...E NO FIM GANHAM OS ALEMÃES
Sofrer dois golos no período de descontos, quando a vitória parecia assegurada, e, com ela, a manutenção da esperança na qualificação para os oitavos-de-final da Champions League - com 0-2, bastaria uma simples vitória na Luz sobre o Zenit para a garantir - é cruel, doloroso e frustante.
Nestas alturas os adeptos tendem a procurar razões e culpados, e com isso expulsar do corpo e da alma um estado de espírito necessariamente negativo. Dizer que o treinador tomou a opção A quando deveria ter tomado a B, que o jogador X não esteve à altura e que o Y não deveria ter jogado, quando não, embarcando num radicalismo estéril, querer despedir aquele e dispensar estes.
Ora eu olho para o jogo de Leipzig e não vejo muito por onde pegar. O onze foi bem escolhido, a estratégia foi bem montada, e certeira até aos 90 minutos. Os jogadores deram tudo, correram, lutaram e mereciam melhor sorte. As substituições foram bem feitas? Foram tardias? Aí entramos no Totobola à segunda-feira. O Benfica estava a jogar bem, tinha aparentemente o jogo na mão, e tudo parecia perfeito. Falar agora é fácil, mas eu, naquela altura, teria feito o mesmo.
É assim o futebol. Tem razões que a razão desconhece, e neste caso uma delas é óbvia: o Leipzig é melhor equipa do que o Benfica, tem jogadores que podem decidir, e nese caso foi isso que aconteceu. Já não se esperava, e daí a crueldade do destino, pois empatar 2-2 no terreno do segundo classificado da Bundesliga, em condições normais, seria tudo menos um mau resultado.
Se Ruben Dias não tivesse feito o penálti. Se o cabeceamento de Forsberg batesse no poste ou fosse para fora como sucedeu com vários lances na área do Benfica ao longo dos noventa minutos. Se, se, se. A verdade é que os alemães, fazendo justiça à máxima de Gary Lineker, acabaram por levar a água ao seu moínho, e os encarnados ficaram ingloriamente fora da Liga dos Campeões. Sendo que essa eliminação não se deve a este jogo, mas sim aos que o precederam - a começar pela derrota na Luz com esta mesma equipa.
Resta a esperança na Liga Europa. Pouco, muito pouco para quem passou 89 minutos a sonhar.
Agora...ganhar ao Marítimo!
Publicada por LF à(s) 29.11.19 2 comentários
PIZZI E MAIS DEZ
Depois de uma primeira parte medonha, o Benfica, conduzido pelo "comandante" Pizzi renasceu das cinzas e conseguiu a sua décima vitória nos primeiros onze jogos - registo que só encontra paralelo em...1983.
Ficou demonstrado que Pizzi é indispensável nesta equipa, mais a mais dada a ausência prolongada de Rafa. O transmontano é, neste momento, o único que dá critério ao meio-campo ofensivo do Benfica, além de que vai mantendo a veia goleadora que faz dele o líder dos artilheiros.
Ninguém sabe se, com ele em campo desde início, a história de Lyon poderia ou não ter sido diferente. Mas não havia necessidade de ter essa dúvida, pois não?
Publicada por LF à(s) 12.11.19 3 comentários
PARA QUEM AINDA NÃO TENHA PERCEBIDO
ORÇAMENTOS ANUAIS DAS EQUIPAS DO GRUPO G DA CHAMPIONS LEAGUE:
LYON...........310 M
LEIPZIG......165 M
ZENIT..........160 M
BENFICA......90 M
LYON...........310 M
LEIPZIG......165 M
ZENIT..........160 M
BENFICA......90 M
Publicada por LF à(s) 8.11.19 14 comentários
ISTO EXPLICA MUITA COISA
JOGOS NA CHAMPIONS LEAGUE NO INÍCIO DESTA TEMPORADA:
ODYSSEAS | 6 |
T. TAVARES | 0 |
FERRO | 0 |
RUBEN DIAS | 7 |
GRIMALDO | 14 |
FLORENTINO | 0 |
GABRIEL | 4 |
GEDSON | 6 |
CERVI | 16 |
VINICIUS | 0 |
CHIQUINHO | 0 |
Publicada por LF à(s) 6.11.19 8 comentários
ESTA PROVA NÃO É PARA CRIANÇAS
Tomás Tavares, Ruben Dias, Ferro, Florentino e Gedson. Cinco jogadores
da formação no onze inicial. Cinco jogadores que há pouco tempo jogavam na 2ª
divisão portuguesa, tal como, aliás, Chiquinho e Vinicius. Média de idades de
22 anos.
Ora na Liga dos Campeões estão as melhores equipas do mundo. E, mais
do que isso, jogam com tudo. Para lá estar é preciso maturidade e classe. Não
me parece apropriado, nesse contexto, deixar de fora aqueles que eram, à
partida, os três elementos com maior experiência à disposição de Lage: André
Almeida, Pizzi e Seferovic. O Benfica já não tinha Rafa (o seu melhor jogador),
e sem aqueles três (sendo assim, quatro) perdeu personalidade, expondo-se ao
erro – próprio de quem ainda está em processo de aprendizagem, mas desadequado
para o palco em questão.
Luís Filipe Vieira diz que um Benfica europeu só é possível a partir
do Seixal. Talvez seja verdade, mas com jogadores de 26/27 anos, mantidos no
plantel durante vários anos. Com andamento, rodagem e presença para actuar nestas
andanças, onde cada erro se paga caro. Imagine-se, neste momento, Ederson,
Oblak, Semedo, Cancelo, Lindelof, André Gomes, Renato, Guedes, Bernardo e Felix
juntos. Tivesse sido possível segurá-los (e não era), então sim, talvez
houvesse Benfica “europeu”.
Este Benfica, tal como se apresentou em Lyon, mas também na Rússia,
não tem estofo para a Liga dos Campeões, sendo mesmo dos conjuntos mais fracos
que por lá anda. Há ali bastante talento, mas em alguns casos não há mais nada –
nem física, nem táctica, nem em qualquer outro parâmetro competitivo. Há
jogadores demasiado verdes para a titularidade (correndo o risco de ser
queimados nesta fogueira), outros que não são tão bons como se pensa, e a
agravar, também se vê uma ideologia táctica demasiado romântica, como se o
Zenit, o Leipzig ou o Lyon, fossem o Tondela, o Moreirense e o Desportivo das
Aves.
A Liga Portuguesa está moribunda. O Sporting é o que se vê, o FC Porto
nada tem a ver com os grandes FC Portos do passado recente, e até o Braga está
em crise. Os outros são, genericamente, equipas medíocres, que só defendem e
mal. O equilíbrio é feito por baixo, e isso dá uma imagem distorcida do real valor
deste Benfica, que entre portas consegue ser dominador, mas de Badajoz para lá é demasiado pequenino para qualquer ambição.
Se a aposta é no Campeonato, então há que assumir que a Europa é
apenas para garantir o dinheiro da presença (o que não é pouco), e dar minutos
a jogadores menos utilizados. O risco é ser enxovalhado, mas isso, nesta
temporada, sabe Deus como, tem sido evitado. Se se quer um pouco mais do que
isso (não só o presidente, também o treinador o disse), então a abordagem tem
de ser diferente. E se havia que poupar André Almeida e Pizzi, então tinham
sido poupados com o Rio Ave.
Resta sonhar com a Liga Europa, e reflectir sobre aquilo que se quer,
verdadeiramente, para o futuro próximo: formar jovens, alicerçar a equipa-base
neles (para os mostrar, e depois vender), ganhar alguns campeonatos e continuar a ser pequenino lá fora, ou, mantendo os maiores talentos da academia, investir em alguns jogadores feitos (Cardozos, Aimares, Saviolas, Garays, Gaitáns
etc) e utilizá-los diante dos adversários mais fortes – que são, inquestionavelmente,
os da Champions? Por mim, aceito e percebo qualquer uma das duas opções,
dependendo da margem financeira que exista para a levar a cabo. O que não pode
é haver um discurso totalmente dissonante da realidade.
Publicada por LF à(s) 6.11.19 10 comentários
RETOMA
O jogo com o Portimonense já havia trazido boas sensações. Esta partida com o Rio Ave, sobretudo na 2ª parte, confirmou a tendência, e mostrou um Benfica já perto do nível da época passada: pressionante, dominador, empolgante. Terá faltado maior eficácia para ser igualmente goleador.
A chave parece encontrada. Chiquinho está longe de ser um João Félix ou um Jonas. Mas é, neste plantel, quem melhor preenche essa posição, o que dá equilíbrio ofensivo à equipa, proporcionando espaços para outros poderem brilhar e marcar.
Acredito que em Lyon Seferovic regresse ao onze. E essa poderá ser uma rotação interessante, com Vinicius nos jogos em casa, e o suíço nas partidas onde é preciso defender melhor e a partir da primeira linha de construção adversária.
Para já, a confiança está retomada, e o período de menos fulgor parece utrapassado...com vitórias. E vão 9 em 10 jornadas, o que há décadas não acontecia.
Publicada por LF à(s) 4.11.19 4 comentários
LIONN E O FC PORTO
Quem não viu os golos do FC Porto frente ao Famalicão, veja. São ...engraçados.
Lionn é um dos protagonistas.
Como mero dado estatístico, deixo os resultados das equipas de Lionn que defrontaram os dragões desde que ele veio para Portugal. A média de golos por jogo dos portistas contra as equipas de Lionn é de 3,0. A média geral de golos do FC Porto nesses campeonatos é de 2,1.
Tudo derrotas, excepto um empate. Sim um, pois o empate de 2012-13 não conta: Lionn entrou em campo estava o Rio Ave a ganhar 2-0. Perecebe-se a entrada de um defesa nessas circunstâncias. Mas Lionn não é um defesa qualquer, e o resultado final foi... 2-2.
É caso para dizer, Lionn amigo, o Porto está contigo.
Publicada por LF à(s) 1.11.19 2 comentários
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