MILHÕES PARA CÁ, MILHÕES PARA LÁ
No estadio, e não só, ouviu-se agora que uma equipa de milhões não conseguiu ganhar a dez santaclarenses. É só meia verdade.
A verdade completa diz também que o Benfica vendeu, por mais de cem milhões, metade da equipa titular - que tinha ficado a um poste e um pisão de ganhar tudo. Carreras, Florentino, Kokçu, Akturkoglu e Di Maria (já agora, a propósito de El Fideo, deixem-me dizer: que saudades). Nem vou aos Tiagos Gouveias, falo apenas do onze base. E podia acrescentar que saíram três dos quatro melhores elementos da equipa.
E se as saídas de Carreras e Di Maria eram mais ou menos inevitáveis, e a de Kokçu era mais ou menos aconselhável, talvez as de Tino e Kerem tivessem sido excessivas. Veremos.
Uma coisa é certa, foi muita mudança, num contexto difícil, sem tempo, nem férias, nem pré época.
Outra coisa é igualmente certa. Tal como na política há quem ache que votar em aldrabões populistas vai resolver, por magia, todos os problemas do país e do mundo, também no Benfica há quem ache (e hoje, depois deste empate, muita gente) que mudar de presidente fará a equipa jogar melhor, o Otamendi deixar de escorregar, o Rios acertar um passe, e o Benfica ganhar o campeonato com uma perna às costas, face a dois rivais que têm, neste momento, melhor equipa (custa a admitir, mas é verdade, sobretudo na comparação com o vizinho de Alvalade).
2 comentários:
Aqui, LF, tenho de “me insurgir”.
Não, não estou a contar que, com um novo presidente, se jogue melhor à bola. Não há magia.
Mas talvez para o ano se jogue.
Talvez, com um novo presidente, não se insista em nada planear. Talvez se olhe para a época e se conclua que, não havendo praticamente tempo de repouso e preparação, se deve aproveitar a competição que finda a época anterior (camp mundo de clubes) como rampa de lançamento da próxima. Talvez se decida que, não havendo tempo, há que “encontrá-lo” e se limite o número de saídas e entradas, preferindo a estabilidade.
Talvez, com novos líderes, se entenda que NÃO pode ser no última dia do mercado que se vão buscar titulares. Porque as consequências, temos visto, ano após ano, dão nisto.
Talvez uma nova estrutura seja fiel às suas palavras e perceba que dentro de portas há talento. Que apenas tem de ser lançado para vingar. Talento esse que não “precisa de tempo”, porque tem décadas de vida Benfiquista.
Talvez, com um novo presidente e nova direção, seja possível não assumir como uma fatalidade que o Benfica tem pior equipa que os rivais.
Que talvez a equipa com mais receitas, mais adeptos, maiores salários, melhor formação… naturalmente terá melhor plantel. Conquanto haja um mínimo de competência na gestão, um rumo, uma estratégia firme. Um mínimo de estabilidade. E não um novo começo, todos os anos, e tarde e a más horas.
Recuso-me a aceitar essa fatalidade.
Não sei se uma nova direção fará melhor. Mas pode fazer melhor.
Definitivamente não apoiarei a direção atual, que factualmente tem feito mal, na esperança que agora é que vai ficar boa e melhorar… porque sim.
Método científico, se quiser.
O Benfica pode ficar 100 anos sem ganhar que vai ser apoiar Rui Costa. Surreal!
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