CASA CHEIA
Os quase 60 mil que estiveram presentes no Benfica-Feirense criaram
uma atmosfera extraordinária, galvanizaram a equipa para mais uma vitória, e expressaram
duas evidências que não podem passar em claro.
A primeira é a de que o futebol disputado à luz do dia tem outro
encanto, e cativa muito mais adeptos. Quem viva na zona de Lisboa talvez não
entenda quão importantes são os horários dos jogos para benfiquistas que se
deslocam de vários pontos do país – de Trás-os-Montes ao Algarve -, e têm de
regressar a casa a tempo de poder trabalhar no dia seguinte. Uma partida realizada
numa noite de domingo deixa automaticamente de fora uns quantos milhares de pessoas
que, simplesmente, não podem ir. Diga-se, em nome da justiça, que a BTV deu um
grande impulso no regresso do futebol à sua hora tradicional. E a consequência
tem sido um assinalável acréscimo do número de espectadores no estádio.
A segunda evidência é a de que a nação benfiquista não tem quaisquer
dúvidas acerca da grande prioridade para esta temporada. Mesmo depois de uma
derrota europeia, o clima de apoio, de alegria, e de entusiasmo, foi um sinal inequívoco
do que o povo efectivamente quer. E isso escreve-se com cinco letras: Tetra!
A Champions é uma competição maravilhosa, que proporciona grandes
espectáculos, permite valorizar jogadores, e encher os cofres. Mas nenhum clube
português tem condições de a vencer. Chegar longe é fantástico… quando se é Campeão
Nacional.
A Liga Portuguesa é pois o foco onde devem estar concentradas todas as
nossas energias. É nela que se vai escrever o destino da época. Os adeptos
sabem isso.
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