NO INTERVALO
Ainda não houve presidente eleito, as eleições estão no intervalo, mas já há um claro vencedor: o Sport Lisboa e Benfica.
Vencedor pela impressionante participação que, confesso, até me comoveu. Vencedor pelo civismo manifestado pelos mais de oitenta mil votantes. Vencedor pelo incansável trabalho de tantas e tantos benfiquistas espalhados pelas várias secções de voto no país e no mundo. Vencedor pelo fair-play demonstrado por todos os candidatos, sem excepção.
Ficou também claro que o Benfica real, profundo, que move paixões nas mais variadas geografias, idades e estratos económicos, pouco tem a ver com o das redes sociais, ou com o de alguns grupos circunscritos que acham que o clube é apenas deles.
Não é, e isso ficou demasiado evidente. Aliás, a própria representatividade das AG resulta de algum modo ferida, e a carecer, pelo menos, de uma reflexão - como aqui escrevi no momento próprio. Mas isso deixarei para mais tarde.
Haverá tempo para falar da segunda volta. Pelo meio há jogos importantes a ganhar. E aí todos os benfiquistas terão de deixar as eleições numa prateleira, tal como fizeram, como fizemos, ontem durante noventa minutos. Também aí o Benfica venceu: no relvado e nas bancadas.
Viva o Benfica!
12 comentários:
Excelente post, com o qual concordo em quase tudo. Mas aproveito para colocar dados para reflexão, já que estamos a falar de representatividade. Só considerando os votantes; Rui Costa 38%, Noronha 32%, havendo 30% de votantes que terão de optar por um ou por outro! Se num determinado momento, como por exemplo numa assembleia, optarem por ficar contra Rui Costa, dá o chumbo das contas como aconteceu! Portanto, não é bem como tu contas, essa ausência de representatividade nas assembleias!
Caro LF,
Partilho o agrado e alegria em ver tanta gente a votar, com tanto civismo. O Nosso Benfica mostrou a sua grandeza!!.
Na análise que fiz dos resultados, com base no que está disponível para o público, tenho dificuldade em tirar conclusões fortes.
Há vitórias da mudança e da continuidade fora do país
Há vitórias da continuidade na maioria de Portugal, exceto “no estádio”, onde vence a mudança. Tenho dificuldade em ver um fio condutor muito evidente.
Um cientista político talvez consiga perceber melhor o fenómeno (curiosamente, há uma cientista política de inquestionável reputação numa das listas. ;)
Factualmente, podemos dizer que os resultados da 1a volta dizem uma coisa: 42% dos votos dos sócios quiseram a continuidade da direção em funções. 58% não a quiseram.
Não quer isto dizer que vai ser esse o resultado da 2a volta, claro.
Resta agora saber como decidiremos todos, em concreto, a escolha, desta vez “binária”, nos protagonistas da continuidade e da mudança.
Uma última nota, para debate futuro. Embora concorde com o caro LF que o modelo atual de AGs tem riscos de ser manietado por grupos (mais ou menos) organizados, não vejo alternativas credíveis para o mudar - especialmente para algo que dê mais voz a todo o universo de Benfiquistas. Soluções já lançadas, como o voto electrónico (remoto) não são nada acessíveis à franja mais info-excluída. A hipotética criação de um colégio de representantes também não: é até bastante “elitista”.
A solução não me parece fácil, mantendo o modelo associativo. Fica para depois.
As eleições de ontem foram claras, transparentes e participadas como nunca se viu. Há sempre uma ou outra questiúncula, mas no final o processo não deixa margem de dúvidas.
Os sócios votaram em liberdade e em consciência e é assim que tem que ser.
Desde há cerca de dez anos que não me revejo no rumo do Benfica. A maioria revê. Quem está errado, nesta perspectiva, sou eu. Assim sendo, manterei a condição de sócio, mas afastar-me-ei do processo. O Benfica tem mais 160 mil votantes, portanto não é um grão de areia obscuro que vai fazer falta.
Calma Jorge, afinal a diferença foi muito menor do que diziam! Tentaram passar a ideia de uma diferença de 19% e o final foi de menos de 12%. A diferença de votantes foi de 5.000 e o restante dos outros candidatos perfazem 25.000 votantes. Só com os votos do Manteigas ficam em igualdade! Os que querem a mudança têm de se unir atrás do Noronha e não esmorecer! Se os mesmos que votaram por uma mudança votarem Noronha na 2ª volta, a mudança ganha! É preciso não desistir do Benfica, senão fica entregue à bananada. O que é legítimo se ganharem as eleições, mas até lá é continuar a lutar!
Desculpem, não assinei o comentário acima. Foi meu. :P
Os sócios escolheram e resta aceitar. A segunda volta pode ser diferente talvez na aproximação mas não acredito que o resultado final seja diferente.
Vamos estar aqui se Deus permitir nos próximos anos para ver o que está escolha vai dar.
Deixo apenas um repto para meditação e análise: o que vai acontecer se o Benfica não fizer uma boa champions, não for campeão nacional e não se apurar para a champions no próximo ano?
…..
Parabéns pelos 85 mil e pelo record batido.
Aqui fica a minha análise aos resultados das eleições:
- ficou provado que Rui Costa, mesmo tendo sido 1 presidente fraco, as alternativas eram ainda piores, nomeadamente Noronha Lopes, para mim, o pior dos piores.
- mais de 85 mil votantes provaram que o Benfica é, comparativamente aos seus rivais Porto e Sporting, 4X maior que estes e isso tem de ser refletido no futuro próximo nos contratos televisivos e publicitários, na representatividade de benfiquistas na liga, na fpf e na uefa onde hoje o Benfica mesmo sendo 4x maior não tem lá ninguém em cargos de decisão.
- não votei em nenhum dos candidatos que irão à segunda volta, por isso, ou não irei votar ou então irei votar no menos mau já que ambos não me satisfazem minimamente.
Anti-amelias
viva o Benfica nada! a vitória de ontem foi miserável mais uma vez e a votação uma vergonha, porque o meu candidato perdeu.
Os desesperados já adulteram percentagens e tudo, mas a verdade é que nem com as estatísticas de conveniência conseguem negar o óbvio: Rui Costa esmagou o candidato dos infiltrados e dos "exigentes", que ficou a 12% do primeiro lugar e a 20% da maioria. Ou seja, as eleições mais concorridas de sempre de uma instituição desportiva a nível mundial, foram bastante claras: os sócios querem continuidade e desconfiam de gestores com capacidades dúbias e absolutamente sedentos por poder.
Se a sede de poder desse tal gestor não fosse tão grande, teria algum decoro e desistia do processo. Face aos resultados, não há necessidade de continuar a desestabilizar o clube e prolongar o processo eleitoral por mais duas semanas. A derrota foi clara e já não foi a primeira vez que foi derrotado forte e feio nas urnas. Ainda não percebeu que os sócios não querem burocratas que já estiveram na direcção e mandaram o clube à urtigas após dois meses no cargo, porque lhes cheirou a dinheiro noutro sítio.
Conheço muita gente que votou em Luis Filipe Vieira e agora, naturalmente, votará em Rui Costa, porque viam em ambos os candidatos da continuidade (do trabalho realizado desde 2003), mas preferiram LFV. Parece natural que mesmo que o Manteigas e os outros insignificantes se unam ao gestor endividado, os seus míseros 30% não chegarão para vencer, porque o Manteigas nem a 11,5% chegou e os outros juntos fazem 2,2%. Ou seja, o candidato sem ideias e do contra, potencialmente, nem a 45% deve chegar. Já o Rui Costa precisa apenas de 8%, que facilmente vai buscar ao eleitorado do LFV (quse 14%). O gestor arrogante nem estas contas sabe fazer. Não admira que as empresas dele tenham os prejuízos que têm.
E pronto, eis-nos no domínio do Cheguismo. Já se apela "A mudança", não é projecto, não são ideias, é: "a mudança". Mudar porque sim, porque é a era do reino do bota abaixo. Porque abaixo é onde está tudo bem. Viva abaixo. O Benfica que se lixe.
E tanto comentador nas TVs a defender o Rui Costa. Até chegam ao cúmulo de tentar coagir o Manteigas!😂 É intrigante como são quase todos do Sporting! É tão bom ter o Benfica amordaçado, mal gerido, sem comunicação e a ganhar 1 campeonato a cada 4 anos, não é?
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