AO QUILO
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NAÇÕES UNIDAS
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UM FEITICEIRO PARA A LUZ
Ao contrário de Di Maria, e sobretudo Andrés Diaz, Adu, embora muito jovem, é já um jogador com renome no panorama internacional, e a avaliar pelo que fez no Mundial sub 20 pode vir a tornar-se um elemento de relevo neste Benfica cada vez mais transfigurado.
Desde os 14 anos que o talento deste americano de origem ganesa tem dado que falar. Chegou, na altura, a ser apontado como um novo Pelé – comparações sempre falaciosas em tão tenra idade -, e foi chamado pelo Manchester United para ser testado. Não foi feliz em Inglaterra e voltou ao seu país de adopção, onde se tem destacado na MSL mas sem atingir, até agora, a bitola que tão precoce mediatismo parecia anunciar. Foi o mais jovem jogador de sempre a vestir a camisola da principal selecção norte-americana.
Tive oportunidade de o ver em acção no Mundial do Canadá, e as primeiras impressões não podiam ser melhores. Frente à Polónia marcou 4 golos e fez uma exibição portentosa, justificando tudo o que dele se dissera quando o seu nome começou a ser falado. Exibiu uma tremenda mobilidade, uma capacidade técnica prodigiosa, e uma veia goleadora implacável. Teve momentos de verdadeira magia, só ao alcance dos grandes da história do desporto-rei. Jogou e fez jogar, e se me dissessem nesse dia que ele vinha para o Benfica, teria dificuldades em acreditar, imaginando-o de certo mais num Chelsea ou num Real Madrid.
Vi mais dois jogos de Freddy Adu, mas aí esteve longe, muito longe, do brilhantismo daquela primeira partida. Ficou-me então a suspeita de que talvez não se trate de um jogador muito regular, e que essa intermitência de rendimento possa ter sido a causa da sua dispensa pelo United - não sendo de desprezar a eventualidade de uma tão grande mediatização face à sua idade, o poder ter prejudicado, pese embora a versão oficial ter a ver com limites às datas de saída dos E.U.A.. Além disso, é ainda muito jovem e, talento à parte, tem tudo a aprender em termos de dinâmica colectiva de jogo, sobretudo num panorama - o europeu - substancialmente diferente daquele a que está habituado.
Mesmo que Adu não apresente um rendimento constante, certamente que nalguns momentos será capaz de fazer levantar o estádio - como fizeram em épocas diferentes jogadores como Poborsky ou Miccoli - pois talento é coisa que não lhe falta. Pessoalmente gosto menos de virtuosos intermitentes e mais de jogadores de mentalidade e dinâmica colectiva, cujo rendimento seja regular, e que apareçam sempre que a equipa precisa deles – como Simão -, mas para já há que acreditar que este jovem possa evoluir na Luz e, quem sabe, dentro de poucos anos, possa de lá sair por uma porta tão grande como aquela por que passou há poucos dias o ex-capitão.
Publicada por LF à(s) 30.7.07 0 comentários
LUZ NO DRAGÃO, SOMBRAS NA SEGUNDA CIRCULAR
Um F.C.Porto bastante desfalcado dizimou um Boavista em fase de transição, e mostrou que a alma e o espírito de campeão ainda moram no Dragão. A equipa de Jesualdo já havia vencido o torneio em Itália, e antes derrotara o Mónaco, pelo que motivos de confiança não lhe faltam nesta pré-época, onde acabou por segurar Quaresma, e poderá também ainda manter Lucho Gonzalez no seu luxuoso plantel.
Já o Sporting tem tido até agora um comportamento algo oscilante. Se frente ao Lille parecera já ter encontrado o caminho dos golos e das vitórias, a exibição deste sábado diante do Recreativo de Hueva deixou muito a desejar sob quase todos os pontos de vista. É verdade que Moutinho e Veloso vieram mais tarde, os laterais só agora estão a chegar, e têm ocorrido algumas lesões – coisa com que o Sporting não tem sido muito fustigado. Mas é um facto evidente que Paulo Bento terá muito mais trabalho este verão do que teve em igual período da época transacta, em que, com poucas alterações na estrutura base, pôde preparar, com “tranquilidade”, uma equipa à sua imagem.
O Benfica também decepcionou. Jogando frente ao campeão africano, os encarnados foram lentos, inofensivos e desconcentrados. O calor pode ter sido uma atenuante, mas ficaram à vista bem desarmada as gritantes carências que o plantel encarnado ainda encerra, agora dramaticamente acentuadas pela saída do seu capitão e mais influente jogador. O torneio do Guadiana poderá ser a altura para aferir em que condições o Benfica enfrentará a pré-eliminatória da Champions League, que recorde-se, terá a sua primeira mão já daqui a duas semanas
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CONTRAPESOS
Publicada por LF à(s) 27.7.07 12 comentários
RUDE GOLPE
Esta manhã acordamos com a notícia da transferência de Simão para o Atlético de Madrid por 20 milhões.
O futebol de hoje é o que é, os custos são exorbitantes – bem maiores que os proveitos, que em Portugal, como sabemos, são exíguos - e neste contexto sabe-se que há necessidade de proceder a este tipo de encaixes extraordinários. O que não há necessidade é de mentir. Porque não admitiu Vieira que isto poderia acontecer, quando provavelmente até já estava a negociar com os espanhóis ?
Os sócios do Benfica já se vão habituando a ser tratados como imbecis. Vale e Azevedo inaugurou o estilo, com os resultados que se conhecem.
Fala-se na vinda de dois jogadores do plantel “colchonero”. Da sua lista de dispensas, certamente. Da lista de dispensas de um clube que não luta por nenhum título, nem estará nas competições europeias desta época, salvo vença a pudibunda Intertoto.
O Benfica acaba por ficar sem o seu melhor jogador, o seu maior símbolo e a sua principal referência desportiva, por menos 5 milhões do que rendeu Nani ao Sporting, e por menos 35 milhões do que renderam Pepe e Anderson ao F.C.Porto, com a agravante de isto acontecer num timing altamente comprometedor em termos de planificação da época - e já agora inviabilizando definitivamente a saida de Quaresma dos portistas, jogador que era também pretendido pelos madrilenos.
Fernando Santos, depois de ver sair Karagounis e Miccoli (sem falar em Anderson e outros oito jogadores menos utilizados do plantel da época passada), fica agora sem aquele que não queria mesmo perder. O seu pesadelo aí está, tornado amarga realidade.
O plantel do Benfica vai emagrecendo da pior forma possível – à custa dos melhores. Aconteça o que acontecer, venha quem vier, está criado o panorama de instabilidade que na época passada originou o fracasso – os encarnados voltam a partir dum claro e atrasado terceiro lugar numa pole-position que pareciam há bem pouco ter condições para comandar. É bom que os críticos de Fernando Santos, quando lá para o Natal o Benfica estiver muito provavelmente afastado do título e das provas europeias, se lembrem disto. Nem todos os santos fazem milagres, e este não os pode manifestamente fazer.
Este momento marca também o fim de uma era. Depois das saídas de Tiago, Miguel, Geovanni, Ricardo Rocha, Manuel Fernandes (este entretanto recuperado), e agora Simão, toda a estrutura edificada por José António Camacho, que venceu uma taça e depois conquistou um título, e que o presidente chegou a afirmar ser a base de um futuro Benfica campeão europeu, cai definitivamente por terra.
Fica Mantorras. Para animar a malta.
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PRESTIGE !
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DESENHOS PARA A NOVA ÉPOCA
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SABER DIZER NÃO !
Publicada por LF à(s) 23.7.07 10 comentários
SINAL DE ALERTA
Se por um lado, na vertente ofensiva, Cardozo parece determinado em demonstrar que os quase dez milhões de euros pagos pelo seu passe foram dinheiro bem gasto – que grande golo ! que pormenores deliciosos ! -, por outro, cá mais atrás, os problemas são muitos e exigem uma profunda reflexão, agora que o mercado de transferências ainda permite correcções e ajustamentos.
De facto, na linha defensiva do Benfica há dois elementos de grande qualidade, que têm o lugar mais que assegurado: Luisão e Léo. Tudo o resto é um mar de dúvidas e de alguns equívocos.
Pelo que se viu contra o Cluj, Marc Zoro não tem perfil para lateral direito, sendo naturalmente uma opção muito mais firme para o centro da defesa. Sretenovic nada mostrou, permanecendo por saber que motivo levou o Benfica a contratá-lo tendo, por exemplo, José Fonte nos seus quadros (jogador do mesmo estilo e valia). David Luíz continua a ser, no meu ponto de vista, apenas e só um jovem talentoso e de futuro, estando ainda longe de ser o central categorizado, seguro e experiente que o Benfica necessitaria para fazer face às suas naturais ambições. Se juntarmos a estes dados os problemas disciplinares e afins de Nelson e Anderson, bem se pode dizer que todo o triunfalismo que parece desde já envolver a equipa – como é frequente em muitas pré-temporadas – tem pouca base de sustentação.
Uma equipa constrói-se de trás para a frente, e o Benfica tinha há precisamente um ano, ainda com Ricardo Rocha e Alcides, a melhor linha defensiva do nosso campeonato, e eventualmente uma das melhores até mesmo a nível europeu, como aliás ficou demonstrado na participação europeia no ano de Koeman. Temo que este ano, com todas estas indefinições – que no fundo se traduzem em falta de opções de qualidade – estejamos dentro de alguns meses ainda a discutir esta questão, com os títulos uma vez mais a voarem para outras paragens.
Com efeito, se no meio-campo e no ataque o lote de opções, embora numericamente não muito amplo, oferece qualidade de sobra, nas linhas mais recuadas é urgente uma abordagem incisiva ao mercado. O Benfica tem poucas semanas para contratar um bom lateral direito e um bom central - em vez de um guarda-redes perfeitamente supérfluo, e que pelo que se viu dificilmente passará do banco de suplentes - ambos para serem titulares, sem os quais os riscos de mais uma época fracassada aumentam em flecha.
Como notas mais positivas desta primeira apresentação, além do que já ficou dito sobre Óscar Cardozo, realce para as boas exibições de Manuel Fernandes e Rui Costa.
O resultado (o menos importante neste tipo de jogos) foi um natural empate entre uma equipa que fazia a festa e um visitante ilustre – recorde-se que o jogo do centenário benfiquista foi contra o Real Madrid e terminou…2-2.
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CAMPEÕES DO MUNDO DE SUB 20
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"A" VEDETA DO MUNDIAL SUB 20
Publicada por LF à(s) 23.7.07 1 comentários
TÍTULO MERECIDO
Durante uma parte significativa da partida os checos surpreenderam, criando inclusivamente algumas ocasiões de golo, perante uma selecção argentina algo adormecida. Já em plena segunda parte a equipa europeia colocou-se mesmo em vantagem com um soberbo golo de Fenin. Contudo, dois minutos decorridos, na sequência de uma falha defensiva gritante, a estrela do mundial Sérgio Aguero restabeleceu a igualdade. Na ponta final da partida, a Argentina puxou dos galões de campeão e favorito, e à custa de uma pressão asfixiante, remeteu os checos para as imediações da sua área, de onde praticamente não mais voltaram a sair. O segundo golo – em mais uma falha, desta vez do guardião Petr - foi o corolário lógico deste amplo domínio, acabando por fazer justiça àqueles que durante toda a competição mais fizeram por merecer o título.
Com cinco títulos nos últimos doze anos, a Argentina confirma um estatuto, pelo menos, semelhante ao do Brasil, enquanto filão de nascimento e crescimento de grandes jogadores de futebol.
Se em 2005 foi Messi a brilhar a grande altura nos relvados holandeses, desta vez foi o avançado do Atlético de Madrid Sérgio Aguero a figura em destaque, sagrando-se melhor jogador e melhor marcador da prova.
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JOGOS PARA A ETERNIDADE (7) - Brasil-Itália / 1982
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FINALISTAS ESPERADOS
Publicada por LF à(s) 20.7.07 0 comentários
NA ALTURA CERTA
Agora que o caso veio a público, o jogador entendeu partir a corda perante a direcção benfiquista, recusando-se inclusivamente a partir para a Roménia onde amanhã os encarnados jogarão frente ao Cluj a sua primeira partida da época.
É evidente que uma situação familiar desta natureza merece a máxima compreensão de dirigentes, colegas e adeptos. Ao fim e ao cabo, não se pode pretender criar um espírito de equipa forte, e depois não fomentar a familiaridade e a solidariedade dentro do grupo e do clube.
Todavia, o Benfica não tem obviamente qualquer culpa na situação, e não pode de modo algum ver beliscado o seu máximo interesse devido a uma situação do âmbito particular – e diga-se que também Léo tem vivido um problema semelhante. Uma coisa será conceder umas dispensas extra ao jogador para se deslocar ao Brasil, ou até mesmo procurar uma solução no mercado que não prejudique nenhuma das partes (preferencialmente no silêncio do secretismo), outra bem diferente é ceder a uma pressão chantagista da parte de um jogador, que é um profissional muitíssimo bem pago, e que ninguém obrigou a vir para a Europa e a assinar um contrato com o Benfica.
Além do mais, aquilo que o jogador foi dizendo – em vez de se manter calado – foi que estava insatisfeito por jogar fora da sua posição preferida, como se isso fosse motivo para alguém se sentir no direito de denunciar um contrato, sabendo-se que o plantel tem quase trinta elementos, alguns deles pouco jogam, e os que o fazem terão naturalmente de o fazer de acordo com as ideias e as orientações do técnico.
Quem lê habitualmente o que escrevo, sabe que por princípio estou quase sempre do lado dos jogadores. São eles que jogam, que marcam golos, que defendem, que, enfim, interpretam os nossos sonhos dentro dos relvados. São os nossos ídolos, e é assim que os entendo, até por antagonismo com outros personagens, por vezes com maior protagonismo dentro da indústria futebolística.
Não posso contudo deixar de condenar este tipo de atitude, que parece começar a fazer escola, de um qualquer profissional ter um contrato assinado com um clube, este pagar-lhe a tempo e horas (como é o caso do Benfica), e ainda assim, achar-se no direito de o romper ou condicionar unilateralmente, quer porque outros lhe prometem pagar mais, quer por motivos da mais variada ordem, por mais respeito que alguns deles possam merecer. No limite, a aceitar-se este tipo de pressão, deixariam de existir contratos e instituía-se de vez a lei da selva, na qual naturalmente - como sempre acontece na vida quando se segue a via da desregulamentação -seriam os mais fortes (neste caso clubes ou países) a impor opressoramente a sua vontade.
Não consigo advogar aqui uma posição de força do Benfica, pois a sensibilidade ao problema do jogador não mo permite. Não deixo no entanto de notar que este caso – assim como o de Nelson, embora este de natureza eminentemente disciplinar e a justificar outro tipo de acção – surgem em ainda em muito boa altura para re-equacionar a necessidade de reforço do sector defensivo do plantel encarnado (tal como já disse em mais de uma ocasião), preferencialmente com jogadores que coloquem a sua profissão num plano mais elevado das suas prioridades. Um plantel com as aspirações do do Benfica, não pode estar sujeito ao sortilégio de questões familiares deste ou daquele jogador, e muito menos a atitudes de displicência profissional de pseudo-craques que nenhum título ainda ganharam. É também por isso que não há milhões que paguem um jogador, mais que com a qualidade técnica, com o perfil competitivo e a mentalidade profissional de, por exemplo, Simão Sabrosa.
Publicada por LF à(s) 20.7.07 2 comentários
FUTEBOL PORTUGUÊS
Publicada por LF à(s) 19.7.07 0 comentários
NOTAS SOLTAS
Não sigo por isso, normalmente, os inúmeros jogos que se realizam nesta altura do ano, com 15 ou 20 substituições, pouco ou nenhum ritmo, e sem vencedores nem vencidos. Sobretudo em épocas como esta, em que o Euro sub-21, a Copa América, o Mundial sub-20, e agora o Euro sub-19, foram assegurando as doses suficientes para manter o vício de pé, não permitindo que a chamada “fome de bola” começasse a inundar a minha imaginação.
Ainda assim espreitei ontem um pouco do Sporting-V.Guimarães, e vi um leão ainda de garras pouco afiadas.
Conto ver no próximo sábado o Cluj-Benfica. Depois, só talvez o Torneio do Guadiana, mas ao vivo, e durante as férias.
GUARDA-REDES – Disse aqui por mais de uma vez que o Benfica, mantendo Quim e Moreira, não precisava de outro guarda-redes. Tanto um como outro já foram titulares em períodos prolongados, e em nada comprometeram a equipa. Com um jovem da formação como terceiro elemento, as balizas do Benfica ficariam em excelentes mãos, e a luta pela titularidade manter-se-ia de pé.
Veio o alemão Hans-Jorg Butt. Espero que Moreira e Quim, dois guarda-redes de selecção, não desmotivem nem acabem por procurar outras paragens, desgastados com as constantes manifestações de desconfiança que a SAD lhes tem devotado. Espero também que o ambiente no balneário da Luz não se venha a ressentir desta opção.
Enquanto isto, no plantel de Fernando Santos continuam a faltar um médio e um defesa central.
CALENDÁRIOS – Foram entretanto sorteados os calendários para a nova época.
Aparentemente, parece que F.C.Porto – desloca-se a Braga, Leiria e Paços e recebe o Sporting e Boavista nas seis primeiras rondas – e Sporting – vai ao Dragão e à Luz no mesmo período – têm menos razões para sorrir, até porque têm planteis bastante restruturados, e têm já à partida garantida presença na Champions League, que vai ter também aí os seus primeiros jogos.
Cabe ao Benfica aproveitar a oportunidade para embalar. Veremos se o consegue.
QUADROS COMPETITIVOS F.P.F. – Talvez mereçam maior atenção dentro em breve, mas para já importa dizer que os campeonatos nacionais da segunda e terceira divisões continuarão na nova época a lutar contra as absurdas imposições administrativas que parecem pretender fazer tudo para acabar com eles.
Na segunda divisão jogar-se-ão quatro séries de catorze clubes cada, sendo que cinco deles descerão, ao mesmo tempo que nenhum (nem o primeiro !!) garante a subida aos escalões profissionais. Que motivante…
Ao impor-se a redução de clubes, devia-se tê-lo feito apenas e só onde ela fazia sentido: na Liga principal.
Ao fazê-lo também nos restantes escalões, está-se apenas a dar mais um passo para o abismo.
Uma primeira divisão com 10 clubes, e uma segunda em quatro séries de 22, seria o ideal -acabando-se, claro, com o embuste que é a Liga de Honra.
PEPE – Depois de dar voltas e voltas à cabeça a tentar descobrir como é que o Real Madrid tinha dado trinta milhões de euros por um defesa central que, embora bastante categorizado, nem sequer é internacional, soube enfim de uma versão que, pela sua verosimilhança, trago a este espaço:
Supostamente o Chelsea teria uma dívida de 18 milhões de euros por saldar com o F.C.Porto, ainda decorrente das vendas de Ricardo Carvalho e Paulo Ferreira. Pois o Real Madrid, interessado em Robben, teria liquidado esse valor acrescentando-lhe mais 12 milhões (valor real do central luso-brasileiro), ficando assim também com direitos sobre o holandês.
As próximas semanas responderão a este tema. Veremos por exemplo, se Robben vai ou não para Madrid. Para já a dúvida continua.
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BOLA QUADRADA
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VEDETA A CRESCER
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SAMBA VIVO E BATUQUEIRO ABAFA TANGO SONOLENTO E ARRASTADO
Se do Brasil era de esperar sempre qualquer coisa – mesmo sem Kaká e Ronaldinho, tem Robinho, Wagner Love, Júlio Baptista etc -, poucos imaginariam que a poderosa Argentina de quase todos os jogos anteriores, surgisse nesta final a passo de caracol, como que a pensar que tarde ou cedo o jogo e a taça lhe iriam sorrir. Mais estranho que isso foi, vendo-se a perder por 0-2 (ainda que com alguma infelicidade pelo meio), a selecção das pampas não ter conseguido sequer apelar ao seu orgulho e fazer uma segunda parte de melhor nível, antes se resignando totalmente ao adversário, qual lutador que aos primeiros golpes se deixa cair no tapete para não mais se levantar.
Olhando para o desempenho do meio campo argentino na partida de ontem estranha-se, não o facto de ter perdido com clareza, mas sim - quem não tenho visto os restantes jogos - ter chegado com tanta facilidade a esta final. Riquelme (observando a lentidão com que se movimenta em campo percebe-se cabalmente porque não foi feliz no futebol europeu), Verón e Mascherano foram três autênticos espantalhos que pouco ou nada correram durante os noventa minutos, esperando apenas de forma displicente (e por vezes também algo desconcentrada) que a bola lhes fosse ter aos pés- chamaram-lhes um figo os batalhadores centrocampistas Josué e Mineiro, que como carraças manietaram por completo o futebol argentino – mas também mais na frente, os artistas Messi e Tevez mostraram-se profundamente desinspirados, e incapazes de superar a forte e organizada linha defensiva brasileira.
Apanhando-se em vantagem, os brasileiros apostaram no rigor defensivo e em lances de transição rápida para o ataque, através dos quais foram criando algum perigo e acabaram por marcar o terceiro golo, verdadeiro golpe de misericórdia nos rivais. Na ponta final do jogo o resultado ainda poderia ter assumido contornos mais elevados, o que, reconheça-se, seria de algum modo injusto para o que a Argentina fez ao longo desta Copa América.
No Brasil, em termos individuais, o destaque vai para a soberba exibição do pequeno (e até agora desconhecido na Europa) Josué que mostrou uma raça e uma energia inesgotáveis. Daniel Alves entrou muito bem no jogo e esteve nos dois últimos golos, e tanto Júlio Baptista como Wagner Love foram um perigo constante para a baliza de Abondanzieri. Alex foi rei e senhor da zona defensiva, muito bem coadjuvado por Juan. Robinho esteve um pouco mais discreto que o habitual, mas não deixou por isso de ser um dos homens da noite ao receber os prémios de melhor marcador e melhor jogador da prova.
Entre os argentinos, além do que já ficou dito, nada mais há a destacar. Será preferível recordá-los pelo que fizeram antes desta final.
Parabéns ao Brasil, que conquista assim a sua quarta Copa nas últimas cinco edições, e mostrou que mesmo sem algumas das suas maiores estrelas consegue formar um grupo vencedor, e eventualmente até mais coeso e lutador. Tivesse acontecido assim no último Mundial, e talvez a história pudesse ter sido outra.
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VEDETAS DO MUNDIAL SUB 20
Publicada por LF à(s) 16.7.07 0 comentários
A LÓGICA COMO UMA BATATA
Favoritos como Espanha e Estados Unidos caíram aos pés de outsiders como República Checa e Áustria, enquanto a poderosa Nigéria acabou goleada (0-4) pelo Chile, carrasco de Portugal na fase anterior.
O único resultado normal da ronda registou-se no jogo que à partida se antevia mais equilibrado. A Argentina derrotou o México por tangencial 1-0, com um golo de Moralez nos últimos instantes da primeira parte, afastando assim os mexicanos e a sua estrela Dos Santos desta competição.
Nas meias-finais teremos assim os seguintes enfrentamentos:
Quarta-feira, 22.45h Áustria-República Checa
Quinta-feira, 00.45h Chile-Argentina
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UM ADEUS PORTUGUÊS
O episódio digno de desenhos animados protagonizado por Zequinha, vai certamente alimentar as televisões do mundo inteiro, vai (ou já estará a ?) ser consultado no You Tube e ser falado em todos os recantos onde se comentem as curiosidades em redor do desporto-rei. Vai também, e isso é gravíssimo, contribuir para denegrir ainda mais a imagem que o futebol português e os jogadores portugueses já têm perante as instâncias internacionais, imagem essa formada substancialmente por culpa própria (um balneário destruído em França, camisolas atiradas a árbitros na Bélgica, murros na cintura de árbitros argentinos, protestos constantes, conferências de imprensa inflamadas, expulsões compulsivas) e que já começa a causar engulhos aos clubes e representações nacionais perante as arbitragens que vão encontrando, quer em competições europeias, quer em torneios deste tipo.
Em trinta anos de futebol, recordo-me de ver um jogador dos campeonatos distritais a correr atrás de um árbitro com a bota na mão para lhe atirar acima, e depois sair do campo para agredir um espectador - julgo que foi irradiado, estávamos nos princípios dos anos oitenta -, alguns anos mais tarde da cena da karaté protagonizada por Eric Cantona num estádio inglês, e mais recentemente de um assomo de arruaceirismo de Sérgio Conceição no campeonato belga. A atitude de Zequinha – jogador que fica desde já com a sua carreira carimbada por esta tremenda demonstração de imaturidade – inscreve-se praticamente no mesmo nível que as referidas acima, senão pela violência, pelo grotesco, o que em termos de má propaganda para o futebol português talvez se revele até bem pior.
Mas se a selecção nacional tem motivos para sair envergonhada desta competição pelo que se passou nos últimos instantes da partida, futebolisticamente não os terá menos de acordo com o desenrolar dos noventa minutos, e para ir mais longe, por tudo o que fez neste mundial, excepção feita ao primeiro jogo (com um adversário bastante dócil) e a alguns momentos do segundo.
Portugal foi uma vez mais uma equipa sem chama, sem critério, sem classe e sem orientação. A primeira parte, sobretudo, foi verdadeiramente tormentosa. A equipa nacional mudou o seu figurino táctico (para 4-4-2), mas deu mostras evidentes de não estar preparada para isso, tornando-se previsível primeiro, e desorientada depois, insistindo num jogo directo sem rei nem roque, que se foi transformando a pouco e pouco em mero pontapé para a frente.
Na segunda parte, já a perder e com toda a justiça, Portugal foi mais agressivo e mais acutilante, mas tudo foi sendo feito muito mais com o coração, do que com uma cabeça que de facto parecia não ser capaz de pensar, nem ter ninguém que pensasse por ela. O Chile também se retraiu, mas ainda assim foi dos sul-americanos a melhor oportunidade de todo o segundo período.
Quando a esperança ainda residia num eventual milagre que permitisse empatar e levar o jogo para prolongamento, eis que Mano primeiro, e Zequinha depois, espetaram os últimos pregos no caixão desta triste e pobre participação portuguesa.
Pobres emigrantes, que tão longe dos seus clubes e dos seus jogadores, não mereciam ser assim tão defraudados. Três derrotas em quatro jogos, com os adversários que Portugal enfrentou, é de facto mau. Muito mau. Terminar o mundial a tirar um cartão vermelho das mãos do árbitro é uma vergonha. Mais uma.
A alguns jogadores sem ponta de classe (Nuno Coelho, João Pedro, Zequinha, Mano etc), juntou-se um técnico sem competência. Nada me move contra ele, que acredito ser um profissional sério e honesto. Simplesmente não têm competência, ou seja, não dispõe daquilo que constitui uma mistura entre conhecimentos técnicos de base, e vocação para a função. Não percebo como chegou ao F.C.Porto, e muito menos como, depois de ter feito descer o Belenenses - que praticamente com o mesmo plantel se apurou um ano depois para as competições europeias - acabou por ser contratado pela F.P.F. Como já aqui disse, Couceiro dá por vezes a sensação de saber tanto de futebol como um adepto comum, e que num mundo (e sobretudo num país) em que a imagem dita leis, chegou, com o seu discurso fluente e com os seus fatos de bom corte, a um nível completamente desfasado das suas reais capacidades, que dariam, vá lá, para uma Liga de Honra se tanto.
Mas em verdade se digaque será injusto culpá-lo só a ele e esquecer quem o nomeou.
Onde anda Gilberto Madaíl ? Estará de férias ?
PS: Nos outros jogos destaque para a eliminação do Brasil diante da Espanha, que virou um resultado de 0-2 para um categórico e merecido 4-2.
O quadro dos quartos-de-final a disputar no fim-de-semana ficou assim definido:
E.U.A-Austria
Espanha-Rep.Checa
Chile-Nigéria
Argentina-México
Publicada por LF à(s) 13.7.07 6 comentários
A FINAL MAIS DESEJADA
Quem tenha seguido a trajectória das equipas até esta final, quem tenha por exemplo visto a forma fácil e brilhante como a selecção das Pampas se desembaraçou do forte México, por antagonismo com as dificuldades que o Brasil enfrentou para eliminar o bem mais modesto Uruguai. Só pode concluir que dificilmente este Escrete, despido de grande parte da sua força criativa (Kaká, Ronaldinho etc), terá argumentos para ultrapassar uma das mais poderosas selecções argentinas dos últimos anos, quiçá mesmo a mais forte desde os tempos de Diego Maradona.
Nos jogos das meias-finais, há que destacar a infelicidade de um Uruguai que teve o pássaro, já depenado, nas mãos, durante o desempate por penáltis, e o sublime golo de Lionel Messi frente aos mexicanos – Messi é aliás daqueles que por si só justifica perder duas horas em frente da televisão, e afirma-se assim uma vez mais, juntamente com Kaká e Cristiano Ronaldo, como o trio de melhores jogadores do planeta na actualidade.
Publicada por LF à(s) 13.7.07 0 comentários
O QUE AINDA FALTA AO BENFICA
Entendia-se bem melhor a venda de Moretto e a integração de um jovem da formação como terceiro guarda-redes, mas seja como for este é um sector com o qual os benfiquistas podem dormir descansados.
Se nas laterais a contratação de Zoro parece resolver o problema -já havia Nelson, e do lado esquerdo Léo e Miguelito, o que perfaz dois jogadores para cada lugar -, já no centro da defesa há ainda um certo défice que perdura desde as saídas de Alcides e Ricardo Rocha, quase no mesmo dia, em Janeiro passado.
Luisão é indiscutível, mas ao seu lado falta alguém que dê inequívocas garantias de segurança, senão vejamos:
-David Luíz tem talento mas ainda está em fase de amadurecimento, e como tal não lhe deverá ser ainda demasiada responsabilidade. Pode e deve ser uma primeira alternativa de banco.
-Anderson está claramente desmotivado e as suas últimas declarações revelam uma personalidade algo infantil e pouco orientada para o espírito que deve presidir a uma equipa altamente profissional (qualquer jogador tem de jogar onde o técnico entender e ponto final, pois ganha o dinheiro suficiente para o fazer sem lamentos). O ideal seria talvez a sua venda, pois supõe-se que tenha mercado, pelo menos no Brasil.
-Sretenovic é um tiro no escuro, e segundo as primeiras indicações está longe de corresponder às expectativas mais optimistas.
-Zoro deverá talvez ser o titular do lado direito da defesa (com Nelson a transitar para o banco), e como tal talvez não possa contar como opção para o centro.
Como se percebe, ao contrário do que tem sido anunciado, parece evidente a necessidade de contratar um bom central, daqueles que não ofereça dúvidas e garanta no imediato a titularidade (falou-se de Pellegrino, mas há outros). É verdade que já não haverá muita folga orçamental, mas sempre se pode conseguir um bom empréstimo, ou um oportuno custo zero, mesmo que subindo um pouco a massa salarial da equipa – uma boa performance na Champions de certo compensará o esforço.
Petit, Katsouranis, Manuel Fernandes e Simão podem constituir um quarteto de luxo, reforçado com o “Joker” ( também ele de luxo) Rui Costa, cujo tempo de utilização terá necessariamente de ser gerido com algum critério. Sobra ainda a alternativa Nuno Assis, que assegura a indispensável rotatividade no meio-campo ofensivo, e ainda o jovem Romeu Ribeiro. Mas, e se Petit se lesiona ? ou é castigado, o que conhecendo-se o seu estilo de jogo até é um risco manifesto ?
É verdade que Katsouranis pode fazer a posição “seis” mas nesse caso o losango ficaria desfalcado de um dos médios de transição, o que em certos jogos até poderia ser disfarçado, mas perante um adversário mais forte tornar-se-ia certamente perigoso.
Fernando Santos tem alguma razão quando diz que Diego Souza, emprestado ao Grémio, tem brilhado mais em termos de construção, e aí tem Rui Costa, Simão e Nuno Assis. Falta um médio de características mais defensivas – ainda que saiba atacar -, e preferencialmente alto e bom cabeceador. Em suma, um outro Katsouranis, que até nem terá ficado assim tão caro.
No ataque, mau grado as saídas de Derlei, e sobretudo Fabrizio Miccoli, foi o sector onde o Benfica mais se reforçou. As contratações de Bergessio – a dar excelentes indicações nos primeiros treinos – e de Cardozo dotam o clube da Luz de alternativas que antes não tinha. Nuno Gomes talvez venha também a ganhar com a presença de uma referência fixa na área, podendo demonstrar enfim, com os espaços conquistados pelo paraguaio e/ou pelo argentino, a sua veia goleadora há tanto tempo arredia. Sobram ainda Fábio Coentrão, de características diferentes, Mantorras para as aflições, e a promessa Yu Dabao, que todavia talvez tivesse mais a ganhar em ser emprestado a um clube onde pudesse jogar semanalmente.
Se for contratado mais um avançado não será demais (há lesões, há castigos). Mas com estes cinco elementos, ressalvando as necessárias adaptações dos contratados, parece não ser esta a maior prioridade.
Em suma, para fazer deste um Benfica fortíssimo, claramente favorito ao título nacional e a uma presença na Liga dos Campeões condigna com o seu passado (e que seria grosso modo, para além de evidentemente alcançar o apuramento, ultrapassar também a fase de grupos), haveria que contratar um grande central (para ser indiscutível ao lado de Luisão), um bom médio de contenção/transição (para suprir ausências de Petit e/ou Katsouranis), e eventualmente um avançado móvel e goleador. Para que o equilíbrio seja total, convém que estes possam ser elementos altos e fortes fisicamente mesmo que menos habilidosos, pois uma das carências da equipa no ano transacto era justamente a sua debilidade atlética.
Moretto é vendável, tal como Manú. Por sua vez Sretenovic, Romeu Ribeiro e Yu Dabao poderiam e talvez devessem ser emprestados.
Palavra a José Veiga, na esperança que este Benfica possa ainda vir a ser, com mais esses três elementos, efectiva e finalmente, uma grande equipa !
Publicada por LF à(s) 12.7.07 6 comentários
As últimas horas demonstraram no entanto uma realidade bem diferente, e o sentido actual do mercado parece ser mais o de uma verdadeira debandada.
Pepe abandonou o F.C.Porto rumo ao Real Madrid, numa milionária transferência de 30 milhões de euros (grandes negócios consegue Jorge Mendes para os azuis e brancos !), falando-se persistentemente das possíveis saídas de Lucho Gonzalez (praticamente certa) e Ricardo Quaresma (mais duvidosa) para Espanha ou Inglaterra. Hoje mesmo era também anunciada a saída do guarda-redes do Sporting Ricardo para o Bétis de Sevilha, enquanto Marco Caneira parece cada vez mais próximo do regresso a Valencia.
Veremos se e como sairá o Benfica imune desta roleta de milhões, tendo ainda Luisão, Petit, Simão e Manuel Fernandes no seu baralho, mas para já há que dizer que o F.C.Porto sem Pepe e o Sporting sem Ricardo vão ficar necessariamente mais fracos.
O central luso-brasileiro que um dia o Sporting dispensou, só nas duas últimas épocas me convenceu plenamente, mas aí fê-lo de forma arrasadora mostrando-se um dos melhores jogadores a actuar em Portugal e um dos mais promissores centrais do futebol europeu da actualidade. Será uma mais valia importante para os merengues, que há muito procuram, sem sucesso, um central ao nível do resto da equipa, e até porque o já trintão Cannavaro não tem sido muito feliz em Madrid.
Para além do valor do jogador em si, o F.C.Porto, já sem Ricardo Costa e ainda sem Pedro Emanuel (recuperará em pleno ?), encheu os cofres de dinheiro mas abriu um gigantesco buraco no seu plantel, que muito dificilmente irá a tempo de suprir de forma segura ainda este verão. Se às saídas de Pepe e Anderson se juntarem as de Quaresma e Lucho, então bem se pode dizer que o F.C.Porto será uma desconchavada sombra da equipa bi-campeã nacional nas últimas duas temporadas. A ver vamos até que ponto Pinto da Costa estará disposto a delapidar o seu plantel em troco de astronómicas verbas que, a seguirem o mesmo destino das de 2004 (com Ricardo Carvalho, Paulo Ferreira, Deco etc) pouco ou nada acrescentarão ao clube e à equipa.
Esfregam agora as mãos os benfiquistas, sonhando com um F.C.Porto à base de Renterias e Mareques, a lutar desesperadamente pelo terceiro lugar de acesso europeu. Será essa uma possibilidade ? As próximas semanas o dirão, mas digamos que a coisa está bem encaminhada….
Também em Alvalade é caso para existir alguma apreensão.
Depois de um fim de época empolgante, selado com a conquista da Taça de Portugal, seria de esperar uma aposta na continuidade.
Pois tem acontecido completamente o contrário. Saíram até agora dez jogadores (incluindo Caneira) e entrarão pelo menos nove, o que olhando aos nomes em causa (Ricardo, Caneira, Tello, Custódio, Carlos Martins, Nani etc,) pressupõe uma verdadeira revolução no plantel às ordens de Paulo Bento, com a agravante de sete dos dez “desertores” serem portugueses (cinco dos quais formados no clube, e os dois capitães de equipa), enquanto que nem um único de entre os reforços o é (sem falar dos juniores promovidos, claro), dado que revela uma reconfiguração significativa da política dos leões para a nova época, sabendo-se que a história do futebol prova não ser por norma muito profícuo mexer naquilo que está bem, e o Sporting no fim da época estava claramente bem.
No caso concreto de Ricardo – para mim há já alguns anos o melhor guarda-redes português -, é possível que o Sporting, a sua direcção e os seus adeptos nem tenham ainda a noção concreta da sua importância na equipa, e sobretudo da dificuldade em encontrar alguém capaz de, no curto prazo – dentro em pouco poderá explodir Rui Patrício -, assegurar a baliza com a segurança que o montijense o fazia, e que ainda na última época terá rendido seguramente para cima de uma boa meia dúzia de pontos.
Se Izmailov, Gladstone, Vukcevic e Derlei, ou mesmo apenas dois deles, se revelarem apostas falhadas, o Sporting vai ter muita dificuldade em responder às exigências de uma temporada em que terá de competir na Liga Bwin, na Liga dos Campeões, na Supertaça, na Taça de Portugal e ainda na Taça da Liga. Para já Paulo Bento trabalha em Alcochete com 15 profissionais…
Resta o Benfica.
A fazer fé naquilo que a direcção encarnada tem veiculado, não haverá vendas, mas…
Para já, há que suprir com segurança e perspicácia as saídas de Miccoli, Karagounis e (é quase certo) Anderson. Se no ataque Yu Dabao está a dar boas indicações de poder ser alternativa, no centro da defesa e no meio campo faltam claramente opções.
O plantel benfiquista merecerá naturalmente uma análise mais aprofundada logo que essas lacunas sejam preenchidas, pois delas depende também muito da força do novo plantel. Mas se o forem devidamente (o que também não é fácil), se ninguém mais sair, se se vierem a confirmar as transferências de Lucho e Quaresma no F.C.Porto, bem se pode dizer desde já que o principal, o grande candidato ao título de 2007-2008 mora na Luz.
Mais uma vez se realça a oportunidade de ouro que os encarnados têm de, actuando de forma cirúrgica no mercado e segurando a mãos firmes as suas jóias mais preciosas, se superiorizar à concorrência e assumir uma inequívoca pole-position na corrida ao título. É nestes momentos que qualquer erro pode ser determinante.
Mas vamos esperar para ver que outras surpresas nos reserva este animado mercado de verão.
Publicada por LF à(s) 11.7.07 9 comentários