DOIS PESOS, DUAS MEDIDAS

Há três anos atrás, na sequência da invasão da Ucrania, praticamente todas as federações do mundo, bem como o Comité Olímpico, suspenderam a participação da Rússia nas diversas competições desportivas.
Ora o que se passa em Gaza não tem certamente menor gravidade. Porém, Israel continua alegremente sem sofrer qualquer sanção, e a participar em tudo como se nada estivesse a acontecer. Vê-se o que se está a passar na Volta a Espanha em bicicleta - prova em que a UCI obriga à participação de todas as equipas do primeiro escalão, deixando a organização sem armas para dar resposta -, mas, ainda no ciclismo, viu-se que, na Volta a Portugal, sem essa obrigatoriedade, a equipa de Israel (no caso, uma espécie de equipa B) foi convidada (!?!?), ao mesmo tempo que o vencedor da prova, um russo, não podia sequer exibir a bandeira do seu país. No futebol é o mesmo: falta a Rússia, mas lá está Israel.
Não questiono o princípio, tantas vezes afirmado pela FIFA e pela UEFA, segundo o qual não deve misturar-se desporto com política. Mas nesse caso jamais as equipas russas e os seus atletas (que, de facto, não têm culpa nenhuma daquilo que faz Putin), deveriam ter sido proíbidos de competir. Abriu-se um precedente, e agora o que não pode é haver dois pesos, conforme o bandido é mais ou menos inimigo do mundo ocidental. Só falta castigar um qualquer jogador que um dia destes se lembre de levantar a camisola e exibir uma mensagem de apoio ao massacrado povo palestiniano.
Todas estas entidades (a começar na União Europeia) perdem credibilidade a cada dia que passa, pela falta de critério, e pela falta de firmeza (quando o mundo mais precisava de tudo isso). A participação de Israel nas competições desportivas da UEFA (sem sequer ser um país europeu) é só mais uma prova.
Espero que os acontecimentos da Vuelta sirvam pelo menos para reflexão.

27 comentários:

Jorge Leitão disse...

Vamos ignorar que a Rússia iniciou a ofensiva e que Israel reagiu a uma brutalidade sem nome.
Os acontecimentos da Vuelta servem para mostrar que as autoridades policiais e políticas espanholas são coniventes com tudo o que está a acontecer e até incentivam. Eu estive em Espanha há uma semana, assisti a manifestações e pude constatar como a maioria da população está a milhas destas manifestações.
Para muito boa gente, o Hitler foi um traste, não pelo que fez, mas por não ter levado o trabalho até o fim.

Anónimo disse...

Jorge, a essas circunstâncias chamam-se, em direito penal, atenuantes e agravantes. Não retiram responsabilidade por um crime a quem o comete. Dois crimes de sinal contrário não se anulam.

A maioria da população nunca se manifesta, a não ser em causa própria e situações limite. O facto de não protestar activamente não quer dizer que não concorde com uma causa.

E estou à vontade se disser que essa lógica da minoria militante também se aplica aos palestinianos e israelitas (para não alargar a árabes e judeus). Segundo estudos de opinião (e vox pop) a maioria das respectivas populações são simpatéticas em relação às acções do Hamas e do governo de Netanyahu. Estão bem uns para os outros. Não implica que ambos os lados não cometam crimes.

Mas, como a Palestina ainda não aparece com atletas nas competições desportivas, e o Hamas, contrariamente ao governo de Israel, não é o representante legítimo e internacionalmente reconhecido de um estado, dificilmente as duas "nações" poderiam penalizadas da mesma maneira, com exclusão das competições desportivas.

A polícia não é conivente nem deixa de ser. A polícia faz cumprir a lei, com os meios que tem à sua disposição. Estamos a falar de uma corrida ao longo de centenas de quilómetros, não de manifestações numa praça.

Depois infelizmente o Jorge decide viajar na maionese e jogar as cartas do anti-semitismo e de reductio ad Hitlerium. É a cantiga do costume, a cantar desde 1945, como se ter sido vítima no Holocausto fosse uma licença para matar, e como se anti-sionismo e anti-semitismo fossem a mesma coisa. Os milhares de judeus que são contra a actuação do estado de Israel devem ser os tais "self-hating jews". E já agora, os árabes são semitas.
Hitler foi "o" traste, Netanyahu e os seus ministros radicais são trastes, e os terroristas do Hamas são trastes. A etiqueta é bem aplicada a todos. O que já não cola é a etiqueta do anti-semitismo.

LF disse...

Não querendo entrar em políticas, acho que nem a questão da Ucrania começou em Fevereiro de 2022, nem a da Palestina em Outubro de 2023.
O meu post não era para tomar posições sobre uma ou outra (tenho-as bem claras, mas não as trago para aqui). Era para expôr a incoerência dos organismos internacionais.
Aliás, o maior erro foi afastar os atletas russos e as equipas russas. Aí abriu-se um precedente.
O desporto não devia misturar-se com política. Não devia ter-se misturado logo nesse momento. A partir do momento em que se misturou uma vez, ficou refém dessa posição e ficou sem argumento para não agir nesta situação e noutras que, infelizmente, irão continuar a acontecer no futuro.
Os povos, ucraniano, russo, israelita e palestiniano são igualmente respeitáveis, e nenhum tem culpa daquilo que os governos fazem em seu nome. Todos eles são, à sua maneira, vítimas. Infellizmente há Putines e Netanyahus, e irão aparecer mais no futuro - quem sabe até em Portugal. Há por aí muita gente a querer seguir por esses caminhos.

Unknown disse...

Relativamente ao último parágrafo não estou interiamente de acordo contigo. Em regimes democráticos onde a democracia se exerce com maior ou menor grau de transparência, não consigo ilibar a 100% o povo da responsabilidade de existirem governos liderados por maiores ou menores trastes.

Anónimo disse...

'os terroristas do Hamas são trastes'

Para o estado fascista português, os movimentos de libertação de Angola, Moçambique e Guiné eram 'terroristas'. Para a França, a FLN e o movimento vietnamita (Indochina) de libertação, também; para a África do Sul do apartheid (que, já agora, teve Israel como um dos seus principais aliados e apoiantes) Mandela era um 'terrorista' e o ANC também; para a Rodésia, a ZANLA, a ZAPU e a ZANU também. Para a Alemanha nazi, a resistência francesa ( e a de outros países que ocuparam) era um movimento 'terrorista'. Para os ingleses, a resistência irlandesa que na década de 20 pegou em armas para lutar pela sua pátria contra o ocupante e agressor inglês, era 'terrorista'. Para Israel, desde 1948 que qualquer movimento de resistência palestiniano (OLP, FDLP e Hamas) que pegue em armas e lute pelo direito de viver na pátria onde viviam em paz (e coabitavam, em paz, com comunidades judaicas,) de onde foram escorraçados (800.000 pessoas), assassinados, obrigados a viver em campos de refugiados em vários países, sendo que lhe é negado o direito de retorno - é um movimento 'terrorista'. Arafat, que teve a coragem de formar um movimento de resistência e libertação, e opor-se, armado, às armas que Israel disparava, era 'terrorista', e foi por isso que Israel o assassinou, envenenando-o.

Por que razão o Hamas é 'terrorista'? Por utilizar os mesmos meios para resistir ao ocupante que este utiliza desde 1948? Lembro que o Hamas foi democraticamente eleito, numa eleição supervisionada por diversas entidades e organismos internacionais, incluindo a ONU, para governar a faixa de Gaza, onde, apesar do bloqueio que há décadas Israel exerce, conseguiu dotar o território e a população de hospitais, escolas, universidades e das necessárias infraestruturas (todas literalmente arrasadas pelo ocupante, incluindo centrais de dessalinização de água do mar ) para que a população pudesse viver com relativo desafogo e prosperiadde, pese embora as constantes sabotagens, política de apartheid e violências militares levadas a cabo pelo ocupante desde a eleição até hoje. Quem queriam que tivesse ganho essas eleições? Esperavam que um povo alvo de constantes massacres (uma simples pesquisa na internet saberá informar-vos quantos ocorreram desde 1948 até hoje, perpetrados pelo exército ocupante e pelos colonos armados por este, e quantos milhares de palestinianos foram assim assassinados, sem que a Europa e os EUA levantassem um dedo - só agora acordaram, depois de outubro de 2023?) e de uma política segregacionista e violenta desde 1948 (que recorre, sem qualquer rebuço, ao rapto - há, ao dia de hoje, mais de 11000 reféns palestinianos nas cadeias israelitas, incluindo mulheres e crianças, onde são sujeitos a toda a espécie de maus tratos -, à tortura, às represálias sobre a população civil e às execuções sumárias levadas a cabo pelos seus serviços secretos e exército) votasse em Israel para o governar?! Dava jeito, não dava? Seria mais uma operação de branqueamento muito bem-vinda por Israel, EUA e Europa.


Anónimo disse...



Lembro, também, que a resistência armada contra o ocupante é um direito internacional reconhecido pela ONU a povos colonizados, desde dezembro de 1982, nos termos da resolução 37/43: “A Assembleia Geral […] reafirma a legitimidade da luta dos povos pela independência, integridade territorial, unidade nacional e libertação da dominação colonial e estrangeira e ocupação estrangeira através de todos os meios disponíveis, incluindo a luta armada.”

Aquilo que Israel tem estado a fazer desde 1948 é exactamente aquilo que muitas potências europeias e a Alemanha nazi faziam aos povos que tentavam subjugar. As represálias sobre civis foram, aliás, largamente usadas e utilizadas pelo Japão imperial e Alemanha nazi. Neste momento, em Gaza, perante os nossos olhos, ocorre uma barbárie perpetrada por Israel. Por muito, mas muito, menos do que isto, os EUA e a UE intervieram apressadamente na ex-Jugoslávia. Aqui assistem de cadeirinha. 'Israel tem o direito se defender', dizem. Claro que tem. E os palestinianos não? Sempre que tentam defender-se, reagir, pegar em armas para lutar contra as armas que lhes são arremessadas há quase 80 anos são imediatamente apelidados de terroristas. O que aconteceria se o Hamas ou qualquer outra organização de resistência palestiniana assassinasse os ministros do governo de Israel, em assassinatos selectivos ocorridos em países soberanos? Mas não: o grande, horrível problema é que o Hamas construiu túneis em Gaza! Imagine-se, túneis! Que vergonha, são uns terroristas. Túneis, pois claro: os mesmos túneis que a resistência judaica construiu no ghetto de Varsóvia para pegar em armas e lutar, com as armas que tinha, contra os nazis. Neste momento, em Gaza, foram lançadas mais bombas sobre a população e infraestruturas civis do que as que foram lançadas sobre Berlim e Dresden. Percebe-se o que Israel, tenta, mais uma vez, fazer: lançar o pânico e o terror (embora não possamos dizer que Israel é um estado 'terrorista' - o 'terrorismo é exclusivo da resistência palestiniana) entre a população, assassinando mais de 60.000 pessoas (fora as que estão debaixo dos escombros) e mutilando quase 100.000, muitas delas crianças e idosos. O que é espantoso é que uma organização como o Hamas tenha conseguido resistir durante quase dois anos. Será eliminado, não tenho dúvidas, e um outro Hamas surgirá, nascido exactamente em Gaza, nos campos de refugiados onde a população for forçada a sobreviver - a não ser que os palestinianos que lá sobrevivem sejam deportados para outros países, como já foram milhares e milhares de palestinianos de outras zonas da Palestina) no que parece ser um dos objectivos de Israel.

Tenho a certeza que há muitas definições de terrorismo, mas de certeza absoluta que a 'política' seguida Israel não se enquadra em nenhuma dessas definições.

Anónimo disse...

Que comparação tão triste...

ISMAEL PEREZ disse...

Os movimentos terroristas todos criados pelos Khazars.
Evelyn de Rothschild sobre a família (Rothshild):
“Criaram Israel como seu brinquedo pessoal. Fá-los mais ricos e dá-lhes mais controlo”.
(Preparavam o terreno para a WWIII, cumprindo palavras do mação Pike em 1871).
O jornalista James Perloff: “É cada vez mais claro que os Rothschilds têm sido o “Poder que existe” no mundo e Israel, o estado-procuração dos Rothschild, tem sido o líder gerador de terrorismo, apesar da CS papaguear o papel de vitima”.
Os Palestinos são os hebreus originais. 97% do povo em Israel são sionistas, da linhagem de Cain. O poder econômico está na Suíça.
Israel é a sua sede na Terra. Nos tuneis (Dimona-Israel) estavam os Alfa Draco e os Anunnaki que governavam o mundo.

Originalmente Khazares, tribo guerreira, os asiáticos expulsaram-nos e foram para a Europa Oriental. Criaram o reino Khazar (Ucrânia).
Em 800 dC, Russos, nações vizinhas e tribos teutónicas expulsaram-nos e infiltraram-se na Europa. Nunca esqueceram e vingam-se.

Israel financiou o Hamas durante mais de três décadas. Acção calculada para impedir a paz e inviabilizar QUALQUER hipótese de solução de dois Estados. Admitiram-no “oficialmente". NUNCA quiseram a paz. A narrativa da vitimização? É uma cortina de fumo.
O Hamas surgiu do Egipto na Irmandade Muçulmana (IM), financiado e treinado por Israel e Mossad, para eliminar a OLP, que criaria um Estado bipartidário.

O MI-6 criou o Hamas e o Islão Radical. "Os globalistas contribuíram para financiar todas as organizações terroristas do século XX, incluindo a IM do Egipto, o Hamas da Palestina e os Mujahideen afegãos.
A história da sua duplicidade remonta a um passado mais remoto, ao séc. XVIII, quando os UK maçons criaram a seita wahabita da própria Arábia Saudita, para promover os seus objectivos imperialistas, dividindo e conquistando os seus alvos. São as raízes do Plano para as 3 Guerras Mundiais de Albert Pike. Irão, Hamas e Hezbollah fazem parte do ramo comunista da Maçonaria.”

A IM é uma sociedade secreta, organizada pelos UK serviços de informação. Foi assumida pela CIA. Toda a operação do Hamas e Israel é liderada por americanos. O Hamas e Benjamin Netanyahu, não são inimigos, agem em conjunto, sem consideração pelos palestinos ou israelitas (judios).

A IM é uma criação londrina (MI6), que tem assolado o Islão desde a umma do “profeta Maomé”, no século VII. A IM (ikhwan al-Muslimum em árabe) foi fundada no Egito em irmandades fundamentalistas sufis, sunitas e xiitas radicais.
https://www.voltairenet.org/article220078.html

O Irão é um dos braços da Maçonaria Sionista. O regime foi criado pela Maçonaria Sionista com o objetivo de destruir o mundo árabe e o Islão.
A IM foi criada pela Maçonaria Sionista (por Albert Pike/Giuseppe Mazzini, 1871) para criar a WWIII e dividir o mundo árabe. O Hamas mata os palestinianos e é o braço militar da IM.

Leuren Moret: “A criação da NATO no âmbito do plano Marshall, o plano da corporação Rank para lidar com a crise dos refugiados que está a acontecer na Europa. O seu plano era destruir países no Médio Oriente através de guerras para criar populações de refugiados, deslocando pessoas e empurrá-las para a Europa para destruir a Europa (a raça branca e o cristianismo). É exatamente isso que vemos hoje estar a acontecer (“Plano Kalergi”).”

Benjamin Netanyahu era cidadão americano. O nome é Benzion Mileikowsky, nasceu em Varsóvia. Não tem laços com Israel. Lidamos com seres que se passam por judeus bíblicos, que escondem as suas linhagens khazaris.
Vemos um cyborg, AI robôs inorgânicos avançados, concebidos para imitar os originais com precisão quase perfeita. Os líderes de Israel são falsos judeus sionistas.
Israel irá cair, Assistimos ao colapso do império bancário dos Rothschild e ao desmantelamento dos meios de comunicação controlados pelos sionistas (90%).

Jorge Leitão disse...

Antes de mais, gosto de falar com gente, não com anónimos, mas deixemos isso de parte.
Em nenhum momento, caminhei nesse sentido; apenas notei que a origem das atuações atuais são bem díspares, pelo que não podem ser comparadas nesse âmbito. De resto, circunstâncias atenuantes e agravantes não “retiram” a responsabilidade criminal; elas influenciam a dosimetria da pena, não transformam um facto típico em atípico. Em sistemas como o português (Parte Geral do Código Penal) as atenuantes e agravantes são hipóteses legais que o juiz aprecia para ajustar a pena. A consequência prática: quem comete um crime continua penalmente responsável, mas a pena pode subir ou descer segundo essas circunstâncias.
Sobre protestos: as pessoas maioritariamente não se manifestaram, limitando-se a assistir ao evento de forma indiferente. É a segunda vez a que assisto, em anos consecutivos. As únicas manifestações foram contrárias. Por outro lado, ficar calado em público tem muitas causas (medo de repressão, custo pessoal, perceção de que protestar não dá resultado, efeito dos "media", etc.). Os estudos sobre participação política e a imagem da "spiral of silence" mostram que silêncio público pode ter várias origens, desde o medo, a oposição ou simples indiferença.
Inquéritos de opinião (sempre de desconfiar, porque dependentes de quem os faz e das suas simpatias e antipatias e condicionamentos) mostram flutuações fortes e diferenças regionais. Por exemplo, sondagens do Palestinian Center for Policy and Survey Research documentaram uma redução do apoio ao ataque de 7 de Outubro ao longo de 2024–2025 e mostram variações por território; por outro lado, sondagens israelitas mostram níveis variáveis de confiança em Netanyahu segundo o momento político. Ou seja: afirmar “a maioria apoia” como facto permanente e explicador moral é cientificamente frágil e politicamente enganador. Mais uma vez: em nenhum momento se defendeu a legitimidade de determinados ações do governo israelita.
O Hamas é um execrável grupo terrorista, que nem os seus poupa para atingir os seus objetivos. Ponto.
A afirmação de que “a Palestina não aparece em competições,pelo que não se pode aplicar a mesma sanção” está factual e juridicamente errada: associações palestinianas participam em organismos desportivos internacionais (Comité Olímpico / FIFA) e atletas palestinianos já competiram em eventos internacionais. Por outro lado, órgãos como FIFA, UEFA e o Comité Olímpico tomaram decisões de exclusão contra Estados ou federações (ex.: sanções e suspensões aplicadas a entidades russas após a invasão da Ucrânia) — as federações desportivas tomam decisões políticas/disciplinarmente autónomas, nem sempre perfeitamente consistentes, mas capazes de excluir seleções, clubes ou federações por razões políticas ou de segurança. Assim, o facto de um grupo não ser governo “legítimo” não é a única variável que determina sanções desportivas. É mentira que atletas palestinianos não compitam internacionalmente. Basta atentar nas Olimpíadas.

Jorge Leitão disse...

Dizer que a polícia não é conivente nem deixa de ser é um redução simplista e simplória. Antes de mais, no entanto, referi-me a autoridades, não propriamente a agentes no terreno, e, sim, estas são coniventes e apoiam a não participação dos ciclistas que correm pela Israel. A polícia atua com discricionariedade operativa. Em muitos contextos, a escolha de usar força, de proteger certo grupo ou de não intervir revela prioridades políticas, recursos e, por vezes, vieses institucionais. Foram transmitidas ordens para não atuar sobre quem estava a protestar, após momentos iniciais em que gente foi presa. estas ordens nunca vêm de forma formal, antes pelas «verba qui volant». Depois, aqueles manifestantes não chegam a um local no segundo; não, marcam presença horas antes.Mais do que isso, sabia-se com dias de antecedência que haveria a possibilidade, quase certeza, de haver manifestações naqueles locais específicos, portanto antes de dizer coisas é necessário ser-se informado.
Sigamos para uma distinção conceptual: criticar um estado (neste caso, Israel) ou uma ideologia política (sionismo) não é, por si só, ser-se antissemita. Mas certas formas de crítica — que usam estereótipos antijudaicos, negam o direito dos judeus à autodeterminação enquanto colocam em jogo esse direito inconsistemente para outros povos, ou desumanizam judeus como coletivo, como povo — entram claramente no campo do antissemitismo segundo definições usadas por organizações internacionais. A IHRA, por exemplo, fornece uma definição de referência (não-legal) usada por muitos órgãos para identificar manifestações de antissemitismo.
Segue-se mais uma afirmação estúpida e certamente o resultado de falta de interpretação. Em que parte do meu comentário está a defesa de que o Holocausto constitui uma base justificativa para qualquer ação reprovável de Israel? Onde? Em que parte é possível deduzir isso? Em lado nenhum, como é evidente. A referência ao tio Adolfo, esse familiar tão bonacheirão, serve para denunciar todos aqueles que odeiam os judeus - e são muitos por esse mundo fora -, de tal forma que consideram mais que justificáveis as ações do Hamas ou de qualquer outro grupo. É preciso ler, interpretar, e não deslizar no gelo da iliteracia. O argumento “somos vítimas do Holocausto, logo isso dá licença para matar” é logicamente e moralmente inválido e em nenhum momento foi validado por mim. Porque é irracional. Porque é estúpido. Porque é inaceitável.

Jorge Leitão disse...

Permito-me discordar: ESTE momento começou recentemente. Exemplos de interferência desportiva na política e vice-versa são relativamente frequentes.

Jorge Leitão disse...

É leviano afirmar que Israel assassinou Arafat. É uma afirmação enviesada e preconceituosa.
Alguém que entra noutro país, rapta, viola, assassina sobretudo mulheres e crianças é um grupo terrorista da pior espécie. O resto é merda para parolos comerem às pazadas, fruto de esquerdoidos, como diria o outro doido.

Jorge Leitão disse...

Israel não vai cair. O resto, toma os comprimidos.

Jorge Leitão disse...

O Hamas controla metade de um território. Ganhou umas eleições, subjugou o seu povo, nunca mais promoveu outras eleições e liquidou tudo o que lhe cheirava a oposição, perseguindo, torturando e chacinando quem quis. O Hamas é o primeiro a executar represálias sobre os seus civis.
«From the river to the sea, Palestina will be free": este é o único credo genocida que se lê, ouve e escuta. O ataque do dia 7 é um ato de defesa? A sério? Descarregar uma arma na vagina de um miúda de 17 anos é um ato de defesa? Cortar a cabeça a bebés de meses é um ato de defesa?
Vocês são coniventes com a barbárie, porque procuram encontrar justificação para a barbárie. Sois execráveis!

Anónimo disse...

Israel será destruída, está na Bíblia, embora não por estas palavras pois o estado de Israel não existia.
A guerra entre Irão e Israel em Junho, começada por Israel, que levaram para contar, destruiu 30% do País e 40% de Tel Aviv.
Subestimaram o poder do Irão, que é 100 vezes maior e subestimaram grandemente o poder dos misseis iranianos.
Em 24 de Junho já tinham deixado o país 260.000 habitantes.
Provavelmente foram de férias. A guerra acabou porque Israel deitou a toalha.

Ben Gvir, ministro do Interior para o chefe da Mossad, “Quem vos deu autoridade para provocar o Irão e sujeitar o país a tal devastidão?”

Nada disto saiu nos media porque os zionistas têm (ainda) >90% dos media mundiais.
Os Ígnaros, atrevidos e burros, nem querem saber. Mas saiu tudo na net.

Lêem aqui primeiro porque os media escondem tudo.
Os russos começaram há dias a retirar os seus diplomatas e funcionários da embaixada de Israel, porque sabem o que vai acontecer.
Israel quer atacar o Irão. É essa a sua agenda de muitos anos.

Os russos deram aos iranianos o sistema de defesa antimíssil S300/S400. Há iranianos na Rússia a treinar estes sistemas de mísseis.
Os israelitas querem atacá-los antes deles estarem totalmente operacionais.
É por isso que os zionistas querem que o acordo com a Ucrânia seja concluído rapidamente para que se possam concentrar na sua “missão”.

Houve dois telefonemas entre Putin e o clone ciborgue do Netanyahu que não correram muito bem.
É por isso que a Rússia retirou os seus funcionários, porque eles sabem o que está para vir.

Sim, as profecias da Bíblia, e de outras fontes, sobre a Sinagoga de Satanás irão tornar-se realidade.
Os demónios sionistas serão TODOS destruídos pelo que andam a fazer há milhares de anos à humanidade.
Como foi bem revelado em Gaza. O que têm feito é desprezível e irão pagar por isso.

O culto Chabad Lubavitch, ao qual pertence Netanyahu e outros sionistas, é um culto satânico que deseja cumprir a sua profecia bíblica instigando outra guerra mundial para exterminar os não satanistas (goyim), seguindo uma agenda com centenas de anos para matar 90% da humanidade e trazer o seu profeta.

O rabino Chabad, Yosef Mizrachi, disse que, de todos os gentios do mundo, não haverá "sobreviventes", afirmando abertamente que 6 MIL MILHÕES de gentios serão mortos apenas pelo "crime" de "idolatria".
Boas notícias: Isso não irá acontecer, eles serão todos destruídos. E o mundo será finalmente LIVRE!

John Wayne disse...

Anónimo, agradeço-lhe imenso este momento de grande humor. Já aliviou o meu dia. Obrigado!

Anónimo disse...



Quem contou ao Jorge todos esses actos que está aqui a papaguear? Cortar cabeças a bebés e o resto? O Jorge também come gelados com a testa e aceita o que a propaganda israelita lhe põe no prato? Até houve um alto representante de Israel a jurar a pés juntos que tinha visto um combatente do Hamas a pôr uma criança no forno no dia 7 de outubro, portanto já vê... Se o Jorge quiser ver o que é a barbárie e o genocídio vá até Gaza. Aí o Jorge poderá ver o que o Estado e o exército genocida de Israel fazem a bebés, a mulheres, a raparigas e a idosos. O problema é que o Estado e o exército genocida de Israel não o deixam lá entrar. Nem a si, nem a ninguém, nem muito menos a jornalistas estrangeiros - e têm assassinado, selectivamente, um a um, todos os jornalistas que ainda lá estão e que têm a coragem de mostrar - com imagens reais, não com as palavras papagueadas da propaganda israelita, o genocídio que é aí cometido. Porquê? Têm medo do quê? Não que os jornalistas das grandes empresas de comunicação (valerá a pena ver quem as detém...) se importem com isso: a BBC, CNN e quejandas são muito incisivas nas críticas à Rússia, à China e a outros países, mas estranhamente calam-se quando é negado o acesso dos seus jornalistas a locais onde se 'suspeita' que o impoluto Estado e exército de Israel tenham cometido crimes de guerra. Mas, se o Jorge tiver coragem de ir mais atrás, de 1948 até cá, poderá averiguar todas as violações, os assassinatos, as decapitações, as torturas e as execuções sumárias levadas a cabo pelo Estado, serviços secretos e exército genocidas de Israel (e pelos colonos) contra a população civil palestiniana. Ai o Jorge quer mesmo saber o que se passou no dia 7 de outubro? Dê uma vista de olhos nisto, talvez fique elucidado:

https://www.instagram.com/p/DOG7G3pCIpo/

Se não tiver Instagram, consulte a Double Down News - lamento informá-lo, mas não estão ao serviço nem do Reino Unido, nem dos EUA nem de Israel. Ai o Jorge quer falar de barbárie? O Jorge já ouviu falar no Dr. Mads Gilbert, médico e cidadão norueguês que trabalhou em hospitais de Gaza e assistiu, com os seus próprios olhos, aos milhares de bebés, de crianças, mulheres e idosos palestinianos com os corpos desmembrados e mutilados pelos bombardeamentos do Estado e exército genocidas de Israel? Há muitos vídeos online do Dr. Gilbert. Veja-os. É que aqui não há versões papagueadas pela propaganda israelita. É o trabalho, no terreno, de um médico que tem a cabeça a prémio por Israel - que já provou ser capaz de enviar agentes a países soberanos para matar e silenciar quem o incomoda. Se eu fosse o Dr. Mads Gilbert, teria muito cuidado, mesmo vivendo na Noruega. Por falar em médicos, o que será que leva Israel a raptar e fazer reféns os médicos palestinianos que trabalhavam, em condições inimagináveis, nos hospitais de Gaza destruídos pelo Estado e exército genocidas de Israel? - destruição essa, aliás, que configura mais outro crime de guerra, a juntar a tantos outros de uma lista interminável cometidos pelo regime sionista? Sabe o que é que levou Israel a fazer isso, Jorge? Criar terror entre a população civil. É um recado: 'vocês nunca estarão a salvo, nunca estarão seguros. Nós vamos bombardear-vos, arrasar as vossas casas, matar as vossas famílias, decapitar e mutilar as vossas crianças e os vossos bebés, destruir os vossos hospitais, matar e raptar os vossos médicos, e vamos matar-vos sem que ninguém possa valer-vos e ajudar-vos, sem que haja um sítio seguro onde se possam refugiar: nem escolas, nem hospitais, nem abrigos da ONU.' Isto é terrorismo sobre a população civil e limpeza étnica. Desde o fim da II Guerra Mundial que isto seria impensável, sobretudo vindo de quem sofreu tanto às mãos de outros criminosos.



Anónimo disse...

«From the river to the sea, Palestina will be free" O que é que isto tem de genocida, importa-se de explicar? Quer o Jorge adiantar números? Quantos palestinianos foram assassinados desde 1948 por ousarem pegar em armas contra Israel? Quantos jovens, mulheres, crianças, idosos, bebés e homens adultos? Quantos torturados, espancados e assassinados nas cadeias israelitas?

O Hamas ganhou eleições livres e justas, conforme referido pelos organismos internacionais e ONU, que as supervisionaram. O problema é que o resultado não agradou a Israel nem aos EUA: queriam que tivesse ganho alguém que tivesse medo de Israel, que curvasse a cerviz e abdicasse do direito à autodeterminação e do regresso de um povo à pátria de onde foi escorraçado . Repete-se: a luta armada contra uma potência ocupante está consignada pelo Direito Internacional - não que isso diga grande coisa a Israel, que desde 1948 não se tem cansado de fazer letra morta da Convenção de Genebra, de todas as resoluções da ONU e de todos os preceitos do Direito Internacional.

Por respeito ao Luís Fialho, e pedindo-lhe desde já as minhas desculpas, não comentarei mais neste post. Nem vou insultar o Jorge, chamando-o de execrável. O Jorge recorreu ao insulto, e deverá saber porquê.

Anónimo disse...

Eu escrevo sempre sem assinar comentários, porque interessa-me que olhem ao que é escrito e não a quem escreve.

O conflito israelo-árabe não começou a 7 de Outubro. Qualquer das partes tem queixas legítimas contra a outra. A dimensão dos crimes recentes é que não é igual. O 7 de Outubro foi hediondo, mas a riposta foi de uma desproporcionalidade e oportunismo vergonhosos, com a destruição total de Gaza, 100 vezes mais mortos e uma crueldade contra civis que não se via desde a 2ª Guerra. Mas não tenho dúvidas que se o Hamas tivesse os meios de Israel à sua disposição faria exactamente a mesma coisa. As atenuantes não são só para aplicar a Israel. E a conduta do governo de Israel é a meu ver mais grave, porque não é um movimento terrorista. Devia ser a parte responsável, não procurar superar os terroristas em crueldade.

Eu nunca disse que a "simpatia" das maioria silenciosas pelos fanáticos do Hamas ou pelos fanáticos sionistas de Israel os legitimava. Apenas disse que é errado imaginar que ambos os povos estão de alguma forma "capturados" por uma "minoria militante" a que são contrários. Não são.
Netanyahu foi eleito várias vezes e este governo resulta do voto livre dos israelitas. E o Hamas não são uns bandidos que aprisonam e reprimem a população de Gaza. O Hamas esconde-se entre a população e procura controlá-la, mas é visto como a resistência e não como terroristas. E têm ala política que também teve apoio entre a população, mesmo que não tenha nada de democrático.
Note que não estou a defender fanáticos islâmitas nem sionistas. Estou a dizer que são tão maus uns como os outros.

A Palestina realmente tem atletas e participa em competições. Erro meu, tem razão. Mas o Hamas não é legítimo representante de nenhum Estado Palestiniano, pelo que o COI, FIFA ou outro orgão qualquer sancionar a Palestina pelos seus actos seria diferente de sancionar Israel pelos actos do seu governo. O resto são sofismas.

Eu por acaso vejo a Volta a Espanha todos os dias. Também sei que os manifestantes são convocados e os locais de concentração conhecidos. Não seja arrogante e evite passar atestados de estupidez a quem não conhece.
Se quiser dizer que há ordens do poder político para não se reprimir o protesto, tudo bem, concordo. Mas tire a conivência da polícia, que se limita a agir às ordens do poder político, mesmo mantendo a tal discricionaridade operativa.
E se a polícia prendesse ou expulsasse alguns manifestantes de um alto de monte eles apareciam logo noutro lugar qualquer, ou passavam a agir individualmente como os idiotas que atiraram os corredores ao chão. Há centenas de pessoas com bandeiras ao longo das etapas. É impossível reprimir tudo, com ou sem ordens informais vindas de cima.

Quanto ao anti-semitismo, não vi o governo espanhol usar retórica anti-judaica, nem negar o direito à auto-determinação de Israel. Nem o vi aos manifestantes, mas talvez esteja mal informado porque não conheço nem acompanho as organizações.

A parte do Holocausto acrescentei eu. A referência ao tio Adolfo é tão simbólica e gasta como a referência ao Holocausto. Nenhuma delas vale nada. Isso foi precisamente o que eu disse, e foi você que trouxe o Hitler para a mesa querendo colar o anti-semitismo ao governo e manifestantes espanhóis. Se o Hitler não lhe servia para nada para que veio com esse paralelo?
Quanto ao Holocausto, ainda agora no Telejornal ouvi o igualmente bonacheirão tio Benjamin mencioná-lo numa intervenção para justificar bombardear um prédio no Qatar.
Para mim Netanyahu é IGUALZINHO a Hitler: disposto a eliminar fisicamente outro povo que vê como inferior. Só difere nos meios, porque Hitler pode arregimentar um estado com 10 vezes mais população e que era uma potência industrial.

Uma coisa é ironia ou retórica, outra coisa é ser insultuoso, Ninguém lhe chamou estúpido, nem iletrado, etc. Eu também posso considerar que você lê o que quer ler, em vez do que eu escrevi.

Anónimo disse...

Jorge, e os fanáticos do Hamas materializaram-se do ar ou vieram da Lua cheios de ódio a Israel? ESTE momento decorre dos OUTROS momentos.

Acha mesmo que o governo de Israel ainda está a exercer o seu direito de defesa e a responder ao 7 de Outubro? E que Netanyahu acredita que pode "derrotar o Hamas" ou se interessa pelos reféns?

Anónimo disse...

A única pessoa que vejo a justificar barbárie com barbárie é o Jorge.

Anónimo disse...

Limito-me ao aspecto geográfico, que é incontroverso. Israel não é na Europa, portanto não tem nada que estar na UEFA.

Jorge Leitão disse...

Para não estar aqui a responder novamente à letra, elencando e argumentando o porquê de não concordar com várias afirmações, algumas delas grotescas, aconselho-o a ver um vídeo onde o primeiro-ministro espanhol declara que não tem armas nucleares para usar no sentido de parar Israel.

Jorge Leitão disse...

Então, de um momento decorre o outro e assim sucessivamente, logo vamos ter ali aquele problema até que o Sol engula a Terra.

Jorge Leitão disse...

Nesse caso, tem de ir ao oftalmologista, primeiro porque são vários comentários a justificar o agora como consequência de muitos antes; segundo, porque jamais o fiz, ou sequer defendi o governo israelita ou as suas últimas ações.

Jorge Leitão disse...

O «slogan» é, com certeza, uma manifesto pacifista. O Hamas não faz eleições há vinte anos; a primeira ação que praticou após ter ganho foi limpar toda a oposição. Quem apoia isto, além de todas as outras atrocidades cometidas e procura justificá-las, seja de que maneira for, é execrável.

Jorge Leitão disse...

Claro que esses órgãos são todos impolutos. Nem sequer há, entre os jornalistas mortos, agentes e defensores do Hamas. Não acredita? Vá ao X e veja o que aí escreveram no famoso dia 7.
Eu sei quem é Mads Gilbert e sei o que ele disse e escreveu várias vezes.
Eu repito que é execrável o que está a fazer aqui, que é a justificar a ação do Hamas. Nada, nada, nada podem justificar o que aconteceu. Você chega ao ponto de quase negar o infame dia 7, procurando justificá-lo de todas as formas possíveis e imaginárias. Aliás, quase intentou uma escrita para negar: não houve assassinatos a frio, não houve violações, não houve famílias liquidadas, não houve bebés assassinados. Nada disso, mas, se por qualquer infortúnio houve mesmo, foi causado pelo CONTEXTO.
Pois bem, eu digo que vão, como diria PA, bardamerda mais o vosso contexto. Se querem ir por aí, há poucos povos que tenham sido perseguidos ao longo dos séculos como os judeus.