A LISTA DE SCOLARI

As escolhas do seleccionador são, como resulta da clareza semântica, as escolhas do seleccionador. Não são as minhas, não são as dos jornalistas ou comentadores, nem são as de Pinto da Costa ou qualquer outro dirigente.
Scolari é que escolhe, e ele é que será o responsável por aquilo que os seus escolhidos forem capazes de fazer na Alemanha. Só após a competição se poderá fazer o balanço final, e até lá, esta deve ser, esta tem que ser, a selecção de todos nós.
De qualquer modo, e pela última vez até ao mundial, gostaria de deixar um breve comentário aos jogadores que Felipão convocou, nomeadamente àqueles que não figuravam nos “meus” vinte e três.
BRUNO VALE: Embora eu tivesse optado por Paulo Santos, libertando Vale para os sub-21 a cem por cento, entendo perfeitamente a lógica do seleccionador, repetindo no fundo aquilo que fez com Moreira no Euro 2004. O terceiro guarda-redes muito dificilmente irá jogar um minuto que seja, e percebe-se que assim sendo se opte por um jovem, de modo a proporcionar-lhe uma experiência importante para o seu processo de formação enquanto profissional de topo.
RICARDO COSTA: Se Ricardo Rocha garantia uma extraordinária versatilidade e Tonel uma grande capacidade no jogo aéreo, parece ser lícito afirmar que Ricardo Costa faz a síntese entre os dois. Preferiria Rocha por entender que, sendo mais agressivo, podia ser uma mais valia nas marcações individuais que fosse necessário empreender (poderemos apanhar com Leo Messi logo nos oitavos de final, por exemplo), mas por outro lado entendo o problema político-institucional que poderia ser criado caso nenhum jogador do F.C.Porto, campeão e vencedor da taça, fizesse parte da lista de convocados. Nessa medida aceita-se a opção por este jogador, com um elevado número de internacionalizações nas camadas jovens, e que já por diversas vezes capitaneou o F.C.Porto.
HUGO VIANA: Não tem jogado no Valência, e desde que saiu para Inglaterra há quatro anos, a intermitência e a irregularidade têm sido a nota dominante da sua carreira, que inicialmente parecia destinada a um sucesso retumbante, tal o seu talento.
Na minha opinião, João Moutinho, de capacidade técnica semelhante, é neste momento um jogador mais regular e consistente em termos competitivos. Seria uma alternativa mais credível a uma eventual infelicidade de Deco.
Julgo que a opção se prendeu com a necessidade de manter uma selecção sub-21 forte e capaz de vencer a competição que disputa em sua casa, mas não é despiciendo pensar que o facto de Viana se tratar de um esquerdino possa ter contribuído para a decisão final, tal como, aliás, a justificou Scolari..
LUÍS BOA MORTE: Numa selecção que tem Figo, Ronaldo e Simão, tanto Boa Morte como Quaresma dificilmente seriam primeiras escolhas. Ao optar pelo jogador do Fulham, Scolari libertou o portista para os sub-21 onde é elemento preponderante e capaz de fazer a diferença.
Em termos mediáticos é a decisão mais polémica do seleccionador nacional, mas mesmo sem levar em linha de conta os aspectos referenciados nos comentários deixados neste espaço no dia de ontem, poder-se-ia acrescentar ainda que Boa Morte, sendo regularmente chamado, e tendo ficado “à porta” do Euro-2004, não merecia ser novamente preterido, justamente depois da excelente época que realizou na Premier League onde pontificou como uma das principais estrelas da sua equipa.

A partir de agora são estes os melhores vinte e três jogadores nacionais, e serão eles que teremos de apoiar rumo à glória. Este seleccionador já nos deu fortíssimos motivos para confiarmos no seu trabalho. Tem uma personalidade fortíssima, tem experiência (sabe inclusivamente o que é ganhar um mundial), tem carisma e é respeitado pelo grupo. A sua lógica de trabalho, utilizando uma base de jogadores fixa, é inatacável, e há muito tempo que todas as grandes selecções do mundo, aquelas que ganham títulos, funcionam assim. Só assim é possível ter uma verdadeira equipa, e não um mero conjunto de bons jogadores como era infelizmente habitual nas nossas selecções, nas quais depois, só por acidente, os bons resultados apareciam.
Pela minha parte, acabaram as polémicas, e bom seria que todos os agentes do futebol, da comunicação social aos dirigentes dos clubes, interiorizasse que só com total união será possível criar a envolvente necessária a uma boa prestação.
Força Scolari !
Força jogadores !
Força Portugal !

5 comentários:

Anónimo disse...

Scolari é expetacular a pegar o pinto da bosta pelos cornos!

Anónimo disse...

já esqueci alguma clubite q possa existir bem lá no fundo.
Viva a nossa Selecção e ponto final.
mas ainda não consigo imaginar o Costinha a titular...

Anónimo disse...

Pode ser que, estando menos cansado que os outros, e acabe por brilhar...

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