OFERECE-SE

O trio Jurasek, Kokçu e Arthur Cabral, representa o que de pior teve a abordagem do Benfica aos mercados nos últimos anos. E condicionou, em muito, o resultado desportivo das duas últimas temporadas.
Neles foi investido, no triste verão de 2023, um montante total de quase 60 milhões de euros, fora salários. Neles alguém pensou (de forma intrigante) poder encontrar substitutos para Grimaldo, Enzo Fernandez e Gonçalo Ramos, trio fundamental no último grande Benfica que vimos.
Um terço desse valor já terá sido recuperado com o lateral checo (8) e com o avançado brasileiro (12). Talvez seja possível recuperar mais uma parte significativa com a venda de Kokçu - a quem der mais (20? 25?).
O que não se recupera é o tempo perdido. Se para a lateral-esquerda apareceu Carreras (entretanto há que encontrar outro com rapidez) e para a frente de ataque temos hoje Pavlidis (veremos se se aguenta), para o eixo do meio-campo ficámos limitados ao cronicamente lesionado Renato Sanches. E a equipa ficou manca. Lá se foram dois campeonatos para quem, do outro lado, na mesma altura e talvez com menos dinheiro, foi buscar Hjulmand e Gyokeres.
Quem frequenta este espaço sabe que Kokçu nunca me convenceu. Trata-se, ainda, do jogador mais caro da história do futebol português, mas nunca se afirmou como alguém determinante no rendimento da equipa. Pelo contrário. E o problema nunca foi a capacidade técnica (que até tem, embora não na medida que ele pensa), mas a perturbadora atitude competitiva, que sempre contrastou com uma postura de vedetismo indisfarçável dentro e fora do campo. Displicência e arrogância misturadas de forma explosiva. 
Espero que saia rapidamente do clube e não volte. Arthur Cabral, pelo menos, era um profissional esforçado. Muitas vezes vale mais quem quer do que quem pode. Se Jurasek e Cabral manifestamente não podiam mais, Kokçu nunca quis nada.
Também não quero nada dele, a não ser distância.

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