PARADIGMAS


O tema é recorrente. Será que o Benfica aposta na formação? Será que o faz da forma mais adequada?

A resposta só pode ser afirmativa. Com um forte investimento em infraestruturas de ponta, munidas da necessária competência técnica, essa aposta é insofismável. As milionárias vendas de André Gomes, Bernardo Silva e Cancelo são, para já, o resultado desse investimento. Que grande resultado, diga-se. E se também para outros houver mercado, venham mais milhões, que o tempo não está para desperdícios.

Não estou seguro é de que a formação encarnada esteja preparada para, no imediato, alimentar a equipa principal – sabendo-se que o objectivo desta é a conquista de títulos, e não qualquer outro romantismo purista.

Excepção feita ao Barcelona, não há registo de clubes predominantemente formadores com grande sucesso desportivo. E em Portugal não me parece que estejamos perante uma geração particularmente dotada. Hoje, a ambição começa na infância. O sonho dos jovens das academias já não é, simplesmente, entrar no plantel principal. Os mais talentosos são desde cedo aliciados com os milhões de outras paragens, pelo que se torna impossível segurá-los muito tempo. Sobram…os restantes.

Podemos então avançar para um paradigma competitivo alicerçado na formação? O Benfica quebrou a hegemonia portista recorrendo a jogadores experientes, capazes de não vacilar perante as adversidades. Há, aqui por perto, quem abuse da juventude imberbe. Mas não são campeões desde os tempos de João Pinto, Jardel ou Schmeichel.

A formação é útil como instrumento, como meio. Num clube como o nosso, não pode ser um fim.

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