O "MEU" PRIMEIRO TREINADOR
Ainda tenho uma memória remota e difusa de um Bayern-Benfica da temporada 75-76, com a equipa orientada por Mário Wilson. Mas o "meu" primeiro treinador do Benfica é, de facto, Mortimore - que ficaria na Luz até 1979, regressando nos anos oitenta para uma segunda passagem.
Num total de cinco temporadas, deixou ao Benfica dois Campeonatos, duas Taças de Portugal e uma Supertaça. Chegou aos Quartos-de-Final da Taça dos Campeões em 77/78, caindo aos pés do poderosíssimo Liverpool.
Teve pouca sorte nos campeonatos perdidos. Em 77/78, com os mesmos pontos do FC Porto, sem qualquer derrota, perdeu por diferença de golos. Fosse o regulamento o actual e teria sido campeão (no confronto directo empatou 1-1 nas Antas e 0-0 na Luz). Na época seguinte perdeu por apenas um ponto (se as vitórias valessem três pontos teria ficado em primeiro). E em 85-86, uma inesperada derrota em casa com o Sporting na penúltima jornada, por 1-2, sem ele no banco por castigo, estragou uma festa anunciada, naquele que foi o primeiro dérbi a que assisti ao vivo. Ou seja, nas cinco temporadas na Luz, foi campeão em duas, e ficou muito perto de o ser nas restantes. Com uma equipa ainda órfã de Eusébio e Simões, lançou jovens como Alberto, José Luís, e sobretudo Chalana. Foi também com ele que Manuel Bento se tornou titular indiscutível da baliza encarnada.
Saiu do Benfica com uma "dobradinha" em 1987, marcado ainda assim pela derrota por 7-1 em Alvalade (sem dúvida o seu momento mais negro), e indirectamente também pelo facto do FC Porto se ter sagrado campeão europeu nessa mesma temporada. Mas saiu de pé, com toda a dignidade, e com o estatuto de um treinador rigoroso, disciplinador e muito bom no plano físico.
Morreu hoje. Descanse em Paz!
Publicada por LF à(s) 27.1.21 3 comentários
PENÁLTIS 2020-21
Note-se que, na Liga Europa, o Benfica beneficiou de 4 grandes penalidades em 6 jogos.
Publicada por LF à(s) 26.1.21 5 comentários
UM ROUBO
Um golo anulado que deixa muitas dúvidas (já disse várias vezes que as linhas não me convencem, são apenas uma mentira bem contada) . Três lances de penalti que o VAR parece ter ignorado (um deles bastante óbvio). Dualidade de critérios chocante. Cinco minutos de compensação depois de várias paragens. E, mesmo com substituições no tempo de descontos, apenas oito segundos a mais, cortando um lance de ataque do Benfica.
Lamento que os comentadores da BTV tenham praticamente ignorado tudo isto, destacando até à náusea a fraca exibição de uma equipa que se apresentou dizimada.
Este jogo nem devia ter sido disputado. A esperteza saloia do Nacional, e a inércia da Liga, assim o impôs. Era difícil jogar bem. Contra 14, ou 15 ou sei lá quantos são, tornou-se impossível vencer.
Aquele golo não se sofre. Mas com terceiras opções a compor a linha defensiva era de esperar falhas. A equipa de arbitragem apresentou-se completa, e foi o que se viu.
Publicada por LF à(s) 26.1.21 17 comentários
COVID 2 BENFICA 1
PS: O Braga não tem culpa dos problemas do Benfica. Mas ficaria bem a Carvalhal uma palavrinha, nem que fosse a desejar melhoras. Alarvemente, ignorou tudo isso, como se tivesse ganho à melhor equipa do Benfica, como se tivesse sido justo disputar sequer esta partida. Enfim, não surpreende.
Publicada por LF à(s) 21.1.21 8 comentários
JOGAR COM ONZE
Publicada por LF à(s) 20.1.21 3 comentários
ASSIM NÃO DÁ
Em condições normais estaria aqui a propor um onze para defrontar o SC Braga, ou a recordar bons momentos da Taça da Liga. A verdade é que nem Jorge Jesus poderá nesta altura prever o onze a apresentar, nem se sabe se há jogo, ou mesmo Taça da Liga.
Custa-me muito dizer isto, mas não me parece que estejam reunidas condições para se continuar a jogar normalmente. A competição profissional não pode ser uma espécie de roleta de número de infectados, e quem tem menos ganha. E a continuar-se a jogar, é isso que vai fatalmente acontecer.
Ao contrário das escolas, o futebol é algo de que todos podemos prescindir durante algum tempo. Podem falar-me das receitas televisivas, mas esse problema seria igual para todos, e quanto ao destino das Sportvs e Elevens, lamento mas não sou particularmente sensível - seguramente não mais do que face a muitos dos sectores de actividade já encerrados.
Estive a olhar para o calendário, e de facto é difícil encaixar mais datas (a menos que o Europeu seja novamente adiado ou mesmo cancelado). Mas jogar assim não faz qualquer sentido, sejamos do Benfica, do Sporting ou do FC Porto.
Publicada por LF à(s) 19.1.21 3 comentários
SABE A POUCO
Dado o que tem acontecido nos últimos clássicos, e aquilo que tem sido o desempenho da equipa do Benfica ao longo desta época, se me dessem o empate antes do jogo, mais a mais depois do resultado do Sporting, certamente teria aceitado.
Depois dos 98 minutos sabe a pouco.
Nesta partida viu-se finamente um excelente Benfica, capaz de se superiorizar ao seu rival durante quase todo o tempo, igualando-o na raça e na agressividade, jogando rápido e com fluidez, faltando apenas eficácia na área para construir uma vitória que seria o resultado mais adequado ao que se viu.
Não ganhou o jogo, fica um sabor amargo, mas penso que pode ter ganho uma equipa.
Acredito que nada será igual daqui em diante, e numa altura em que ainda há margem e tempo para recuperar, esta exibição é sem dúvida uma boa notícia.
Por fim, é preciso dizer: Jorge Jesus está vivo e continua um super-treinador. Independentemente do empate, tacticamemte deu um banho a Conceição.
Publicada por LF à(s) 16.1.21 4 comentários
EM FRENTE
Publicada por LF à(s) 13.1.21 7 comentários
RODAR
- Estrela da Amadora, fora;
- Belenenses ou Fafe, casa:
- Marítimo ou Estoril, a duas mãos.
Publicada por LF à(s) 12.1.21 7 comentários
SEM CONVENCER
As indicações para sexta-feira não são boas. Ou acontece uma surpresa, ou este Benfica pode ficar já bastante longe do primeiro lugar, ainda antes do final da primeira volta.
Espera-se que algo mude. Mas já se espera isso há longas semanas. Veremos se é agora.
Publicada por LF à(s) 11.1.21 5 comentários
PORQUE NÃO?
Publicada por LF à(s) 6.1.21 14 comentários
UMA TRAGÉDIA EM TRÊS ACTOS - ou uma história que se repete
Publicada por LF à(s) 6.1.21 17 comentários
PARA REFLECTIR
"O Benfica gastou 98,5 milhões em reforços, feito o desconto conseguido com Pedrinho – e antes de Lucas Veríssimo –, e terá recebido 76 milhões. Além dos 68 milhões por Rúben Dias, houve ainda a venda de Lema, os empréstimos de Florentino e Carlos Vinícius, além de uns trocos aqui e ali com outros jogadores. Contas feitas, os gastos ficam em 22,5 milhões, embora tenha de sublinhar-se a perda da maior referência defensiva, titular da Seleção Nacional e, hoje, do Manchester City, com os elogios a serem praticamente diários, inclusive do treinador Pep Guardiola, como podem ler neste jornal. No entanto, se afastarmos a parcela recebida deste nosso exercício, a conclusão mais óbvia a retirar dos resultados e exibições é que, 98,5 milhões de euros depois – 99,5 se somarmos a cláusula de Jorge Jesus de um milhão – o Benfica está muito longe de ser um plantel completo e equilibrado, estar consolidado no processo de jogo e ser, nesta altura, em janeiro, o mais forte candidato ao título, mesmo perante rivais a atravessar momentos financeiros muito difíceis. Pior, o investimento de 100 milhões, se nos permitirem arredondar, nada alterou o status quo dentro do grupo: Pizzi, Rafa e o hoje lesionado André Almeida – jogadores com qualidade, mas que têm mostrado, ao longo dos anos, dificuldades em manter o registo elevado sempre que a exigência sobe, seja nos confrontos com rivais diretos ou nas competições internacionais – continuam a ser as maiores referências. Ou seja, se aplicarmos aqui a lógica, os encarnados não fizeram crescer o nível médio de qualidade do grupo de trabalho. Mesmo em termos de carisma, os jogadores contratados deixam bastante a dever em termos de capacidade de liderança, com tamanha timidez que apresentam. A braçadeira tem passado de braço para braço, com Ferro a usá-la hoje, ao segundo jogo de início, depois dos 90 minutos com o Paredes.
Há a questão do treinador e, vivamos ou não um momento de anormalidade com a questão da pandemia – que é argumento válido para todas as equipas –, este talvez seja o pior trabalho, ainda que a meio e recuperável, reconhecido a Jorge Jesus. Se o gosto pelo jogo partido continua lá, há erros contínuos nos passes em fase de construção – que aumentam com Taarabt e/ou Gabriel em campo – e que expõem o setor mais recuado, e ainda uma primeira e segunda linhas de pressão que deixam constantemente a bola descoberta e que possibilitam ao adversário colocá-la nas costas da defesa. Depois, também os erros individuais que alguns jogadores acrescentam – o caso de Otamendi tem sido o mais flagrante – não ajudam. Se Jesus nada pode fazer neste último ponto, a equipa não parece ter evoluído muito nos anteriores. Mesmo que Gilberto agora se posicione mais por dentro, quando a bola circula do outro lado, para prever uma mais forte reação à perda.
Se defensivamente, as coisas não melhoram, o excessivo jogo interior em ataque posicional torna a equipa demasiado previsível. Everton é um jogador que não consegue jogar por fora, precisa que Grimaldo esteja em overlappings constantes, o que também o desprotege defensivamente. Rafa ataca muito mais o canal interior entre lateral e central do que a linha e já se sabe que Gilberto não consegue grande profundidade. Além disso, mesmo a forçar o jogo interior, os elementos mais adiantados estão sempre muito estáticos sem procurar movimentos de rotura. Waldschmidt continua a ser o único a tentar encontrar espaço entre linhas, mas atravessará um momento de menor confiança – e acaba quase sempre como sacrificado, ainda que com outros em pior momento.
Mesmo que apresente largura, se ninguém se movimentar, o impasse continua. Nos Açores, verificaram-se algumas melhorias no primeiro tempo, mas a verdade é que o Santa Clara deu 45 minutos de avanço.
O que piorou bastante foi a transição ofensiva, com o desperdício de inúmeras situações de superioridade e igualdade numérica em determinados jogos, e que se explica pela tomada de decisão geralmente deficiente dos atacantes, nomeadamente Rafa, Seferovic e Darwin. O uruguaio tem também outro defeito grave, que é o primeiro toque – a receção simples ou orientada – e que o tem prejudicado em muitos momentos. Apresenta outras valências e não são poucas, mas se quer singrar ao mais alto nível, tem de começar a reagir melhor ao momento em que recebe a bola. A isso e ao posicionamento no momento do passe de rotura.
As declarações do técnico também fazem parte do pacote. O vamos arrasar vai ter eco cada vez maior sempre que os jogos não correrem bem, mas têm surgido igualmente declarações menos adequadas sobre alguns jogadores, como Gonçalo Ramos e agora Diogo Gonçalves, que nada lhes acrescenta em termos de confiança. E, sobretudo, aquela em que colocou o futebol brasileiro ao nível da Premier League terá deixado os adeptos preocupados. Será que Jesus pensa mesmo assim, e daí a aposta em Everton, os suspiros por Gerson e Bruno Henrique, e agora a chegada de Lucas Veríssimo? É que se é verdade que JJ beneficiou de um pensamento e método europeu – e talvez do melhor plantel do Brasileirão, reforçados com jogadores acabados também de chegar da Europa – para ganhar o que ganhou pelo Flamengo, a realidade no Velho Continente é bem outra.
Há questões mais profundas, que se prendem com o regresso à Luz depois da passagem pelo rival – com acusações e palavras feias, entretanto certamente já esquecidas pelas partes, embora não pelos adeptos –, mas sobretudo depois da mudança de rumo. Primeiro, a questão de princípio: ao fazer regressar Jesus, Luís Filipe Vieira resignou-se àquele que passou a ser o melhor treinador que o Benfica poderia contratar, fosse ou não verdade na altura. Uma espécie de fim da história, como professava Fukuyama.
Depois, o paradigma. O emblema da Luz chegou a ter um dos melhores departamentos de scouting da Europa e ainda terá também uma das melhores academias de formação, com jogadores que estão à porta da equipa principal. A porta parece fechada para os dois circuitos, enquanto Jesus estiver no banco. Contratado quase com um selo de garantia de sucesso imediato – que passava pelo apuramento para a Liga dos Campeões e que se estende ao título e, agora, a uma boa participação na Liga Europa –, é difícil não olhar para estes primeiros meses com alguma desconfiança.
O Benfica parece parado no tempo. Em campo, não evolui. Na política desportiva, terá involuído."
Com a devida vénia, Luis Mateus em "A Bola"
Publicada por LF à(s) 6.1.21 3 comentários
PORQUÊ?
Com um plantel de milhões, com um treinador que, até agora, tinha brilhado em todo o lado, nem mesmo assim o Benfica apresenta um futebol consistente e compatível com uma equipa que quer ganhar títulos.
A Champions foi logo por água abaixo, a Supertaça também já lá vai, a Taça da Liga escapou por pouco, e no Campeonato alguma sorte tem evitado o total descalabro. Como a sorte não dura sempre, alguma vez a coisa acabaria mal. Foi hoje.
É incompreensível aquilo que se passa no Benfica. E a história já vai longa. Começou nos últimos tempos de Rui Vitória, repetiu-se na segunda época de Lage, e agora é o que se vê. Sempre com plantéis mais caros e extensos que os dos adversários, sem renderem o que podem e deles se espera, a afundarem-se na mediocridade competitiva. Jogadores apáticos e entregues, sem rendimento nem alegria, nem reacção.
Zero remates na última meia hora, com o jogo empatado?!?!? Mas o que é isto?
Porquê?
Urge uma explicação. Exige-se uma explicação. Não podemos pagar quotas e não perceber o que se passa no clube que amamos.
O Benfica está doente, e enquanto não houver um murro na mesa, e não se identificar essa doença, as coisas não vão melhorar.
Neste momento, Sporting, Porto e Braga jogam mais, e gastaram muito menos.
E se olharmos para as restantes modalidades do clube, o padrão mantém-se. Se há relação, não sei.
Mas, volto a dizer, espero e exijo explicações. E parece-me que seria altura do presidente dizer alguma coisa.
Publicada por LF à(s) 5.1.21 21 comentários