STRONG...COMO OUTROS

A recente confissão de Lance Armstrong sobre as práticas de dopagem que o levaram a tornar-se num dos mais bem sucedidos desportistas de sempre, chocou o mundo, e, em particular, os fãs do Ciclismo, como é o meu caso.
Na verdade, ao longo da sua triunfante carreira, o hepta-campeão do Tour de France foi objecto de centenas de análises para despiste do consumo de substâncias proibidas, e nenhuma delas acusou qualquer ilegalidade. Só a denúncia de antigos colegas de equipa desencadeou o processo - que terminou agora, com o ex-campeão de joelhos perante o mundo.
Se a história do Ciclismo tem sido fértil em casos de doping, também é justo dizer-se que a modalidade tem estado quase sempre na vanguarda da luta contra ele. De recolhas sanguíneas surpresa efectuadas durante as férias, até aos chamados “passaportes biológicos” (onde vão sendo registadas as variações hematológicas de cada atleta), tudo tem sido feito para combater a fraude, pelo que não deixa de causar alguma inquietação a forma como foi possível, ainda assim, alguém enganar tudo e todos durante quase todo o tempo.
Ora, sabendo-se que o tipo de controlo aplicado ao Futebol, comparado com o do Ciclismo, não passa de uma mera e inocente formalidade, a suspeita de que a verdade desportiva nos relvados não passe, também ela, de um embuste, torna-se dramaticamente verosímil. Até porque os muitos milhões de euros envolvidos - bem mais suculentos no Desporto-Rei - são o convite que normalmente seduz os infractores.
Em Portugal, temos casos comprovados de tentativas de falsear a verdade desportiva por outros meios, nomeadamente através da corrupção de árbitros. Ninguém me convencerá facilmente que, esses mesmos corruptores, na ânsia de ganhar a qualquer preço, não se sirvam também de outros expedientes que a fragilidade da vigilância lhes coloca à disposição.
Não me surpreenderia, pois, que um dia o Futebol português revelasse um monstro de dopagem à medida de Armstrong. E com muito mais do que sete títulos para devolver.

3 comentários:

Manuel disse...

Exactamente! É disso que eu estou à espera, pois tenho a certeza absoluta que aconteceu e que ainda acontece, com meios ainda mais sofisticados! Basta ler e saber o tempo que os efeitos dessas substâncias levam a sair do corpo e a deixar de dar rasto no controlo.

Por outro lado não tenho ilusões. Repararam com certeza nas dificuldades que as autoridades norte-americanas, impolutas e com uma tenacidade de realce, que nunca existiria em Portugal, tiveram para conseguir encontrar provas para incriminar quando as irregularidades eram tantas, praticadas durante muitos anos, envolvendo tantas pessoas em vários países e, praticamente, abertamente, soube-se agora.

Agora imaginem em Portugal, um pequeno país onde toda a gente se conhece, haver uma, duas ou três pessoas que soprassem no trombone o que aconteceria. Seriam imediatamente desacreditadas, como aconteceu com a Carolina Salgada, que foi perseguida, humilhada em público, alvo de processos falsos e inventados em que as testemunhadas de acusação foram compradas, agredida, etc. Ameaçada várias vezes de morte, iria ser assassinada se não tivesse tornado o seu caso público. Isto foi dito pela própria PJ e pelos seus advogados de defesa.

Foi um sinal muito claro por parte dos mafiosos para todos aqueles que não tivessem a veleidade de nem sequer tentar, pois acontecer-lhes-ia o mesmo ou pior se se atrevesse a fazer o mesmo que ela.

Por isso meus amigos, bem podemos tirar os cavalinhos da chuva. Existem muito testemunhos, até em livros por antigos jogadores. O que aconteceu?



Anónimo disse...

Devem estar a falar do Hernani, do Nuno Assis, e outros q tal....

Vitória do Benfica disse...

Bem os grandes especialistas em mascaras são do norte e não do sul.Alguém me dizia que o problema do ciclismo é que é analisado