SIGA O BAILE !

Tinha aqui sido dito ao fim dos primeiros dias de Campeonato do Mundo, que a prova não estaria a encher as medidas aos amantes do futebol. Quando estão disputados precisamente metade do número total de jogos, pode-se dizer que os primeiros sinais, felizmente, não se confirmaram.
Têm-se sucedido bons espectáculos, grandes golos, e algumas equipas a surgirem em excelente forma. Também as surpresas não têm faltado, designadamente as protagonizadas pelo Gana, Coreia do Sul, Equador ou mesmo Angola.
A selecção africana do Gana foi mesmo responsável por dois dos melhores jogos da competição, onde toda a magia africana, o seu malabarismo técnico conjugado com uma condição física impressionante e uma audácia atacante já um tanto em desuso, fizeram lembrar os melhores tempos dos Camarões de Roger Milla. A sua exibição frente a uma República Checa - que havia deixado muito boa imagem no primeiro jogo - foi arrebatadoramente convincente, e foi dos melhores momentos deste Mundial. Por seu turno a Argentina, com um lote de fabulosos jogadores, tem-se mostrado arrasadora, e a continuar assim pode-se colocar desde já no mesmo plano do Brasil como os dois principais favoritos à conquista do título.
A Espanha, que passou por um enorme susto no dia de ontem, parece também empenhada em poder finalmente ultrapassar a maldição dos quartos-de-final, onde tem sido invariavelmente eliminada nas últimas edições.
Quem tenha alguma experiência deste tipo de torneios sabe todavia que todos estes sinais são absolutamente irrelevantes quando se chega à fase de eliminatórias, onde são detalhes que decidem os vencedores. É aí que normalmente as grandes estrelas aparecem, é aí que tudo se decide.
Pouco passa pois de um exercício especulativo falar agora de favoritismos em maior ou menor grau desta ou daquela selecção.
Ainda assim resulta claro destes primeiros jogos que a França, tida como candidata ao título, se apresenta velha e cansada, à imagem do seu “dez” Zinedine Zidane. A exibição da República Checa frente ao Gana também não pode deixar de ser vista como uma desilusão, ainda que a lesão de Koller, e a expulsão de Ujfalusi tenham condicionado os checos. A Inglaterra tem sido também uma desilusão, pois apesar de se ter apurado com facilidade e não ter sofrido ainda qualquer golo, o seu registo exibicional tem sido pobre, aguardando-se por isso o seu desempenho de hoje frente à Suécia, para aquilatar das suas verdadeiras possibilidades.
No outro lado da moeda do favoritismo, além da já mencionada Argentina (espero que Messi seja rapidamente titular, pois tenho enorme expectativa na carreira desse miúdo), temos de englobar o Brasil, a anfitriã Alemanha, pouco brilhante mas sempre de desconfiar, e uma surpreendente Espanha, conduzida por um Fernando Torres em grande forma, e também já mencionada neste texto.
Por confirmar estão as expectativas criadas em redor da Itália – com um excelente primeiro jogo e um apagado segundo, e ainda não qualificada -, da Holanda, com fantásticas primeiras partes, e algum afrouxamento nas segundas, além do nosso Portugal, cujo destino depende em grande parte da forma como decorrer o jogo dos oitavos-de-final, que será certamente um duríssimo teste às reais capacidades da equipa.
Entre os menos cotados, além do fantástico Gana, há que salientar a forma clara como o Equador se classificou, o facto de Angola conseguir chegar à última jornada em condições de ainda poder ser apurada, e uma prestação de Trinidad e Tobago também acima das expectativas que a apontavam como uma das mais fracas equipas da prova.
Veremos o que os próximos dias nos reservam, sabendo-se que as possibilidades de grandes enfrentamentos nos oitavos-de-final incluem um Brasil-Itália, um Alemanha-Inglaterra, um França-Espanha, ou um Portugal-Argentina.

7 comentários:

Anónimo disse...

Este mundial está a ser bom, mas ainda fica longe do Espanha 82 por exemplo.

Anónimo disse...

Pois...
Mas futebol desse já não existe.
Maradona, Platini, Tigana, Rummenigge, Breitner, Keegan, Zico, Socrates, Falcão, Paolo Rossi, Boniek, Dassaev, Blokhine, Kempes, Krankl, etc etc, tudo no mesmo Mundial...
Um sonho...

Marcel Jabbour disse...

É muito interessante essa discussão.

Será que diremos aos nossos filhos algo do genero:

"COPA como a de 2006 nunca mais!Ronaldinho, Kaká, Ronaldo, Adriano, Robinho, Figo, Cristiano Ronaldo, Nedved, Schevchenko, Totti,Pirlo, Gerard, Lampard, Rooney, Beckham, Messi, Tevez,Riquelme, Ballack, Zidane, Henry, Fernando Torres......"

Hehehehe....Acho que a emoção nos faz lembrar com mais carinho de uma ou outra Copa. Eu por exemplo lembro com muito gosto de 94, primeira Copa que pude acompanhar e ainda ver minha seleção vencedora, mas é fato que tecnicamente foi uma das piores Copas da História. Se perguntar a meu pai, ele dirá que nunca viu nada igual a 70, e meu avô nada igual a 58!

Por isso o futebol é tão apaixonante!

Abraços

Anónimo disse...

Tem razão Marcel,
De facto o saudosismo de cada um conta muito.
Em 1982 eu tinha doze anos, e tudo aquilo tinha uma fantasia enorme para mim. Foram momentos como esses que me fizeram apaixonar pelo futebol, embora não tivesse ainda a maturidade futebolística suficiente para analisar a qualidade técnica dos jogos.

De qualquer modo, segundo a generalidade da imprensa e literatura sobre o tema, houve alguns campeonatos que fizeram de facto história. Por exemplo o de 1970 no México, que eu , recém nascido, obviamente não acompanhei, mas é frequentemente apontado como o melhor de sempre (com Pelé, Jairzinho, Rivelino, Beckembauer, Facchetti, Rivera, Bobby Charlton, Gerd Muller etc, e um super-Brasil).

É claro que isto tudo também tem a ver com os resultados de cada país.
Em Portugal o Mundial de 1966 é mítico. Existem dvd's com os resumos, ainda há uns quinze dias atrás a televisão transmitiu um documentário sobre esse mundial, foi publicado um livro a recordar, etc.
Eu não era nascido mas, de tanto ver, seria capaz de descrever, um por um, todos os golos da selecção portuguesa nessa competição.

Para o Brasil seguramente que os cinco mundiais que venceu são os mais recordados. E o de 1982 representa de certo uma frustração enorme, extensível aliás também aos portugueses, que sem o seu pais representado, torceram então fervorosamente por aquela inesquecível equipa que, tanto quanto me recordo, praticava o futebol mais bonito que me recordo de ver.

Seja como for, esperemos que este possa também ficar na história. Bons jogadores não lhe faltam...

Anónimo disse...

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