O NOME É GOMES
Para quem siga com atenção o futebol jovem do Benfica, não é
certamente novidade o surgimento de José Gomes, aos 17 anos, no nosso plantel
principal, com minutos e protagonismo.
Não sendo eu um observador muito regular dos jogos da formação, nem
mesmo assim me escapou aquele miúdo, com movimentos felinos e faro pela baliza,
que terei visto pela primeira vez aos seus 14 anos. Logo me impressionou. Desde
então, a cada jogo que via das suas equipas (sub 15, sub 17 ou sub 19), rapidamente
o procurava, seguindo todos os seus pormenores, arrancadas, movimentações,
desmarcações e golos. Não era preciso ser especialista para perceber tratar-se
de um talento raro. De um possível fora-de-série.
Mais do que Renato Sanches, mais do que Bernardo Silva, foi José Gomes
o jovem da “cantera” do Seixal que mais cedo me saltou à vista. Talvez por ser
ponta-de-lança – sendo essa a minha espécie predilecta no mundo do futebol.
Beneficiando das lesões de Jonas e Jimenez, chegou agora à equipa
principal. Mas isso para ele não pode ser um ponto de chegada. É sim, o ponto
de partida.
Com a sua idade, e com todo um trabalho que ainda tem pela frente,
dentro de uma década tanto poderá estar no Real Madrid como no Real Massamá. A
diferença é muito ténue, e não faltam exemplos para o comprovar. O caminho é
estreito, e qualquer desvio será fatal.
Depende dele, do seu trabalho, da sua humildade, do seu empenho em
cada treino, dos cuidados a ter fora do campo, da sua vontade de aprender mais
e mais, de melhorar todos os detalhes. Cada dia conta. Talento não lhe falta.
Enquadramento também não.
A bola é tua, Zé.
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