PONTO DE INTERROGAÇÃO


Salvou-se um ponto. Mas este ponto é de interrogação face ao futuro próximo da equipa do Benfica.
Até aos 75 minutos, a exibição foi medíocre, e a ameaça de goleada bem real.
Como o Rangers não é o Bayern de Munique, bastaram 15 minutos de algum futebol para inverter o rumo dos acontecimentos, e praticamente colocar uma pedra sobre o assunto do apuramento - também, era o que mais faltava o Benfica não se apurar num grupo da Liga Europa...
Se tantas vezes a defesa comprometeu, desta vez o ponto crítico situou-se no meio-campo. Até ver, não me parece que Gabriel seja um "seis", e Chiquinho jamais será um "oito". Apesar de tudo, Pizzi é Pizzi, e quando quer é jogador para ser indiscutível no onze encarnado. Também porque tem veia goleadora, coisa que rareia naquele meio-campo.
Destaque para o jovem Gonçalo Ramos, que também tem golo, e pode vir a ser uma solução interessante para algumas partidas.
O árbitro poupou uma grande penalidade clara ao Benfica. As vezes também acontece. Aliás, na UEFA acontece frequentemente contra os pequenos (já tinha ocorrido com o Liége), sucedendo o contrário frente aos grandes (Bayern, Chelsea, Barcelona, para me lembrar alguns casos bem evidentes).  Quem viu a arbitragem do Inter-Real Madrid, perceberá o que quero dizer. Por vezes as competições europeias fazem-me lembrar dos jogos de caricas que fazia em criança, nos quais, depois de muita intensidade e drama, ganhava sempre quem eu queria. A sorte é que nesta fase de grupos da Liga Europa, o Benfica também é um dos grandes.

O ONZE POSSÍVEL


 

10 FOTOS DE DEUS

Início de carreira nos Argentinos Juniors, dando-se a conhecer ao mundo no Mundial sub-20 de 1979 no Japão.

Transferência para o Boca Juniors, seu clube de coração, onde se faz estrela.

Não é feliz no seu primeiro Mundial, em 1982, acabando eliminado e expulso com o Brasil, após agressão a um adversário.

Transfere-se para o Barcelona, onde uma hepatite no primeiro ano, e depois uma lesão grave no segundo, condicionam a sua afirmação.

Procura a felicidade em Nápoles, e encontra-a. Os seus melhores anos são no clube do sul de Itália, levando o até aí modesto emblema ao título nacional por duas vezes e a uma vitória da Taça UEFA.

Os quartos-de-final do Mundial 86 trazem os momentos mais célebres da sua carreira: primeiro marca um golo com a mão (dirá ter sido com a mão de Deus)... 

...pouco depois anota aquele que é considerado o melhor golo de sempre, num impressionante slalon que destrói a selecção inglesa. Dias mais tarde conquistará o título com uma selecção construída em seu redor, e consagra-se definitivamente como o melhor do mundo.

No Mundial de Itália elimina a equipa da casa em...Nápoles, num ambiente escaldante que tentou condicionar. Porém, a Argentina cai na final diante da Alemanha, com uma arbitragem polémica.

Cai em desgraça, deixando-se enredar nas malhas da droga. Os anos 90 são de decadência e de caminho para o abismo.

Tenta regressar aos Mundiais em 1994. Ainda marca um golo. Mas após a segunda jornada é apanhado no doping, e termina a carreira internacional pela porta do fundo.


A sua vida dava (e deu, graças a Kusturica) um filme. Viajou entre o céu e o inferno, sempre com alta intensidade. É sem dúvida o jogador mais talentoso de sempre, e quem o viu (tive a felicidade de viver o seu tempo) jamais o esquecerá.

CURVEMO-NOS PERANTE EL PIBE


Não sei se foi o melhor de sempre (a irregularidade, porventura a droga, talvez não o tenha permitido), mas foi, sem dúvida, o mais talentoso, com um pé esquerdo absolutamente sobrenatural.
Mas melhor do que dizer o que quer que seja sobre Diego Armando Maradona, é recordar alguma da sua magia. Aqui fica a homenagem de VEDETA DA BOLA:

D.E.P. BASTOS

 

Morreu mais um do heróis da Taça Latina. Uma lenda das balizas do Benfica. José Bastos. Até Sempre!



PREOCUPANTE

...e vamos ver o que mais acontece até quinta-feira.
 

ENFADONHO

Quem joga com um onze que parecia um espécie de lista de dispensas, arrisca-se a que as coisas não corram bem.
Neste caso valeu apenas a vitória, numa noite enfadonha e sem quase nada a assinalar.
Venham os próximos jogos, para vermos se a verdadeira equipa do Benfica está ou não recuperada do vírus que a atingiu antes da paragem para as selecções.

O ONZE POSSÍVEL

Infelizmente as infecções por Covid 19 já não surpreendem.
Em todo o caso, não se percebe como foi possível realizar estes jogos das selecções, com múltiplas viagens intercontinentais, e mistura de jogadores de vários países.  Como se está a ver trata-se de uma bomba relógio, e o Benfica tem a sua dose.
Não sei se Weigl e Darwin seriam titulares na Taça. Entre lesões, covid e cansaço, este parece o onze possível:

BENFICA NA TAÇA

 

NÃO DIRIA MELHOR

"(...) não lanço, pois, o apelo à “Paz Benfiquista”, uma vez que isso seria colocar-me sob fogo amigo e inimigo. Mas deixo um repto: se sem essa paz, como sabemos, é impossível alcançarmos o sucesso, para quê manter a guerra?

O processo eleitoral teima em não findar, com um pedido de recontagem de votos (e não contagem, como muitos parece não perceberem) feito 15 dias depois da proclamação do vencedor, apesar do vencido, com muita dignidade, ter aceite os resultados, o que mantém abertas feridas que já deviam estar a sarar, com reflexo claro nas redes sociais: a cada golo sofrido, a cada revés, enchem-se de ódio e proclamações vertiginosas.

Ódio esse incompreensível, deixem-me que vos diga. Um querido amigo, com o humor refinado que muitos lhe conhecemos, perguntava antes do último jogo para o campeonato, em pleno Twitter, uma coisa deste género: não levam a mal que apoie o Benfica?

Muitos de nós crescemos com os nossos Pais a ensinarem-nos que assobiar o Benfica era pior que cuspir no prato da sopa. Esses professores, que aprenderam, por sua vez, de seus Pais, envergonhar-se-iam se descessem ao Twitter, ao Facebook ou ao Whatsapp durante um jogo de futebol do nosso Benfica. Aí não se assobia, mas faz-se pior: achincalha-se, destroem-se jogadores e faz-se política no infortúnio - como será, lamentavelmente, feita na vitória (...)

João Pereira da Costa

in  https://www.benficaindependente.com/

DIA 1 DE JANEIRO, SEM TEMPO A PERDER


Se não for possível chegar a Gerson, pois que venha outro número oito de qualidade, para ser titular indiscutível.


AS BUSCAS

Acerca das buscas à SAD do Benfica, digo apenas o que sempre disse a propósito de todas as situações anteriores: no dia em que se provar, repito, provar, preferencialmente em mais de uma instância (pois a justiça também tem dias, como se viu com o procurador Valter Alves), que o Benfica subornou árbitros ou jogadores adversários para facilitar jogos, tirarei as devidas consequências, reverei os meus posicionamentos, e retirarei o apoio a esta direcção e a este presidente. Até lá, vejo muito fumo e pouco fogo, e tudo aquilo que eu possa acreditar ter acontecido não duvido ser generalizado a outros clubes e ao futebol nacional e internacional no seu todo.
Comissões, offshores, branqueamentos, fuga ao fisco, sacos azuis, negócios por baixo da mesa, infelizmente começam na FIFA e acabam em clubes dos distritais. Vejam-se os e-mails de todos, investiguem-se todos, caso contrário não haverá moralidade.
Luís Filipe Vieira não é certamente um santo. Mas até prova em contrário não é um criminoso. É um homem do meio, que pode não ter feito tudo bem, mas não acredito que tenha pisado as linhas vermelhas que acima coloquei. É essa a minha profunda convicção.
Sei também que o mediatismo do futebol, e a sua vertente concorrencial e conflitual, traz para as primeiras páginas dos jornais questões que provavelmente nem notícia seriam se de uma qualquer empresa de outro ramo se tratasse. É preciso perceber isso, e deixar correr a tinta. Confesso que, para já, me preocupam mais as derrotas com Boavista e Braga, e os buracos na defesa, do que este tipo de espectáculo.
Posto isto, vamos deixar que o JN, o Jogo, o CM, a Sábado etc, se divirtam com o assunto. E esperar que nada disto desvie o Benfica do seu foco: a conquista de títulos.

HECATOMBE DEFENSIVA


Lembro o que escrevi na última quinta-feira: "...enquanto o Benfica tiver laterais medíocres e demasiado ofensivos, extremos que não defendem, centrais lentos, médios macios e pouco dados a coberturas, não pode ter quaisquer ambições internacionais. E mesmo nacionais, vamos ver..."
Infelizmente não foi preciso esperar muito tempo para mais uma negra demonstração de falta de segurança defensiva, que elevou para nove o número de golos sofridos apenas numa semana, a uma preocupante média de três por jogo.
Olho para o plantel do Benfica, e não vejo forma de Jorge Jesus resolver o assunto com a matéria-prima de que dispõe. De todos os defesas, apenas Grimaldo tem qualidade e intensidade ao nível do resto da equipa (leia-se, das linhas ofensivas), e mesmo assim tem características que obrigariam a mecanismos de compensação bastante rigorosos no eixo da defesa e no meio-campo defensivo. Otamendi e Vertonghen tiveram a sua época, um deles ao lado de um central rápido poderia disfarçar as limitações físicas, mas a utilização de ambos, ao mesmo tempo, torna essa tarefa impossível. Em Gilberto, Diogo Gonçalves e Nuno Tavares, lamento, mas não vejo qualidade para o Benfica, André Almeida seria talvez um bom suplente, mas nem conta para esta temporada, Jardel está acabado, e Ferro não se afirmou. Ou seja, era preciso uma defesa inteiramente nova para tornar este plantel capaz de se superiorizar aos oponentes internos, e deixar boa imagem na Europa. Com quase 100 milhões de euros investidos em extremos e avançados, fica o lamento de não se ter dado atenção à defesa, como se fosse coisa sem importância. A verdade é que qualquer Braga, qualquer Rangers, e até qualquer Boavista, expõe este Benfica a dissabores. E a causa está à vista de todos.
Vlachodimos, nesta e em épocas anteriores, tem disfarçado muita coisa. Hoje nem isso aconteceu.

O SALVADOR

Exibição muito, muito, muito pobre.
Defesa muito, muito, muito permeável.
Resultado muito, muito, muito lisonjeiro.
Valeu Darwin para evitar uma humilhação europeia em casa - que a dada altura parecia inevitável.
O apuramento não está, para já, em questão. Mas a preocupação cresce. E no Domingo há Braga.
Enquanto o Benfica tiver laterais medíocres e demasiado ofensivos, extremos que não defendem, centrais lentos, médios macios e pouco dados a coberturas, não pode ter quaisquer ambições internacionais. E mesmo nacionais, vamos ver...
Por agora, apenas um sorrisinho amarelo.

CAVALOS DE CORRIDA

Excepcionalmente, começo pelo adversário: esta equipa do Boavista ainda não tinha ganhado um jogo, fora cilindrada pelo FC Porto em casa por 0-5, e ocupava o penúltimo lugar da tabela.
Não acredito que, em qualquer uma das outras partidas do campeonato, os axadrezados tenham jogado assim, tenham corrido assim, ou tenham manifestado a frescura física que hoje permitiu, já dentro dos últimos dez minutos, que alguns dos seus jogadores ainda fizessem sprints monumentais, e ganhassem bolas em corrida a adversários acabados de entrar em campo. Elis, por exemplo, a jogar sempre deste modo, seria ...Mbappé. Mas contra o FC Porto ficou no banco, e entrou na segunda parte sem grande gás.
Já vejo futebol há muitos anos, e o Boavista - que em tempos era tido como a equipa que mais corria em toda a Europa, e que mais tarde se soube que até no banco de suplentes se injectava - tem atrás de si uma tradição, diria, de grande combatividade.
Foi no cruzamento entre uma equipa preparada fisicamente e clinicamente até ao nível de se parecer, a espaços, com um Bayern de Munique, e um Benfica cansado e pouco inspirado, que este resultado se deu.
Deixo portanto os meus parabéns aos preparadores físicos e à equipa médica do Boavista. Assim, serão candidatos, pelo menos, ao apuramento para a Liga dos Campeões.
Quanto ao Benfica, a luta continua. Foi uma pena desperdiçar a hipótese de deixar o FC Porto a oito pontos, mas a vida é mesmo assim. No próximo fim-de-semana os encarnados voltarão à liderança. É a minha convicção.