LEÃO RUGE NA EUROPA
Depois do Benfica nas últimas duas épocas, agora é a vez do Sporting pegar na bandeira e assumir em mãos o prestígio e a pontuação do nosso futebol, esperando-se que alguma felicidade no sorteio de hoje permita à equipa de Paulo Bento fazer ainda algo mais, não sendo de todo impossível repetir a saga de 2005 com José Peseiro.
Importa olhar para a temporada leonina e perceber as diferenças face às duas imediatamente anteriores. Ao facto de o plantel do Sporting ter ficado claramente enfraquecido com as saídas de Nani, Caneira, Ricardo, Tello e Carlos Martins, acresce ainda que em 2005/06 e 2006/07 praticamente não existiram lesões em Alvalade, e a equipa ficou precocemente afastada das provas internacionais, centrando atenções na disputa das provas domésticas. Este ano, com Liga, Uefa, Taça da Liga, Supertaça e Taça de Portugal, o Sporting já fez até Março provavelmente mais jogos que em toda a temporada anterior, e alguma coisa teria de ficar para trás. Foi a Liga, onde está em 5º lugar, a 20 pontos do F.C.Porto.
Recordemos por analogia a última época benfiquista. Chegando aos quartos-de-final da Uefa, com um plantel curtíssimo, viu-se na fase terminal da temporada sem Luisão, Simão e Nuno Gomes. Ainda assim ficou a dois pontos do título, mas…em terceiro lugar.
Isto para reafirmar que não é possível aos clubes portugueses (talvez com excepção do F.C.Porto) sedimentarem uma aposta simultânea em várias e desgastantes competições, havendo que definir opções estratégicas de assalto a uma ou outra prova, sobretudo se se dispõe de um plantel curto e dizimado por lesões. Ao chegar aos quartos-de-final da Uefa, o Sporting tem a responsabilidade desportiva e patriótica de apostar forte na Europa, mesmo que à custa de uma desistência objectiva – assumida ou não – da luta pelo segundo lugar no campeonato português, sendo que a Taça de Portugal, com apenas um ou dois jogos por disputar, e a Taça da Liga, na qual já está na final, não contemplam o mesmo tipo de desgaste.
Olhando para a exibição de Guimarães, por contraste com a de ontem (de onde sobressaiu o jovem Pereirinha), percebe-se que é esse o caminho que Paulo Bento escolheu, e que, diga-se, lhe poderá valer quatro (!!!!) troféus numa só época, caso virgem em toda a história do clube, e do futebol nacional, e certamente raro em todo o mundo.
Perante este panorama, com o plantel que tem à disposição, é até criminosa qualquer contestação aos méritos do jovem técnico leonino. Continuo todavia curioso em saber como terminará a época deste Sporting. Na Uefa espero, com sinceridade, que termine o melhor possível, preferencialmente com a taça nas mãos.
No sorteio de hoje são de evitar Bayern de Munique e Fiorentina. Talvez Zenith ou Glasgow Rangers sejam os adversários mais em conta…
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