DE REGRESSO

Terminadas, com êxito, as festividades relativas ao Natal e à Passagem de Ano, VEDETA DA BOLA está de regresso, para um 2012 que se espera possa ser, pelo menos, não tão mau como o maldito 2011 que finalmente nos largou.



Destes dias sobram os casos Ruben Amorim e Enzo Perez, sobre os quais não me irei pronunciar, por absoluto desconhecimento de causa.



O futebol do Benfica está cada vez mais blindado, e não serei eu a contribuir para furar essa blindagem. Enquanto benfiquista que participa, de algum modo, no processo comunicacional do clube, o meu critério é simples. Aquilo que eu saiba, e não for prejudicial aos interesses do meu clube, poderei aqui partilhar com os estimados leitores. Aquilo que eu, por acidente, souber, mas achar que o clube nada ganha em dar a conhecer ao grande público, jamais alguém saberá por mim. Sobre aquilo de que nada sei (para além do que sai nos jornais), não irei seguramente, e por maioria de razão, inventar. Estes dois casos, como a maioria dos temas relacionados com o Benfica actual, pertencem ao último grupo de questões. Assim sendo…




Sobre o mercado de transferências não há ainda muito para dizer. No caso do Benfica, as únicas novidades são, para já, o regresso de André Almeida (não tenho acompanhado os jogos do U.Leiria, mas não desgostei dele na pré-época), e a renovação de Saviola. Não sei, mas desconfio, que Saviola tenha um salário sensivelmente mais baixo que o de Aimar, e daí ter já renovado contrato, ao contrário do amigo. Pelo que se percebe da última entrevista a Luís Filipe Vieira, o Benfica pretende que o “dez” aceite baixar um pouco a sua remuneração (eventualmente, digo eu, para o nível de Saviola), de modo a que seja possível mantê-lo em Portugal, mesmo em tempo de crise. Com o rendimento desportivo que Aimar tem evidenciado (eu próprio o considerei figura do ano no jornal do clube, não me passando pela cabeça que com isso talvez não estivesse a ajudar os propósitos da renovação), também desconfio que lhe seja difícil aceitar auferir menos, até porque o amor à camisola foi chão que já deu uvas. Gosto muito de Pablo Aimar, mas só a SAD encarnada saberá o que lhe pode pagar, num contexto em que - e isso, infelizmente, sabemos todos muito bem - as coisas não são o que eram há dois ou três anos atrás.




Começa hoje a Taça da Liga para o detentor do troféu.



Sou dos que acha que todas as provas são importantes, e já me desloquei expressamente (e dispendiosamente), quer ao Algarve, quer a Coimbra, para finais da Taça da Liga, sempre recompensado com triunfos. Sobretudo quando os principais títulos se escapam, uma Taça da Liga (como, em maior grau, uma Taça de Portugal, e em menor grau uma Supertaça) pode sempre reconfortar a alma. Até porque se trata de uma prova engraçada, que integra todos os clubes profissionais, e que, mesmo com um regulamento discutível, já encontrou o seu espaço no calendário nacional, sendo hoje, claramente, a terceira prova do futebol português.



Com três troféus conquistados nas últimas três edições, ainda envolvido na Champions League (novidade face às últimas temporadas), e proibido de voltar a falhar na grande prioridade-título nacional, o Benfica tem este ano, porém, algumas razões para não se expor demasiado nesta Taça da Liga. As próximas jornadas do Campeonato são cruciais, em Fevereiro voltará a Liga dos Campeões, e o desgaste far-se-á sentir necessariamente à medida que as semanas de competição se vão acumulando nas pernas. Neste contexto, creio que o Benfica deverá poupar os seus principais elementos aos jogos da Taça da Liga, fazendo, por outro lado, com que os que entrarem em campo o façam a top de motivações e energias, mantendo o ritmo de todo o plantel em regime de equilíbrio.



Se, assim, com uma equipa alternativa, o Benfica conseguir chegar às meias-finais (possivelmente com o FC Porto na Luz, e já no pós-Zenit), então, aí chegado, talvez se justifique uma aposta mais forte. Se não conseguir o apuramento, e der a oportunidade a FC Porto ou Sporting para vencerem a prova, também não haverá qualquer drama. Será, até, a forma de o tri-benfiquista ser, enfim, valorizado, pois conhecendo o país desportivo sei que só a partir do momento em que FC Porto ou Sporting conseguirem vencer a Taça da Liga, é que esta passará a ser tida generalizadamente como uma competição verdadeiramente importante.



De acordo com o que acabei de escrever, fica então o onze para Guimarães:

3 comentários:

dezazucr disse...

"Aquilo que eu saiba, e não for prejudicial aos interesses do meu clube, poderei aqui partilhar. Aquilo que eu, por acidente, souber, mas achar que o meu clube nada ganha em dar a conhecer, ninguém, jamais, saberá por mim. Sobre aquilo de que nada sei (para além do pouco que sai nos jornais), não irei seguramente, e por maioria de razão, inventar."

Excelente, ao contrário da maioría da blogosfera que gosta de delirar e especular.

Nuno Figo disse...

Mesmo não especulando, podem-se comentar os factos.

E o facto é que o Benfica vê-se na eminência de deixar de contar com Ruben Amorim e Enzo Perez.

No caso do argentino, estamos perante um problema em que - creio - todos ficarão a perder. Dificilmente o médio poderá voltar ao Benfica, o que reduz as opções para as alas. Nolito, Gaitan e Bruno César são os extremos que restam - sendo claro que Witsel perde-se nessa posição. Já o argentino corre o risco de levar uma pesada punição do clube, que certamente não o irá valorizar.
Veremos o que acontece.

Já o episódio Ruben entristece-me profundamente. Mesmo sem saber os detalhes do episódio, fico triste pelo divórcio que aparentemente se registou. Já o tinha aqui escrito que Ruben era um dos meus favoritos do plantel. Admiro-o pela extrema utilidade como jogador de banco, capaz de levar as ideias de Jesus para o banco; pela sua polivalência e sagacidade tática; e... por ser português e genuinamente benfiquista. Ruben em campo... é um adepto a invadir o campo!
Duvido, pois, que voltemos a ver Ruben, de encarnado, em campo. Mas certamente o voltaremos a ver com a camisola do SLB vestida... na bancada, junto de nós.

António disse...

acertaste 4 em 11 (do 11 inicial) não está mal. o comentário já vai tardio, mas mesmo assim...
acho eu que era importantíssimo ir áquele jogo (independentemente de ser para cerveja, porque após uma pausa enorme como houve e se calhar com excessos, havia que limpar as toxinas e por a carne toda no assador.
pela forma como decorreu o jogo, (apesar dos 4-1) ficou para mim claro que a equipa precisava mesmo de jogar antes de ser a doer.