QUE BELO DIA PARA VOLTAR

Ora cá estou eu.



Depois de umas semanas de ausência (entre férias e afazeres diversos), volto hoje a este espaço, e pode dizer-se que escolhi bem a data. Com um espectáculo à medida, o Benfica entrou pela porta grande na casa dos campeões,…e dos milhões, enchendo de satisfação todos os seus associados e adeptos.



Ainda voltarei aos temas do defeso, e a tudo o que nestas semanas ficou por dizer. Mas a actualidade manda que me centre, por agora, no jogo desta noite, e no categórico apuramento do Benfica para a principal prova de clubes do mundo.



Com o resultado obtido na Holanda, sabia-se que a equipa de Jorge Jesus partia em vantagem. Não sendo o Twente propriamente um Real Madrid, e conhecendo-se a simpática tradição que temos mantido nas últimas décadas face ao aberto, e de certa forma romântico, futebol holandês, até um céptico como eu (e ao longo destas semanas, digo desde já que vivi o futebol com algum distanciamento, e até desencantamento) acreditaria firmemente na passagem. O ritmo que os encarnados imprimiram à partida desde o apito inicial apenas confirmou esse favoritismo, e calculava-se que um primeiro golo pudesse, por arrasto, concluir a empreitada, proporcionando uma segunda parte tranquila aos quase 50 mil espectadores presentes no Estádio a Luz.




O problema é que até ao intervalo o raio do golo não apareceu. Uma, duas, três, quatro ocasiões claras, e a bola teimava em não entrar na baliza de Mihaylov. Como quem não marca sofre, como as segundas partes do Benfica têm sido pautadas por grande ansiedade e insegurança, temeu-se então que pudéssemos estar perante mais um daqueles desfechos encomendados pelo diabo, que marcaram a temporada passada, e me deixaram com tão pouca vontade de escrever durante meses.




Um golo a abrir o segundo período foi o remédio de que a situação carecia. E que golo, senhores! Axel Witsel, o melhor em campo, aquele cuja contratação eu, logo na altura, tanto saudei, com um vistoso pontapé de bicicleta pôs o Benfica em vantagem, e sossegou as almas que já então começavam a dar sinais de algum sofrimento. Era, como disse, aquilo que os encarnados necessitavam, e daí em diante nunca mais esteve em causa o apuramento benfiquista, até porque Luisão, e novamente Witsel, avolumaram o resultado até às portas de uma goleada - que, diga-se, não ficaria nada mal ao futebol que os noventa minutos evidenciaram.




Ainda houve tempo para a equipa holandesa amenizar o desaire, e para, nos instantes seguintes, pairar no relvado a versão mais preocupante do Benfica 2011-12 (…e 2010-11). Mas o tempo que restava era já muito pouco, e só uma hecatombe (como algumas que aconteceram na temporada passada) poderia retirar das mãos do Benfica aquilo que já ele, tão brilhantemente, tinha alcançado.




O destaque individual vai inteirinho para o belga Witsel, jogador cuja titularidade não pode ser, sequer, equacionada. É jovem, tem talento, tem força, tem cultura táctica. É um craque destinado a ser uma das principais figuras deste renovado Benfica. Além de que a também excelente exibição de Pablo Aimar constitui prova cabal da compatibilidade entre ambos. O onze escalado para este jogo é, de resto, aquele que me parece o ideal, pelo menos nesta fase da temporada.




Mesmo estando no lance do primeiro golo, Gaitán foi, em sentido inverso, o jogador que mais me desapontou. Até porque tinha, e tenho, a expectativa de que seja ele a próxima venda milionária do clube da Luz. Para tal, terá de juntar ao brilho que o seu enorme talento frequentemente atinge, a regularidade competitiva que se exige aos jogadores de topo. Ontem, como no sábado, como em Barcelos, esteve longe daquilo que espero dele.




Já de um sorteio nunca podemos esperar grande coisa. Sai aquilo que tiver de sair, o que não significa - de modo algum - que estes momentos não definam as possibilidades das equipas, sobretudo as de nível médio (à escala internacional, entenda-se) como o Benfica. Se eu pudesse escolher, evitaria Manchester City e Zenit no pote 3, e Borússia de Dortmund e Nápoles no pote 4. Quanto ao pote 1…,quem vier será bem vindo, sendo aqui talvez mais importante o calendário dos jogos (não será o mesmo receber um Real Madrid ou um Barcelona na última jornada, provavelmente já qualificados, do que numa situação em que necessitem de pontos), do que propriamente um adversário - que, em condições normais, será sempre favorito. Ainda assim, Arsenal, Bate Borisov e Otelul seriam aquilo que mais se poderia aproximar de um “Jackpot”. Por mim, pessoalmente, Real Madrid, Ajax e Dínamo de Zagreb deixar-me-iam satisfeito.

2 comentários:

Anónimo disse...

só voltas quando as galinhas ganham?

Diogo Figueiredo disse...

Enquanto JJ for um basófias, e não perceber que num 4-4-2 losango o Aimar é obrigado a preencher uma enorme área de terreno e fica sem disponibilidade física para o que mais interessa (ataque e golos) em vez de um 4-4-3, enquanto JJ for teimoso ao ponto de "afastar" os jogadores que não são descobertos por ele, enquanto não deixar de inventar nos jogos grandes, enquanto não entender que Gaitán joga muito a 10 ou a fazer o lugar Saviola e que morre na direita, enquanto .... por exemplo não entendermos que temos um buraco do lado direito e a melhor fase para negociar um jogador como Bryan Ruiz seria agora já que vamos á Champions e o Twente não. Temos vários pontos a nosso favor. Ele assentava que nem uma luva. Que jogador.
E já agora, bem vindo de volta. Já estava com saudades. Faz chegar estas mensagens á Direcção!