OS ENCARNADOS UM A UM

QUIM (4) Depois de uma primeira parte em que, mau grado a pressão leonina, pouco teve que fazer, conseguiu tornar-se numa das figuras do jogo numa segunda parte de grande nível na qual subtraiu ao Sporting em três ocasiões a possibilidade de relançar o jogo. Primeiro Carlos Martins, depois Bueno e Djaló, viram o guardião minhoto brilhar a grande altura.
NELSON (3) Alternou momentos de grande fulgor ofensivo (que lindo cruzamento aquele no primeiro minuto) com algumas exasperantes falhas defensivas, mais por desconcentração ou deficiente opção de jogo do que propriamente por falta de capacidade de desarme e cobertura. Tem que corrigir esses aspectos rapidamente, com o que se poderá então tornar num lateral de topo.
LUISÃO (3) Vindo de uma lesão limpou com eficácia a sua zona de acção, mas o brilho estava ontem reservado para o seu parceiro do lado.
LÉO (3) Provavelmente por opção estratégica esteve muito mais recatado do que é hábito, reservando a maioria das subidas para o colega do lado oposto. A defender esteve bem, usando a sua experiência para fechar o flanco empurrando Moutinho para o meio. “Deixou” Miguel Garcia “oferecer” bolas para Luisão e Rocha cortarem com facilidade e segurança.
PETIT (3) Fruto da utilização de dois pontas de lança por parte do Sporting, surgiu durante todo o jogo quase como um terceiro central de modo a garantir superioridade numérica naquela zona de acção. Fez bem o seu papel.
KATSOURANIS (3) Depois de alguns jogos em que se fez notar pela capacidade ofensiva, o grego deu ontem mostras de toda a sua cultura táctica conseguindo, com um posicionamento meticulosamente rigoroso, fechar um flanco onde Nelson nem sempre revelou grande solidez.
NUNO ASSIS (4) Se a exibição de Katsouranis, de tipologia mais defensiva, não surpreendeu, já Nuno Assis revelou uma consistência defensiva em articulação com Léo que ainda se não lhe vira. É um lutador e a verdade é que perante os jovens “franganitos” adversários nem a sua parca capacidade de choque se deixou notar.
NUNO GOMES (2) A nota não pode deixar de levar em consideração a incompreensível atitude que o levou à expulsão, com o jogo ganho e na área adversária. Mas vendo bem até talvez lhe faça bem descansar um ou dois joguitos, pois está em gritante crise concretizadora. Ontem até tentou, obrigando Ricardo às suas duas melhores defesas em todo o encontro. No resto do tempo ficou a marca de um jogador combativo, capaz de integrar de peito aberto o processo defensivo da equipa, revelando uma maturidade competitiva que mereceria sem dúvida nota positiva. Mas depois... porquê Nuno ?
SiIMÃO (5) Tenho dito repetidamente que este é talvez o melhor Simão de sempre. Para que isso se torne consensual apenas lhe faltará acertar nos livres directos, como fazia há dois anos atrás. Em Alvalade Simão realizou uma magistral exibição, colorida com um golo e participação directa no outro. Sempre que pegou na bola o número 20 – desta vez com uma missão de maior liberdade criativa e de maior apelo à sua velocidade - foi capaz de desorganizar a linha defensiva da sua antiga equipa, com uma capacidade de drible que se lhe reconhece, e uma disponibilidade física que talvez nunca antes se lhe tivesse visto. Só uma “Rocha” lhe retira o título de melhor em campo.
MICCOLI (3) Notou-se a sua debilidade física, sobretudo em momentos onde claramente evidenciou alguma poupança de recursos. Ainda assim fez o passe a desmarcar Simão para o segundo golo, e pouco depois podia ter dado a estocada final nos leões quando fez tremer a barra da baliza de Ricardo.
KARAGOUNIS (1) Pouco tempo em campo, integrou-se bem na manobra da equipa.
BETO (-) Julgo que nem terá tocado na bola.
PAULO JORGE (1) Não consegue disfarçar um período de menor confiança depois de um bom início de época. Não trouxe nada à equipa, mas diga-se que esta, na altura, também já de pouco precisava.