QUEM TEM MEDO DO VOTO ELECTRÓNICO?

Um grupo de jovens que vive nas redes sociais, mas que tem poucos anos de Benfica (nem sabe o que o clube foi realmente em TODO o seu passado), nunca percebeu porque motivo a maioria dos sócios (sobretudo os mais antigos, que não vivem nas redes sociais) escolheu Vieira em 2020.  Daí até se criar uma narrativa segundo a qual os resultados haviam sido falseados foi um pequeno passo. Gerou-se então, entre essas franjas, uma desconfiança exagerada quanto à credibilidade do voto electrónico.
Permitindo os novos estatutos o voto electrónico (desde que todos os candidatos concordem), Noronha e Manteigas recusaram essa possibilidade, e assim a inviabilizaram. Percebe-se porque motivo: sabem que a maioria do povo benfiquista não está com eles. Sabem também que os seus apoiantes são os mais fáceis de mobilizar para ir à Luz (por serem mais jovens, por viverem na grande Lisboa, por serem do contra, e o contra é sempre mais empolgante). O que é certo é que esta impossibilidade impede um número muito significativo de sócios de participar nas eleicções, e isso vai retirar força a quem for eleito. Vai retirar força ao próprio clube.
Conheço várias pessoas, algumas com 50 votos, que não vão poder votar. Ou porque estão no estrangeiro (e o número de casas é reduzido, obrigando a longas viagens que nem todos podem fazer), ou porque têm compromissoss profissionais ou pessoais nesse dia. Se pudessem exercer o seu direito via telemóvel - a mesma via pela qual todos fazemos transferências bancárias, e gerimos as nossas contas e pagamentos -, a participação seria muito maior, e a ligitimidade e a força do novo presidente também.
Aliás, as urnas, espalhadas pelo país, são, quanto a mim, um processo menos seguro quanto a eventuais tentativas de fraude. O voto electrónico apenas teria de ser supervisionado e certificado por uma empresa independente, o procedimento auditado por membros de todas as candidaturas, e quer Noronha, quer Manteigas, sabem muito bem disso.
Dizem que os países não elegem os políticos electronicamente. Ora em eleições políticas há urnas em todas as freguesias do país, e temos de perceber que há pessoas que não sabem ler, que não têm telemóvel ou computador, e devem, naturalmente, poder votar. Num clube, tudo isso é diferente, desde logo a impossibilidade de colocar urnas em todas as freguesias. Além de inúmeras outras questões que seria fastidioso trazer para aqui.
Eles também sabem disso.
Na verdade, o que está em causa é a tentativa, conseguida, de impedir de votar uma grande parte do povo benfiquista, que vive longe de Lisboa, que tem mais idade (logo mais votos), e que tenderia, até sociologicamente, a ser mais conservadora. 
Noronha e Manteigas tiveram medo do verdadeiro benfiquismo. E sabem que as suas hipóteses estão na mobilização em peso da malta dos Whatsapps - que embora gritem que o Benfica é deles, não são, longe disso, representativas do verdadeiro pulsar do clube no país e no mundo. 

7 comentários:

Nuno disse...

LF,
Essa é de cartilha. Lamento este post. Concluir que Manteigas e Noronha são contra o voto eletronico pelas razões que indica vai contra o que os mesmos disseram e assenta numa catalogação dos sócios que não tem como confirmar. Eu não sou nada jovem, mas voto… Noronha.

A tal auditoria que diz ser possível num voto electrónico “virtual” não estava montada para ser posta em prática. Não há sistema para isso. Não se faz num dia.

O que tivemos no passado foi urna eletronica. Não foi voto eletronico remoto.

Compara o método a um sistema de home banking. Pois agora está no meu meio… uma plataforma de home banking custa uma fortuna. É muito complexa.

Sou a favor dessa medida. Mas não há condições para a implementar, agora. Porque não foram criadas… pelos Órgãos Sociais em funções.

Anónimo disse...

Sim, as redes sociais, os falsos perfis, os bots, etc etc, joga-se muito nesses tabuleiros, são os tempos de ora em qualquer eleição, nomeadamente política.
Seja como for, independentemente disso, até pela disparidade de votos, face à antiguidade de cada eleitor, as eleições serão decididas por uma maioria silenciosa.

CHARLIE WARD disse...

100% de acordo. O que eles fizeram tem vários nomes: Ardil, Embuste, Manigância!! A mesma coisa que os poderes instituidos têm usado para impedir o Benfica, o CLUBE da Irmandade da LUZ, de ter ganho, pelo menos, mais 15 campeonatos nos últimos 45 anos, de se ter tornado o Bayern Português.
Os criminosos agentes que eles têm espalhados pelas instituições têm lutado contra isso com unhas e dentes. Vê-se isso todos os dias na CS.

O que é que isso revela? Revela que existe uma agenda por detrás destas eleições, agenda que começou a ser preparada muitos meses antes, como se viu em programas na CS, com a mudança dos estatutos, que foram "empurrados" através de um embuste, com a justificação de que era um "exemplo de democracia". Não era.
Foi para "cumprir calendário" dos criadores da agenda, que querem uma mudança de regime, querem o clube dividido. Que tem consequências dentro do campo, quer queiram, quer não. Eles estão fartos de saber isso.
Algo que já conseguiram, pelo menos antes das eleições.

Os estatutos foram mudados através de um ardil usado no estrangeiro há muitos anos pelas criminosas agências de informação (CIA, Mi6, etc), quando querem mudar os regimes e os governos legalmente eleitos dos países, aquilo que os ingleses chamam, "revolução colorida". Algo já muito velho.
Usam cidadãos, em geral mais jovens e menos preparados, cujas mentes são facilmente controladas por eles. Como foi o caso.

As fraudes têm consequências, na justiça terrena e na justiça divina.
Esta última chama-se KARMA, o destino que merecemos.
Os fraudulentos e os criminosos terão o destino que merecem.

LF disse...

A App Benfica permite comprar bilhetes, Red Pass, pagar quotas. Não percebo porque motivo não pode ser usada na eleicção. Quando compra um bilhete, que até pode ser bastante caro, mais ninguém ocupará esse lugar. Assim como votando uma vez, com o mesmo número de sócio não o podia fazer. A menos que vejamos fantasmas no ar, não percebo o problema. Ou melhor, até acho que percebo...
Eu sei como foi o voto. Mas eu ia ainda mais longe, de forma a permitir que todos os sócios votassem.

Anónimo disse...

Folgo em constatar que não tem qualquer problema em apontar o dedo a 2 candidatos pela ausência de voto electrónico por não os favorecer, e passar desavergonhadamente por cima das dezenas de países que testaram ou implementaram esse método, acabando por descontinuá-lo por questões de credibilidade e segurança.

Ah, e passa por cima das recentes declarações de Rui Gomes da Silva, o qual insinuou que o voto electrónico em 2020 estava controlado a favor de Vieira.

Jorge Leitão disse...

Pois a mim incomoda-me mais o facto de cerca de 17% dos sócios com capacidade de voto terem mais mais votos do que os restantes 83%.

A campanha em torno do incompetente está a entrar numa fase de desespero. Usam tudo o que podem para evitar cair do trono e perder os tachos .

Anónimo disse...

A minha opinião não é certamente popular, mas é por estas e por outras que acho que em certas instituições cuja grandeza desportiva e social é colossal - em Portugal, só o Benfica está nessa situação - o voto democrático é um perigo. Uma coisa é um país, onde todos, ou pelo menos a esmagadora maioria quer o melhor. A diferença é a forma como cada um acha que esse melhor pode ser alcançado. O mesmo é válido para a maioria das instituições desportivas, onde os associados estão alinhados. O Benfica tem uma dimensão demasiado alta, pelo que, além de sócios que querem o melhor para o clube, também gera muitos ódios, o que leva ao perigo de haver infiltrados, jogos de interesses e pessoas que querem usar um clube com esta dimensão para benefícios pessoais.

A luta pelo poder no Benfica tem uma dimensão potencialmente perigosa, porque há muitas nuances, muitos interesses obscuros, que podem levar à ruína do clube. Há muitos sócios que desde sempre que se nota que querem o mal do clube, para poderem alcançar o poder (Jaime Antunes, Bruno Costa Carvalho, Noronha Lopes...) e cujas intenções e sede de poder levantam muitas suspeitas. Ou seja, eles não são sócios que queiram o melhor para o clube, eles querem derrotas e fracassos, que mesmo que não existam, eles arranjam forma de convencer os adeptos mais broncos a acreditar (veja-se os anos do tetra). São pessoas duvidosas, com um vasto trabalho de minar o clube por fora e por dentro e com candidaturas preparadas já há décadas, ao nível da mentira, do bota-abaixo e da manipulação de sócios frustrados com a vida, que vêem na exigência irrealista e na crítica fácil ao Benfica um refúgio para os seus fracassos pessoais.

O Benfica é dos sócios, sim. Mas como qualquer instituição, é dos sócios que querem o bem do clube acima de tudo. E se formos ver, tal como o post diz, e bem, na prática o Benfica é de alguns sócios que vivem na área metropolitana de Lisboa ou perto de uma casa do Benfica numa grande metrópole. Isto não é democracia. Isto é uma "coisa" que facilmente candidatos charlatães conseguem manipular a seu favor. O Benfica não pode estar tão permeável a isto.