O MERCADO NOS TEMPOS DE CRISE

Contrariando a minha expectativa, o dia de encerramento de mercado de transferências não trouxe novidades de monta nos principais clubes portugueses. A interminável crise económica que teima em ocupar o horizonte do nosso país sente-se, e de que maneira, também no futebol, e um bom título para esta crónica poderia também ser “já não se fazem dias de encerramento de mercado como antigamente”.
O Sporting é um caso verdadeiramente paradigmático pois mesmo em manifesta crise de resultados e de confiança não investiu um cêntimo em novos jogadores, limitando-se a chamar o jovem Bruno Pereirinha, emprestado ao Olivais e Moscavide – mais um filho de um ex-jogador do Benfica, à semelhança de João Moutinho e Miguel Veloso. Depois de muito se falar nas eventuais dispensas de Romagnoli, Tiago, João Alves, Bueno, Alecsandro e Farnerud, a verdade é que todos eles irão permanecer até final da época de leão ao peito, eventualmente por falta de clubes interessados nos seus préstimos ou, no caso de João Alves, por não querer abdicar do seu elevado vencimento de forma a poder regressar a Braga.
Fábio Rochemback não passou de uma ilusão, pois muito naturalmente que o Middlesbrough não estaria interessado em oferecer um jogador que lhe ficou bastante caro, e ele próprio, mau grado o seu proclamado amor ao clube de Alvalade, dificilmente aceitaria reduzir o seu principesco salário até ao montante que o Sporting estaria na disposição de lhe pagar. Bem vistas as coisas, nem me parece que o brasileiro constituísse uma solução para os problemas do Sporting, que passam fundamentalmente pelas dificuldades de concretização, ou seja, por alguém capaz de fazer com sucesso dupla com Liedson.
O contraponto desta política conservadora foi o facto de o clube de Alvalade ter conseguido manter nas suas fileiras elementos do seu plantel, para os quais as pressões de mercado de certo se fizeram sentir . Tonel e Nani chegaram a ser apontados nalguns meios como estando próximos de se transferir para outras paragens (Espanha e Inglaterra respectivamente), e Carlos Martins foi também referenciado como vendável dado o seu irregular rendimento desportivo. O que é certo é que todos eles estão em Alcochete, à disposição de Paulo Bento para o ataque ao título e à taça.
Teremos assim um Sporting sem grandes novidades, procurando beneficiar do menor desgaste em virtude da sua precoce eliminação europeia para assim se manter na luta pelas competições nacionais, sendo que o calendário que tem pela frente na Liga (visitas à Luz, Dragão, Braga, Leiria, Paços de Ferreira e Coimbra) não é muito animador.
O F.C.Porto também não foi muito audaz neste mercado de Inverno, limitando-se a contratar dois jogadores pouco conhecidos provenientes da América do Sul, como são os casos de Lucas Mareque e Renteria. Qualquer deles é uma incógnita, sendo que, pelas poucas referências que trazem, dificilmente se fixarão na equipa titular dos portistas. Reforço a sério seria a recuperação de Anderson, se ela ainda se consumasse a tempo da fase decisiva das competições em que o F.C.Porto participa.
Quanto a dispensas, os Dragões também não se alongaram tanto como foi sendo sugerido pela comunicação social nos últimos tempos. Adriano, Alan, Vieirinha, Sokota e Jorginho acabaram por ficar no plantel, e nem as possíveis vendas de Marek Cech e Ibson se chegaram a concretizar. A estela da companhia, Ricardo Quaresma, vai também permanecer de azul e branco, pelo menos até final da temporada, o que talvez não sucedesse caso os portistas tivessem sido eliminados da Liga dos Campeões. Deste modo, apenas os pouco ou nada utilizados Ezequias, Tarik Sektioui e Diogo Valente deixam de fazer parte do plantel de Jesualdo Ferreira.
O Benfica foi o único a gerar alguma animação no mercado, quer no sentido de entrada, quer de saída. As vendas de Ricardo Rocha, Kikin Fonseca, os empréstimos de Diego Souza e Manuel Fernandes, e o Torneio do Dubai, renderam aos cofres da Luz neste último mês valores a rondar os 12 milhões de euros. Por outro lado, os empréstimos de David Luíz e Derlei terão custado não mais de 2 milhões, pelo que o clube da Luz encaixou em termos líquidos uma soma aproximada de 10 milhões de euros, não enfraquecendo aparentemente a sua equipa.
Se em termos de gestão nada se pode apontar a estes negócios, já sob o ponto de vista meramente futebolístico se podem levantar algumas desconfianças, designadamente quanto ao sector defensivo.
Desconheço até que ponto seria ou não evitável a saída de Alcides, mas com ela o Benfica perdeu simultaneamente um lateral direito e um central. Ricardo Rocha, apesar de vendido por um bom preço, era pela sua versatilidade um jogador capaz de cumprir com idêntica eficácia qualquer das posições da linha defensiva. Com estas duas baixas o Benfica perdeu duas opções para a direita, duas para o centro e uma para a esquerda da sua defesa.
O que teve em troca ? Um jovem de 19 anos chegado de uma equipa da 3ª divisão brasileira. Parece muito pouco, e revela pouca cautela em face de eventuais lesões que possam atormentar Luisão, Nelson (neste momento praticamente sem alternativa) ou Anderson, sabendo-se ainda de todos os problemas em redor do departamento médico do clube da Luz, que não deixam de adensar a desconfiança.
Do meio campo para a frente, a perda de Nuno Assis pelos motivos que se conhecem vai ser, assim se espera, superada com vantagem pelo regresso de Rui Costa, após toda a primeira volta lesionado. Beto e Karyaka mantêm-se, enriquecendo o lote de opções para encarar as três frentes em que a equipa se encontra envolvida - único dos três grandes nessa situação.
No ataque, a substituição de Fonseca por Derlei tem tudo para ser vantajosa, mesmo para além do plano financeiro. O “Ninja” conhece o futebol português, e se estiver em boas condições físicas será certamente uma opção mais efectiva para a titularidade do que era o mexicano. Veremos como os músculos de Miccoli se comportam, mas em teoria o Benfica parece dispôr neste momento da melhor linha ofensiva da Liga Portuguesa.
Moretto, Paulo Jorge, Manú, Marco Ferreira, Pedro Correia e João Coimbra, para além dos já referidos Beto e Karyaka, mantêm-se todos no plantel, o que nalguns casos se justifica plenamente, mas não deixa de se revestir de alguma estranheza tendo em consideração a anoréctica realidade a que ficou votado o sector defensivo.
Em termos globais pode-se afirmar no entanto que o Benfica continua a ser a equipa portuguesa com mais internacionais A ao seu serviço (14, contra 13 do Sporting e apenas 12 do lider F.C.Porto), os portistas são o menos nacional dos três grandes com 16 estrangeiros ao seu serviço (11 no Benfica e 9 no Sporting), enquanto que, sem surpresa, é do Sporting o plantel com mais jovens oriundos da formação, com 11 jogadores da cantera (no F.C.Porto são 5 e no Benfica 4).
Os artistas estão definidos, e está tudo em aberto.
Siga o futebol !

9 comentários:

Anónimo disse...

O Pedro Correia é lateral direito, e o Marco Ferreira também foi testado na pre época

LF disse...

Pedro Correia, assim como David Luíz, serão na melhor das hipótese boas soluções de futuro.
No presente penso que não darão ainda totais garantias.
Marco Ferreira é uma adaptação.
Terá jogado alguns minutos de jogos particulares nessa posição.
Não me parece que seja também uma solução credível.
Sempre pensei que no último dia aparecesse mais um defesa, nem que fosse o Amoreirinha, o José Fonte ou o André Luíz.

Anónimo disse...

LF, não sei se ainda vai ler isto. Mas não se preocupe, vou-me dar ao trabalho de ir ao seu blogue e também o escrever aí. Espero depois não ser atacado por nenhum vírus peçonhento habitante dessa magnífica tertúlia que bebe uns whiskies sob o sol do Algarve como o "previlegiado"??? (não será privilegiado?) social Soares Franco que tanto o elogiou nestes comentários.

É realmente extensíssima a sua base de dados. Mas permita-me apenas comentar algumas das suas afirmações:

1º - Não compare bolas que entram/não entram em cantos, com bolas rematadas a 40 metros da baliza (Petit no célebre Benfica-Porto, em que os dirigentes e jogadores benfiquistas tiveram um comportamento exemplar no final do jogo...). Já que falou em física, seria impossível o fiscal de linha ajuízar correctamente esse lance. Estava naturalmente a acompanhar o ataque. Se validasse esse golo estaria a adivinhar, pois não estava na linha da bola (longe disso).
Já nos cantos será fácil avaliar, uma vez que está na linha da bola. Tudo isto é evidente, só não vê quem não quer.

2º - Como não vou comentar todos os lances que referiu. Apenas lhe vou contar um dos jogos mais caricatos que já vi. Não sei em que época foi, mas era um Belnenses-Benfica e jogava o Edgar no Benfica, portanto para si não será difícil lembrar-se. Pois nesse jogo o árbitro validou como golos dois remates que o Edgar fez em que a bola bate na barra e depois bate no chão, visívelmente antes da linha, nem na linha bateu!
Espantoso, isto aconteceu durante o tal consulado dourado do FCPorto! Há coisas fantásticas, não há? Ah, e o Benfica ganhou...

Alguns anos mais tarde, também em Belém, o Benfica marcou um golo, depois de o Simão agarrar um jogador do Belenenses à entrada da área , pelo lado direito. Parecia daquelas brincadeiras que fazemos com os amigos em jogos de futebol, em que agarramos a camisola, atiramo-lo para o lado e seguimos. É claro que a seguir paramos erimos. Mas não foi o que o Simáo fez. E o árbitro deixou! Curioso, não é? Olhe, o Benfica também ganhou, e foi durante o consulado dourado...

3º - "A antipatia generalizada da população, que naturalmente se reflecte nos jornais." Meu caro. Não é assim tão inocente, pois não?
Então, onde estão sedeados esses jornais? Quem é o clube de longe com mais adeptos? Não é preciso ser um expert em estatística, para adivinhar as cores cubísticas desses antipatizantes.

Não se esqueça. O Porto é o clube que mais ganha, cá e lá fora há muito tempo. Isso cria muitas invejas difíceis de engolir para os adeptos do Benfica e Sporting. E a inveja cega. Já terá reparado que esse é um sentimento, que infelizmente grassa no nosso país, e não é só no futebol.

LF disse...

Caro Justiceiro Azul,

Suponho que deva estar a falar dos "Portistas de Bancada", onde tenho mantido uma polémica com vários portistas sobre arbitragens e não só.
Aproveito para dizer que a minha auto-exclusão temporária do blog em causa se prendeu unica e exclusivamente com motivos de falta de tempo para responder cabalmente a tudo o que por lá se dizia.
Desde que não me fechem a porta, voltarei lá sempre que puder.

Dou-lhe também as boas vindas a este espaço, e aqi como lá, desde que a boa educação impere, como é o caso, pode ter a certeza de não ser atacado por nenhum "virus peçonhento".

Passo então às questões concretas:
1- Bolas que entram são bolas que entram.
O Benfica devia ter, pelo menos, empatado esse jogo, e perdeu-o.
Pode-me dizer que é difícil de avaliar, mas o árbitro assistente está lá para ver mais do que os espectadores, que ainda assim, desde as bancadas, tiveram desde logo a clara sensação de golo. Eu por exemplo estava lá, e passei alguns segundos a festejar, até me aperceber da anulação.
Até Miguel Sousa Tavares disse que era golo.

2- Lembro-me perfeitamente desse jogo, na época 1997-98, arbitrado por Vítor Pereira.
Um dos golos foi exactamente como disse, o outro foi em fora-de-jogo, se não estou em erro.
Tratou-se de facto de uma arbitragem que errou a favor do Benfica, como acontecia algumas vezes, sempre com o campeonato já mais ou menos resolvido a favor do Porto, para ofuscar favorecimentos anteriores.
Nessa altura o Benfica teria uns 12 pontos de atraso (lembro-me que na ponta final chegou a reduzir para 7, perdendo depois em casa com o Boavista e liquidando aí as possibilidades de ser campeão), e já tinha por exemplo perdido nas Antas, onde foi escandalosamente anulado um golo limpo a Kandaurov.
Era assim o sistema. Primeiro dava vantagem ao Porto, quase sempre irrecuperável. Depois beneficiava o Benfica num ou noutro jogo, de preferência de forma escandalosa para dar bem nas vistas, de modo a esconder a realidade. Digamos que dava um chouriço ao Benfica quando tinha dado o porco inteiro aos F.C.P.

3- O lance do Simão de que fala, honestamente não me recordo.

4- A antipatia a que é votado o F.C.P. tem a ver com o seu presidente. Unica e exclusivamente !
Quando o Benfica venceu na Europa também causaria algumas invejas, mas nunca foi alvo da indiferença que o Porto merece da maior parte do país.
Pinto da Costa afirmou o clube de costas voltadas para tudo e para todos, procurando constantemente o conflito, e assumindo uma postura cínica e arrogante para todos os adversários.
Se assim não fosse o Porto tinha certamente muitos mais adeptos, e dissiparia algumas dessas invejas, aparecendo em maior destaque na camunicação social.

Já que se fala em comunicação social, importa também verificar que nela há um pouco de tudo, e está longe de corresponder ao perfil benfiquista que sugere.

É verdade que os jornais se guiam pelas audiências, e sabendo que o Benfica tem mais adeptos, naturalmente fazem capas mais apelativas aos benfiquistas.
Isto passa-se com a pró-benfiquista "A Bola" (onde ainda assim escrevem Miguel Sousa Tavares, Olímpio Bento, Carlos Pereira Santos entre outros portistas ferrenhos), mas o caso mais paradigmático até é o do claramente portista "Jogo" (sediado no Porto) que tem uma capa diferente em Lisboa e no Porto para agradar a gregos e troianos.
Já o "Record" puxa tradicionalmente mais para os lados de Alvalade, e curiosamente até vende bem.
Nas televisões, se a Sport Tv é do mesmo dono do vosso "O Jogo" (e do DN e do JN, já agora), a Sic tem uma redação claramente alinhada com Alvalade, assim como o Expresso e o Sol (onde o director adjunto é um fanático doentio anti-Benfica). O Público é propriedade de uma empresa do norte cujo dono é um conhecido e ilustre portista. A TVI divide-se entre Benfica e Sporting: João Querido Manha é benfiquista, Sousa Martins também, Luís Sobral e o fulano que relata os jogos em directo (ex Rádio Renascença) de que não recordo o nome são ambos lagartos.
A Antena 1 tem um pouco de tudo.
Por seu lado a RTP é, tal como a Rádio Renascença, tradicionalmente (desde os anos 80) alinhada com o F.C.Porto, bastando para isso ver alguns programas da RTPN (o de quinta feira então é por vezes digno de uma qualquer FCPTV ou coisa assim, com comentadores ferozmente anti-benfiquistas e um moderador que só lhe falta a camisola azul e branca), e atentar nas prestações de Manuel Fernandes Silva, Rui Cerqueira ou Rui Loura, ou lembrarmo-nos de Pulo Catarro, das célebres imagens "virtuais" - que por exemplo detectaram esse golo de Clayton na Luz.

Aliás já que falo em televisão do estado, e mesmo fugindo um pouco do tema, faço um aparte para referir que toda a RTP, diga-se, tem um conceito demasiado portuense. Transmite uma boa parte da programação do canal principal a partir dos estudios do Porto, faz o telejornal da tarde de lá, que por vezes parece um Regiões-Porto, mais do que um jornal nacional. E sobretudo tem um canal de notícias que é todo ele feito no Porto, que trata notícias regionais com destaque nacional.
Aliás não percebo bem se o N é de notícias ou de norte.
Também não percebo, nem estou de acordo, com esta política que privilegia uma cidade entre tantas outras capitais de distrito que quase não têm voz.
Lisboa é a capital do país, mas o Porto nada é mais que Coimbra, Faro, Évora ou Braga. Porquê o canal estatal optar por esta lógica ?

Perdoe se me alonguei.

Um abraço

Anónimo disse...

Sabes alguma coisa sobre uma lesão grave do David Luiz ?

LF disse...

Segundo parece, entre Outubro do ano passado e este mês o jogador debateu-se com uma pubalgia.
Foi fazendo alguns jogos e intercalando algumas ausências por lesão.
Segundo se diz falhou a Copa América de sub 20 por via dessa lesão.
Veremos como vem.
Continuo a ter dificuldade em entender como o Benfica não acautelou mais a sua defesa, tendo jogadores emprestados para esse lugar.

Anónimo disse...

Derlei + Mantorras + Miccoli + David Luiz + Nuno Assis + Karagounis = Estádio da Luz = Centro de Alcoitão

Anónimo disse...

LF, Obrigado pela resposta.

Não quero ser chato, mas não tenho dúvidas que gosta de ter uma boa (passe a presunção) réplica.

Apenas algumas respostas às suas respostas.

Em relação à teoria de o Porto ser beneficiado no início até tudo estar resolvido.

Não tenho um arquivo e guio-me mais pelas emoções. Mas, francamente não me parece ser assim. Penso até que o Benfica costuma começar muito bem os campeonatos, com bastantes ajudas (não digo que seja sempre), são até conhecidos por deitar os foguetes cedo demais.

Quanto às antipatias ao meu clube geradas pelo comportamento de Pinto da Costa, concordo em parte. Realmente ele não é pêra doce e deve ser difícil ouvi-lo por esses lados. Sempre hostilizou e acicatou os vossos ânimos.

Mas isso fazia parte de uma estratégia que tinha razão de ser. Nós eramos os coitadinhos e nao éramos levados a sério. Como ainda acontece hoje, o que se verifica pela sua afirmação incompreensível, "Lisboa é a capital e o Porto não passa de uma cidade ao nível de Coimbra, Braga ou Évora???". Isso é que é complexo de superioridade!

Não é difícil de perceber, tanto ao longo da história, como actualmente que não pode fazer essa comparação. Nem sequer a nível de população, até porque a cidade de Lisboa, tal como a do Porto também tem cada vez menos habitantes. O Porto continua a ser o motor do Norte.

Mas, voltando atrás, a antipatia existe apenas e só porque o Porto com ele começou a ganhar mais do que todos os outros. E a jogar limpo, ou pelo menos tão limpo como Benfica e Sporting.

Falou também do Público (não sei se ainda é da Sonae)e Sport Tv. Tanto um como outro tem redacções em Lisboa, e não é o facto de os donos serem do Norte que mudará alguma coisa, quado o que conta é o dinheiro, vendas e audiências. A Sport Tv é por demais evidente antiportista, disso acho que ninguém tem dúvidas.

A RTP e a Renascença são portistas? Francamente, não me parece...

A RTPN era antes a NTV, televisão regional (como há em qualquer país civilizado e não é isso que menoriza essas regiões) que foi desmantelada e substituída pela RTPN num processo bastante polémico e contestado.

Um abraço e boa segunda volta (sempre com justiça e sem casos) é o que eu espero.

LF disse...

Não chateia nada, antes pelo contrário.
Os blogues vivem também da discussão.

Quanto aos inícios de campeonato pode verificar, nos anos em que o Porto foi campeão, em que momentos marcou a sua vantagem.
Apesar do Benfica, pelo número de adeptos, criar sempre grande entusiasmo - mais até em alturas de pré-época - chegou quase sempre ao Natal já com o campeonato arrumado.Por vezes na segunda volta consegue recuperar um pouco, mas já é sempre tarde demais.
A partir da segunda/terceira jornada, e nas oito ou nove seguintes, é normalmente a altura crucial que define o cariz de um campeonato. Nesses momentos o Porto foi muitas, mesmo muitas vezes protegido.
Que me interessa oferecerem-me um penálti quando tenho dez pontos de atraso ?

Quanto às cidades não vou discutir consigo, até porque nem sou lisboeta ( as minhas raízes estão no Alentejo e a minha cidade de coração é Évora), e há muita coisa de Lisboa de que não gosto, entre outras que aprecio.
Digo até que acho o Porto uma cidade bastante interessante e agradável, e sempre que lá fui nunca tive a menor razão de queixa em relação a coisa nenhuma.

Simplesmente enquanto a capital de França é Paris, e a de Inglaterra é Londres, a de Portugal é Lisboa.
Por isso acho natural certas entidades estarem lá sediadas, e nem sempre entendo muito bem o destaque dado ao Porto, que embora seja uma cidade importante no país, não o representa institucionalmente.
Não há dois países. Há só um e a capital, quer se queira quer não, é Lisboa.

Sobre o jogar e vencer limpo também já não acrescentarei nada a tudo o que disse sobre isso.

Sobre a comunicação social admito que seja verdade que o Benfica dá mais audiências. De aí até que seja verdade a comunicação social perseguir o F.C.P. vai uma longa distância.
Um clube com as vitórias do Porto teria muitíssimos mais adeptos no sul do país do que os que tem caso o discurso do vosso presidente fosse diferente.
É ele que faz com que o Porto seja odiado. Não as vitórias.
E não me parece que seja necessário ser cínico, arrogante e mal criado para gerir um clube ganhador.