira vez que jogaram juntos, depois de Guimarães e do Funchal, ambas com grande êxito - os espaços de que nestes grandes clássicos (ou em certa medida em jogos fora com equipas do espectro europeu) acabam por desfrutar. Paços de Ferreira, Leixões, Académica, Naval, Estrela da Amadora, Trofense, Vitória de Setúbal e Belenenses são alguns dos adversários que os encarnados terão pela frente até à 30ª jornada, e são jogos onde a perda de pontos se pode revelar fatal. É muito duvidoso que este modelo de jogo sirva para todas essas ocasiões, algo que de certa forma já transpareceu das deslocações a Vila do Conde, Matosinhos, Trofa e Restelo, ou mesmo dos últimos jogos em casa, nos quais, desde Novembro, apenas Mantorras e David Luíz (em fora-de-jogo), conseguiram marcar golos.
Este é pois o desafio que Quique Flores tem por diante. É neste aspecto que o Benfica encontra ainda muito espaço para melhorar, e será esse caminho que determinará se pode ou não ter condições para conquistar, já nesta época, o título nacional. Quem senta no banco de suplentes sete (!) internacionais A, como sucedeu no passado domingo (Quim, Jorge Ribeiro, Binya, Carlos Martins, Di Maria, Nuno Gomes e Óscar Cardozo), tem, em princípio, todas as condições para encontrar uma solução feliz.
Não podemos esquecer, contudo, que o Benfica não corre sozinho, e que neste momento nem sequer depende matematicamente apenas de si próprio. O que Sporting e, sobretudo, F.C.Porto fizerem daqui em diante, a forma como cada um deles souber resolver os problemas que também têm, ditará, como é natural, muito do destino deste campeonato.
Os leões terão de ultrapassar a instabilidade que a anunciada saída de presidente (e treinador?) decerto causará no edifício do seu futebol. Dentro do campo, o problema mais complicado prende-se com o fraquíssimo rendimento que tanto Miguel Veloso, como principalmente Rochemback (um flop que aqui anunciei na altura) têm demonstrado numa posição absolutamente nevrálgica, e onde talvez a adaptação de João Moutinho não fosse despicienda.
Quanto ao F.C.Porto, embora tenha a vantagem de ser líder, e disponha de um colectivo forte, sistematizado e habituado a vencer, terá de encontrar forma de marcar golos nos jogos em sua casa, onde o seu trio ofensivo (Hulk, Lisandro e Rodriguez), sem espaço para correr, parece perder grande parte do poder de fogo que exibe quando joga fora. De Novembro para cá, o F.C.Porto apenas marcou um golo no Estádio do Dragão em jogos do campeonato: justamente o penálti fantasma de Lucho no último domingo...

E ELE PREOCUPADO...

Se a cada despedimento correspondesse a indemnização que Luís Felipe Scolari vai receber do Chelsea, o desemprego deixaria de ser um problema para passar a ser o objectivo de qualquer mortal. Serve isto para dizer que ninguém lamenta a sorte de Felipão, por muita ou pouca admiração que se nutra por ele.
Não podemos também esquecer que este é o clube que já despediu Cláudio Ranieri, José Mourinho, e um israelita quase desconhecido que perdeu a final da Liga dos Campeões por penáltis. A gestão de Abramovitch não é pois exemplo para ninguém e, ou me engano muito, ou mais ano menos ano o Chelsea voltará a ser o clube de bairro que sempre foi.
Era previsível que Scolari, emocional, latino, sul-americano, impulsivo, encontrasse bastantes dificuldades num futebol tão racionalizado como o inglês. As principais virtudes do brasileiro, que tão bons resultados proporcionam ao nível de selecções, não são aplicáveis naquele tipo de contexto e, sobretudo, num clube com as particularidades do Chelsea. Este é pois um desfecho que pouco tem de surpreendente.
Resta agora saber o que irá fazer Felipão. Por mim arranjava-lhe emprego já esta semana, e não é preciso ser muito perspicaz para se perceber onde.

CLASSIFICAÇÃO REAL

Clássico sem casos não é clássico. Mas talvez desde Benquerença - há mais de quatro anos - que um erro de arbitragem não se revelava tão dramaticamente decisivo num jogo desta natureza.
Entretanto em Alvalade também houve polémica.

SPORTING-SP.BRAGA:
Pouco vi do jogo - apenas um resumo e alguns minutos durante o intervalo da partida do Dragão. Desconheço portanto se houve outros casos para além dos dois de que mais se tem falado.
No lance em que Vukcevic viu cartão amarelo por simulação, pareceu-me ter existido um toque, mas fora-da-área. Seria pois livre e cartão amarelo…para o jogador bracarense. Não há lugar a penálti, nem, consequentemente, a correcção classificativa.
Sobre o golo-ou-não-golo do Sp.Braga, francamente não sei o que escrever. Não vi a bola entrar, nem poderei garantir que não entrou. Pelas imagens que vi ninguém o pode fazer. Creio que o árbitro assistente estava bem colocado, e haverá que lhe dar o benefício da dúvida.
Resultado Real: 2-3

F.C.PORTO-BENFICA:
A grande penalidade assinalada por Pedro Proença nem sequer me parece tratar-se de um “caso”. Foi simplesmente um erro, um equívoco, uma distracção ou aquilo que se lhe queira chamar, mas é um lance que não oferece a mínima discussão. Não houve qualquer falta, e pronto. Só por má fé ou fanatismo se poderá ter outra opinião.
Aquilo que se pode discutir na arbitragem do clássico resume-se pois ao lance entre Reyes e Lucho ainda na primeira parte.
Há de facto um toque do espanhol no pé do argentino, que se impedisse este de continuar o lance poderia ser passível de marcação de penálti. Acontece que Lucho, não só ficou com a bola, como pôde tranquilamente preparar a continuação da jogada, pelo que não creio haver motivo para assinalar qualquer falta.
Não se trata de dar ou não a lei da vantagem. Simplesmente, o contacto que houve não foi suficiente para impedir Lucho de prosseguir o lance, logo não se pode, em rigor, considerar faltoso. Se o argentino caísse, e a bola sobrasse para outro jogador do Porto, aí sim, poder-se-ia colocar a questão de dentro da área não existir lei da vantagem. Neste caso não. Assim como quando alguém tenta jogar a bola com a mão mas não lhe chega, também quando alguém tenta, ou faz o movimento, de derrubar outrem mas não o consegue, entendo não haver lugar a infracção. É, honestamente, a minha opinião, que pode estar errada mas é minha. E como não estou aqui para dar as opiniões dos outros, é esta que escrevo.
Sublinhe-se todavia a forma como Lucho Gonzalez – ao contrário do que faria mais tarde um seu compatriota – preferiu disputar o lance em vez de forçar uma queda e um penálti, que o árbitro não deixaria seguramente de marcar, mas que seria, cartesianamente, inexistente. A isto chama-se cultura desportiva, e Lucho já não é a primeira vez que dela dá mostras. É, aliás, o tipo de jogador que lamento profundamente não estar no Benfica.
Resultado Real: 0-1

CLASSIFICAÇÃO REAL

BENFICA 37 (prejudicado em 3 pontos)
Sp.Braga 34 (prejudicado em 5 pontos)
F.C.Porto 34 (beneficiado em 1 ponto)
Sporting 26 (beneficiado em 5 pontos)

À semelhança da semana anterior, considero aqui o Sp.Braga, e fá-lo-ei enquanto se mantiver com hipóteses de disputar os primeiros lugares, algo que estou em crer será uma realidade dentro de semanas.
Importa contudo relembrar que, na primeira volta, só foram tidos em conta os seus jogos contra os grandes.

PROENÇA, 1- BENFICA, 1

Devo dizer desde já que título desta crónica não pretende crucificar ninguém. Apesar do modo lamentável como Pedro Proença interferiu no resultado – e estragou um belo clássico - o que é justo salientar em primeiro lugar é a forma brilhante como o Benfica abordou e disputou este jogo, mostrando inequivocamente estofo para discutir o campeonato até ao fim – algo que, diga-se, ainda não tinha ficado totalmente claro até esta noite.
Os encarnados foram a melhor equipa em campo e mereciam a vitória. Conseguiram-na, mas uma decisão de arbitragem retirou-lha das mãos. Todavia, o erro não deve e não pode impedir-nos de, terminada a partida, olhar para os jogadores do Benfica da mesmíssima forma como se tivessem alcançado os três pontos. Fizeram tudo para isso. Não lhes foi permitido mais.
Acredito que Pedro Proença seja uma pessoa séria, e se marcou penálti foi porque viu mal o lance. São coisas que acontecem no futebol, e creio ser agora uma boa oportunidade para os benfiquistas mostrarem alguma distinção na forma como em Portugal se reage a estas situações, que no passado tinham inegavelmente carácter subterrâneo, mas hoje acredito circunscreverem-se aos meros terrenos da fortuna e do azar. O Benfica teve azar com a arbitragem, e por isso não ganhou no Dragão.
A forma desinibida como o conjunto de Quique entrou em campo marcou o jogo. Nunca se notou um pingo de medo ou ansiedade, e foi paradoxalmente o F.C.Porto a revelar alguma intranquilidade, sobretudo nos minutos em que esteve em desvantagem. Foi na força mental com que se apresentou que o Benfica começou a desenhar o destino da partida, algo que representa uma novidade face ao que tem sido comum suceder, ano após ano, naquele estádio.A primeira parte foi equilibrada, com situações de perigo junto de uma e de outra baliza, ainda que fosse Reyes a estar, por duas vezesm mais próximo do golo. Um empate ao intervalo talvez se aceitasse, mas o golo de Yebda, já no tempo de descontos, foi o golpe de que o Benfica precisava para se afirmar definitivamente como a melhor equipa em campo. E foi isso que aconteceu ao longo do segundo período, no qual o F.C.Porto nunca encontrou formas de suplantar a organização benfiquista, e em que os minutos foram passando à medida que a vitória do Benfica se ia tornando cada vez mais previsível e natural, face à forma como os encarnados controlavam o jogo e neutralizavam as principais armas do adversário. A situação de vantagem transmitiu segurança ao onze benfiquista, que teve as linhas defensivas em excelente plano, e por via de Aimar ia encontrando espaços por onde pôr em sentido o adversário. Suazo esteve muito perto do 0-2, Ruben Amorim também, mas quando menos se esperava, e o F.C.Porto menos merecia, surgiu o momento do jogo - o momento do penálti.
A partir daí pensou-se que os azuis-e-brancos - com tamanha dádiva caída dos céus - poderiam encontrar forças e moral para chegar à vitória. Não foi isso que aconteceu, e acabou por ser o Benfica a estar novamente mais perto do golo, acabando o jogo em cima da área portista, numa atitude corajosa e digna de um verdadeiro campeão.
O apito final de Pedro Proença soou a desilusão para os benfiquistas. Não me recordo de um empate tão frustrante no estádio do F.C.Porto, por muito que as contas do campeonato permaneçam em aberto, e por muito que a derrota tivesse sido bem pior. Fica contudo a exibição personalizada, confiante, segura e, por momentos, brilhante do Benfica. Uma exibição carregada de motivos de optimismo para o futuro próximo dos encarnados nesta temporada.
O F.C.Porto provou uma vez mais estar muito distante da equipa dominadora da época passada, e não fosse Pedro Proença estaria agora a chorar a derrota e a perda da liderança.
Segue o campeonato.

É ASSIM !

Com recurso ao extenso arquivo do Bakero, recordemos aquela que foi, eventualmente, a mais saborosa vitória de todos os tempos do Benfica sobre o F.C.Porto.
Abril de 1991, 0-2 nas Antas, dois golos de César Brito. Lembram-se?
Em 2006 publiquei neste espaço as minhas memórias desta partida, na rubrica "Jogos para a Eternidade". Para quem quiser ler, ou reler, aqui está.

RIGOR MÁXIMO; MEDO MÍNIMO

O F.C.Porto-Benfica do próximo domingo não é decisivo mas… quase.
Terminar esta jornada na liderança da tabela com dois pontos de avanço é, como diria La Palisse, totalmente diferente do que concluí-la a quatro de distância (na prática cinco) do primeiro lugar. Mas se tomarmos em consideração que no domingo à noite ficarão a faltar apenas treze jogos para o fim da Liga, que o F.C.Porto já se deslocou à Luz, a Alvalade, a Braga e à Choupana, e avaliarmos tudo o que uma vitória num jogo desta natureza envolve, particularmente no aspecto anímico, teremos a rodear este clássico um grau de importância que vai muito para além dos três pontos em disputa.
Se me desafiarem a apontar favoritismo, pelo facto de jogar em casa, de ser campeão, de estar em primeiro, e de ser uma equipa com um processo de maturação mais desenvolvido, terei de apostar no F.C.Porto. Mas se me perguntam se acredito numa vitória do Benfica, respondo convicta e afirmativamente que sim.
A equipa de Quique Flores tem-se definido pela irregularidade. Ora faz exibições promissoras, ora desencanta tudo e todos, ainda que, globalmente, os resultados não sejam, para já, negativos. Nessa instabilidade competitiva conseguimos todavia identificar um padrão a que as prestações benfiquistas raramente têm fugido ao longo do que já lá vai de temporada: bons jogos contra equipas tecnicamente evoluídas, ofensivas e abertas, grandes dificuldades contra adversários mais pequenos, mais fechados e pressionantes - a excepção terá sido a derrota de Atenas.
O jogo do Dragão parece pois, no plano meramente técnico-táctico, corresponder à tipologia que mais confortável se tem revelado para os encarnados. Um adversário tecnicamente forte, a jogar em casa, a dar velocidade ao jogo e a querer atacar, deixando certamente alguns espaços na sua retaguarda, nos quais jogadores como Aimar, Reyes e, sobretudo, Suazo, se sentem como peixe na água.
Mas esta partida tem, como grande parte dos clássicos, muito mais conteúdo do que a simples análise táctica às equipas em presença. É jogada num ambiente extremamente hostil, onde o Benfica tem sentido grandes dificuldades nos últimos anos para sequer conseguir pontuar - para o F.C.Porto este jogo representa normalmente muito mais do que uma simples partida de futebol, e a agressividade competitiva que é posta em campo revela-se quase sempre muito difícil de contrariar.
Um jogo como este é pois, antes de tudo o mais, um desafio à coragem dos jogadores, à sua força mental e sua capacidade de superação, condimentos que, afinal de contas, costumam temperar os campeões É justamente neste particular que os jogadores do Benfica terão de mostrar o que valem. Será por aqui que o Benfica pode mostrar neste domingo se tem ou não condições para merecer o título nacional, se tem ou não aquilo a que se costuma chamar “estofo”.
Com um onze recheado de experientes internacionais habituados a todos os palcos – de Luisão a Katsouranis, de Aimar a Reyes – os encarnados podem, devem, e têm de saber resistir ao ambiente, fazendo-o reverter a favor da sua força anímica, da sua concentração competitiva, e da sua vontade de vencer. Têm sobretudo que acreditar em si próprios, convencer-se que podem ser melhores, que as bancadas não marcam golos, e que a vitória está ao seu alcance. Creio que a equipa do Benfica, esta equipa do Benfica, já estará em condições de o poder fazer - se assim for, pode muito bem sair desta partida embalada rumo ao título.
É claro que o factor sorte pesa muito neste tipo de jogos, cuja decisão se prende por vezes num simples detalhe. Mas com uma atitude de grande coragem e total concentração, o Benfica tornará bastante mais difícil um desfecho negativo, ou não fosse a sorte proteger habitualmente os audazes.
Quando falo em coragem, não me refiro necessariamente a uma equipa com quatro avançados. Penso que o Benfica deve primeiro que tudo fechar a sua baliza, e esperar pelo adversário. A coragem exige-se é a cada jogador no exercício das suas funções dentro do campo – sem hesitações, sem medos, sem desconcentrações, com confiança, eu diria mesmo, com a arrogância de quem sabe ter argumentos para poder ser melhor.
Creio ser esta a chave para um bom resultado. E um bom resultado será uma vitória, na qual francamente acredito.
Força Benfica!

Estádio do Dragão, domingo, 19.45 h (Sport Tv)
Árbitro: Pedro Proença
Equipas:
F.C.PORTO – Helton, Fucile, Rolando, Bruno Alves, Cissoko, Fernando, Raul Meireles, Lucho, Lisandro, Hulk e Rodriguez
BENFICA – Moreira, Maxi Pereira, Luisão, Sidnei, David Luíz, Katsouranis, Yebda, Ruben Amorim, Reyes, Aimar e Suazo.

O HOMEM DO APITO

De acordo com a sondagem feita aqui ao lado, VEDETA DA BOLA tinha apostado em Pedro Proença ou em Jorge Sousa para o clássico deste fim-de-semana.
A nomeação recaiu sobre o lisboeta, enquanto o portuense vai estar em Alvalade para o Sporting-Sp.Braga.
Não é uma nomeação boa, nem má. É apenas óbvia.
Espera-se é que Pedro Proença não se decida por uma atitude de ostensiva auto-contrição em face de ser, ou ter sido, alegadamente, sócio do Benfica, e não faça o que fez em Penafiel em 2005, quando ao não assinalar duas grandes penalidades claras quase tirou o campeonato ao clube que dizem ser o seu.
Acredito que não, e que a sua arbitragem vai ser isenta e competente.

OS CONVOCADOS DE QUEIROZ

Tira-se o Pepe, o Deco e o Cristiano Ronaldo, e parece uma equipa "B", com alguns jogadores que nunca vi sequer jogar.
A grande vantagem desta lista é não ter ninguém do Benfica, numa fase crucial da época clubistica. Mas para o jogo com a Suécia, ou se recuperam alguns pesos-pesados (Quim, Bosingwa, Meira, R.Carvalho, Caneira, Simão, N.Gomes, Postiga, Quaresma etc), ou com tantas invenções iremos mesmo ver o Mundial pela televisão.
Caramba! Nuno Gomes não será melhor que Orlando Sá ? E Carlos Martins ou Ruben Amorim serão piores que Eliseu ? Andamos a brincar às selecções ?
Eis a lista:
Guarda-Redes:
Daniel Fernandes (VFL Bochum 1848)
Eduardo (SC Braga)
Defesas:
Bruno Alves (FC Porto)
Gonçalo Brandão (AC Siena)
Pepe (Real Madrid)
Miguel (Valência CF)
Paulo Ferreira (Chelsea FC)
Rolando (FC Porto)
Médios:
Deco (Chelsea FC)
João Moutinho (Sporting CP)
Maniche (Atletico Madrid)
Raúl Meireles (FC Porto)
Duda (Málaga CF)
Tiago (Juventus FC)
Eliseu (Málaga CF)
Avançados:
Danny (FC Zenit)
Hugo Almeida (Werder Bremen)
Nani (Manchester Utd)
Orlando Sá (SC Braga)
Cristiano Ronaldo (Manchester Utd)

SEXTA-FEIRA NAS BANCAS

A partir desta edição, o Jornal "O Benfica", para além da já habitual coluna semanal de opinião deste vosso amigo, vai também contar com a reprodução de alguns artigos deste blogue, numa estreita colaboração que esperamos possa contruibuír, modestamente que seja, para fortalecer a opinião benfiquista e o benfiquismo em geral.
VEDETA DA BOLA agradece a José Nuno Martins (director de "O Benfica") a visibilidade que este convite vai certamente proporcionar ao blogue, prometendo tudo fazer para que a ideia se traduza num sucesso. Embora este espaço não tenha como objectivo central aumentar audiências, é sempre motivo de orgulho quando isso sucede - não por vaidade pessoal, mas pelo sentimento de uma voz benfiquista soar mais alto e chegar mais longe, defendendo o clube e ajudando a torná-lo mais forte.
Esta semana poderá ler, ou reler, o post "Freeporto", aqui publicado há uns dias.

UMA RESERVA CAROTA

O F.C.Porto fez tudo para desvalorizar a Taça da Liga, como forma de vingança pelas decisões da Comissão Disciplinar de há uns meses atrás. Não conseguiu, pois Benfica e Sporting estão na final, e esta vai ser - tudo indica - um dos momentos da época futebolística nacional.
Para desprezar esta competição - e com medo do Benfica -, os portistas fizeram descansar onze titulares no jogo de Alvalade. Mas, seria a equipa apresentada por Jesualdo assim tão humilde e pobrezinha ?
Atente-se nos custos que os passes dos onze jogadores que actuaram de início. Das duas uma: ou os jogadores não prestam, e no norte também se tem andado a desbaratar dinheiro; ou então esta equipa teria obrigação de não ter saído goleada de Alvalade, escusando Jesualdo Ferreira de arranjar outras desculpas que não a ...incompetência.
Até porque na fase final do jogo cheguei a suspeitar que fosse desta que em Alvalade uns célebres 7-1 passassem ao esquecimento.