GOLEADA ENGANADORA

Tudo está bem quando acaba bem. E o Benfica-Rio Ave acabou em apoteose, com uma goleada, e com o estreante Marcos Leonardo a facturar ao primeiro toque que deu na bola.
Porém, até aos 60 minutos, o Benfica não só não estava a vencer, como não merecia estar a vencer. 
Após sete triunfos consecutivos, talvez não seja a melhor oportunidade para escrever isto, mas fiquei novamente com a sensação que Roger Schmidt não estuda devidamente alguns adversários - nomeadamente estas equipas menores da liga portuguesa. E parece fácil de surpreender por treinadores espertalhões em estratégias de bloqueio, o que, desde Mourinho, é de algum modo a matriz da maioria dos técnicos portugueses de primeira e de segunda linha.
Durante uma hora de jogo o Rio Ave condicionou o futebol benfiquista. Bloqueou o ataque (no qual Arthur Cabral se "oferece" com facilidade), e causou engulhos nas saídas desde trás, aproveitando o espaço entre centrais e meio-campo, no qual Kokçu é permeável, e João Neves (que o costuma disfarçar) não estava nos seus melhores dias.
A expulsão (justíssima), seguida do segundo golo, representaram os momentos de sorte de que o Benfica necessitava para dar a volta a um jogo muito mais difícil do que diz o resultado final.
Daí em diante, tudo se tornou mais fácil. 
Individualmente destacaria Rafa (que parece firmemente apostado em deixar saudades), e também o jovem estreante brasileiro. É disto que eu gosto: dispensar períodos de "adaptação", entrar e render. Como fez Jonas quando chegou, como fez Enzo no ano passado, e como fazem normalmente os grandes jogadores. O futuro dirá o que vale Marcos Leonardo, mas não podia começar melhor.
O treinador do Rio Ave queixou-se da arbitragem. Como Schmidt, também eu não consigo perceber porquê. O que vi foi um conjunto de faltas (três, pelo menos) assinaladas ao contrário, em prejuízo do Benfica. Que a expulsão foi estúpida, poderei concordar, mas isso é um assunto a resolver entre treinador e jogador do Rio Ave.
Venha o Boavista!

1 comentário:

joão carlos disse...

tirando o facto de que não existiu nenhuma goleada, que só acontece quando existe uma diferença de quatro ou mais golos, e não quando se marcam quatro golos ou mais, qualquer dia existem goleadas por diferença de um golo.

o problema não esta em estudar o adversário, que se pode e deve estudar, o mal esta em não perceber os nossos erros que os outros exploram de tão evidentes que são e nem é preciso treinadores espertalhões qualquer adepto percebe os nossos erros.
saída errada de bola com os medios sempre de costas e por isso cegos à pressão e ao posicionamento dos adversários.
dupla de meio campo que não se complementa tem ambos as mesmas características e que são facilmente abafados por qualquer equipa que lute por descer de divisão, desta vez nem foi necessário estarem em inferioridade numérica sequer.

depois é ridículo o treinador vir dizer que a equipa acusou cansaço, a serio e ele ficou surpreendido com isso, era a coisa mais óbvia de acontecer jogo a meio da semana, difícil ainda por cima,sem ter feito substituições e depois nem uma alteração aos onze que iniciaram os dois jogos estava à espera do que mesmo.

eu diria que independentemente da expulsão tudo ficou mais fácil porque passaste a ter um jogador que na meia hora que jogou recuperou o triplo das bolas que os outros dois recuperaram na hora anterior e sem bola é difícil ao adversário criar perigo mesmo com onze.