UMA MURALHA E UM PARDAL

É certo e sabido que neste tipo de jogos, com este tipo de adversários, os erros pagam-se caros. O Benfica, que realizou um jogo pleno de intensidade, velocidade e vontade de vencer, que em muitos momentos empurrou o líder da Liga Espanhola para as cordas, que fez quase trinta remates, errou demasiado nos locais onde não podia errar: na área contrária, desperdiçando ocasiões de golo em série, e cá atrás, entregando de bandeja a Raphinha o golo solitário da partida - oferta que este tipo de jogadores também não costuma desperdiçar.
O resultado é inglório. Talvez antes do jogo aceitasse uma derrota tangencial que, em teoria, ainda deixa uma janela aberta para a segunda mão. Depois de 70 minutos contra dez, de falhar oportunidades em catadupa, e de oferecer um golo, confesso que este 0-1 me sabe a azedo. Afinal, mais do que parecia, era possível vencer, e até mesmo encaminhar a eliminatória, sendo que os quartos-de-final esperam pelo Lille ou pelo Dortmund. 
Falar de sorte não é apropriado. O Benfica até teve a sorte de ver um jogador adversário expulso aos 22 minutos, e de ver, desse modo, o Barcelona a resguardar-se após um início bastante afirmativo. Não soube, isso sim, por ineficácia, por inépcia, aproveitar a sorte de um jogo que lhe abriu alas para uma vitória histórica.
Há que dizer também que o guarda-redes do Barcelona realizou uma tremenda exibição. Foi uma muralha que encheu a baliza. Foi, de longe, o melhor em campo, e foi nele que esbarrou grande parte do futebol benfiquista. Realmente, há qualquer coisa no Estádio da Luz que faz brilhar os guarda-redes adversários. Nesta temporada, já aconteceu na Champions (lembro, assim de repente, o do Bolonha) e já aconteceu mais do que uma vez no Campeonato. Szczesny até já tinha terminado a carreira e voltou, à pressa, para render o lesionado Ter Stegen, está em grande, e o Barcelona deve-lhe, pelo menos, este triunfo.
Agora há que acreditar num milagre. Um empate (tão perto, tão perto, que ele esteve...) seria totalmente diferente, desde logo na abordagem ao jogo da Catalunha. Assim é mesmo preciso um milagre, dos grandes, sendo que o Benfica, diga-se, já cumpriu com honra e dignidade o seu dever nesta competição. E não é uma eliminatória com o Barcelona que vai ditar o sucesso ou o fracasso da temporada. 
Individualmente, do lado dos encarnados, destacaria Carreras, Schjelderup (não percebi a substituição), Trubin e Aursnes. Também gostei de rever Renato Sanches (oxalá seja para durar), e da entrada do jovem João Rêgo. Dahl é já uma certeza. Pavlidis trabalhou muito, mas desta vez não fez aquilo que lhe competia: meter a bola na baliza. Pela negativa, naturalmente António Silva, que até estava a fazer um bom jogo, mas em modo pardal entregou o ouro ao bandido (coisa que se tem repetido de forma preocupante, em jogos importantes, já desde a temporada passada). 

9 comentários:

Brytto disse...

Foi um erro, mas longe de ter sido uma oferta para golo, há imenso mérito do Radinha e sorte, pois a bola ainda tabela no Otamendi.

Anónimo disse...

E assim se passa mais um jogo em que mereciamos e deveríamos ter ganho, mas no fim perdemos. Não jogámos para a liga afim de termos mais frescura o que não se verificou em relação ao adversário, tivemos a sorte de jogar contra 10 durante 70 e tal minutos, mas como sempre acontece algo que nos trama, ou é o redes rival que faz grande exibição, ou não conseguimos marcar, ou pior ainda um jogador nosso faz uma asneira e pronto! Mas quando é que acabamos com esta maldição? É ir a Barcelona e ir para cima deles com toda a força, sem medos sem nada, nem que isso se vire contra nós e venhamos de lá com uma cabazada.

Anónimo disse...

Exacto. Se a bola não tem mudado de trajetória não era golo. Ai foi mesmo azar. Mas ainda confio.
Temos jogado melhor fora do que em casa e os Barças no fim do jogo estavam, literalmente, de rastos. E de rastos irão continuar após jogarem no sábado.

Mark Trencher disse...

Sentiu-se ali alguma falta de jogadores mais diferenciadores, não tanto a nível de qualidade técnica, mas mais na parte mental e no ritmo de jogo. Uma derrota do Benfica quase nunca merece os parabéns e esta é igual, no entanto não me parece justo "crucificar" alguém pela derrota. Eles são melhores, e em 180 minutos o mais provável é perdermos maus vezes do que ganhamos. Em todo o caso ainda faltam 90 minutos para continuar a defender a honra e o nome do Benfica.

Viva o Benfica!

ARM disse...

Bom post, LF. Foi uma pena, e acho que fizemos uma boa exibição contra uma das melhores equipas do mundo. Mais uma oportunidade perdida para lhes ganharmos... Nos últimos 3 jogos na Luz enfrentámos 3 guarda-redes que defenderam tudo - mas mesmo assim podíamos ter feito pelo menos um remate certeiro. É verdade que vai ser preciso quase um milagre - ou melhor, uma exibição absolutamente perfeita, a defender e a atacar. Quase impossível, mas... Saudações Benfiquistas.

joão carlos disse...

existiu sobretudo inépcia porque á semelhança dos dois jogos anteriores a maioria dos remates e oportunidade só seriam golo que o guarda redes desse frangos porque foram todos à figura.
ele fez duas grandes defesa, mas isso também o trubin fez, o resto foram defesas normais para um guarda redes deste nível.
e já agora citar jornais de madrid é a mesma coisa que eles citarem o orgão oficial dos corruptos serve de nada.

falhamos foi o que não se pode falhar mas o que interessa é que são craques, mesmo que não passem de epifenomenos de meia dúzia de jogos.
não percebeu porque saiu o schjelderup porque não passa de um brinca na areia que decide quase sempre mal que oportunidades é que criou no jogo todo uma mas os especialista da bola gostam é deste tipo de jogadores que decidem sempre mal já que define quase sempre bem não presta e emperra o jogo.
mas existe malta que acha que falta de qualidade é maldição e andamos nisto.

a serio que acham que estes erros do senhor silva são apenas desde a época passada, já no primeiro ano contra o caldas um exatamente igual a este, mais um em paris, mais não sei quantos iguais a este pela seleção fora os erros como este que acabaram por não ser aproveitados.
por muito menos foram enxovalhados o weigl, o morato, o arthur ou o joão mario, e tantos outros que nem um décimo dos erros cometidos por este fizeram mas este esta tudo bem que é da formação e é do clube desde pequenino.

ARM disse...

Mundo Deportivo (Catalunha): " El FC Barcelona se impuso en Lisboa al Benfica en la ida de los octavos de final de la Champions League en un partido que se le complicó de inicio con la tempranera expulsión de Pau Cubarsí cuando apenas se habían jugado veinte minutos de encuentro.

El gol de Raphinha y la excepcional actuación de Szczesny bajo palos y de Pedri con el balón en los pies fueron de los aspectos más destacados del encuentro. "

"Wojciech Szczesny fue uno de los nombres propios de la rueda de prensa de Hansi Flick en la previa de la visita de Osasuna. Preguntado por la gran actuación del portero en la ida de los octavos de final de la Champions League contra el Benfica (0-1), el técnico azulgrana destacó el nivel que ofreció el polaco para mantener la portería a cero en un partido que se puso muy cuesta arriba con la expulsión tempranera de Cubarsí."

'Por suerte, el Benfica no supo atacarle al Barça en la primera parte y, tras el descanso, cuando abrió el juego por las bandas y fundió a los culés, apareció el portero polaco para salvarlo todo. En el estadio donde tuvo su peor noche como azulgrana, encajando cuatro goles y regalando dos de ellos, anoche San Tek fue el héroe salvador. El MVP fue para Pedri –que ya se lo deberían dar a perpetuidad– pero el portero que hace meditación antes del encuentro puso al Barça con pie y medio en cuartos de final. Gran equipo.'

Anónimo disse...

Mostrámos mais frescura, eles acabaram de rastos. Só que não nos ajudou, não concretizámos. Acontece.
Foi para compensar a sorte que tivemos em 1961 quando lhes ganhámos com muita sorte.

Anónimo disse...

Todos os jornais da CATALUNHA são unânimes em dizer que o Barça teve sorte com o guarda redes e a inépcia dos Portugueses.