UM PRESIDENTE PARA A HISTÓRIA
Comemorámos, na passada semana, o décimo aniversário do nosso belo estádio. À sua construção não pode deixar de estar associado o nome de Luís Filipe Vieira - que dias depois tomou posse como Presidente do Benfica, transformando-o de alto a baixo, e erguendo-o até a um grau compatível com o seu glorioso passado. Terão faltado apenas mais um ou dois campeonatos de futebol para que Vieira fosse hoje unanimemente considerado o melhor presidente de sempre deste Clube. Faltou, por exemplo, que em Maio passado um remate de um tipo de crista tivesse embatido no poste, em vez de entrar na baliza de Artur. Faltou que, na temporada anterior, um fiscal-de-linha pouco atento tivesse visto um fora-de-jogo de Maicon, no lance que decidiu o título. Em suma, faltou sorte numas ocasiões, e verdade desportiva noutras, para alcançarmos os títulos que o trabalho realizado tanto justificava. São contingências, às quais não podemos também subtrair o facto de, ao longo desta década, termos enfrentado o mais forte rival de toda a nossa história. Em dez anos, o FC Porto conquistou três taças europeias, e nos últimos cem jogos de campeonato registou apenas uma derrota. Tem sido um opositor feroz, que, além de uma inegável capacidade desportiva, nunca hesitou em utilizar meios ilícitos para conseguir o que queria. É contra ele que nos temos batido, e, ainda assim, equilibrado os pratos de uma balança que em 2003 apresentava um claríssimo défice. Campeonatos à parte, seria fastidioso enunciar toda a obra de Luís Filipe Vieira. Do Estádio ao Centro de Estágio, da Benfica TV ao Museu, dos títulos nacionais e europeus nas modalidades ao sexto lugar no ranking da UEFA, do investimento na Formação ao incremento do número de sócios. Mas aquilo que, enquanto benfiquista, mais lhe agradeço, é ter-nos permitido voltar a acreditar no futuro. Em 2003, vencer era uma utopia. Hoje, ganhar ou perder depende de pequenos detalhes, e a nossa memória tem de ser suficientemente ampla para reconhecer a diferença.
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