EUSÉBIO vs RONALDO

Não costumo alimentar muito esta discussão, até porque respeito bastante estas duas grandes glórias do passado do futebol português, naturalmente com um carinho maior pelo "Pantera Negra" - que jogou quase sempre no meu clube -, enquanto Cristiano Ronaldo fez a sua carreira no estrangeiro.
Um, infelizmente, está morto. Outro, felizmente, está vivo. Mas os números que apresento (fonte: Zero Zero) não vão mudar substancialmente. A não ser que, como Pelé (outro grande nome, neste momento a passar um momento difícil e a quem desejo as melhoras), passem a contabilizar milhares de golos obtidos em amigáveis, em treinos, ou em torneios de futsal amador - nos quais até eu marquei os meus golitos.
A verdade é que, além do recorde de golos em Mundiais (que agora só Gonçalo Ramos poderá bater nos próximos anos), Eusébio foi globalmente mais eficaz, tanto nos clubes, como com as cores de Portugal. A média de golos não mente.
O futebol dos anos sessenta era diferente. Eusébio não emigrou no auge da carreira, enquanto CR7 jogou no melhor Manchester United de sempre, e num dos melhores Reais Madrids, ao lado de outros Bolas de Ouro como Benzema ou Modric. O Benfica era então uma grande equipa, mas não acumulava talentos do mundo inteiro como as actuais multinacionais do futebol.
Cada um fará a comparação que quiser. Para mim, qualquer um deles tem lugar no top dez da história do futebol, onde também estão Maradona, Pelé, Cruyff, Di Stéfano e Messi. A ordem é difícil de estabelecer, pois depende dos critérios que quisermos aplicar. E ainda há Puskas, Zidane, Beckenbauer, Platini, Garrincha etc.

10 comentários:

Mark Trencher disse...

Também convém não esquecer que no tempo do Eusébio só existiam Jugoslávia e União Soviética, OK havia a RDA, mas objectivamente os adversários eram em média superiores em termos de selecções.

Anónimo disse...

Atenção que os números na selecção são enganadores e muita da carreira do Cristiano Ronaldo construiu-se à conta desses enganos, mas já explico melhor. Agora fazem-se muitos mais jogos amigáveis com Luxemburgos e Liechstensteins, ao contrário do que acontecia nos anos 60 e 70, em que havia menos selecções, mas mais fortes. Por exemplo, hoje temos Rússia, Letónia, Lituânia, Estónia, Geórgia, Arménia, Azerbaijão, Bielorrússia, Cazaquistão, Moldávia, Quirguistão, Tadjiquistão, Turcomenistão, Ucrânia e Usbequistão. Antes havia um país que agregava o melhor desses todos: URSS. O mesmo acontecia com a Jugoslávia, por exemplo. Era muito difícil as selecções qualificarem-se para grandes provas e na altura não havia os famosos playoffs, que tanto jeito têm dado a Portugal.

Em relação aos números, a carreira do Cristiano Ronaldo, especialmente na selecção, foi construída muito à conta dos "records" que na prática não servem para nada e não passam de manipulação de números. Por exemplo, Portugal podia jogar uma competição qualquer com Albânia, Ilhas Faroé, Brasil e Inglaterra. O Cristiano marcava 3 à Albânia (2 de penalty), 2 às Ilhas Faroé e depois ficava em branco e fazia exibições miseráveis nos jogos a doer, em que era preciso um líder. No final são 5 golos em 4 jogos. Uma média brutal, suficiente para se elevar o jogador a herói nacional, que certamente cumpriu o seu dever, a equipa é que não. Na realidade, o que temos é um jogador demasiado egocêntrico e preocupado com a sua imagem e que falha sistematicamente sobre pressão.

Um exemplo do que acabo que falar são os mundiais, a maior competição a nível de selecções. Em 5 mundiais o Cristiano só por uma vez (2018) foi o melhor marcador de Portugal, sim de PORTUGAL, já não falo em termos globais, só dentro da selecção portuguesa. Nunca marcou golos fora da fase de grupos e, tirando a edição de 2018, nunca marcou em mais de que num jogo. Isto, para um jogador que alegadamente está entre os melhores da história é, no mínimo, miserável. No entanto, aquilo que nos é "vendido" pela imprensa é o "record" de marcar em 5 edições seguidas.

Se olharmos para os grandes nomes do futebol, os tais "números" de Maradona, Pelé, Eusébio, Cruyff ou mesmo do Ronaldo (não este, o verdadeiro Ronaldo, o brasileiro, como disse o Mourinho) se calhar não são assim tão portentosos e alguns registos serão fáceis de bater. Mas o futebol não são números manipulados, o futebol é objectividade, magia e capacidade de se exceder sobre pressão. Qualquer um destes grandes nomes conseguiu fazê-lo em mundiais, onde a pressão era extrema, ao contrário do Cristiano Ronaldo. Por isso, uns têm os "números", outros têm a magia e os registos que realmente interessam. Por isso, o Cristiano Ronaldo pode ter mais internacionalizações e golos que o Eusébio, mas em mundiais, nem a disputar 5 contra apenas 1, o conseguiu igualar. É nestes números que se vê quem são realmente os bons.

Mark Trencher disse...

Sim, há esse detalhe importante. Salvo erro, o Ronaldo tem 0 golos em eliminatórias de Mundiais. Está muito aquém de ser um registo impressionante.

Anónimo disse...

Ronaldo é um narcisista, tão narcisista quanto Santos é um peseteiro.
É isto que temos na representação do país, pobre país.
Ronaldo eucalipto, Santos lesma.
what else ?

Mas quem será a mãe da criança? disse...

Só digo isto:

Messi 5 golos, 3 assistências
Ex do Badr Hari 1 golo, 0 assistências

O que vale é que o velhote chorão já está habituado à sodomia marroquina
https://cdn.flash.pt/images/2018-06/img_828x523$2018_06_21_11_41_00_138786.jpg

Anónimo disse...

Para mim, o Eusébio foi, é e será sempre o maior e o melhor de sempre.

Mais 2 grandes diferenças entre os 2:
- Eusébio ganhou por um clube português com menos dinheiro que os seus rivais da Europa, Ronaldo ganhou por clubes milionários com orçamentos pornograficos.
- Eusébio foi, é e será sempre recordado como um gentlemen, sempre acarinhado tanto por benfiquistas como pelos adeptos rivais; já o Ronaldo é visto como um narcisista, um egocêntrico, um invejoso e um desrespeitador ( manguito aos benfiquistas, falta de respeito a clubes ( Benfica, Manchester United, juventus), falta de respeito a treinadores (Fernando santos, Ten hag, Queiros) e falta de respeito a colegas de equipa (Bruno Fernandes, Nelson Oliveira, rafa).
Eusébio foi um Senhor, o Ronaldo é um puto mimado

Benfiquista a sério

dezazucr disse...

O quadro é elucidativo.
No entanto, tenho sempre por mim que os grandes, maiores, elevam o nível de todos à sua volta, motivando-os e ajudando os mesmos a superarem-se.
Acho ridículo que nos últimos anos se tenha reduzido o prémio do melhor jogador à conta de records de melhor marcador. Aliás, há um prémio para melhor marcador. Normalmente o melhor marcador era o que mais entretia e subia o nível das suas equipas. Não apenas um marcador de golos, muitas vezes um grande assistente e criador de jogadas para a equipa. Basta ver que nem Maradona, nem Zidane, nem Ronaldinho chegaram perto de serem os melhores marcadores. Eram no entanto os que mais contribuiam em termos de jogadas de ataque das suas equipas, com muito brilhantismo pelo meio.

Sería interessante, mas sei que não será porventura possível, incluir o número de assitências de cada um nesse quadro e o número de golos de penalti que estão ai.

RN disse...

Caro LF,
Não podemos esquecer que quando Eusébio jogava não havia Liga das Nações, não haviam 55 países na UEFA (o que significa que haviam muito menos jogos entre seleções nas fases de qualificação), as fases finais dos mundiais eram disputados por 16 equipas (e não as 32 de hoje e que passarão a 48 no próximo mundial) e os europeus por 8 equipas (e não as 24 de hoje). Isto significa que na época de Eusébio era muitíssimo mais difícil participar em fases finais e o número de jogos entre seleções era incomparavelmente menor. Assim, todas as comparações tornam-se absurdas e a única verdadeiramente possível é aquela que fases, ou seja, a que usa médias e não valores absolutos. Aliás, mesmo quando se diz que nas últimas décadas o futebol português passou a ser mais competitivo, porque passou a estar sistematicamente presente em todas as fases finais, isto também é uma falácia, porque isso só se tornou uma realidade depois do alargamento das competições a mais participantes.

Anónimo disse...

Concordando com tudo o que foi dito acima temos no entanto referir algo que é esquecido muitas vezes. No tempo de Eusébio, DiSteffano, etc muitas vezes os jogos do campeonato eram meras formalidades. Vinha o padeiro de Elvas à Baliza jogar com o Sr. Eusébio, o Sr. Coluna, etc e que se calhar nunca tinha visto o Eusébio de perto nem um estádio como o da Luz cheio. Quando era livre sabia lá ele como é que eram marcados para onde, etc.
Hoje em dia cada livre, cada penalidade, cada gesto é revisto milhares de vezes pelos guarda redes adversários, pelos defesas, recebem relatórios detalhados sobre cada movimento o que torna mais difícil a função de um avançado hoje em dia

Anónimo disse...

É isso, o Eusébio só tinha mais álcool no sangue do que o Ronaldo, as 5 Champions e as bolas de ouro mais os 1.000 milhões que ganhou não conta...