KIT KAT

Após importante vitória europeia e em vésperas de uma dupla de jogos que poderá simplesmente decidir toda a temporada benfiquista, a equipa de Fernando Santos não vacilou na recepção ao Marítimo obtendo uma vitória tão magra quanto justa frente a um adversário que, como este Benfica tanto gosta, pouco pôs à prova as suas debilidades defensivas.
Em condições normais este seria jogo para goleada (os 3-0 do costume...), mas uma interminável série de ocasiões de golo perdidas inviabilizou essa possibilidade, deixando no ar até alguma inquietação quando nos instantes finais os madeirenses tentaram a sua sorte, sempre sem grande critério diga-se, mas com algum susto para os presentes na bancada da Luz.
Até sair lesionado (que contratempo terrível...) Miccoli foi a unidade em maior evidência na turma da Luz. O italiano está(va) em excelente momento de forma, beneficia de grande simpatia entre os adeptos, e transmite uma alegria ao jogo a que muito devem os melhores momentos deste Benfica no plano ofensivo. Durante toda a primeira parte, sob a sua batuta, Nuno Gomes, Anderson e Katsouranis foram desperdiçando ocasiões, acabando por ser um defesa contrário a fazer aquilo que os jogadores do Benfica pareciam incapazes – colocar a bola dentro da baliza.
Ninguém esperava que muito perto do intervalo, num grande pontapé de fora da área, Marcinho restabelecesse a igualdade, o que espalhou algum nervosismo pela Luz – quando será que os adeptos compreendem as dramáticas consequências dos seus estúpidos assobios, na equipa que dizem apoiar.
No segundo período temeu-se que os sucessivos falhanços junto da baliza maritimista, e sobretudo a lesão de Miccoli, pudessem abrir a porta aos fantasmas com que o onze de Fernando Santos tem convivido esta temporada. A expulsão de Marcinho (o melhor jogador do Marítimo) foi determinante para afastar esse perigo, dando novamente ao Benfica o tónico para insistir ainda mais no ataque, e abatendo em larga medida a força anímica com que o Marítimo saíra para a segunda parte.
O golo de Katsouranis acabou por surgir com naturalidade, ficando a equipa encarnada ainda a dever mais um ou outro a uma plateia com um grau de exigência demasiado elevado e algo desfasado da realidade da equipa e do futebol actual.
Em termos individuais o destaque vai mais uma vez para aqueles que têm sido os grandes artífices do bom futebol que o Benfica tem exibido em muitos dos jogos desta temporada: Simão e Miccoli. Se o italiano estava a ser o melhor em campo até à altura de sair lesionado, o capitão agarrou bem o testemunho e foi dele que partiu a reacção que levou o Benfica à vitória. Katsouranis por sua vez continua a facturar, sendo já o melhor marcador encarnado - ontem foi mais uma vez decisivo.Pela negativa há que realçar os inaceitáveis momentos de desconcentração de Nélson, que desta vez não tiveram consequências mas que não se poderão repetir nas próximas e decisivas partidas, e ainda a dramática falta de confiança que assola Nuno Gomes, e para a qual a resposta dos associados é justamente a que mais contribui para a instabilidade do seu (?) avançado: o apupo.
Pontuação: Quim 3, Nelson 2, Anderson 3, Ricardo Rocha 3, Léo 3, Petit 3, Katsouranis 3, Nuno Assis 3, Simão 4, Miccoli 4, Nuno Gomes 2, Mantorras 1, Karagounis 3 e Manu 1.
Melhor em campo: Simão Sabrosa.
João Ferreira perdoou uma grande penalidade aos insulares ainda na primeira parte, mas no resto da partida realizou um trabalho tranquilo (ainda não tive oportunidade de ver o lance da expulsão na televisão).
NOTA: Em dia de aniversário, e aproveitando os convites que a direcção encarnada me disponibilizou para a ocasião, decidi levar toda a família ao estádio. Este foi portanto também um jogo muito especial para mim.

2 comentários:

Anónimo disse...

LF

Deu nota 2 ao Nuno Gomes, depois de fazer:
- uma assistência para o Katsouranis, que rematou por cima da baliza
-Uma assitência para o Petit, que também não deu em golo
- desmarcou o Simão para este cruzar para o Golo do Katsouranis

Para além disto fartou-se de correr, para fazer mexer toda a defesa do Maritimo e abrir espaços para os colegas

É certo que não marcou nenhum golo, mas a bola passou na grande maioria das vezes por ele nos lances ofensivos do Benfica e foram muitos

Se fosse o Miccoli ou o Simão, seria 4 ou 5 de certeza, o comentador do jogo, penso que era o Rui Águas, considerou-o em grande forma e com grandes movimentações na area, não podemos pensar só nos golos que falha, mas no seu trabalho para a equipa

Não posso estar de acordo com a nota 2, assim como não estou de acordo com a nota 3 ao Quim, o que fez o nosso guarda redes durante todo o jogo ?

Apanhou algumas bolas atrazadas pelos colégas e sofreu um golo a pelo menos 15 metros da grande area

O resto do texto, estou de acordo

LF disse...

No meu ponto de vista Nuno Gomes tem estado extremamente infeliz naquilo que é a sua principal função em campo: marcar golos.

Até poderia tolerar que não marcasse devido, por exemplo, a uma boa exibição do guarda-redes contrário, a infelicidade nos remates etc.
Não foi isso que aconteceu.
Nuno Gomes está em tal crise de confiança que nem rematar consegue, perdendo sistematicamente posição, falhando tempos de salto etc.
Prova disso é a reacção (injusta pelo seu passado) dos adeptos que no estádio o assobiaram por várias ocasiões.

É claro que teve algumas boas movimentações, um ou outro passe, mas está longe, muito longe, do Nuno Gomes normal, perigoso, rematador, confiante.

A um avançado do Benfica pede-se mais, muito mais, do que aquilo que ele fez nos últimos três ou quatro jogos.
Espero que em Alvalade volte o grande Nuno "Golos". O Benfica bem precisa, ainda mais agora sem Miccoli.


Qaunto ao Quim trata-se de uma dificuldade que tenho muitas vezes sentido na atribuição da pontuação: Como pontuar um guarda-redes que joga frente a uma equipa que nem sequer ataca ?
É injusto dar negativa, pelo que a nota 3 parece adequada a quem não esteve bem nem mal, antes pelo contrário...