FESTIVAL

Não passava pela cabeça de ninguém que, depois de vencer fora de casa por 0-2, o Benfica desperdiçasse a oportunidade de selar o apuramento para a fase de grupos da Champions League.
Por via das dúvidas, os encarnados não facilitaram. Mesmo nada.
Entrada de rompante e exibição de luxo ao longo de toda a primeira parte, não só confirmaram o apuramento, como deixaram água na boca dos adeptos para o que resta de temporada - e que é quase tudo.
Os reforços são mesmo...reforços. David Neres e Enzo Fernandez cotaram-se como os melhores em campo, sendo eles (a par de um grande Rafa) as figuras cimeiras deste Benfica de cara lavada.
O modelo de jogo de Roger Schmidt - inteligentemente trabalhado com um onze base desde cedo  definido - é de facto empolgante. E contra adversários de valor, digamos, moderado, é também altamente eficaz. Resta saber se as transicções defensivas, muitas vezes no limite do risco, muitas vezes a causar calafrios, serão suficientemente sólidas para enfrentar equipas mais fortes. Estou a pensar no FC Porto, no Sporting, e nos prováveis adversários da Champions.
É aí que residem as minhas dúvidas sobre o real valor desta equipa de Schmidt, sendo que, até agora, o percurso tem sido imaculado, e o desempenho acima de todas as expectativas.
Que este Benfica vai muitas vezes golear e dar espectáculo, parece-me óbvio. Não sei é se, por exemplo, no Estádio do Dragão, será capaz de vencer por 0-1 na raça e no rigor, ou não evitará uma derrota 3-2 ou 4-2 depois de uma partida fantástica elogiada pela crítica. E isso, na Liga Portuguesa, pode fazer toda a diferença.
PS: Uma palavra para a equipa do Dínamo, que disputou esta qualificação em condições extremamente difíceis, e com enorme dignidade. Ficaram pelo caminho no futebol, mas espero que, naquilo que certamente mais lhes importa, venham um dia a ser bem sucedidos.

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