MISSÃO CUMPRIDA
Quando tal acontece os resultados não costumam ser os melhores: os jogadores evidenciam a natural falta de ritmo e o défice de entrosamento próprio de quem não está habituado a jogar em conjunto, os automatismos perdem-se, e as equipas descaracterizam-se. Diz-se depois que a oportunidade não foi aproveitada pelos menos utilizados, o que constitui tremenda injustiça, pois as circunstâncias em nada favorecem esse aproveitamento.
Foi mais ou menos isto que se passou com o Sporting, no Estoril, e com o FC Porto, em Barcelos. Temia pois idêntico cenário para a visita do Benfica à Vila das Aves.
A verdade é que, à excepção de uns primeiros minutos um tanto incaracterísticos, as segundas linhas do Benfica deram excelente resposta, dominando totalmente o jogo, vencendo, goleando, assegurando o apuramento, e tranquilizando o técnico quanto a muitas das suas opções no futuro próximo, tudo sem qualquer dano físico ou anímico em face do jogo da próxima quarta-feira - bem mais difícil e bem mais importante que este.
Jorge Jesus venceu pois o seu próprio desafio, pois ao apresentar um onze despido de nove titulares, arriscou-se a passar uma tarde complicada, numa partida onde, apesar de tudo, não podia perder.
Entre todos os utilizados houve naturalmente quem demonstrasse condições para enfrentar outros compromissos – como foi manifestamente o caso de Franco Jara -, e quem exibisse maiores dificuldades em acompanhar os ritmos, como Luís Filipe, Felipe Menezes (mau grado o seu grande golo), ou Alan Kardec (que tarda em mostrar-se uma opção de corpo inteiro para o centro do ataque). Os estreantes não deslumbraram nem comprometeram, sendo cedo para extrair conclusões definitivas sobre a possibilidades de criarem o seu espaço na equipa.
Realce ainda para o golo de Nuno Gomes, que nos poucos minutos de utilização que lhe têm sido dados, tem mostrado que quem sabe nunca esquece. É, também ele, uma opção válida para o que resta de temporada, e para o que lhe resta de carreira.
Dia 1 de Março os encarnados receberão o eterno rival na Luz, e se ganharem asseguram a sua terceira final consecutiva na prova. Até lá haverá todo um mês de Fevereiro onde muita coisa poderá ficar decidida, quer no campeonato, quer nas restantes competições. Saber-se-á então até que ponto esta Taça da Liga pode ser importante para ambos os clubes. Para já, o Benfica é a única equipa portuguesa ainda em quatro frentes.