MAIORIDADE
Puxemos o filme atrás, até à pré-época, até às 6 derrotas nos 7 jogos
de preparação que antecederam a Supertaça, e ao cepticismo com que muitos
olhavam para a debandada de jogadores como Oblak, Garay, Siqueira, Markovic,
André Gomes, Rodrigo ou Cardozo. Recordemos o que então se disse.
Depois de anos sucessivos em que um forte investimento na equipa
escancarava as portas à esperança, o último Verão parecia deixar-nos uma amarga
sensação de fim de festa: por motivos vários, o Benfica deixaria inevitavelmente
a dianteira do panorama futebolístico nacional, devolvendo-a ao todo poderoso,
e reinventado, FC Porto.
Confrontemos com a realidade actual. 11 vitórias em 13 jogos do
Campeonato, 6 pontos de vantagem para o 2º classificado, e vitória categórica
no reduto do principal adversário. Nem os mais optimistas julgariam possível tão
eloquente desempenho. Mas ele aí está, e tem um nome: Jorge Jesus.
Se em épocas anteriores alguns argumentavam que o técnico do Benfica
usufruíra de plantéis luxuosos, com os quais qualquer um seria capaz de brilhar
(afirmação que, diga-se, está longe de corresponder à realidade do futebol
moderno), nestes meses, com uma equipa desfalcada – além dos que saíram, também
as lesões de Sílvio, Eliseu, Ruben Amorim, Fejsa, Jara e Sulejmani reduziram o
lote de opções -, o que Jesus conseguiu é digno dos mais vivos encómios. E a
vitória no Dragão (a sua 8ª sobre o FC Porto), alicerçada numa estratégia de
jogo imaculada, apenas confirmou aquilo que se vai tornando evidente desde 2009:
temos, neste momento, um dos melhores treinadores da história do Benfica.
O triunfo de domingo significou, também, o atingir de uma certa
maioridade desta equipa, na qual poucos confiavam no início da temporada.
Aqueles jogadores mostraram estofo, e garantiram-nos que podemos contar com
eles.
Com um calendário desanuviado, com uma vantagem pontual confortável, a
aposta no Bi-Campeonato terá, agora, de ser um desígnio de todos. Chegados
aqui, não podemos deixar escapar este título.
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