O DIABO VERMELHO
Noutras ocasiões, já aqui falei da minha grande admiração por
pontas-de-lança. Ou seja, por quem, na verdade, me faz levantar da cadeira e
vibrar de alegria.
O futebol é um desporto colectivo, onde todos são importantes. Uma
peça a menos pode causar derrotas e comprometer títulos. Mas, enquanto adepto,
a minha grande devoção vai mesmo para quem faz os golos. Mais até do que para
os artistas do passe, da finta, ou do estilo, normalmente muito apreciados na
Luz.
Nunca entendi, por isso, os assobios a Óscar Cardozo, ou, muitos anos
antes, as críticas a Nené. Um e outro são, juntamente com Nuno Gomes (também
ele, nem sempre consensual), os que mais golos marcaram no clube desde que vejo
futebol. Cada um a seu tempo, foram ídolos que venerei, e aos quais estarei
eternamente grato pelos momentos de alegria que me proporcionaram.
Serve isto para destacar, agora, o nosso Mitroglou.
O grego, em pouco mais de uma época, já está à porta do top-dez dos
goleadores do Benfica do sec. XXI, superando avançados com o simbolismo de
Mantorras ou Miccoli. E caso tivesse convertido os penáltis que Jonas converteu
na temporada passada, teria sido ele o “Bola de Prata” – isto sem melindre para
o extraordinário avançado brasileiro, tão somente o melhor e o mais completo
jogador a actuar em Portugal.
Recordemos que o Sporting fez tudo para contratar Mitro. Veio para
nossa casa in-extremis, e foi também dele o golo que, em Alvalade, acabou por
decidir o título.
Em bom momento, o clube adquiriu o seu passe.
A barba dá-lhe um certo ar de diabo. Mas são os golos que fazem dele
um ponta-de-lança dos diabos.
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